segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Dica de Filme: "A Grande Escavação"

 

Filme: "A Grande Escavação", de Simon Stone, 2021
Fonte: SAPO Mag

O filme foi lançado pela Netflix a 14 de janeiro de 2021, dirigido por Simon Stone, baseado no livro de John Preston, de 2007, "The Dig".

As duas principais personagens do filme:

- Edith Pretty, foi interpretada por Carey Mulligan

Edith Pretty (esquerda) | Personagem de Edith Pretty interpretada por Carey Mulligan (direita)

- Basil Brown, foi interpretada por Ralph Fiennes

Basil Brown (esquerda) | Personagem de Basil Brown interpretada por Ralph Fiennes (direita) 

O filme começa no ano de 1938 e após um ano, uma das mais importantes descobertas do Reino Unido foi feita.

A descoberta foi uma embarcação funerária anglo-saxónica, o que chamou a atenção da comunidade arqueológica mundial pela impressionante relação histórica no séc. VII.

O filme baseia-se numa história real, contando com alguns elementos ficcionais para a construção da narrativa. 

A história antes do filme é a de que o casal Frank (já morto no filme) e Edith Pretty decidiu comprar um grande terreno em Suffolk. A propriedade, conhecida como Sutton Hoo, foi adquirida em 1926, logo após o casamento de ambos, e por lá viveram até à morte de Frank, em 1934.

Certo dia, Edith decidiu escavar a terra das formações e deparou-se com uma cena inacreditável. Logo na primeira escavação, com o auxílio do arqueólogo autodidata, Basil Brown, encontrou três túmulos que tinham resquícios de restos humanos. A surpresa veio em 1939, quando começou a escavação na maior formação próxima da sua casa.

Basil Brown dentro da embarcação, 1939
Fonte: British Library

Brown começou a encontrar uma série de pregos em intervalos regulares, além de uma massa contendo ferrugem. Cuidadosamente, o arqueólogo foi retirando a terra seguindo a linha da confeção, revelando um longo navio, com mais de 25 metros de comprimento, com colunas de madeira, uma estrutura impressionante surgiu sob o monte, contendo diversos artefactos.

Fotografia do navio durante a sua primeira escavação, 1939
Fonte: Aventuras na História

Para acelerar as buscas, Charles Philips, da Universidade de Cambridge, foi chamado para reconhecer os objetos. Com a estrutura inteiramente limpa, os três passaram a verificar cada um dos itens e encontraram novos caixões, contendo restos mortais inteiros ou partes de esqueletos.

A escavação revelou também 263 objetos, que seriam conduzidos para catalogação.

Com o auxílio de Charles, a equipa conseguiu concluir que a estrutura encontrada tratava-se de uma confeção anglo-saxónica, e não viking, como anteriormente proposto por Edith. Com a coleta encerrada, a condução dos objetos para limpeza e análise foi feita por especialistas.

Esta descoberta foi amplamente coberta pela imprensa como o maior enterro de um navio anglo-saxão já encontrado na história da arqueologia. Muitos dos artefactos nunca tinham sido vistos antes, representando uma parte importante da história britânica.

Alguns dos tesouros encontrados na embarcação funerária de Sutton Hoo
Fonte: Aventuras na História

Novos objetos como armas, fivelas, distintivos e um impressionante capacete davam luz a essa cultura, pela primeira vez na história da zona.

Capacete Sutton Hoo, encontra-se no British Museum
Fonte: British Library

Mas, ainda assim, outros objetos mais simples também foram encontrados, como moedas e talheres, que já existiam muitos em museus nacionais.

Como a escavação aconteceu no início da Segunda Guerra Mundial, os itens da pesquisa foram guardados no subsolo de Londres, dentro de túneis do sistema ferroviário da cidade.

Edith, a principal responsável pela descoberta, fez questão de doar todos os artefactos ao British Museum gratuitamente como uma forma de enaltecer o patriotismo durante a guerra.

O Tesouro de Sutton Hoo foi mostrado ao público pela primeira vez nove anos após a morte de Edith. O nome de Basil Brown não foi mencionado. Só recentemente é que foi reconhecida a contribuição única de Basil Brown na arqueologia. O seu nome surge ao lado do de Edith, na exposição permanente do British Museum.



Fonte: Netflix | Aventuras na História


MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

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