terça-feira, 30 de julho de 2019

Barack Obama e o Avô

Barack Obama e o seu avô
Barack Obama nasceu a 4 de agosto de 1961, em Honolulu, no Hawai (EUA).

A sua mãe, Ann Dunham, era branca, de ascendência inglesa. O seu pai, Barack, nasceu em Nyang'oma Kogelo, no Quénia e era da etnia Iuo.

Os seus pais conheceram-se em 1960 numa aula de russo na Universidade do Hawai, em Manoa, onde o seu pai era um estudante bolsista.

Casaram-se a 2 de fevereiro de 1961, no Hawai, onde o casamento entre pessoas de "cores" diferentes não era proibido.

O casal separou-se no final de 1961, quando a sua mãe mudou-se com ele para estudar na Universidade de Washington, em Seattle durante um anos. Durante este período, o seu pai completou a sua formação em economia no Hawai em junho de 1962 e depois concluiu um mestrado em economia na Universidade Harvard.

Os seus pais divorciaram-se em março de 1964, o seu pai voltou ao Quénia e casou-se novamente, encontrando-se com o filho apenas mais uma vez antes de falecer num acidente de automóvel em 1982.

A sua mãe, em 1963, conheceu Lolo Soetoro, um estudante indonésio de pós-graduação em geografia na Universidade do Hawai, com quem se casou a 15 de março de 1965, em Molokai. A família, então, mudou-se para o país natal de Soetero em 1967, onde viveram inicialmente no sul de Jacarta e, em seguida, a partir de 1970, num bairro rico da área central da cidade.

Na imagem encontramos Barack Obama, antigo presidente dos EUA, e o seu avô materno Stanley Armour Dunham, no Havai, em 1965.

Barack Obama tornou-se num advogado e político norte-americano que foi o 44.º presidente dos EUA entre 2009 e 2017, sendo o primeiro afro-americana a ocupar o cargo.

MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

domingo, 28 de julho de 2019

Última Condenada à Morte em Ohio (EUA)

Betty Butler
Betty Evelyn Butler, nascida em 1928, viveu numa época em que a homossexualidade era considerada crime. Betty era casada com um pastor e tinha uma família, quando se envolveu com mulheres, ao ser descoberta o marido a pôs na rua e a proibiu de ver os filhos, porque a considerava uma pecadora.

Betty foi recebida em casa de Evelyn Clark, que em troca de cama e comida Evelyn exigia-lhe favores sexuais, apesar de ser uma mulher casada. Betty sentiu-se uma prostituta.

Betty estrangulou e afogou Evelyn Clark, de 35 anos, com testemunhas. De acordo com Betty, a mulher fez-lhe avanços sexuais, o que usou como defesa.

Foi condenada à morte e durante a sua prisão foi considerada educada, mas pouco amigável.

No dia 11 de junho de 1954, às 20 horas, Betty fez a sua última caminhada. Tinha 26 anos e estava vestida com um vestido rosa e preto. Tinha consigo um terço, sentou-se na cadeira elétrica e fez apenas um murmúrio silencioso. Foi declarada morta às 20h10.
Cadeira elétrica de Ohio onde morreram os condenados de 1897 a 1963
A sua última refeição foi ovos mexidos com queijo, uma torrada, dois copos de leite e um prato de damascos.

MZ

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sexta-feira, 26 de julho de 2019

O Assassinato do Médico pela Amante

Assassinato de Claude Tozer
Dorothy Mort foi uma mulher australiana que matou o seu amante, numa tentativa de homicídio seguido de suicídio.
Dorothy Mort
Dorothy terá ficado numa depressão profunda depois que o seu pai se suicidou. Então o marido de Dorothy, Harold, chamou um médico importante, Claude Tozer.
Claude Tozer
A depressão passou mas começou um caso com o médico, sem que o seu marido soubesse.

Claude terá dito a Dorothy que a relação estava terminada porque ele estava noivo de outra mulher. Dorothy caiu em depressão novamente, o que levou ao seu marido a chamar o médico novamente.

Então no dia 21 de dezembro depois de terem feito sexo pela última fez, Dorothy fez com que Claude se sentasse no sofá. Enquanto ele abria um "presente", Dorothy atirou duas vezes atrás da cabeça. Então abriu o colete de Claude, atirou no peito, fechou novamente o colete. Então tentou o suicídio, sobreviveu e foi presa.

Quando a polícia a levou, Dorothy declarou: "Se eu não puder tê-lo, nenhuma outra mulher o terá".

No julgamento a paciente, Dorothy Mort foi considerada inocente por insanidade, mas foi presa em Long Bay Gaol e libertada nove anos depois, voltou para o marido que a perdoou.

Dorothy Mort até aos 81 anos, falecendo em 1966.

MZ

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quarta-feira, 24 de julho de 2019

Ann Sothern

Ann Sothern
O seu verdadeiro nome era Harriette Arlene Lake.

Nasceu em Valley City, nos EUA, a 22 de janeiro de 1909.

Filha mais velha de Walter J. Lake e de Annette Yde-Lake. A sua mãe era cantora e o seu pai trabalhava com importações e exportações. Os seus pais se separaram quando tinha quatro anos.

Começou a ter aulas de piano aos cinco anos de idade. Estudou na McPhail School of Music, onde a sua mãe também deu aulas de piano.

Ann passou a acompanhar a sua mãe nas suas digressões quando o calendário escolar o permitia. Aos 11 anos, Ann tornou-se pianista consumada e cantava solos no coro da igreja.

Aos 14 anos estudava composições de piano e passou a estudar música.

Como adolescente passou a estudar no Minneapolis Central High School, e aparecia em inúmeras produções de teatro e dirigiu vários espetáculos. Durante os seus estudos no ensino médio, Ann entrou em competições anuais patrocinadas pelo Estado para compositores musicais estudantis e ganhou três anos seguidos.

Formou-se no ensino médio em 1926. A sua mãe mudou-se então para Los Angeles e Ann mudou-se com o pai para Seattle, onde frequentou a Universidade de Washington, desistiu depois de um ano.

Ao visitar a sua mãe na Califórnia, a sua mãe trabalhava nos estúdios da Warner Bros como treinadora vocal, então Ann ganhou um papel na revista Warner Bros, The Show of Shows.

Ann fez uns castings para a MGM e assinou um contrato de seis meses. Logo ficou frustrada por apenas aparecer em pequenos papéis.

Então conheceu Florenz Ziegfeld numa festa, este ofereceu-lhe um papel numa das suas produções. Quando a MGM decidiu não aceitar a sua opção, Ann mudou-se para a cidade de Nova Iorque.
Florenz Ziegfeld
Na Broadway, em 1931, Ann teve papéis principais no "Sweetheart dos Estados Unidos" e em "Todos os seus Bem-Vindos".

Em 1934, Ann assinou um contrato com a Columbia Pictures. Foi aqui que se passou a chamar Ann Sothern, quando Harry Cuhn mudou o seu nome, "Ann" foi em homenagem à sua mãe e "Sothern" foi escolhido por EH Sothern, um ator que fazia papéis de Shakespeare.

Em 1936 assinou pela RKO Radio Pictures e, depois de uma série de filmes que não conseguiram atrair o grande público, então deixou a RKO. Então assinou pela Metro-Goldwyn-Mayer (MGM).

Casou em setembro de 1936 com o ator e líder de banda, Roger Pryor. Separaram-se em setembro de 1941 e divorciaram-se em maio de 1943.
Ann Sothern e Roger Pryor
Menos de uma semana após o divórcio de Roger Pryor, Ann casou-se com o ator Robert Sterling. O casal teve uma filha, Patrícia Ann Sterling. O casal divorciou-se em março de 1949.
Robert Sterling e Ann Sothern (esquerda) e Ann Sothern e a filha, Patrícia (direita)
Com a MGM conseguiu o seu primeiro filme de sucesso "Maisie", substituindo Jean Harlow, que tinha falecido, no papel principal. Iniciando assim, uma sequência de filmes com a personagem "Maisie", conseguindo até um programa de rádio devido à popularidade dos filmes, apresentado de 1945 a 1947 chamado "The Adventures of Maisie".
Em 1949, participou no filme vencedor do Oscar, "A Letter to Three Wives", que rendeu boas críticas a Ann, mas não o suficiente para lançar a sua carreira novamente.
Filme "A Letter to Three Wives"
Durante os anos 50 fez alguns filmes, mas principalmente participou em programas de televisão. De 1953 a 1957 esteve na série de televisão "Private Secretary" e de 1958 a 1961 apresentou o programa "The Ann Sothern Show", que lhe rendeu um Emmy.

Ann contraiu hepatite infecciosa, o que a deixou agarrada à sua cama, onde continuou a trabalhar no programa de rádio "Maisie" enquanto se recuperava. Ann mais tarde disse que a sua doença tinha restaurado a sua fé. Converteu-se ao catolicismo romano em 1952.

Ao longo da sua carreira, Ann administrou várias empresas e empresas de produção. Na década de 50, abriu o Centro de Costura Ann Sothern em Sun Valley, que vendia tecidos, padrões e máquinas de costura. Ann tinha também uma fazenda com gado em Idaho.

Além de atuar, prosseguiu a sua carreira musical, também. Tocava em clubes em Reno, Las Vegas. No final da década de 50, lançou "Sothern Exposure", o seu primeiro álbum em 1958.

Em 1974, Ann ficou ferida quando uma árvore falsa lhe caiu nas costas durante as produções. O acidente a deixou com uma vértebra lombar fraturada e os nervos danificados nas pernas. As suas lesões exigirão hospitalizações.

Ann ganhou uma quantidade considerável de peso. Além da dor física, Ann passou a ter depressão. No resto da sua vida, passou a sofrer de dormência nos pés e precisava de bengala para caminhar.

Ann tem duas estrelas no Passeio da Fama de Hollywood, em relação aos filmes está em 1612 Vine Street e a da televisão está em 1634 Vine Street.

Faleceu a 15 de março de 2001, devido a insuficiência cardíaca na sua casa em Ketchum, nos EUA, aos 92 anos de idade. Foi enterrada no Cemitério Ketchum.

MZ

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segunda-feira, 22 de julho de 2019

Mário Soares

Mário Soares
De nome completo Mário Alberto Nobre Lopes Soares, nasceu em Lisboa, a 7 de dezembro de 1924.

Foi o segundo filho do professor e antigo sacerdote João Lopes Soares e de Elisa Nobre Baptista. Os seus pais só se casaram quando Mário tinha 10 anos, devido às obrigações eclesiásticas do seu pai.
Mário Soares com os pais: João Soares e Elisa Baptista
Mário Soares licenciou-se em Histórico-Filosóficas, não lhe foi permitido ingressar no ensino público ou particular, juntou-se aos país na gerência do Colégio Moderno, atividade em que seria depois sucedido pela sua mulher, Maria de Jesus Barroso e, posteriormente, pela sua filha, Isabel Soares.

Nos finais dos anos 1950, conseguiu obter a licença para exercer a função de professor do ensino particular, licença que lhe foi concedida pelo Ministro Francisco de Paula Leite Pinto.
Mário Soares com a sua turma do Colégio Moderno do 4.º ano de 1955-56
Como advogado, estagiou com Leopoldo do Vale, tendo parceria com Gustavo Soromenho e Pimentel Saraiva, especialistas em Direito Fiscal. Mais tarde juntar-se-iam Vasco da Gama Fernandes e Manuel Castilho. Mário Soares terá dito que o seu maior sucesso como advogado foi quando representou Maria Cristina de Mello contra os irmãos, na disputa por ações da CUF, vencendo em juízo o professor Marcello Caetano.
Maria Cristina de Mello
Participou em numerosos julgamentos, defendendo presos políticos, realizados no Tribunal Plenário e no Tribunal Militar Especial. Representou, nomeadamente, Álvaro Cunhal e Octávio Pato, quando acusados de crimes políticos, e a família de Humberto Delgado na investigação do seu alegado assassinato pela PIDE, o que deu a Mário uma certa visibilidade internacional.
Álvaro Cunhal (esquerda) e Octávio Pato (direita)
Juntamente com Adelino da Palma Carlos defendeu também a causa dinástica de D. Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança.
D. Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança
A sua família tinha uma tradição republicana e oposicionista. O pai de Mário Soares era republicano convicto e ocupou vários cargos depois da implantação da República. A atividade política de Mário Soares levá-lo-ia por 12 vezes para a prisão.

Estava preso quando casou por procuração, embora com registo na 3.ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa, a 22 de fevereiro de 1949, com a atriz Maria Barroso.
Mário Soares e a mulher, Maria Barroso
O casal teve dois filhos: João Barroso Soares e Isabel Barroso Soares.
Mário Soares com a mulher, Maria, e os dois filhos, João e Isabel
Por influência de Álvaro Cunhal, Mário aderiu em 1943 ao Movimento de Unidade Nacional Antifascista (MUNAF), estrutura ligada ao Partido Comunista Português (PCP), e integrou a partir de 1946 a Comissão Central do MUD (Movimento de Unidade Democrática), sob a presidência de Mário de Azevedo Gomes, tendo sido nesse âmbito co-fundador do MUD Juvenil e membro da sua primeira Comissão Central.

Em 1949 foi secretário da Comissão Central da candidatura do General Norton de Matos à Presidência da República. Obrigado pela direção do PCP a confessar ao velho General que estava a colaborar na Comissão Central da candidatura em representação dos comunistas, Norton de Matos quis afastá-lo totalmente de qualquer atividade na campanha. Devido à interferência de Mário de Azevedo Gomes, acabou por aceder e mantê-lo na estrutura, mas sem responsabilidades de facto.
General Norton de Matos (esquerda) e  Mário de Azevedo Gomes (direita)
No início dos anos 1950, Mário Soares acaba por romper com o MUD e em definitivo com o PCP, por não se rever nem na linguagem, nem na metodologia.

Afastado do PCP, Soares fundou em 1955 a Resistência Republicana e Socialista, reunindo outros elementos vindos daquele partido, da União Socialista, entre outros.

Foi em nome da Resistência Republicana e Socialista que Mário Soares entrou em 1956 para o Directório Democrato-Social, a convite de Armando Adão e Silva.

Em 1958 pertenceu à comissão de honra da candidatura do General Humberto Delgado à Presidência da República.
General Humberto Delgado
Em 1961 foi redator e signatário do Programa para a Democratização da República.

Candidatou-se a deputado à Assembleia Nacional do Estado Novo, nas listas da Oposição Democrática, em 1965, pela CDE.

Durante as 12 vezes que esteve preso, cumpriu um total de cerca de três anos de cadeia, foi deportado sem julgamento para a Ilha de São Tomé, em 1968, após divulgar a um jornalista do Sunday Telegraph um caso de prostituição que envolvia membros do Governo e homens de negócios próximos do regime de Salazar, conhecido como Ballet Rose. Esta deportação despertou a atenção da comunicação social internacional.
Três fotografias de Mário Soares para o cadastro, pela PIDE em 1949
No período a seguir à morte de Salazar, o sucessor deste na Presidência do Conselho, Marcello Caetano, dita o regresso de Soares à metrópole, na madrugada de 9 de novembro de 1968.

Nesta altura, afirma a sua oposição contra o socialismo totalitário que representava o comunismo e chega a ser acusado de denunciar comunistas à PIDE.

Apresenta-se de novo candidato à Assembleia Nacional, no Círculo de Lisboa, pela CEUD - Comissão Democrática da Unidade Eleitoral, agrupando os socialistas anticomunistas da Ação Socialista Portuguesa, monárquicos constitucionais, da Comissão Eleitoral Monárquica e católicos antifascistas.

Em julho de 1970 é chamado à PIDE, onde lhe é feito um ultimato, para abandonar o país ou então seria preso. É então que resolve exilar-se na França.

Na França deu conferências nas universidades de Paris VIII e Paris IV, e igualmente professor convidado na Faculdade de Letras da Universidade da Alta Bretanha, em Rennes, que décadas depois lhe atribuiu o grau de doutor honoris causa.

Foi também consultor jurídico no Banco Franco-Português. Fazia uma intervenção política em França através da imprensa estrangeira e da captação de apoios internacionais.

Ainda na França, em 1972, foi à loja maçónica parisiense "Les Compagnons Ardents" pedir apoio para a luta política contra o Estado Novo e ingressou na maçonaria, segundo ele próprio, optando depois por ficar "adormecido".

Três dias depois da Revolução dos Cravos, volta a Portugal do exílio, no dia 28 de abril de 1974, no chamado "Comboio da Liberdade". Viajou acompanhado da mulher e por Manuel Tito Morais e Francisco Ramos da Costa.
Chegada de Mário Soares do exílio, vindo no comboio conhecido por "Comboio da Liberdade"
Dois dias depois, Mário Soares esteve presente no Aeroporto da Portela, na chegada a Lisboa de Álvaro Cunhal. A 1 de maio de 1974, nas primeiras comemorações do Dia do Trabalhador após o 25 de Abril, e ainda que tivessem ideias políticas diferentes, subiram de braços dados, pela primeira e última vez, as ruas da Baixa Pombalina e a Avenida da Liberdade.
Mário Soares junto de Álvaro Cunhal - 1 de maio de 1974
Durante o período revolucionário ficou conhecido como PREC. Mário Soares afirma-se como o principal líder civil do campo democrático, tendo conduzido o Partido Socialista à vitória nas eleições para a Assembleia Constituinte de 1975.

Tornou-se Ministro dos Negócios Estrangeiros, de maio de 1974 a março de 1975, e um dos impulsionadores da independência das colónias portuguesas, tendo sido responsável por parte desse processo.

A partir de março de 1977, colaborou no processo de adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia (CEE), vindo a subscrever, como Primeiro-Ministro, o Tratado de Adesão, a 12 de junho de 1985.

Foi Primeiro-Ministro de Portugal em:
  • I Governo Constitucional entre 1976 e 1977
  • II Governo Constitucional em 1978
  • IX Governo Constitucional entre 1983 e 1985
Como Presidente da República de Portugal esteve no poder entre 1986 e 1996, durante dois mandados de cinco anos.
Retrato oficial do Presidente da República Mário Soares - obra de Júlio Pomar - encontra-se no Museu da Presidência da República 
Em dezembro de 1995, assumiu a presidência da Comissão Mundial Independente Sobre os Oceanos e foi escolhido em setembro de 1997 para a presidência do Comité Promotor do Contrato Mundial da Água.

Também em 1997, assumiu a presidência da Fundação Portugal África e a presidência do Movimento Europeu Internacional, uma ONGD cuja fundação remonta ao pós-Segunda Guerra Mundial e que foi impulsionadora da fundação do Conselho da Europa, em 1949.

Em 1999, três anos após terminar o seu mandato como Presidente, foi cabeça-de-lista do PS (Partido Socialista) às eleições europeias de 1999. Uma vez eleito foi logo de seguida candidato a presidente do Parlamento Europeu, mas perdeu a eleição para Nicole Fontaine.

Surpreendeu Portugal, em 2005, em entrar na disputa para o cargo de Presidente da República. Foi então, aos 81 anos, o segundo candidato anunciado, após Jerónimo de Sousa (candidato do PCP).
Mário Soares na apresentação do manifesto eleitoral, no Hotel Ritz em 2005
O motivo para a sua candidatura foi para impedir que José Sócrates, então secretário-geral do PS tivesse de apoiar o candidato Manuel Alegre. Na eleição presidencial, realizada a 22 de fevereiro de 2006, obteve apenas o terceiro lugar, com 14% dos votos, ficando inclusive atrás da candidatura de Manuel alegre, que acabou por não ter apoio partidário. Nestas eleições foi elegido como Presidente da República Aníbal Cavaco Silva com maioria absoluta.

Em 2007 foi nomeado presidente da Comissão de Liberdade Religiosa. Também presidia ao Júri do Prémio Félix Houphuët-Boigny, da UNESCO, desde 2010, e era patrono do International Ocean Institute, desde 2009 e até à sua morte.

A 11 de outubro de 2010 recebeu o Doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Lisboa aquando das comemorações do centenário da mesma, coincidindo com as comemorações do centenário da República Portuguesa.

Aos 89 anos de idade, foi eleito a personalidade do ano 2013 pela imprensa estrangeira, radicada em Portugal.

A 25 de abril de 2016, recebeu a chave de Lisboa, do Presidente da CML, Fernando Medina, a mais alta distinção atribuída pelo município a personalidades com relevância nacional e internacional.
Fernando Medina e Mário Soares, aquando da entrega da chave da cidade de Lisboa a Mário Soares - 2016
Morreu às 15h28 do dia 7 de janeiro de 2017, aos 92 anos de idade, no Hospital da Cruz Vermelha, em São Domingos de Benfica, em Lisboa, onde estava internado, em coma profundo, desde 13 de dezembro de 2016, após um longo período de doença, que se agravou após a morte da sua mulher, a 7 de julho de 2015.
Assinatura de Mário Soares


MZ

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domingo, 21 de julho de 2019

Leão de cobertor



Leão Lambert é um leão criado em cativeiro que não consegue dormir sem o seu cobertor.

Tudo começou quando Lambert era ainda um bebé leão africano que foi preso ilegalmente por uma família do Texas, que o criava como um animal de estimação.

Lambert foi resgatado por uma organização de defesa dos animais, a In-Sync Exotics Wildlife Rescue and Educational Center.

Lambert tinha sido comprado como presente para os filhos do seu antigo dono, que tinham dois e três anos, que, após assistirem ao filme "Rei Leão" pediram incessantemente um "Simba".

Além da ilegalidade da compra, ao fim de três meses, a família cansou-se do animal e foi aí que entrou a Vicky Keahey, fundadora da entidade que salvou o leão: "Tínhamos ouvido do dono que Lambert dormia na cama com o avô. Então arranjei-lhe um cobertor para ele, e coloquei-o num canto da cerca. Aí ele se enrolou no cobertor e adormeceu. A partir desse dia, dou-lhe sempre o cobertor."


Fonte: Hypeness

MZ

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quinta-feira, 18 de julho de 2019

Milagre dos Andes

Sobreviventes do acidente na Cordilheira dos Andes
A 13 de outubro de 1972 caiu o avião da Força Aérea Uruguaia 571, na Cordilheira dos Andes. O avião dirigia-se para o Chile.

A viagem tinha começado no dia anterior mas o clima forçou a uma escala durante a noite em Mendoza (Argentina). Assim, os pilotos teriam que voar para o sul de Mendoza paralelo aos Andes, em seguida, virar a oeste em direção às montanhas, atravessar as montanhas e emergir do lado chileno do sul dos Andes de Curico antes de finalmente voltar para norte e iniciar a descida para Santiago, depois de passar Curico.
Avião da Força Aérea Uruguaia 571 antes do acidente
Depois de retomar o voo na tarde de 13 de outubro, o avião voava através da passagem nas montanhas. O piloto, notificou os controladores aéreos que estava sobre Curicó, no Chile, e foi autorizado a descer. Isto viria a ser um erro fatal. Visto que a passagem estava encoberta pelas nuvens, os pilotos tiveram que se fiar segundo o tempo normalmente necessário para atravessar a passagem.

No entanto, erraram ao não terem em conta os fortes ventos de proa que em última análise, atrasaram o avião aumentando o tempo necessário para completar a travessia. Não foram longe. Como resultado, a curva e descida foram iniciados muito cedo, antes que o avião tivesse passado através das montanhas, levando a um voo controlado contra o solo.
Foto de momentos antes do acidente
Mergulhando na cobertura de nuvens enquanto ainda sobre as montanhas, o avião caiu num pico sem nome (mais tarde batizado Cerro Seler), localizado entre Cerro Sosneado e Tinguiririca Volcán. O avião acertou um pico a 4200 metros, simplesmente

No voo fretado viajava 45 pessoas, incluindo uma equipa de rugby, os seus amigos, familiares e associados.

Das 45 pessoas abordo, 12 morreram no acidente ou pouco depois, incluindo o piloto, outros cinco morreram na manhã seguinte, incluindo o copiloto, e mais uma faleceu ao oitavo dia pelos ferimentos.

Os restantes 27 enfrentaram sérias dificuldades em sobreviver ao congelamento no alto das montanhas. Muitos estavam feridos, incluindo pernas partidas nos bancos do avião.

Os sobreviventes não tinham equipamentos, tais como roupas para o frio e calçado adequados para a zona, óculos de proteção, um dos sobreviventes, Adolfo Strauch criou um par de óculos de sol usando os para-sóis da cabine do piloto que o ajudou a proteger os olhos.

Mais grave, não tinham qualquer tipo de material médico, havia um estudante de segundo ano de medicina a bordo que sobreviveu e ajudou a improvisar talas e aparelhos com peças recuperadas do que restou do avião.
Sobreviventes na fuselagem do avião
Haviam grupos de busca de três países a procurar pelo avião. No entanto, a cor do avião ao ser branca, confundia-se com a neve, tornando-se praticamente invisível do céu. A busca foi encerrada depois de oito dias.

Os sobreviventes tinham encontrado um pequeno rádio no avião e Roy Harley ouviu a notícia de que as buscas foram terminadas no seu 11º dia na montanha. As pessoas ao saberem disto agruparam-se em volta de Roy, começaram a chorar e a rezar.

Os sobreviventes tinham à sua disposição poucos alimentos, apenas algumas barras de chocolate, lanches e um garrafão de vinho. Durante os dias seguintes ao acidente, dividiram-se esses alimentos em quantidades muito pequenas. Derretiam a neve ao sol, colocavam em garrafas de vinho vazias. Mesmo com o racionamento rigoroso, o stock de alimentos acabou rapidamente. Além disso, não havia vegetação natural ou animais na montanha que estava coberta de neve.

Assim, o grupo sobrevivente, coletivamente, tomou a decisão de comer a carne dos corpos dos seus companheiros mortos. Esta decisão não foi fácil de se tomar, dado que a maioria eram colegas e amigos próximos.

Nando Parrado, um dos sobreviventes, em 2006, no seu livro Miracle in Andes: 72 Days on the Mountain and My Long Trek Home comentou: "Em altitudes elevadas, as necessidades calóricas do organismo são astronómicas... estávamos a morrer à fome mesmo, sem nenhuma esperança de encontrar comida, mas a nossa fome tornou-se voraz que procuramos qualquer coisa... uma e outra vez que percorri a fuselagem à procura de migalhas. Tentamos comer tiras de couro rasgados de peças de bagagem, embora soubéssemos que os produtos químicos com que tinham sido tratados nos fariam mais mal do que bem. Rasgamos almofadas de assento na esperança de encontrar palha, mas encontramos apenas espuma do estofamento não comestível... Uma e outra vez cheguei à mesma conclusão: a menos que comesse as roupas que trazia vestidas, não havia nada além de alumínio, plástico, gelo e rocha."

Todos os passageiros eram católicos. Alguns igualaram o ato de "canibalismo" ao ritual da Santa Comunhão. Outros inicialmente tinham muitas reservas, mas depois de perceberem que era a única forma de sobrevivência e mudaram de ideias no fim de alguns dias.

A 29 de outubro, oito dos sobreviventes faleceram devido a uma avalanche em cascata que os atingiu enquanto dormiam na fuselagem. Durante três dias, sobreviveram num espaço assustadoramente confinado visto que o avião ficara enterrado sob vários metros de neve.

Nando Parrado foi capaz de fazer um buraco no teto da fuselagem com uma vara de metal, proporcionando ventilação.

Antes da avalanche, alguns dos sobreviventes começaram a insistir que o seu único modo de sobreviver seria escalar as montanhas e procurar por ajuda. Devido à afirmação do co-piloto de que o avião teria passado por Curico, o grupo assumiu que a zona campestre chilena estava apenas a alguns quilómetros a oeste. Na realidade, o avião caiu sobre a Argentina.

Nas primeiras semanas após o acidente houve várias "expedições" breves nas imediações do avião, mas os expedicionários concluíram que uma combinação de doença, desidratação, cegueira da neve, desnutrição e o frio extremo das noites faria a escalada de qualquer distância significativa uma tarefa impossível.

Um grupo de expedicionários foi escolhido, sendo-lhe destinadas então, as maiores porções de alimento, roupas mais quentes, e a dispensa do trabalho manual diário em torno do local do acidente, essencial para a sobrevivência do grupo, para que eles pudessem "guardar" a sua força.

Embora vários sobreviventes estivessem determinados a estar na equipa da expedição outros estavam menos dispostos ou inseguros das suas condições de suportar o esforço físico.

Os escolhidos foram Nando Parrado, Roberto Canessa, o estudante de medicina, Turcatti Numa e Antonio Vizintin.

Por insistência de Canessa, os expedicionários esperaram quase sete semanas, para permitir a chegada da primavera e, com ela, temperaturas mais altas. Embora os expedicionários esperassem chegar ao Chile, inicialmente caminharam para leste.

Depois de várias horas, encontraram a cauda do avião, praticamente intacta. Dentro e ao redor da cauda, foram encontradas várias malas dos passageiros, com doces, cigarros, roupas limpas e até mesmo revistas de banda desenhada. O grupo decidiu acampar aí nessa noite e continuar a caminhada na manhã seguinte.

No entanto, na segunda noite da expedição, e a primeira a dormir ao relento, exposto ao frio, o grupo quase congelou até à morte. Depois de algum debate na manhã seguinte, decidiram que seria mais prudente voltar à cauda, retirar as pilhas do avião e levá-las para a fuselagem para que eles pudessem ligar o rádio e fazer uma chamada SOS para Santiago e obter ajuda.

Ao voltar para a cauda, o grupo descobriu que as baterias eram muito pesadas para levar para a fuselagem, então decidiram que seria mais fácil voltar à fuselagem e desconectar o sistema de rádio de grande porte elétrica do avião, levá-la até à cauda, conectá-lo nas baterias e pedir ajuda de lá. Por desconhecimento dos membros do grupo esse esforço era inútil porque o sistema elétrico do avião era AC e o das baterias da cauda era DC. Depois de vários dias a tentar fazer o rádio funcionar, o grupo desistiu, porque os cabos não se encaixavam ao rádio.

Depois tornou-se evidente que a única saída seria a de subir às montanhas a oeste. No entanto, eles também perceberam que a menos que eles encontrassem uma maneira de sobreviver à temperatura congelante da noite, uma caminhada seria impossível. Foi ai que surgiu a ideia do saco de dormir.

Nando Parrado, no seu livro Miracle in Andes: 72 Days on the Mountain and My Long Trek Home, comentou: "O segundo desafio seria o de nos protegermo-nos da exposição, especialmente após o anoitecer. Nesta época do ano podemos esperar temperaturas diurnas bem acima de zero, mas as noites ainda estavam frias o suficiente para nos matar, e nós sabíamos, agora que nós não poderíamos esperar encontrar abrigo na encosta aberta. Precisávamos de uma maneira de sobreviver a longas noites sem congelar, e golpearmos o isolamento acolchoado que estava na cauda do avião, deu-nos a nossa solução... como nós pensamos em conjunto sobre a viagem, percebemos que poderíamos costurar os patches juntos para criar uma grande colcha quente. Então percebemos que dobrando o edredom no meio e costurar as costuras juntos, poderíamos criar um saco-cama grande o suficiente para todos os expedicionários dormirem dentro. Com o calor dos três corpos presos pelo pano de isolamento, seriamos capazes de resistir às noites frias. Carlitos Páez aceitou o desafio. A sua mãe tinha-lhe ensinado a costurar quando era pequeno, e com a agulha e linha a partir do kit de costura encontrado numa bolsa de cosméticos da sua mãe, ele começou a trabalhar. Carlitos ensinou os outros a costurar e fomos nos substituindo. Coche Inciarte, Gustavo Zerbino e Fito Strauch acabaram por ser os nossos melhores alfaiates e mais rápidos."

Depois de concluído o saco-cama outro sobrevivente do acidente, Turcatti uma, morreu devido aos seus ferimentos. Então os três expedicionários deixaram a montanha a 12 de dezembro.

A 12 de dezembro de 1972, cerca de dois meses após o acidente, Parrado, Canessa e Vizintín começaram a sua viagem até à montanha. Parrado assumiu a liderança e muitas vezes teve que ser aconselhado a desacelerar, embora o escasso oxigénio tornasse a situação difícil para todos.

No terceiro dia da caminhada, Parrado chegou ao topo da montanha. Quando olhou lá de cima só conseguia ver mais montanhas. Ele tinha acabado de subir a uma das montanhas que formam a fronteira entre a Argentina e o Chile, o que significava que eles estavam a dezenas de quilómetros do vale vermelho do Chile.

No entanto, recusou-se a desistir. Sabendo que a caminhada exigiria mais energia do que eles tinham planeado, Parrado e Canessa enviaram Vizintín de volta ao local do acidente, pois estavam a esgotar rapidamente as rações. Já que o retorno foi inteiramente para baixo, ele demorou apenas uma hora para voltar à fuselagem usando um trenó improvisado.

Parrado e Canessa caminharam por mais alguns dias. Primeiro, foram capazes de realmente de chegar ao vale estreito que Parrado tinha visto no topo da montanha, onde encontraram o leito do rio Azufre. Seguiram o rio, aos poucos foram aparecendo sinais de presença humana, e finalmente no 9º dia encontraram algumas vacas.

Quando descasaram nessa noite, Canessa parecia incapaz de continuar. Quando Parrado estava a apanhar madeira para fazer uma fogueira, Canessa viu o que lhe parecia ser um homem num cavalo do outro lado do rio e gritou. Nando e Canessa tentaram explicar o que se passava, mas o barulho do rio tornou a comunicação difícil. Um dos cavaleiros, um chileno, Sergio Catalan, gritou: "Amanhã".

Eles souberam então que seriam salvos, e permaneceram essa noite junto ao rio.

Durante o jantar, Sergio Catalan discutiu o que tinha visto com outros hóspedes de um pequeno rancho de verão chamado Los Maitenes. E um deles mencionou que a algumas semanas at´ras, o pai de Carlos Paez, estava desesperado à procura de alguma notícia sobre o avião. Mas ninguém imaginava que haveria ainda pessoas vivas.

No dia seguinte, Catalan levou alguns pães e voltou à margem do rio. Lá encontrou os dois homens, de joelhos a pedir ajuda. Catalan atirou o pão, que eles imediatamente comeram, e uma caneta e papel amarrado a uma pedra.

Parrado então escreveu a nota onde falou sobre a queda do avião: "Venho de um avião que caiu nas montanhas. Sou uruguaio. Fazem dez dias que estamos a caminhar. Tenho um amigo ferido aqui. No avião há 14 pessoas feridas. Temos que sair rápido daqui e não sabemos como. Não temos comida. Estamos debilitados. Quando vão nos buscar? Por favor. Não podemos nem caminhar. Onde estamos?"

Na parte de trás, uma última nota, com batom: "Quando é que ela vem?"

Então, amarrou o papel a uma pedra e atirou de volta a Catalan, que leu e deu-lhes um sinal de que tinha compreendido.
Catalan com Parrado e Canessa
Catalan andou, por várias horas, a vavalo, no sentido oeste para trazer ajuda. Durante a viagem ele viu outro homem na outra margem do rio e pediu-lhe para chegar até aos dois homens e trazê-los para Los Maitenes.

Catalan seguiu o rio até ao cruzamento com o rio Tinguiririca, onde, depois de passar uma ponte, foi capaz de chegar a um percurso estreito que ligava a vila de Puente Negro à estância de férias das Termas del Flaco. Ali em fez um caminhão parar e chegar à estação da polícia em Puete Negro, onde a notícia foi finalmente enviada para o comando do Exército em San Fernando e depois para Santiago. Enquanto isso, Parrado e Canessa foram resgatados e levados para Los Maitenes, onde se alimentaram e descansaram.

Na manhã seguinte, a expedição de resgate deixou Santiago, e após uma paragem em San Fernando, seguiu para leste. Dois helicópteros tiveram que voar no meio do nevoeiro, mas chegou a um lugar perto de Los Maitenes apenas quando Parrado e  Canessa passavam a cavalo, indo para Puente Negro.

Nando Parrado foi recrutado a voar de volta para a montanha para ajudar os helicópteros a chegar ao local do acidente.

A notícia de que pessoas tinham sobrevivido ao acidente de 13 de outubro do voo da Força Aérea Uruguaia 571 também chegou à imprensa internacional, e vários repórteres começaram a aparecer ao longo da rota estreita de Puente Negro e Termas del Flaco.

A quase 4 mil metros de altura, rodeados e presos de neve, sem comida, sem água, sem roupas apropriadas e suportando temperaturas abaixo dos -30ºC, estas pessoas sobreviveram.

Na manhã do dia em que o resgate começou, aqueles que permaneceram no local do acidente ouviram no seu rádio que Parrado e Canessa tinham conseguido encontrar ajuda e naquela tarde de 22 de dezembro de 1972, dois helicópteros de resgate iriam chegar.

No entanto, a expedição com Parrado a bordo não foi capaz de chegar ao local do acidente naquela tarde. Na verdade o tempo estava muito mau e os dois helicópteros foram capazes de resgatar apenas metade dos sobreviventes.

Os helicópteros partiram, deixando a equipa de resgate e os sobreviventes no local do acidnete para mais uma vez dormirem na fuselagem, até que uma segunda vaga de resgate começasse na manhã seguinte. A segunda expedição começou ao amanhecer do dia 23 de dezembro e todos os restantes sobreviventes foram resgatados.

Todos foram levados para hospitais em Santiago e tratados para doença de altura, desidratação, queimaduras, ossos partidos, escorbuto e desnutrição.

Um mês depois, uma expedição por terra e ar chega ao local do acidente. Os restos mortais dos falecidos foram enterrados num local a meia milha do avião, sem o risco de avalanches. No túmulo foi colocada uma cruz de ferro em homenagem às vítimas, com a gravação: "Os irmãos uruguaios ao mundo" e "Mais perto, meu Deus, de Ti". O que restou da fuselagem foi queimado para impedir curiosos.
Memorial às vítimas
Todos os verões, centenas de pessoas de todo o mundo visitam o local como uma forma de prestar homenagem às vítimas e aos sobreviventes, e tentar perceber a magnitude do acontecimento.

Sobre este acontecimento existem vários livros e filmes a contarem a história como:
- Livro Entre mi Hijo y Yo, La Luna (2000), de Carlos Páez Vilaró
- Livro Miracle in Andes: 72 Days on the Mountain and My Long Trek Home (2006), de Nando Parrado
- Filme Supervivientes de los Andes (1976)
- Filme Vivo (1993)
- Filme Alive: Back to the Andes (2006)

Em 2007, Sergio Catalan foi entrevistado pela TV chilena sobre uma doença na perna que o iria paralisar, mas graças à imprensa, o agora Dr. Canessa e o círculo de sobreviventes dos Andes vieram em seu auxílio como uma forma de agradecimento pela sua valiosa ajuda. Roberto Canessa é atualmente um renomado cardiologista.

Em outubro de 2012 foram comemorados os 40 anos do acidente. Os sobreviventes viajaram ao Chile onde participaram em vários eventos de homenagem.

Javier Methol, o mais velho dos sobreviventes morreu a 4 de junho de 2015.

Cronologia do Acidente

Quinta-feira, 12 de outubro - Dia 0
- Avião parte com 40 passageiros e cinco tripulantes

Sexta-feira, 13 de outubro - Dia 1
- O avião cai às 15h32. Sete passageiros são ejetados e cinco morreram no acidente. Há 33 sobreviventes.

Sábado, 14 outubro - Dia 2
- Mais 5 pessoas morrem durante o dia e noite (mortos: 10, em falta: 7, sobreviventes: 28)

Sábado, 21 de outubro - Dia 9
- Susana Parrado morre (mortos: 11, desaparecidos: 7, sobreviventes: 27)

Domingo, 22 de outubro - Dia 10
- Através de um rádio, os sobreviventes descobrem que as buscas foram canceladas, e que todos foram dados por mortos. No mesmo dia os sobreviventes começam a praticar o antropofagismo (comer carne humana).

Sábado, 28 de outubro - Dia 12
- Uma expedição localiza 6 de 7 em falta (exceto Carlos Valeta) (mortos: 17, em falta: 1, sobreviventes: 27)

Terça-feira, 31 de outubro - Dia 17
- Oito pessoas mortas pela avalanche (mortos: 26, sobreviventes: 19)

Quarta-feira, 15 de novembro - Dia 34
- Arturo Nogueira morre. (mortos: 27, sobreviventes: 18)

Sábado, 18 de novembro - Dia 37
- Morre Rafael Echavarren (mortos: 28, sobreviventes: 17)

Segunda-feira, 11 de dezembro - Dia 60
- Numa Turcatti morre (mortos: 29, sobreviventes: 16)

Terça-feira, 12 de dezembro - Dia 61
- Antonio Vizintin, Parrado e Canessa iniciam a expedição para sair dos Andes e procurar ajuda. 

Quinta-feira, 15 de dezembro - Dia 63
- Três dias depois do início da expedição, Antonio Vizintin, Fernando Parrado e Roberto Canessa descobrem que a expedição de fuga deve demorar mais do que o esperado, Vizintin dá as suas roupas extras e alimento aos seus amigos e retorna à fuselagem. Parrado e Canessa prosseguem com a expedição. 

Quarta-feira, 20 de dezembro - Dia 69
- Sergio Catalán localiza Canessa e Parrado após 10 dias de caminhada.

Quinta-feira, 21 de dezembro - Dia 70
- Parrado e Canessa são salvos. (salvos: 2, sobreviventes: 14)

Sexta-feira, 22 dezembro - Dia 71
- Seis sobreviventes são resgatados. Os oito restantes terão de esperar mais uma noite (salvos: 8, sobreviventes: 8)

Sábado, 23 de dezembro - Dia 72
- Os oito sobreviventes são resgatados (salvos: 16)

Segunda-feira, 26 de dezembro - 4 dias após o resgate
- Primeira página do jornal de Santiago El Mercurio informa que todos os sobreviventes recorreram ao canibalismo. 

Quarta-feira, 28 de dezembro - 6 dias após o resgate
- Os sobreviventes realizam uma entrevista coletiva em que admitem o canibalismo.


MZ

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terça-feira, 16 de julho de 2019

Anúncio de perigo das mulheres lutarem pelos seus direitos



Anúncio do séc. XX alertando para o "perigo" das mulheres lutarem por direitos iguais.

Representava as sufragistas como uma ameaça aos valores familiares tradicionais.

MZ

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domingo, 14 de julho de 2019

Charutos Cubanos

Trabalhadora de uma fábrica de charutos a testar o produto, em Havana, Cuba em 1960

A origem do charuto é incerta. Concretamente, o mais antigo registo do charuto que existe é num vaso maia do século X, encontrado nas ruínas de Uaxactún, na Guatemala, que mostra uma pessoa a fumar folhas de tabaco enroladas com um barbante.

O charuto como o conhecemos hoje, foi criado em 1726. Antes disso, consumia-se o tabaco principalmente utilizando-se o cachimbo.

Nesse mesmo ano, de 1726, Israel Putman levou os primeiros charutos cubanos para os EUA, juntamente com sementes de tabaco cubano.

Inicialmente, o charuto era feito em Sevilha, em Espanha, a partir de tabaco cultivado em Cuba, no entanto, a partir de 1821, um decreto do rei espanhol Fernando VII permitiu a fabricação de charutos em Cuba.

Em 1840, Cuja já era o maior produtor de charutos do mundo. Surgiram as tradicionais marcas Partagas, H Upmann e Romeo y Julieta.

Também foram criadas fábricas de charuto nos EUA, no México, na República Dominicana e na Jamaica.

Reza a lenda que a ordem para o levante que resultou na independência de Cuba de Espanha, em 1898, foi levada dentro de um charuto.

Em 1959, com a Revolução Cubana, as fábricas de charuto cubanas fora estatizadas e a Cubatabaco (atual Habanos S.A.) foi criada. Muitos mestres na produção de charutos cubanos emigraram para outros países.

Em 1962, os EUA, em represália à orientação comunista do governo cubano, decretou o embargo económico aos produtos cubanos, prejudicando a exportação dos charutos cubanos. Diz-se, no entanto, que o presidente dos EUA, John Kennedy comprou uma boa quantidade de charutos cubanos para o seu stock pessoal, pouco antes de decretar a proibição.

MZ

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sexta-feira, 12 de julho de 2019

"La Persistencia de la Memoria"

Pintura "La Persistencia de la Memoria" de Salvador Dali de 1931
Trata-se de uma pintura de Salvador Dali, de 1931. Salvador conta que demorou duas horas para pintar a maior parte da obra, enquanto esperava pela sua esposa, Gala, voltar do teatro. 

"La Persistencia de la Memoria" é uma pintura a óleo sobre tela, com 24 x 33 cm de dimensão.

No dia em que pintou, Salvador sentia-se cansado e com uma leve dor de cabeça, não indo ao teatro com a sua mulher e amigos. Quando Gala chegou, Salvador mostrou-lhe a pintura, vendo na sua face a "contração inequívoca de espanto e admiração".

Salvador Dali então perguntou-lhe se dali a três anos ela se esqueceria daquela imagem, ao que ela respondeu: "ninguém poderia esquecê-la uma vez vista".

Na pintura desta-se quatro detalhes:
  • Relógios derretidos: um dia, sentando à mesa com os restos do jantar, Salvador Dali reparou que o seu queijo camembert tinha derretido e começa a espalhar-se pelas bordas do prato. Foi a imagem daquele queijo que deu ao pintor a ideia dos relógios derretidos.
  • Criatura bizarra: no plano central da obra, coberta por um relógio derretido está a caricatura do próprio Salvador Dali. As pestanas sugerem um grande olho fechado em estado de contemplação do sono ou da morte.
  • Litoral vazio: trata-se do litoral perto da casa de Salvador Dali em Port Lligat, em Barcelona. Percebe-se que o pintor ilumina os penhascos e o mar com uma luz transparente.
  • Formigas rastejantes: as únicas criaturas vivas no quadro são as formigas na parte de trás do relógio laranja e uma mosca no relógio derretido à esquerda. O pintor detestava formigas e as inclui neste quadro como um símbolo de putrefação.

A pintura encontra-se na coleção do Museu de Arte Moderna (MoMA) de Nova Iorque, nos EUA, desde 1934.

MZ

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quarta-feira, 10 de julho de 2019

Almada Negreiros

Almada Negreiros
José Sobral de Almada Negreiros, mais conhecido por Almada Negreiros, nasceu em Trindade, em São Tomé e Príncipe, a 7 de abril de 1893.

Filho de António Lobo de Almada Negreiros, um tenente de cavalaria e da sua mulher, Elvira Sobral de Almada Negreiros.
Pai de Almada Negreiros, António Lobo de Almada Negreiros
Passou os primeiros anos da sua infância em São Tomé. Em 1900, o seu pai é nomeado encarregado do Pavilhão das Colónias na Exposição Universal de Paris, Almada e o seu irmão, António, foram colocados no Colégio Jesuíta de Campolide, em Lisboa, onde ficariam até à extinção do colégio, em 1910.

Depois de uma breve passagem pelo Liceu de Coimbra, em 1911, matricula-se na Escola Internacional, em Lisboa, onde a frequenta até 1913.

Em 1911, publica os seus primeiros desenhos e caricaturas, no ano seguinte redige e ilustra de forma integral o jornal manuscrito A Paródia e expõe na I Exposição dos Humoristas Portugueses.

Em 1913, expõe individualmente pela primeira vez, na Escola Internacional, onde apresenta 90 desenhos. Tem contacto com Fernando Pessoa na sequência da crítica à exposição que este pública em A Águia.
Fernando Pessoa
Também em 1913, participa na II Exposição dos Humoristas Portugueses, colabora como ilustrador em jornais, escreve a sua primeira obra poética, prepara o primeiro projeto de bailado e desenha o primeiro cartaz.

Em 1914, colabora como diretor artístico no semanário monárquico Papagaio Real.
Semanário monárquico "Papagaio Real"
Escreve a novela "A Engomadeira" em 1915, que é publicada em 1917. Escreve também, o poema "A Cena do Ódio", publicado parcialmente em 1923. Colabora no primeiro número da Revista Orpheu e publica o Manifesto Anti-Dantas e por extenso.
1.º Nº da Revista "Orpheu" (esquerda) e "Manifesto Anti-Dantas e por extenso" de Almada Negreiros (direita)
Participa na exposição da Galeria das Artes de José Pacheko em 1916. Publica o manifesto de apoio à I Exposição de Amadeo de Souza-Cardoso, em Lisboa, tornando-se num dos primeiros defensores da sua obra em território nacional. Segundo Almada Negreiros: "Amadeo de Souza-Cardoso é a primeira Descoberta de Portugal na Europa no século XX".
Amadeo de Souza-Cardoso
Almada Negreiros convivia com Santa-Rita, um pintor que proclamava ter sido encarregue por Marinetti de difundir em Portugal os manifestos do futurismo, esta aliança foi uma impulsionadora do período áureo do futurismo português.
Santa-Rita
Em 1917, realiza no Teatro da República, a conferência Ultimatum Futurista às Gerações Portuguesas do Século XX, neste mesmo ano colabora no único número da revista Portugal Futurista e publica a novela "K4 O Quadrado Azul".
"K4 O Quadrado Azul" de Almada Negreiros de 1917
Faz um pacto com Amadeo e Santa-Rita em que todos se comprometem a estudar os Painéis de São Vicente de Fora, de Nuno Gonçalvez.
Painéis de São Vicente de Fora, de Nuno Gonçalvez
Influenciado pela chegada dos Ballets Russes de Diaghilev a Lisboa, em 1918, lidera o grupo de bailado de Helena Castelo Melhor, colaborando em produções de algum amadorismo nas quais é argumentista, coreógrafo, figurinista, diretor de bailado e, por vezes, bailarino.

Em 1918 a dinâmica da arte portuguesa mais avançada é abalada pela morte prematura de Santa-Rita e Amadeo, deixando Almada Negreiros mais isolado. Em 1919 parte para Paris, no momento em que o radicalismo das vanguardas históricas é apaziguado pelos apelos generalizados de regresso à ordem que surgem na sequência do fim da Primeira Guerra Mundial.

Em Paris exerce simples atividades de sobrevivência, como empregado de armazém, desenha e escreve, escreveu o poema em prosa "Histoire du Portugal par Coeur", publicada mais tarde na Revista Contemporânea

Também em 1919, colabora no quinzenário humorístico O Riso da Vitória dirigido por Jorge Barradas e Henrique Roldão.

Regressa a Portugal em 1920. A sua primeira intervenção após o seu regresso foi na conferência A Invenção do Dia Claro, em 1921. Ainda em 1920 expõe na III Exposição dos Humoristas.

Ao longo dos anos seguintes colabora em diversos jornais e revistas, publicando capas, desenhos humorísticos, textos e ilustrações. Realiza capas de livros e revistas, participa como convidado na Exposição dos Cinco Independentes.

Em 1925 escreve o romance "Nome de Guerra", publicado em 1938, realiza obras para a Brasileira do Chiado e para o Bristol Club, em Lisboa, estuda os painéis de São Vicente e publica no Diário de Notícias "A questão dos Painéis, a história de um acaso de uma importante descoberta e do seu autor" em 1926.
Romance "Nome de Guerra" de Almada Negreiros
Em março de 1927, parte para Madrid, em Espanha, onde participaria na tertúlia intelectual do Café Pombo e, sobretudo, viveria num meio intelectual e artístico em efervescência.
Café Pombo, em Madrid
Nos anos seguintes escreve "El Uno, tragédia de la Unidad", um conjunto de duas peças dedicado à sua futura mulher, Sarah Afonso. Colabora em capas e desenhos em jornais e revistas, realiza decorações murais, que são o primeiro sinal de um extenso trabalho artístico em articulação com a arquitetura.

Regressa definitivamente a Lisboa em 1932. Embora tivesse convicções monárquicas, anos depois verifica-se uma aproximação aos ideias do Estado Novo, desde logo através da sua apologia antecipada do nacionalismo. Outros indícios desta aproximação deu-se logo em 1933, quando Almada cria o cartaz político "Votai a Nova Constituição", realiza um selo com a frase de Salazar "Tudo pela Nação" em 1935 e é nomeado Procurador à Câmara Corporativa, em 1965.

Casa-se em 1934, com Sara Afonso, e no ano seguinte nasce o seu primeiro filho, José. Mais tarde nasce o segundo filho, desta vez uma menina, Ana Paula.
Almada Negreiros com a mulher, Sara Afonso e os dois filhos, Ana Paula e José
Ainda em 1934, publica os cadernos "Sudoeste", onde são incluídos textos seus e que no terceiro número serve de ponto de encontro de colaboradores da Orpheu e da Presença. Realiza os primeiros estudos para os vitrais da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, dando início à colaboração com o arquiteto Pardal Monteiro.
Arquiteto Pardal Monteiro
Até ao final da década de 30, dedica-se a uma multiplicidade de atividades, desde pinturas, desenhos, ilustrações, poesias, ensaios e romances, realiza conferências e palestras, colabora com frescos e vitrais em diversos edifícios, entre os quais o pavilhão da Colonização da Exposição do Mundo Português e o edifício do Diário de Notícias, em Lisboa, projetado por Pardal Monteiro.

Em 1941, o Secretariado de Propaganda Nacional organiza a exposição Almada - Trinta Anos de Desenho. Perante o sucesso da exposição, Cottinelli Telmo escreveria, numa carta aberta ao artista: "Hoje és o Almada de sempre, apenas com a diferença de seres o Almada aceite, o Almada compreendido. (...) O que se criou foi o hábito novo de te considerarem, em vez do hábito antigo de descrerem de ti, de te temerem, de te não tomarem a sério".
"Autoretrato" de Almada Negreiros de 1940
A partir deste momento Almada participaria em iniciativas do Secretariado de Propaganda Nacional, de que até aí se tinha distanciado. Participa na 6.ª e 7ª Exposição de Arte Moderna, em 1941 e 1942 respetivamente, vencendo o Prémio Columbano em 1942.

Em 1943, projeta cenários para a ópera Inês de Castro, de Ruy Coelho. No mesmo ano, realiza estudos preparatórios para as pinturas murais da Gare Marítima de Alcântara, que concretizaria no local entre 1945 a 1947. Em 1946 inicia a execução dos murais da Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos, que termina dois anos depois.
Estudo para os painéis da Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos
Em 1946 vence o prémio Domingos Sequeira na I Exposição de Arte Moderna de Desenho e Aguarela.

Em 1952, expõe individualmente na Galeria de Março e participa na Exposição de Arte Moderna. Dois anos depois pinta a primeira versão de "Retrato de Fernando Pessoa" para o restaurante Irmãos Unidos.
"Retrato de Fernando Pessoa" de Almada Negreiros
Em 1957 participa na I Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian, sendo galardoado com um prémio extra concurso.

Em colaboração também com Pardal Monteiro, entre 1957 e 1961 realiza uns grandes painéis decorativos para as fachadas de vários edifícios da Cidade Universitária de Lisboa - Faculdade de Direito, de Letras e Reitoria).

Em 1960 dá uma série de entrevistas, publicadas no Diário de Notícias, onde de algum modo encerra o seu "itinerário espiritual" e retoma a questão da reconstrução dos painéis de São Vicente de Fora.

Em 1963 expõe na Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa. No mesmo ano é homenageado pelos seus 70 anos de idade, sendo publicada a primeira monografia sobre a sua obra, da autoria de José Augusto França.

Foi condecorado com o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada a 13 de julho de 1967.

Em 1968-69 realiza o painel "Começar" para o átrio do edifício sede da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
"Começar" de Almada Negreiros no átrio da Fundação Calouste Gulbenkian
Em 1969 faz a sua derradeira intervenção pública, ao participar no programa televisivo Zip-Zip.
Video do programa em: https://vimeo.com/56360623

Almada Negreiros morre em Lisboa, a 15 de julho de 1970, no mesmo quarto do Hospital de São Luís dos Franceses, onde tinha morrido Fernando Pessoa.
Assinatura de Almada Negreiros

MZ

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