domingo, 28 de fevereiro de 2021

A Fossa de Esqueletos de Crianças numa Antiga Organização Católica

 

Berçário do orfanato católico de Tuam, na Irlanda
Fonte: Aventuras na História

Em 2017, investigadores contratados pelo governo da Irlanda anunciaram uma descoberta inacreditável. Foi encontrada uma fossa que continha um grande número de esqueletos de bebés e de crianças.

O lado chocante desta revelação foi que a fossa encontrava-se numa antiga organização católica da cidade de Tuam que acolhia mães solteiras no passado.

Era o Lar de Mães e Bebés do Bom Socorro, que esteve em atividade entre 1925 e 1961.

A historiadora Catherine Corless durante um estudo encontrou as certidões de óbito de quase 800 crianças, filhos de mulheres que passaram pelo abrigo. No entanto, apenas duas tinham registo de sepultamento, o que logo chamou a atenção em 2014. Como consequência, o estudo alertou para uma questão: o que aconteceu com esses restos mortais, até então, misteriosos?

Catherine apontava que os restos poderiam ser encontrados no espaço ocupado por uma fossa séptica. Assim, foram iniciadas escavações que revelariam o cenário surpreendente - uma estrutura subterrânea composta por 20 câmaras, em que em 17 delas, foram reveladas significativas quantidades de restos mortais.

As análises aos restos mortais revelaram que se tratavam desde fetos de 35 semanas até crianças de três anos de idade. Num melancólico cenário, todas acabaram por morrer na época em que funcionava a instituição na época. Além disso, o achado confirmou as suspeitas de que as crianças mortas eram enterradas de qualquer maneira, sem registo.

Durante a primeira metade do século passado, a mortalidade infantil era, infelizmente, muito elevada. Poderia ser até mesmo cinco vezes maior entre crianças que tinham mães solteiras, segundo dados levantados e apresentados na descoberta.

O lar era um dos abrigos administrados pela Igreja Católica na Irlanda. Num país extremamente religioso, as mães solteiras eram severamente julgadas na sociedade, que não admitiam esse estatuto para as mulheres. Foi assim que órfãos e mães acabaram encontrando abrigo neste local. No entanto, isto não significava uma esperança.

Ao chegarem a estas instituições, as mães eram separadas dos filhos, que acabam por ser criados por freiras dentro da mesma unidade, à espera de um casal que pudessem fazer a adoção.

Precisavam encarar a fome, insalubridade e tratamentos rigorosos, resultando na morte com o tempo. Muitas até trabalhavam gratuitamente em troca do auxílio das freiras na gravidez e no parto.

Estima-se que cerca de 35 mil mães solteiras passaram por algum dos centros de acolhimento administrados por ordens religiosas católicas desde a criação do Estado irlandês, em 1922, até aos anos 60, conforme relatado pelo governo.

Segundo este caso de Tuam, o arcebispo de Dublin chegou a dizer que "se algo se passou em Tuam, provavelmente terá acontecido também noutros lares de acolhimento de mães e crianças do país".



Fonte: Aventuras na História


MZ

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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Contra o Concurso Miss América 1968/69

 

Manifestação de Feministas contra o Concurso Miss América - 1968
Fonte: ThoughtCo.

O concurso Miss América é um tradicional concurso realizado desde 1921 nos EUA que conta com a participação de 51 candidatas. As vencedoras desde os anos 1940 recebem bolsas de estudo, além de cumprirem cerca de um ano de atividades como Miss América.

O concurso no ano de 1968, realizado a 7 de setembro não foi como os concursos anteriores. Centenas de ativistas feministas apareceram para protestar contra o concurso. Distribuíram materiais de publicidade intitulados "No More Miss America!"

O grupo por trás do Miss America Protest foi o New York Radical Women.

O grupo era contra ao concurso porque este:

- Julgava as mulheres com base em padrões de beleza impossíveis. Os manifestantes chamaram os padrões de ridículos;
- O desfile tratava as mulheres como objetos, e isso, prejudicava todas as mulheres;
- Os manifestantes não gostaram da hipocrisia do desfile, especificamente do duplo padrão da fantasia Madonna/prostituta, em que os homens exigem irracionalmente que as mulheres sejam inocentes e bonitas e ao mesmo tempo que satisfaçam a luxúria masculina.

Havia ainda divergências políticas como:

- Consideravam o concurso racista, porque nunca ter tido uma Miss América negra;
- Os ativistas se opuseram à Guerra do Vietname e sentiram que o desfile apoiava a guerra, ao enviar a vencedora do concurso ao Vietname para entreter as tropas;
- Havia uma grande desigualdade em encorajar as meninas a crescerem para se tornaram Miss América. A linha padrão dos EUA para qualquer menino era que ele poderia crescer e ser presidente. Porque haveria de ser o tornarem-se Miss América tão importante quanto presidente?

No final da noite, quando a vencedora foi coroada, vários manifestantes que tinham entrado furtivamente desenrolaram um cartaz na varanda que dizia "Libertação das Mulheres".

O concurso foi um evento muito aguardado e amplamente assistido em 1968, por isso grande parte do país assistiu ao concurso pela televisão. O protesto acabou por receber a atenção da imprensa, que por sua vez atraiu mais mulheres para o movimento de Libertação das Mulheres.

Feministas protestaram contra a Miss América novamente em 1969, embora o segundo protesto fosse menor e não recebesse tanta atenção.

Protestante com cartaz que diz "Todas as mulheres são bonitas" contra o concurso de Miss América de 1969



Fonte: ThoughtCo.


MZ

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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Soldados Homossexuais

Fonte: Factos desconhecidos

Durante a Segunda Guerra Mundial, centenas de cartas foram trocadas entre dois soldados homossexuais.

Estas cartas foram reunidas e serão publicados num livro.

Numa dessas cartas dizia "não seria maravilhoso se as nossas cartas pudessem ser publicadas no futuro, numa época mais iluminada e todo o mundo iria poder ver quão apaixonados estamos?!"

MZ

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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Concurso das Pernas Mais Bonitas

 

Concurso das Pernas Mais Bonitas
Fonte: Bastidores da História

Na imagem podemos ver as participantes do "Beautiful Leg Contest" que usam fronhas na cabeça para que os juízes se concentrem apenas nas suas pernas.

Este concurso aconteceu no Parque de Diversões Palisades, em Nova Jersey, nos EUA, em 1951.



Fonte: Bastidores da História


MZ

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sábado, 20 de fevereiro de 2021

Cataratas do Niágara congeladas no Inverno de 1911

 


Cataratas do Niágara congeladas, possivelmente em 1911

As Cataratas do Niágara são um conjunto de grandes cataratas localizadas no rio Niágara, no leste da América do Norte, entre os lagos Erie e Ontário, na fronteira entre o estado norte-americano de Nova Iorque e a província canadiana de Ontário.

São famosas pela sua beleza, bem como são uma fonte valiosa de energia hidrelétrica e um desafiante projeto de preservação ambiental.

Tem sido um destino turístico muito popular no continente por mais de um século.

Este local majestoso já congelou, como se pode ver na imagem. Na verdade não foi apenas uma vez, e sim em várias ocasiões, apesar da última vez ter acontecido há mais de 70 anos.

Apesar da maioria dos registos fotográficos serem datados de 1911, todas as evidências apontam para a imprecisão desta data.

As últimas datas documentadas em que as cataratas ficaram congeladas foram em 1938 e 1949.

Mas as cataratas não congelaram por completo. Tanto o rio, quanto as quedas de água continuavam o seu fluxo por baixo da camada de gelo, dando assim a falsa impressão de total congelamento.



Fonte: Wikipédia | Cursos de Inglês no Exterior


MZ

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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

O Crime Resolvido pela Imprensa Portuguesa

Atriz Maria Alves
Fonte: Diário de Notícias

Na madrugada do dia 31 de março de 1926 foi encontrado o cadáver de uma mulher na esquina da rua Francisco Foreiro com o Regueirão dos Anjos, uma rua rebaixada e escura em Lisboa, paralela à Avenida Almirante Reis.

A vítima apresentava um ferimento com pouca profundidade em forma de linha quebrada, que lhe descia pelo rosto. O relatório do médico legista apontava com quase certeza ter sido feita por um objeto contundente, provavelmente a coronha de uma pistola ou um murro.

Nos braços apresentavam equimoses e arranhões. Tinha três contusões grandes, uma no tórax, por baixo da mama esquerda, e duas no ventre. Outras mais pequenas nas pernas, dando sinal de que teria sido agredida a pontapé.

Usava um vestido preto, que estava rasgado nas pernas e no decote. Não tinha nem casaco, mala, jóias, nem outros objetos. Ao lado do seu corpo estava apenas um sapato de salto alto.

No final da manhã do dia 31 o mistério da sua identidade foi resolvido. Amélia de Castro Neves estranhou que a sua vizinha não tivesse ido dormir a casa naquela noite. Tinha-lhe dito que o faria de certeza antes de sair de casa, na tarde anterior. E, quando na manhã seguinte correram os rumores de que uma jovem tinha sido assassinada na redondezas, teve um pressentimento.

Amélia então dirigiu-se até à morgue do Hospital de São José, explicou as suas razões à polícia e pediu para ver o corpo. Foi ela quem identificou a vítima. Era Maria Alves, de 29 anos, moradora da rua de Arroios 50 e atriz de revista em grande ascensão na altura. Era uma diva do Parque Mayer.

A notícia rapidamente se espalhou. Nas redações dos principais jornais da altura, como O Século e o Diário de Notícias, o Diário de Lisboa e A Capital, destacavam-se repórteres importantes para cobrir o caso.

Reinaldo Ferreira um dos mais respeitados jornalistas portugueses. Tinha feito a cobertura de boa parte dos acontecimentos mundiais ao serviço da imprensa estrangeira e as suas histórias misturavam realidade, ficção e opiniões extremamente críticas. Anos mais tarde passaria a assinar como Repórter X.
Reinaldo Ferreira - Repórter X
Fonte: Wikipédia

Reinaldo era amigo pessoal de Maria Alves, que definiria como alguém que "continha o sangue generoso e cigano das severas". Apesar de viver no Porto e trabalhar na altura para O Primeiro de Janeiro e revista ABC, também colaborava frequentemente com O Século. E foi ali que proferiu a sua sentença.

Sem qualquer sustentação que não fosse literatura, o Repórter X insinuou imediatamente quem poderia ser o autor do crime. Não avançou nomes, mas escreveu na edição de 1 de abril: "É tarde, não tive tempo de apurar o resto, mas existe uma suspeita no meu espírito que é tão grave, tão grave que não a revelo. Peço só uma coisa: leiam El Mistério del Kursaal, de José Francés. É o mistério de um crime em que a vítima era uma estrela. Assim saberão sobre quem caem as minhas suspeitas."

José Francés, um autor espanhol, era pouco conhecido em Portugal e por isso o "enigma" do Repórter X permanecia irresolúvel para a maioria dos leitores. A verdade, no entanto, é que ele acertou em cheio.

Maria Alves nasceu no Porto em 1897, e cedo teve a convicção de que queria ser atriz. Semanas depois do homicídio, em tribunal, a sua mãe confirmou que o teatro era o seu sonho de infância.

Maria mudou-se para Lisboa em 1916, onde encontrou trabalho como corista no Parque Mayer. Era, sem sombra de dúvida, um talento em ascensão.

Para ganhar mais aceitou um convite para fazer a temporada do inverno de 1925/26 no Porto. Oscar Riberiro, encenador do Teatro Águia d'Ouro prometera-lhe cinco contos, uma pequena fortuna, por três meses de atuações.

Voltou a Lisboa dois dias antes do crime, preocupada por ainda não ter sido paga pela última parte do contrato, de 1500 escudos.

Na noite em que foi assassinada, Maria Alves queixou-se da falta de pagamento ao seu empresário e ele, em declarações ao Diário de Notícias, disse que decidira passar-lhe o dinheiro que faltava. Depois acertaria contas com Óscar Ribeiro.

Por volta da meia-noite, de 31 de março, em plena Avenida da Liberdade, entregou-lhe 1500 escudos em notas, que a atriz guardou na sua mala. A transação foi feita à vista de toda a gente. "Depois cada um apanhou o seu elétrico", disse Augusto Gomes. "Foi a última vez que a vi."

O funeral de Maria Alves foi um dos mais concorridos de que há memória em Lisboa. A multidão que se concentrou em frente à morgue do hospital de São José era tanta que o cortejo só conseguiu sair em direção ao cemitério dos Prazeres duas horas depois do previsto.
Funeral de Maria Alves
Fonte: Diário de Notícias

Entre o corpo de repórteres estava o homem do Diário de Notícias. Se antes o Repórter X tinha profetizado quem era o assassino, agora havia um novo homem a pôr-se um passo à frente da polícia e a tratar de encontrar as provas. Foi graças a ele que o caso acabou por ser deslindado - foi António Ferro.
António Ferro
Fonte: RTP

A teoria de assalto ganhava pontos a cada dia que passava. Quase todos os jornais apontavam as baterias para um misterioso homem de fato cor de chumbo que fora visto nos arredores do Parque Mayer na noite da morte de Maria Alves.

António Ferro, no entanto, duvidava. Em vez de confiar apenas nas declarações da polícia, Ferro decidiu fazer as suas próprias investigações. Entrevistou o homem que encontrara o corpo da atriz, um eletricista de cinema que acabara o turno no Salão Foz, aos Restauradores, às duas da madrugada, e permaneceu pelas suas palavras que Maria Alves não podia ter sido morta ali, antes fora transportada já morta e deixada naquela viela escura. Ele guardara o sapato que faltava, estava manchado de sangue. Era um claro sinal de que a vítima lutara pela vida antes de morrer.

Confirmou com os vizinhos que nenhum barulho se ouvira naquela noite na rua. Pois se a atriz tinha dado luta alguém teria ouvido certamente alguma coisa. Um dia depois de ele declarar nas páginas do Diário de Notícias que o Regueirão dos Anjos fora apenas um lugar de depósito do corpo a polícia veio dizer a mesma coisa.

Ferro tinha um estatuto privilegiado no mundo das artes e com isso conseguiu uma entrevista com Augusto Gomes, o empresário de Maria Alves. Ele contou-lhe a sua história.

Na noite do assassinato tinham ido jantar ao Parque Mayer e que depois decidiram ir à segunda sessão do teatro Maria Vitória. Que desceram a pé a avenida da Liberdade e que a atriz se queixou do dinheiro em dívida da temporada no Porto. Que ele lhe deu esse valor na rua. Que ela usava um casaco de peles, um chapéu vermelho e jóias no valor de 15 contos, todas elas oferecidas por ele. Que se separaram no Rossio e cada um apanhou um elétrico numa direção diferente.

Os outros jornais e os investigadores deram como certas as declarações do empresário, mas Ferro duvidada. No Porto, o Repórter X também continuava as suas investigações e falava com a mãe da vítima. Esta contou-lhe que Maria Alves lhe escrevera uma carta preocupada com os ataques de ciúmes de Augusto Gomes.

Não tardou a perceber-se que eram amantes, o homem nunca negou esse facto. Dias antes de Maria voltar a Lisboa, o empresário tinha armado uma cena no Águia d'Ouro, depois de ela ter recebido uma carta de um admirador que lhe pedia um encontro, um empresário de Fafe. Augusto Gomes atirara-se a ele e no dia seguinte a atriz apareceu nos camarins com um olho negro e disse ao elenco que tinha caído numas escadas.

A 11 de abril, em Lisboa, António Ferro publica o furo que mudará toda a história. Desconfiando da inocência de Augusto Gomes decide bater à porta das casas dos vizinhos do empresário e várias pessoas lhe dizem que a relação amorosa já durava há mais de cinco anos. Mais, que nos últimos tempos se tornara violenta. Havia discussões e pancadaria constantemente.

Um dos vizinhos de Augusto Gomes era o capitão da Marinha João Luís Monteiro. Foi ele que contou a António Ferro que viu, às 2 horas da madrugada de 31 de março, um táxi passar pela rua dos Anjos, onde ele se encontrava ao sair de um jantar de casa de uns amigos. Dentro do táxi estavam Augusto Gomes e o corpo de uma mulher inanimada.

O Diário de Notícias publicou a história. No dia seguinte, o empresário foi preso e acusado de homicídio. Ele declarou-se inocente.

António Ferro sabia que o carro onde Augusto Gomes e Maria Alves tinham sido vistos era um Citröen escuro. Só haviam dez carros registados dessa marca em Lisboa. A polícia apurou rapidamente o número do táxi onde o crime fora perpetrado, era o 9237. O motorista registado chamava-se João Fernandes e era um velho conhecido de Augusto Gomes.

O condutor, depois de ser interrogado pela Polícia de Investigação Criminal, aceita dar uma entrevista exclusiva ao jornalista do Diário de Notícias. E é então que se esclarece o que aconteceu naquela noite - "Na noite de 30 de março o senhor Augusto visitou-me em casa e pediu-me para estar à meia-noite e meia do dia seguinte perto do Maria Vitória, mas do outro lado da Avenida da Liberdade."

Pediu-lhe que corresse as cortinas para que a mulher não o reconhecesse, e ele acedeu, pensando tratar-se de mais um namorico de Augusto.

No dia combinado, á hora combinada, fez o que Augusto Gomes lhe tinha pedido. Era uma cena planeada, sim , mas planeada para parecer espontânea. João Fernandes passou pelo casal com o sinal de livre acesso, o empresário fez-lhe sinal e mandou-o seguir para o Campo Grande.

No início ouviu risos, depois o ruído dos corpos em movimento. Pensou que fizessem do banco traseiro cama e seguiu para Telheiras, deu a volta na rua de Beneficência, seguiu para o Rego. Às tantas o empresário bateu-lhe no vidro e disse "Pára!"

"Ele saltou do carro esgazeado, olhou para as sombras para verificar que não havia ninguém e sentou-se no banco dianteiro, ao meu lado. E disse-me: «João, acabo de fazer o que um homem de honra faz sempre. Matei a Maria. Confessou que me atraiçoara, no Porto. Matei-a»."

O motorista incrédulo, não teve reação nem tempo para fazer perguntas. Augusto disse-lhe: "Deixamo-la perto de casa, em qualquer parte. Já lhe tirei as jóias e rasguei o vestido, para quando a encontrarem acharem que foi um roubo. Ninguém desconfia. Vamos embora."

Abandonaram o corpo e Augusto Gomes foi para casa, onde entrou esbaforido e contou o que tinha acontecido à mulher com quem vivia maritalmente, Miquelina. "Pediu-me para guardar o casaco e as jóias e não dizer uma palavra. Era o pai dos meus filhos, que outra coisa poderia eu fazer?" perguntaria Miquelina em tribunal.

Confrontado com as declarações do motorista, Augusto Gomes admite a culpa. É marcado o julgamento para novembro e os juízes ordenam que, por respeito aos familiares da vítima, o túmulo de Maria Alves fosse aberto para que se retirassem as faixas de saudade eterna que o empresário lá deixara no funeral.
Abertura do túmulo de Maria Alves para retirar as faixas deixadas por Augusto Gomes
Fonte: Diário de Notícias

O processo demoraria um mês a ser resolvido e continuaria a ter a cobertura de António Ferro e, agora, as ilustrações de Armando Boaventura. Ao tribunal, Gomes contaria ao corpo de juízes como estrangulara a sua antiga amada com as próprias mãos, depois de esta lhe confessar um caso com um homem chamado Carlos Alves, empresário de Fafe. Maria resistira, mas Augusto Gomes era um homem mais forte. As marcas de luta estavam lá, mas ela perdeu.
Augusto Gomes em tribunal
Fonte: Diário de Notícias

O empresário terá começado a chorar depois de falar e, quando saiu do tribunal num carro da policia, uma multidão esperava-o em fúria. Tiveram de ser recrutados 40 agentes para repor a ordem.
Multidão à porta do tribunal da Boa Hora à espera de Augusto Gomes
Fonte: Diário de Notícias

Augusto Gomes foi condenado a oito anos de prisão efetiva e doze de degredo, por homicídio premeditado. João Fernandes levou seis anos de prisão, com dois de pena suspensa, por cumplicidade. Ao proferir a sentença, o juiz Ramada Carlos considerou o crime "excecionalmente repugnante".

No fim da declaração, o tribunal deixou esta mensagem: "A resolução deste crime é uma glória para a imprensa portuguesa. Porque não foi a polícia que resolveu, foi a imprensa. Os jornalistas que adivinharam desde o primeiro dia o que acontecera e os que nunca se contentaram com o que parecia ser roubo e afinal era ciúme."


Fonte: Ricardo J. Rodrigues - Jornal de Notícias (Notícias Magazine)

MZ

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terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Uniforme de Francisco Ferdinando

 

Uniforme de Francisco Ferdinando, quando foi assassinado
Fonte: Aventuras na História

O Arquiduque Francisco Ferdinando estava tranquilamente a andar de carro pela cidade de Sarajevo, capital da então província austro-húngara da Bósnia, com a sua mulher, quando uma granada foi atirada para o carro do casal que escapou por pouco, detonando logo após o carro que vinha atrás deles.

Arquiduquesa Sofia e o Arquiduque Francisco Ferdinando
Fonte: Literatura é Bom pra Vista - WordPress.com

Surpreso e assustado pelo ataque do grupo revolucionário Mão Negra, Ferdinando ao chegar a casa do governador para onde se estava a dirigir começou a reclamar. No caminho, questionou às autoridades locais se era daquela forma que todos os visitantes eram recebidos.

Ao sairem do palácio onde estavam, o motorista que os levava perdeu-se na cidade e, numa parte do trajeto, precisou fazer inversão de marcha. Nesse momento, um homem chamado Gravrilo Princip, que estava num café do outro lado da rua, aproximou-se e atirou com a sua pistola, duas vezes, uma em Sofia, esposa do Arquiduque e a outra atingindo o pescoço de Francisco.

A morte do Arquiduque marcou o estopim da Primeira Guerra Mundial, com a declaração de guerra entre o Império Austro-Húngaro à Sérvia, país de origem dos terroristas Mãos Negras.

105 anos depois, o Museu Militar Austríaco tem o maior acervo dos itens envolvendo este fatídico dia de 28 de junho de 1914. Entre eles, está o carro aberto em que o casal andava pelas ruas, a sua farda ainda ensanguentada e a camisa branca que usava no dia do atentado.

A farda azul de Francisco está sempre em exposição no museu, ainda com vestígios de sangue e um corte no peito, provavelmente decorrente de uma tentativa de socorre ao Arquiduque.

Já a camisa é exposta com menos frequência, devido às circunstâncias em que o objeto histórico se encontra. A sua fragilidade faz com que a camisa agora castanha, que já foi branca, fique exposta poucos dias, num ambiente com pouca luz.



Fonte: Aventuras na História


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domingo, 14 de fevereiro de 2021

Casamento Proibido na NASA - O Primeiro Casal no Espaço

Os Astronautas Nancy Davis e Mark Lee
Fonte: STSTW Media

Mark Charles Lee, nasceu a 14 de agosto de 1952 em Viroqua, nos EUA. Formado em engenharia pela Academia da Força Aérea dos Estados Unidos, qualificou-se como piloto de MCDonnell Douglas F-4 Phantom II após curso na Base Aérea de Luke, no Arizona, e derviu dois anos e meio com as forças americanas estacionadas na ilha de Okinawa, no Japão.

Após esta missão, em 1979, conseguiu o mestrado em engenharia mecânica no Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Aós se formar foi designado para a base da Força Aérea de Hamscon, no programa do Sistema Aéreo de Alerta e Controlo. Voltou a pilotar em 1982 até ser selecionado pela NASA, em maio de 1984.

Qualificado como especialista de missão para o vaivém espacial em 1985, trabalhou no Departamento de Astronautas em pesquisas ligadas à atividade extraveiculares, Spacelab e sistemas da Estação Espacial Internacional, antes de ser designado para missões espaciais. O seu primeiro voo foi a 4 de maio de 1989, na STS-30 Atlantis, que colocou no espaço em rota para Vénus a sonda espacial Magellan.

...

Nancy Jan Davis nasceu a 1 de novembro de 1953, em Smotherman, EUA. Formou-se em 1971, recebeu o diploma de becharelato em ciências e biologia aplicada no Georgia Institute of Technology, em 1975 e fez outro em engenharia mecânica na Auburn University em 1977. Recebeu o diploma de mestrado em ciências em 1983 e o doutoramento em 1985, em engenharia mecânica na Universidade do Alabama.

Depois de se formar entrou na Texaco, em Bellaire, no Texas, trabalhou como engenheira de petróleo na recuperação terciária de petróleo. Saiu em 1979 para trabalhar para o Marshall Space Flight Center da NASA como engenheira aeroespacial.

Tornou-se astronauta em junho de 1987. A sua primeira designação foi no Departamento de Desenvolvimento de Missão do Astronauta, onde forneceu suporte técnico para cargas úteis de vaivéns espaciais. Nancy registou mais de 673 horas no espaço.

...

Mark Lee e Nancy Davis casaram-se secretamente antes de uma missão a bordo do vaivém espacial Endeavor. Passaram nove meses a esconder o seu relacionamento, e quando avisaram a NASA, estes já não tinham tempo para treinar outras pessoas para a missão. Desta forma, tornaram-se o primeiro casal a estar no espaço ao mesmo tempo.


Fonte: Wikipédia | Fatos Desconhecidos


MZ

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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Bar de Lésbicas - 1930

 

Bar de Lésbicas, em 1930 - Paris
Foto de George Brassai
Fonte: Pinterest

Durante a década de 1920, Paris ganhou reputação de abrigar grande variedade de prazeres noturnos e por ostentar atitudes de liberdade na forma dos seus habitantes.

Com esse clima de relativa tolerância, muitos clubes noturnos deram-se ao direito de crescer na capital francesa.

Entre eles havia o bar Monocle, que é creditado como um dos primeiros bares destinados ao público lésbico do país e, certamente, o mais famoso da altura.

Foi aberto por Lulu Montmartre na região em que as lésbicas tipicamente se reuniam.

Segundo a historiadora Florence Tamagne, era comum encontrar mulheres nos cafés da área conhecida como Montmartre ou a dançarem no Moulin Rouge.

Mas no Monocle, as mulheres usavam roupas masculinas com cabelos presos. O nome do local derivou de um código da época.

O uso de monóculos definia certa preferência sexual. Na altura, o adereço era quase um uniforme para as lésbicas.

O local permaneceu aberto até ao começo dos anos 1940, mas quando os nazis ocuparam a França, o clube fechou as portas e os homossexuais era perseguidos pelo regime Nazi.

Anos mais tarde foi reaberto, mas sem o mesmo glamour.


Fonte: Ideafixa


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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Crianças Aprendem a Nadar Sem Água



Na imagem: Crianças sem acesso a água aprendem a nadar no pátio da escola - séc. XX


MZ

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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Dica de Filme: "A Grande Escavação"

 

Filme: "A Grande Escavação", de Simon Stone, 2021
Fonte: SAPO Mag

O filme foi lançado pela Netflix a 14 de janeiro de 2021, dirigido por Simon Stone, baseado no livro de John Preston, de 2007, "The Dig".

As duas principais personagens do filme:

- Edith Pretty, foi interpretada por Carey Mulligan

Edith Pretty (esquerda) | Personagem de Edith Pretty interpretada por Carey Mulligan (direita)

- Basil Brown, foi interpretada por Ralph Fiennes

Basil Brown (esquerda) | Personagem de Basil Brown interpretada por Ralph Fiennes (direita) 

O filme começa no ano de 1938 e após um ano, uma das mais importantes descobertas do Reino Unido foi feita.

A descoberta foi uma embarcação funerária anglo-saxónica, o que chamou a atenção da comunidade arqueológica mundial pela impressionante relação histórica no séc. VII.

O filme baseia-se numa história real, contando com alguns elementos ficcionais para a construção da narrativa. 

A história antes do filme é a de que o casal Frank (já morto no filme) e Edith Pretty decidiu comprar um grande terreno em Suffolk. A propriedade, conhecida como Sutton Hoo, foi adquirida em 1926, logo após o casamento de ambos, e por lá viveram até à morte de Frank, em 1934.

Certo dia, Edith decidiu escavar a terra das formações e deparou-se com uma cena inacreditável. Logo na primeira escavação, com o auxílio do arqueólogo autodidata, Basil Brown, encontrou três túmulos que tinham resquícios de restos humanos. A surpresa veio em 1939, quando começou a escavação na maior formação próxima da sua casa.

Basil Brown dentro da embarcação, 1939
Fonte: British Library

Brown começou a encontrar uma série de pregos em intervalos regulares, além de uma massa contendo ferrugem. Cuidadosamente, o arqueólogo foi retirando a terra seguindo a linha da confeção, revelando um longo navio, com mais de 25 metros de comprimento, com colunas de madeira, uma estrutura impressionante surgiu sob o monte, contendo diversos artefactos.

Fotografia do navio durante a sua primeira escavação, 1939
Fonte: Aventuras na História

Para acelerar as buscas, Charles Philips, da Universidade de Cambridge, foi chamado para reconhecer os objetos. Com a estrutura inteiramente limpa, os três passaram a verificar cada um dos itens e encontraram novos caixões, contendo restos mortais inteiros ou partes de esqueletos.

A escavação revelou também 263 objetos, que seriam conduzidos para catalogação.

Com o auxílio de Charles, a equipa conseguiu concluir que a estrutura encontrada tratava-se de uma confeção anglo-saxónica, e não viking, como anteriormente proposto por Edith. Com a coleta encerrada, a condução dos objetos para limpeza e análise foi feita por especialistas.

Esta descoberta foi amplamente coberta pela imprensa como o maior enterro de um navio anglo-saxão já encontrado na história da arqueologia. Muitos dos artefactos nunca tinham sido vistos antes, representando uma parte importante da história britânica.

Alguns dos tesouros encontrados na embarcação funerária de Sutton Hoo
Fonte: Aventuras na História

Novos objetos como armas, fivelas, distintivos e um impressionante capacete davam luz a essa cultura, pela primeira vez na história da zona.

Capacete Sutton Hoo, encontra-se no British Museum
Fonte: British Library

Mas, ainda assim, outros objetos mais simples também foram encontrados, como moedas e talheres, que já existiam muitos em museus nacionais.

Como a escavação aconteceu no início da Segunda Guerra Mundial, os itens da pesquisa foram guardados no subsolo de Londres, dentro de túneis do sistema ferroviário da cidade.

Edith, a principal responsável pela descoberta, fez questão de doar todos os artefactos ao British Museum gratuitamente como uma forma de enaltecer o patriotismo durante a guerra.

O Tesouro de Sutton Hoo foi mostrado ao público pela primeira vez nove anos após a morte de Edith. O nome de Basil Brown não foi mencionado. Só recentemente é que foi reconhecida a contribuição única de Basil Brown na arqueologia. O seu nome surge ao lado do de Edith, na exposição permanente do British Museum.



Fonte: Netflix | Aventuras na História


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sábado, 6 de fevereiro de 2021

Saddam Hussein, em 1963, a apontar uma arma à companheira

 

Saddam Hussein, em 1963, a apontar uma arma à companheira

Saddam Hussein (1937-2006) foi um político e estadista iraquiano, que foi Presidente do Iraque de 16 de julho de 1979 a 9 de abril de 2003. Foi também Primeiro-Ministro nos períodos de 1979 a 1991 e 1994 a 2003.

Foi uma das principais lideranças ditatoriais no mundo árabe e um dos mais importantes membros do Partido Socialista Árabe Ba'ath, e mais tarde, do Partido Ba'ath baseado em Bagdad e de uma organização regional Partido. Ba'ath Iraquiano, a qual expôs uma mistura de nacionalismo e socialismo árabe.

Em março de 2003, uma coligação de países liderada pelos EUA e pelo Reino Unido invadiu o Iraque para depor Saddam, depois que o Presidente dos EUA, George W. Bush ter acusado o líder iraquiano de possuir armas de destruição em massa e de ter ligações com o grupo terrorista Al-Qaeda.

O partido de Saddam foi dissolvido e a nação fez uma transição para um sistema democrático.

Após a sua captura a 13 de dezembro de 2003, Saddam foi a julgamento que ocorreu sob o governo interino iraquiano.

A 5 de novembro de 2006 foi condenado por acusações relacionadas ao assassinato de 148 xiitas iraquianos em 1982 e foi condenado à morte por enforcamento.

A sua execução aconteceu a 30 de dezembro de 2006.

Saddam Hussein foi casado com Sajida Talfah (1937-), sendo a mãe de dois filhos e três filhas de Saddam.

Sajida era professora primária antes de se casar com Saddam. O casamento de ambos foi arranjado, e aconteceu em 1963.

Em 1986, Saddam casou-se com outra mulher, Samira Shahbandar, enquanto ainda era casado com Sajida, o que a deixou enfurecida

Sajida, juntamente com muitos membros da sua família, fugiram do Iraque em 1990 por causa da Guerra do Golfo, e deixaram o Iraque antes dos bombardeamentos começarem.


MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Suicídios em Massa na Alemanha Pós-Segunda Guerra Mundial

O fim da Segunda Guerra Mundial estava a chegar e, com isso, a derrota da Alemanha mostrava-se clara.

Com a aproximação do Exército Vermelho e o medo das represálias da União Soviética, os nazis começaram a incentivar a um modo controverso de não viverem a derrota.

"É apenas (uma fração) de segundo. Então, é redimido de tudo e encontra a tranquilidade e paz eterna", disse Hitler, numa conferência a 30 de agosto de 1944.

O suicídio seria considerado por eles, assim, uma forma menos dolorosa de poder. O medo do que viria a seguir teve um papel enorme naquele momento.

O próprio Hitler tirou a sua vida, ingerindo uma cápsula de cianeto e, por precaução, deu um tiro na sua própria cabeça. A sua mulher, Eva Braun, também morreu da mesma forma, num bunker subterrâneo abaixo da Chancelaria do Reich, a 30 de abril de 1945.

Eva Braun e Adolf Hitler
Fonte: Wikipédia

Mas não foram os únicos importantes nomes do nazismo que meteram fim às próprias vidas. Joseph Goebbels, ministro da Propaganda, além de suicidar-se, matou os seis filhos com veneno, a sua mulher também se suicidou.

Joseph Goebbels e os filhos
Fonte: Sentinela Lacerdista

No entanto, o mais terrível é que isto não ficou apenas pelos líderes e militares. Os civis também sentiram a necessidade de acabar com as suas vidas. A propaganda nazi foi um fator decisivo nessas circunstâncias.

Historiadores calculam que, nos últimos meses da Segunda Guerra, cerca de 10 mil e 100 mil pessoas tiraram as suas vidas por motivos relacionados ao nazismo.

Segundo o historiador Florian Huber, os rios alemães tornaram-se cemitérios a céu aberto. "As testemunhas lembram-se de pessoas penduradas em árvores por toda a parte", comenta.

O caso mais grave dos suicídios coletivos aconteceu na cidade de Demmin, no nordeste da Alemanha. Na época, a região tinha aproximadamente 15 mil habitantes. Entre 700 a mil cidadãos tomaram a decisão de juntar-se à loucura, coletiva, do Führer. Este foi o maior suicídio em massa que já aconteceu na história do país.

Além de tirarem a própria vida, os alemães levavam consigo também os seus filhos.

Barbel Schreiner conta que, na época com apenas seis anos, a sua mãe fazia parte do grupo que compactuava com a ideia de suicídio coletivo. Atualmente, Barbel afirma que só sobreviveu porque o seu irmão disse "mãe, nós não, não é?", o que fez com que a mulher desistisse. "Ainda me lembro da água avermelhada pelo sangue. Sem essas palavras, tenho a certeza que a minha mãe nos teria afogado aos dois", relembra.

Barbel Schreiner com a mãe e com o irmão
Fonte: Aventuras na História

Os métodos de suicídio usados pela população alemã eram principalmente o afogamento, ingestão de cápsulas de cianeto e o enforcamento.

Os britânicos encontraram um cartão-postal escrito em alemão que seria um "manual" onde ensinava como enforcar-se com uma quantidade mínima de dor.



Fonte: Aventuras na História


MZ

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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Holocausto de Pessoas com Deficiências Físicas e/ou Mentais

Crianças que pertenceram ao Programa Aktion T4
Fonte: Factos Desconhecidos

O Holocausto foi iniciado com a morte de quatro pessoas com deficiência pelos nazis durante o programa Aktion T4.

Este programa de eugenismo e assassinato foi executado na Alemanha nazi quando médicos assassinaram centenas de pessoas consideradas por eles "incuravelmente doentes", por meio de exames médicos feitos por eles próprios, inclusivo pessoas com deficiência física e síndrome de Down.

Isto aconteceu, oficialmente, de setembro de 1939 a agosto de 1941, mas continuou de modo extraoficial até ao fim do regime nazi, em 1945.

Alguns dados apontam que durante o Holocausto 70 273 pessoas foram mortas, mas no Julgamento de Nuremberg foram encontradas evidências que os médicos alemães e austríacos continuaram a morte de doentes depois de outubro de 1941 e que cerca de 275 mil pessoas foram assassinadas sob este programa.

Pesquisas mais recentes, em arquivos recuperados após os anos 90 indicam que pelo menos 200 mil pessoas com deficiência física ou intelectual foram mortas ou por medicação, fome ou nas câmaras de gás entre 1939 e 1945.

Haviam seis centros psiquiátricos de extermínio: Bernburg, Centro de Brandenburg, Centro de Grafeneck, Centro de Hadamar, Centro de Hartheim e Centro de Sonnenstein.

Em 1939, os pais de uma criança severamente deformada, nascida perto de Leipzig, na Alemanha, escreveu a Hitler a pedir permissão para que o seu filho fosse condenado à morte. Hitler aprovou e autorizou a criação do "Comité do Reich para o Registo Científico de Doenças Hereditárias e Congénitas", liderado por Karl Brandt, o seu médico pessoal, administrado por Herbert Linden do Ministério Interior e Viktor Brack SS-Oberführer.
Karl Brandt (esquerda) e Viktor Brack (direita)
Fontes: Wikipédia

Vários métodos de engano foram usados para obter o consentimento, particularmente, nas áreas católicas, onde os pais eram, geralmente, não-cooperativos. Os pais foram informados de que os seus filhos estavam a ser enviados para "Secções Especiais" para as crianças, onde elas receberiam um tratamento melhor.

As crianças enviadas para esses centros eram mantidos para "avaliação" durante algumas semanas e depois mortas por injeção de produtos químicos tóxicos, tipicamente fenol, as suas mortes eram registadas como pneumonia.

As autópsias eram realizadas geralmente e eram retiradas amostras do cérebro para "investigação médica". Isto, aparentemente, ajudou a aliviar as consciências de muitos dos envolvidos, uma vez que lhes deu a sensação de que as crianças não morreriam em vão e que todo o programa tinha uma finalidade médica genuína.

Muitos pais suspeitavam do que estava realmente a acontecer, especialmente quando se tornou evidente que as instituições para crianças com deficiências estavam sistematicamente a ser esvaziadas e recusavam consentimento. Os pais foram avisados de que eles poderiam perder a custódia de todos os seus filhos e se isso não fosse suficiente, os próprios pais poderiam ser ameaçados a "cumprir com a obriagação".

A última criança a ser morta no âmbito do Aktion T4 foi Richard Jenne a 29 de maio de 1945, na enfermaria do Hospital Kaufbeuren-Irsee, na Baviera, mais de três semanas após as tropas dos EUA já terem ocupado a cidade.

Mas este programa não matou só crianças. Brandt e Bouhler logo desenvolveram planos para expandir o programa a adultos. Em julho de 1939, realizaram uma reunião com a presença do Dr. Leonardo Conti, o líder do Reich da Saúde e secretário estadual da saúde no Ministério do Interior e o Professor Werner Heyde, chefe do departamento médico da SS. Esta reunião tinha feito arranjos preliminares para um registo nacional de todas as pessoas institucionalizadas com doenças mentais ou deficiências físicas.
Dr. Leonardo Conti (esquerda) e Professor Werner Heyde (direita)

Os primeiros adultos com deficiência a serem mortos pelo regime nazi, no entanto, não eram alemães, mas sim polacos, os oficiais SS do Einsatzkommando 16 eliminou polacos de hospitais e asilos mentais em Wartheland, na Polónia.

Na área de Reichsgau Danzig-Prússia Ocidental, cerca de 7 mil presos polacos de várias instituições foram baleados, enquanto que 10 mil foram mortos na área da Gdynia. Foram tomadas medidas semelhantes em outras áreas da Polónia destinadas a serem anexadas à Alemanha.

Em Posen, centenas de pacientes foram mortos por meio de gás monóxido de carbono numa câmara de gás improvisada desenvolvida pelo Dr. Albert Widmann, químico chefe da Polícia Criminal Alemã (Kripo).
Dr. Albert Widmann
Fonte: Schmetterling Verlag

A ideia de matar os pacientes mentais "inúteis" logo se espalhou pela as áreas à volta da Polónia ocupada até à própria Alemanha.

Inicialmente os pacientes foram mortos por injeção letal, o mesmo método estabelecido para matar crianças, mas a lentidão e ineficiência deste método para matar adultos, que precisavam de doses maiores de medicamentos cada vez mais escassos e caros e que estavam mais propensos a precisar de contenção.

Hitler recomendou a Brandt que o gás monóxido de carbono fosse usado. No seu julgamento, Brandt descreveu isto como um "grande avanço na história da medicina". 

MZ

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terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Soviéticos a examinarem o local de morte de Hilter



Soldados soviéticos a examinarem o local onde Hitler se suicidou, em Berlim, na Alemanha, em 1945.

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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

General Nazi Anton Dostler Antes da sua Execução

General Nazi Anton Dostler antes da sua execução

Anton Dostler, nascido a 10 de maio de 1891, em Munique, na Alemanha, foi um general alemão durante a Segunda Guerra Mundial.

Foi feito prisioneiro pelos norte-americanos a 8 de maio de 1945 e foi julgado perante um tribunal militar a 8 de outubro do mesmo ano.

Foi o primeiro a ser julgado pelos tribunais de crimes de guerra após o fim da guerra, onde foi considerado culpado e condenado à morte.

Em sua defesa, ele argumentou que não deu ordem ilegal, que apenas a repassou para o coronel Almers, vindo do seu oficial imediato. A defesa demonstrou que ele agiu por si, sem ordens superiores e reiterando a execução dos prisioneiros, o que constituiu uma violação direta do Artigo 2 da Convenção de Genebra para Prisioneiros de Guerra, que proibia represálias contra prisioneiros.

Na imagem: General Nazi da Wehrmacht, Anton Dostler a ser amarrado a uma estaca antes da sua execução por fuzilamento em Aversa, Itália, a  1 de dezembro de 1945

MZ

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