quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Roubaram o Cadáver de Charlie Chaplin

Charlie Chaplin (esquerda), caixão de Charlie Chaplin
Fonte: Notícias ao Minuto

Charlie Chaplin (1889-1977) foi um ator, diretor, compositor, roteirista, produtor e editor britânico.

Foi um dos atores da era do cinema mudo, caracterizado pelo uso da mímica e da comédia pastelão.

Atuou, dirigiu, escreveu, produziu e financiou os seus próprios filmes, sendo fortemente influenciado por um antecessor, o comediante francês Max Linder, a quem dedicou um dos seus filmes.

A sua carreira no entretenimento durou mais de 75 anos, desde as suas primeiras atuações quando ainda era criança nos teatros do Reino Unido durante a Era Vitoriana quase até à sua morte aos 88 anos de idade.

Charlie faleceu a 25 de dezembro de 1977, em Corsier-sur-Vevey, na Suíça. Fez-se um funeral anglicano privado dois dias depois, como era seu desejo, e foi enterrado no cemitério comunal.

No dia 1 de março de 1978, o seu cadáver foi roubado, com caixão e tudo, por dois imigrantes desempregados, o polaco Roman Wardas e o búlgaro Gantcho Ganev, com o objetivo de pedir dinheiro à viúva de Chaplin, Oona O'Neill.

Durante 10 semanas, a polícia suíça e a Interpol praticamente não encontraram pistas além de telefonemas anónimos nos quais alguns brincalhões diziam estar com o caixão.

Falava-se que o roubo tinha sido feito por antissemitas, contrários a que o corpo de Chaplin, que segundo rumores da época era judeu, repousasse num cemitério anglicano.

Outros diziam que os autores eram nazis enfurecidos pela paródia de Adolf Hitler que Chaplin imortalizou no filme "O Grande Ditador", que se tornou quase tão famosa quanto o próprio ditador alemão.

Também circulou a teoria de que uns admiradores do artista tinham exumado o cadáver para o sepultar na Inglaterra, o seu país natal.

Com a resolução do crime, revelou-se um crime muito mais vulgar. Os dois ladrões eram tão inexperientes e desesperados que primeiro pediram um resgate e depois começaram a negociar o valor.

Primeiro pediram 600 mil francos suíços. A viúva de Charles Chaplin negou-se a ceder e declarou que o seu marido "teria considerado ridícula toda esta situação".

Então os sequestradores experimentaram mudar a moeda e pediram 600 mil dólares americanos. A resposta continuava a ser negativa. Baixaram para 500 mil dólares, mas a viúva não aceitava.

A viúva ficou irredutível até que baixaram o valor para 100 mil dólares. Então aceitou, mas só como parte de uma armadilha para que a polícia os capturasse, pois a mulher de Charlie nunca teve a menor intenção de pagar.

Ficou decidido que o mordomo da família, Giuliano Canese, entregaria pessoalmente aos criminosos uma mala com os 100 mil dólares. Um polícia fez-se passar pelo mordomo e dirigiu o Rolls Royce em direção ao local combinado, mas a má sorte foi tanta que o carteiro local, ao ver um homem desconhecido dirigindo o automóvel da família Chaplin, começou a segui-lo. A polícia prendeu o carteiro por engano e a missão foi abortada.

Mas os ladrões não se renderam e informaram que telefonariam novamente para a casa dos Chaplin para renegociar o resgate a 17 de maio às 9h30.

A polícia lançou uma operação de vigilância nas mais de 200 cabines telefónicas de Lausanne e assim conseguiu deter Roman Wardos, um polaco de 24 anos, e depois o seu cúmplice, o búlgaro, Gantscho Ganwv, de 38.

Os dois homens confessaram que, pressionados pela sua situação económica precária, tinham começado a pensar em cometer um creme que resolvesse os seus problemas sem usar violência. Num dia, quando estavam a ler o jornal, viram a notícia de que alguém tinha roubado um cadáver na Itália e tinha pedido um regate. Então decidiram roubar o cadáver de Chaplin.

Roman Wardos foi considerado o cérebro da operação e foi condenado a quatro anos e meio de trabalhos forçados. Gantscho Ganwv foi condenado a 18 meses.

Ambos enviaram uma carta a pedir desculpa a Oana Chaplin, que os perdoou.



Fonte: Wikipédia | El País


MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

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