quarta-feira, 22 de abril de 2020

FBI - Mais Procurados ou Capturados: Angela Davis

Angela Davis

Angela Y. Davis
Fonte: Facebook
Nome: Angela Yvonne Davis

Data de nascimento: 26 de janeiro de 1944, em Birmingham, EUA

Outras informações: É uma professora e filosofa socialista que alcançou notoriedade mundial na década de 1970 como integrante do Partido Comunista dos Estados Unidos, dos Panteras Negras, pela sua militância pelos direitos das mulheres e contra a discriminação social e racial nos EUA e por ser personagem de um dos mais polémicos e famosos julgamentos criminais dos EUA

Crime: A 18 de agosto de 1970, Angela tornou-se a terceira mulher a entrar na Lista dos Dez Fugitivos Mais Procurados do FBI, ao ser acusada de conspiração, sequestro e homicídio, por causa de uma suposta ligação sua com uma tentativa de fuga do tribunal do Palácio de Justiça do Condado de Marin.
Durante aquele verão, Angela estava envolvida nos esforços dos Panteras Negras para conquistar  apoio da sociedade para três militantes presos: George Jackson, Fleeta Drumgo e John Clutchette, conhecidos como os "Irmãos Soledad", por terem sido aprisionados na Prisão de Soledad, em Monterey.
No dia 7 de agosto, Jonathan Jackson, o irmão de 17 anos de George, em companhia de dois outros rapazes, interrompeu de armas na mão um julgamento num tribunal na tentativa de ajudar a fuga do réu do caso que estava a ser julgado, o amigo James McClain, acusado de ter esfaqueado um polícia. Jonathan e os seus amigos levantaram-se no meio da assistência na sala do júri e renderam todos no recinto, conduzindo o juiz, o promotor e vários jurados para uma carrinha estacionada do lado de fora. Ao entrar na carrinha, Jackson gritou que queria os "Irmãos Soledad soltos até ao meio dia e meia em troca da vida dos reféns".
No tiroteio que se seguiu com a perseguição policial ao grupo, Jonathan e um amigo foram mortos pela polícia, não sem antes matarem o juiz Harold Haley com um tiro na garganta e o promotor raptado ficou paralítico com um tiro da polícia. As investigações que se seguiram identificaram a arma de Jonathan como estando registada em nome de Angela Davis.
Com a sua prisão decretada pelo estado da Califórnia e o FBI atrás de si, Angela fugiu do estado e desapareceu durante dois meses, sendo alvo de uma das maiores caçadas humanas do país na época, acompanhada dia-a-dia pela imprensa, até ser presa em Nova Iorque, em outubro.

Pena: O julgamento de 18 meses que se seguiu, colocou uma mulher negra, jovem, culta, aconselhada por uma equipa brilhante de advogados, no centro das atenções da imprensa num paralelo que só seria igualado décadas mais tarde com o julgamento de O. J. Simpson.
Nos longos debates na corte, não apenas o caso criminal envolvido veio à conversa, mas uma grande discussão sobre a condição negra na sociedade norte-americana foi travada.
Manifestações diárias pela sua libertação e absolvição ocorriam do lado de fora do tribunal e por todo o país, transmitidos ao vivo pela televisão.
18 meses após o início do julgamento. Angela foi inocentada de todas as suas acusações e foi libertada.

Curisosidades: John Lennon e Yoko Ono lançaram a música Angela em sua homenagem e os Rolling Stones gravaram Sweet Black Angel, cuja letra fala dos seus problemas legais e pedia a sua libertação.

Liberdade: Depois de estar livre, Angela foi, temporariamente, para Cuba, seguindo os passos dos seus amigos, os ativistas radicais Huey Newton e Stokely Carmichael. A sua receção em Cuba pelos negros cubanos num comício de massa foi tão entusiástica que ela mal pôde discursar.
Em 1975, a militante socialista envolveu-se num novo embate polémico, quando em discurso contra ela o dissidente russo Aleksandr Solzhenitsyn, a acusou de hipocrisia por sua simpatia para com a União Soviética, já que omitia as condições dos presos políticos sob regime comunista.
Em 1977-78 foi-lhe atribuído o Prémio Lenin da Paz.
Mais tarde, Angela Davis candidatou-se a vice-presidente dos EUA em 1980 e 1984, ao lado de Gus Hall, presidente do Partido Comunista Americano, tendo votação irrisória. Continuou a sua carreira de ativista política e escreveu vários livros, principalmente sobre as condições das prisões do país.
Nos últimos anos, continua a fazer discursos e palestras, principalmente em ambientes universitários e mantém-se como uma figura proeminente na luta pela abolição da pena de morte na Califórnia.

MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

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