quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Holocausto de Pessoas com Deficiências Físicas e/ou Mentais

Crianças que pertenceram ao Programa Aktion T4
Fonte: Factos Desconhecidos

O Holocausto foi iniciado com a morte de quatro pessoas com deficiência pelos nazis durante o programa Aktion T4.

Este programa de eugenismo e assassinato foi executado na Alemanha nazi quando médicos assassinaram centenas de pessoas consideradas por eles "incuravelmente doentes", por meio de exames médicos feitos por eles próprios, inclusivo pessoas com deficiência física e síndrome de Down.

Isto aconteceu, oficialmente, de setembro de 1939 a agosto de 1941, mas continuou de modo extraoficial até ao fim do regime nazi, em 1945.

Alguns dados apontam que durante o Holocausto 70 273 pessoas foram mortas, mas no Julgamento de Nuremberg foram encontradas evidências que os médicos alemães e austríacos continuaram a morte de doentes depois de outubro de 1941 e que cerca de 275 mil pessoas foram assassinadas sob este programa.

Pesquisas mais recentes, em arquivos recuperados após os anos 90 indicam que pelo menos 200 mil pessoas com deficiência física ou intelectual foram mortas ou por medicação, fome ou nas câmaras de gás entre 1939 e 1945.

Haviam seis centros psiquiátricos de extermínio: Bernburg, Centro de Brandenburg, Centro de Grafeneck, Centro de Hadamar, Centro de Hartheim e Centro de Sonnenstein.

Em 1939, os pais de uma criança severamente deformada, nascida perto de Leipzig, na Alemanha, escreveu a Hitler a pedir permissão para que o seu filho fosse condenado à morte. Hitler aprovou e autorizou a criação do "Comité do Reich para o Registo Científico de Doenças Hereditárias e Congénitas", liderado por Karl Brandt, o seu médico pessoal, administrado por Herbert Linden do Ministério Interior e Viktor Brack SS-Oberführer.
Karl Brandt (esquerda) e Viktor Brack (direita)
Fontes: Wikipédia

Vários métodos de engano foram usados para obter o consentimento, particularmente, nas áreas católicas, onde os pais eram, geralmente, não-cooperativos. Os pais foram informados de que os seus filhos estavam a ser enviados para "Secções Especiais" para as crianças, onde elas receberiam um tratamento melhor.

As crianças enviadas para esses centros eram mantidos para "avaliação" durante algumas semanas e depois mortas por injeção de produtos químicos tóxicos, tipicamente fenol, as suas mortes eram registadas como pneumonia.

As autópsias eram realizadas geralmente e eram retiradas amostras do cérebro para "investigação médica". Isto, aparentemente, ajudou a aliviar as consciências de muitos dos envolvidos, uma vez que lhes deu a sensação de que as crianças não morreriam em vão e que todo o programa tinha uma finalidade médica genuína.

Muitos pais suspeitavam do que estava realmente a acontecer, especialmente quando se tornou evidente que as instituições para crianças com deficiências estavam sistematicamente a ser esvaziadas e recusavam consentimento. Os pais foram avisados de que eles poderiam perder a custódia de todos os seus filhos e se isso não fosse suficiente, os próprios pais poderiam ser ameaçados a "cumprir com a obriagação".

A última criança a ser morta no âmbito do Aktion T4 foi Richard Jenne a 29 de maio de 1945, na enfermaria do Hospital Kaufbeuren-Irsee, na Baviera, mais de três semanas após as tropas dos EUA já terem ocupado a cidade.

Mas este programa não matou só crianças. Brandt e Bouhler logo desenvolveram planos para expandir o programa a adultos. Em julho de 1939, realizaram uma reunião com a presença do Dr. Leonardo Conti, o líder do Reich da Saúde e secretário estadual da saúde no Ministério do Interior e o Professor Werner Heyde, chefe do departamento médico da SS. Esta reunião tinha feito arranjos preliminares para um registo nacional de todas as pessoas institucionalizadas com doenças mentais ou deficiências físicas.
Dr. Leonardo Conti (esquerda) e Professor Werner Heyde (direita)

Os primeiros adultos com deficiência a serem mortos pelo regime nazi, no entanto, não eram alemães, mas sim polacos, os oficiais SS do Einsatzkommando 16 eliminou polacos de hospitais e asilos mentais em Wartheland, na Polónia.

Na área de Reichsgau Danzig-Prússia Ocidental, cerca de 7 mil presos polacos de várias instituições foram baleados, enquanto que 10 mil foram mortos na área da Gdynia. Foram tomadas medidas semelhantes em outras áreas da Polónia destinadas a serem anexadas à Alemanha.

Em Posen, centenas de pacientes foram mortos por meio de gás monóxido de carbono numa câmara de gás improvisada desenvolvida pelo Dr. Albert Widmann, químico chefe da Polícia Criminal Alemã (Kripo).
Dr. Albert Widmann
Fonte: Schmetterling Verlag

A ideia de matar os pacientes mentais "inúteis" logo se espalhou pela as áreas à volta da Polónia ocupada até à própria Alemanha.

Inicialmente os pacientes foram mortos por injeção letal, o mesmo método estabelecido para matar crianças, mas a lentidão e ineficiência deste método para matar adultos, que precisavam de doses maiores de medicamentos cada vez mais escassos e caros e que estavam mais propensos a precisar de contenção.

Hitler recomendou a Brandt que o gás monóxido de carbono fosse usado. No seu julgamento, Brandt descreveu isto como um "grande avanço na história da medicina". 

MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

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