Livro "O Tatuador de Auschwitz" de Heather Morris Fonte: Wook |
O livro "Tatuador de Auschwitz" conta a história de amor que surgiu no campo de concentração da Polónia entre Lale Sokolov e Gita Fuhrmannova.
Gita e Lale Fonte: Espalhafactos.com |
Ambos eram judeus eslovacos que se conheceram quando Lale, o tatuador do campo, tatuou Gita, em julho de 1942, com o número 34902.
O livro é narrado por Lale, que tinha a função de tatuar os números de série dos prisioneiros que chegavam ao campo, marcando na pele das vítimas o que se tornaria um grande símbolo do Holocausto.
Lale chegou a ser acusado de compactuar com os nazis, no entanto, aproveitava a sua posição privilegiada para ajudar outros prisioneiros, trocando jóias e dinheiro por comida e medicamentos para mantê-los vivos e designando funções administrativas para poupar os seus companheiros de campo dos trabalhos forçados.
Mas Lale não era totalmente imune à crueldade nazi. Não ao ponto de não temer a morte. Várias foram as ocasiões em que o médico Josef Mengele terá afirmado: "Um dia, tatuador, vou-te levar (para uma câmara de gás). Um dia..." Nunca o levou.
Depois da libertação, o casal perdeu o contacto. Mas não perdeu a intenção de voltar a encontrá-la, partindo à sua procura rumo à Bratislava, para onde tinham ido muitos dos sobreviventes de Auschwitz. E esperou na estação de caminhos-de-ferro durante semanas. Quando Lale estava prestes a ir embora, encontrou a sua Gita.
Os dois casaram-se em outubro de 1945. Os primeiros anos de casados foram pouco pacíficos, ambos financiavam a criação do Estado de Israel. E quando o governo (de influência soviética) descobriu, Lale foi detido e os negócios que este tinha na indústria têxtil foram nacionalizados.
O casal fugiu do país, primeiro para Viena, depois para Paris e, finalmente, para Melbourne, na Austrália, onde nasceria o filho, Gary, e viveram o resto das suas vidas.
Lale nunca tinha contado a sua história, nem sequer ao seu filho, com medo de ser considerado um "colaborador" dos horrores do holocausto. Mas sentia-se culpado por ter sobrevivido e outros prisioneiros não.
Depois da morte da sua mulher, Gita, Lale decidiu contar a sua história a Heather Morris. Heather diz: "Os horrores de sobreviver quase três anos em Auschwitz fizeram com que ele (Lale) vivesse o resto da sua vida com medo e paranóia. Demorei três anos para desvendar esta história."
Lale faleceu em 2016, dizia antes de morrer para a autora do livro que não tinha muito tempo para contar a sua história, porque a sua querida Gita estava à sua espera.
Este livro foi escrito por Heather Morris e Pete Rissatti, e publicado a 11 de janeiro de 2018.
MZ
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