terça-feira, 24 de novembro de 2020

Primeira-Dama de Portugal: Elzira Dantas Machado


A que seria a segunda Primeira-Dama de Portugal veio a falecer antes do mandato presidencial do marido. Seria Maria do Carmo Xavier Braga. Casaram-se em 1868 e tiveram três filhos, que morreram novos. Maria do Carmo faleceu em 1911. Teófilo Braga quando chegou à presidência era viúvo e já não tinha filhos. Este foi Presidente de 29 de maio de 1915 a 5 de outubro de 1915.

A que viria a ser a segunda Primeira-Dama de Portugal foi Elzira Dantas Machado.
Primeira-Dama Elzira Dantas Machado
Fonte: Bernardino Machado

Nome: Elzira Dantas Gonçalves Pereira Machado
Nascimento: 15 de dezembro de 1865, no Rio de Janeiro, no Brasil
Pais: Filha de Miguel Dantas Gonçalves Pereira, um alto burguês, natural da zona de Paredes de Coura que tinha emigrado para o Brasil, em 1860, e de Bernardina Maria da Silva, uma senhora de famílias abastadas, natural do Rio de Janeiro.
Casamento: Casou-se com apenas 17 anos, a 19 de janeiro de 1882, com Bernardino Luís Machado Guimarães, na altura um professor universitário de Coimbra, também nascido no Rio de Janeiro. Juntos tiveram 19 filhos.
Primeira Dama: De 1915 a 1917 e de 1925 a 1926
Morte: 22 de abril de 1942, no Porto, Portugal
Curiosidades:  Quando o seu marido foi eleito 3º Presidente da República Portuguesa, Elzira continuou a trabalhar com empenho e devoção nas suas causas sociais e políticas, dando, pela primeira vez em Portugal, visibilidade ao papel de Primeira Dama na sociedade portuguesa.

Com o início da Primeira Guerra Mundial e a participação de Portugal no conflito, em 1916, fundou a organização de beneficência feminina Cruzada das Mulheres Portuguesas, antecedida pela Comissão Feminina "Pela Pátria" (1914), com o objetivo de não só auxiliar as famílias e os soldados mobilizados para integrar o Corpo Expedicionário Português, como também de formar enfermeiras, que pretendessem ir para a frente de combate, ajudando os feridos em hospitais militares portugueses e de campanha na frente europeia e africana, numa prova de verdadeiro esforço de guerra, entre tantas outras iniciativas.

Em dezembro de 1917, a Junta Revolucionária Sidonista destituiu o seu marido do cargo de Presidente, forçando Elzira e Bernardino a fugirem com os seus filhos para a França. Apesar das circunstâncias, nesse mesmo ano, Sidónio Pais decidiu conceder à Cruzadas das Mulheres Portuguesas a grã-cruz da Ordem Militar da Torre e Espada, e condecorou Elzira Dantas Machado, que não pôde comparecer com receio de ser presa pelas forças sidonistas, com a grã-cruz da Ordem de Cristo, pelo seu trabalho humanitário, social e solidário.

Com o homicídio de Sidónio Pais, a 14 de dezembro de 1918, e o fim da ditadura da República Nova, o casal aguardou em vão pela chamada de Portugal para o cumprimento do mandato presidencial, desconhecendo que poucos queriam Bernardino Machado de volta, preferindo antes a eleição de João de Canto e Castro.

Tendo finalmente em conta as circunstâncias de então, o seu marido decidiu renunciar ao cargo, através de uma carta enviada, recebendo autorização para regressar com a sua família a Portugal apenas em agosto do ano seguinte.

De volta à sua casa em Portugal, nos anos que se seguiram, Elzira dedicou-se à sua família, tornando-se cada vez mais recatada, longe da vida social de antes, sem no entanto cessar as suas atividades solidárias.

Em 1925, num contexto de enorme perturbação política e social, Bernardino recandidatou-se novamente à presidência, a qual venceu com uma larga margem, contudo a crescente onda de descontentamento, gerou um novo golpe de estado, a 28 de maio de 1926, a partir de Braga, formalmente sob a liderança do general Gomes da Costa, herói das campanhas africanas e da Primeira Guerra Mundial, e em Lisboa, por Mendes Cabeçadas. Sem alternativa, Bernardino cedeu e demitiu-se.

Após o abandono do cargo de Presidente, o casal continuou a viver na sua casa em Oeiras, mas por pouco tempo. Em fevereiro de 1927, foram expulsos do território nacional por serem considerados uma ameaça para o governo e estabilidade política.

Novamente, Elzira acompanha o seu marido para o exílio. Inicialmente fugiram para Vigo, depois Corunha, em Espanha, depois Cambo-les-Bains, Paris, Bayonne, Ustaritz e Biarritz, entre tantas outras cidades, na França.

Quando é proclamada a República em Espanha, a sua família vai para La Guardia, na Galiza, mas o Estado Novo começou a pressionar as autoridades espanholas para conseguir o internamento dos chefes oposicionistas exilados longe da fronteira com Portugal.

No verão de 1935, o governo cedeu, obrigando-os mais uma vez a fugir, primeiro para a Corunha, depois para Madrid, Valência e finalmente Paris, onde se juntaram as famílias e amigos a viver também no exílio. Viveram fora de Portugal durante 13 anos.

Em 1940, quando os exércitos alemães invadiram a França, em plena Segunda Guerra Mundial, Elzira e o marido regressaram a Portugal, convictos de que o país seria chamado a intervir no conflito e que a sua contribuição poderia ser fulcral, acompanhados por um grupo de exilados políticos, entre os quais o médico, político, escritor e historiador português Jaime Cortesão.

Como punição, foi-lhes imposta residência permanente no norte do país, não podendo deslocar-se para fora da região, sob ameaça de prisão. Elzira passou então a morar com o seu marido no palacete de Mantelães, em Formariz, Paredes de Coura, que pertencia à sua família paterna.

MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

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