domingo, 12 de agosto de 2018

Joan Crawford

Joan Crawford
Nome: Lucille Fay LeSueur
Nome artístico: Joan Crawford
Nascimento: San Antonio, nos EUA a 23 de março de 1906
Morte: Nova Iorque, nos EUA a 10 de maio de 1977 - aos 71 anos de idade
Profissão: Atriz de cinema e televisão e bailarina.
Pais: Thomas E. LeSueur e Anna Bell Jahnson.

Desde a infância, Joan tinha ambição de se tornar uma bailarina. No entanto, um dia enquanto tentava escapar à aula de piano para brincar com os amigos, saltou da varanda e cortou o pé profundamente num frasco de leite partido. Como resultado, passou por três cirurgias reparatórias e não pôde dançar ou ir à escola durante 18 meses, depois recuperou-se totalmente e voltou para dançar.

Joan Crawford frequentou a Academia Santa Agnes em Kansas City onde era trabalhadora-estudante, no entanto, ela passava muito mais tempo a trabalhar, em especial a cozinhar para os outros alunos e a limpar os aposentos do colégio.

Mais tarde frequentou a Academia Rockingham, onde também era trabalhadora-estudante. Enquanto frequentava este internato, começou a namorar e teve o seu primeiro relacionamento sério, com Ray Sterling, que supostamente teria inspirado-a a desafiar a si mesma academicamente.

Em 1922, matriculou-se na Faculdade Stephens, em Columbia, no Missouri. Frequentou esta instituição de ensino por apenas alguns meses, antes de desistir da vida académica após perceber que não estava preparada para a faculdade.

Com o nome Lucille LeSueur, começou a dançar nos coros de vários espetáculos viajantes e foi descoberta em Detroit, pelo famoso produtor Jacob J. Shubert. Este a colocou no coro do seu espetáculo de 1924, "Innocent Eyes", apresentado no Teatro Winter Garden, na Brodway, em Nova Iorque.
Cartaz "Innocent Eyes", de 1924
Numa das suas apresentações em "Innocent Eyes" conheceu um saxofonista, James Welton, os dois supostamente se casaram em 1924 e viveram juntos vários meses, embora esta suposta união não tenha sido mencionada por Joan Crawford após a sua fama.

Joan cria um trabalho extra e aproximou-se do publicitário do Teatro Loews, Nils Granlund. Este assegurou-lhe um papel nas apresentações do cantor Harry Richmond e arranjou um teste de cinema para Joan com o produtor Harry Rapf em Hollywood.

A MGM ofereceu a Joan Crawford um contrato de 75 dólares por semana. Com o nome de Lucille LeSueur, o seu primeiro filme foi "Lady of the Night" de 1925, onde atuou como dupla da estrela feminina mais popular da MGM, Norma Shearer. Depois houve mais papeis igualmente pequenos e não-creditados.
Filme "Lady of the Night", de 1925
O chefe de publicidade da MGM, Pete Smith, reconheceu a sua habilidade para se tornar uma grande estrela, mas sentiu que o seu nome soava falso, Pete terá dito ao chefe do estúdio Louis B. Mayer que o apelido LeSueur soava como "sewer" (PT: "esgoto"). Então Pete organizou um concurso chamado "Nomeie uma Estrela" na revista Movie Weekly, para permitir que o público selecionasse o novo nome artístico de Lucille.

O nome mais votado foi "Joan Arden", mas após a descoberta de que já havia uma atriz com este nome, o apelido alternativo "Crawford" foi escolhido. Mais tarde Joan Crawford declarou que queria que o seu primeiro nome fosse pronunciado como "Jo-Anne" e que odiava o apelido Crawford, porele suava como "crawfish" (PT: "lagostim"), mas também admitiu que "gostava da segurança" que o nome lhe transmitia.
Joan Crawford
Frustrada com o tamanho e a qualidade dos papéis que lhe eram oferecidos, Joan entrou numa campanha de autopromoção. Conforme a roteirista da MGM, Frederica Sagor Maas lembrou: "ninguém decidiu transformar Joan Crawford numa estrela. Joan Crawford se tornu numa estrela porque Joan Crawford decidiu transformar-se numa estrela".

Joan começou a frequentar bailes nas tardes e noites nos hotéis de Hollywood, onde ela muitas vezes venceu concursos de dança com os seus passos de charleston e black bottom.

A sua estratégia funcionou e a MGM incluiu-a no filme "Sally, Irene e Mary" em 1925.
Filem "Sally, Irene e Mary", de 1925
Em 1926, Joan foi nomeada uma das treze estrelas de cinema em ascensão pela Associação de Anunciantes de Cinema do Oeste. No mesmo ano, entrou em "Paris" ao lado de Charles Ray.
Filme "Paris", de 1926
Em poucos anos, Joan tornou-se o par romântico dos maiores astros masculinos da MGM, tais como Ramón Novarro, John Gilbert, William Haines e Tim McCoy.

A 3 de junho de 1929, enquanto filmava "Our Modern Maidens", Joan casou-se com Douglas Fairbanks, Jr. na igreja de São Malaquias, em Manhattan, embora nenhum dos dois fossem católicos.
Casamento de Douglas Fairbanks e Joan Crawford, em 1929
O pai e madrasta de Douglas, Douglas Fairbanks e Mary Pickford, não apoiaram o casamento e não convidaram o casal para a sua casa, a famosa mansão Pickfair, nos oito meses seguitnes ao casamento.
Douglas Fairbanks (pai) e Mary Pickford
No entanto, a relação entre Joan e o sogro foi melhorando e ela o chamava de "Tio Doug" e ele chamava-lhe "Billie", o seu apelido de infância. Porém a relação com a madrasta do marido continuava a ser amarga, ambas se desprezavam. Após o primeiro convite para frequentarem a mansão, o casal tornou-se hóspedes habituais, enquanto os homens jogavam golfe, Joan era deixada de lado por Mary e se recolhia aos seus aposentos.

Joan Crawford fez uma transição bem sucedida para o cinema falado. O seu primeiro papel principal numa longa-metragem sonora foi em "Untamed", em 1929. Apesar do sucesso do filme nas bilheteiras, não recebeu críticas favoráveis dos críticos, que notaram que Joan parecia nervosa ao fazer a transição no momento em que se tinha tornado numa das atrizes mais populares do mundo.
Filme "Untamed", de 1929
Em maio de 1933, divorciou-se. Ela citou "crueldade mental grave" como razão para o pedido de divórcio, alegando que o seu marido tinha "atitudes ciumentas e desconfiadas" direcionadas aos amigos dela e que tinham "discussões fortes sobre os assuntos mais triviais" que duravam até tarde.

Após o divórcio, filmou o sucesso "Dancing Lady", no qual ela recebeu destaque nos cartazes e créditos.
Filme "Dancing Lady", de 1933
Em 1935, Joan Crawford casou-se com Franchot Tone, um ator de teatro de Nova Iorque que planeava usar os seus lucros com o cinema para financiar o seu grupo de teatro. O casal construiu um pequeno teatro na casa de Joan, em Brentwood, e montou produções de peças clássicas para grupos de amigos.
Joan Crawford e Franchot Tone
Antes e durante o casamento, Joan trabalhou para promover a carreira de Franchot Tone em Hollywood, mas ele não estava interessado em se tornar numa estrela de cinema e Joan, eventualmente, cansou-se do esforço.

Após o seu marido começar a beber e tornar-se fisicamente abusivo, ela pediu o divórcio, que aconteceu em 1939. Muito mais tarde, Joan e Tone reacenderam a sua amizade e Tone a pediu em casamento novamente em 1964. Quando ele morreu em 1968, Joan organizou a cremação do seu corpo e o espalhamento das suas cinzas em Muskoka Lakes, no Canadá.

Mesmo que Joan Crawford continuasse a ser uma das atrizes mais respeitadas da MGM e que os seus filmes continuassem a obter lucro, a sua popularidade caiu no final da década de 1930. Em 1937, foi nomeada a primeira "Rainha dos Filmes" pela revista Life. No mesmo ano, caiu inesperadamente do 7.º para o 16.º lugar na lista das estrelas mais lucrativas nas bilheteiras e, consequentemente, a sua popularidade com o público começou a diminuir.

Em 1937, Richard Boleslawski dirigiu-a na comédia dramática "The Last of Mrs. Cheyney", este filme foi o último sucesso de bilheteira de Joan Crawford antes desta ser rotulada como "veneno da bilheteira".
Filme "The Last of Mrs. Cheyney", de 1937
Recebeu este rótulo, juntamente com outras atrizes, por Harry Brandt, presidente da Associação dos Donos de Salas de Cinema da América, Brandt declarou que, embora estas estrelas possuíam habilidades dramáticas "inquestionáveis", os seus altos salários não se traduziam em vendas de bilhetes, prejudicando, assim, os donos de salas de cinema.

Talvez em resultado deste rótulo, o seu filme seguinte "The Shining Hour", de 1938, foi um fracasso de bilheteira, apesar de ter sido bem recebido pela crítica especializada.
Filme "The Shining Hour", de 1938
Em 1940, Joan adotou a sua primeira filha. Como era solteira e a lei da Califórnia impedia solteiros de adotar, Joan organizou a adoção através de uma agência de Las Vegas. A criança foi temporariamente chamada de Joan Crawford, até que a estrela mudou o seu nome para Christina.

Em 1942, Joan casou-se com o ator Philip Terry, a 21 de julho, após um namoro de seis meses. Juntos, adotaram outra criaça, a quem deram o nome de Christopher, mas a mãe biológica recuperou a criança. Eles adotaram, depois, outro menino, que deram o nome de Phillip Terry Jr. Após o fim deste casamento, em 1946, Joan mudou o nome da criança para Christopher Crawford.
Joan Crawford e Phillip Terry
Phillip Terry, Christopher, Joan e Christina Crawford
Joan decidiu adotar crianças depois de ter uma série de abortos espontâneos e ter sido informada que era incapaz de ter filhos naturalmente. Os seus filhos foram então Christina, Chistopher e as gémeas Cathy Crawford e Cindy Crawford.
Joan Crawford com os filhos
Após 18 anos, o contrato de Crawford com a MGM foi rescindido por consentimento mútuo a 29 de junho de 1943.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Joan fez parte dos Serviços Voluntários das Mulheres Americanas.

Joan Crawford então assinou um contrato de 500 mil dólares com a Warner Bros, que previa que ela estrelasse em três filmes. O seu primeiro filme foi "Hollywood Canteen", em 1944.
Joan Crawford no filme "Hollywood Canteen", de 1944
A atriz também ambicionava conquistar o papel principal em "Mildred Pierce", em 1945, mas o estúdio queria que Bette Davis a interpretasse. No entanto, Bette recusou o papel por achar-se nova demais para interpretar a mãe de uma adolescente. O diretor Michael Curtiz não queira Crawford no papel, alegando que Bette deveria ser substituída por Barbara Stanwyck, Olivia de Havilland ou Joan Fontaine. A Warner Bros foi contra o diretor e levou Joan para a produção.
Filme "Mildred Pierce", de 1945
Ao longo de toda a produção do filme, Michael Curtiz criticou Joan. Ele teria dito a Jack Warner: "ela parece aqui com o seu ar de altivez, com o seu chapéu e as suas malditas ombreiras... por que eu deveria perder o meu tempo dirigindo-a?". Michael exigiu que Joan provasse a sua adequação ao papel através de um teste. Após o teste, ele finalmente concordou em colocá-la no filme. O filme foi um sucesso pelo público e pela crítica. Por este papel, Joan recebeu o Oscar de Melhor Atriz, em 1946.
Joan Crawford com o seu Oscar de Melhor Atriz pelo filme "Mildred Pierce", em 1946
O sucesso neste filme reavivou a carreira cinematográfica de Joan. Durante vários anos, entrou numa série de melodramas de primeira classe. O filme seguinte foi "Humoresque", em 1946, depois "Possessed", em 1947.
Filme "Humoresque", de 1946 (esquerda) e o filme "Possessed", de 1947
Após o fim das filmagens do filme "This Woman is Dangerous", de 1952, um filme que Joan chamou de "o pior", Joan pediu para terminar o contrato com a Warner Bros. Na época, ela sentia que a Warner estava perdendo o interesse nela e decidiu que era a ora de seguir com a sua carreira de uma maneira independente.
Filme "This Woman is Dangerous", de 1952
A 10 de maio de 1955, Joan casou-se com o seu último marido, o executivo da Pepsi, Alfred Steele, no Hotel Flamingo, em Las Vegas. Joan viajou muito em nome da Pepsi após o casamento. Estima-se que ela viajou mais de 100 mil milhas (161 mil Km) em nome da empresa. Alfred morreu de ataque cardíaco em abril de 1959.
Joan Crawford e Alfred Steele, no seu casamento em 1955
Então Joan foi inicialmente informada pela empresa que os seus serviços já não eram necessários. Após Joan revelar isto em primeira mão à colunista de fofocas Louella Parsons, a Pepsi reverteu a sua decisão e Joan foi escolhida para preencher a vaga do seu marido no Conselho de Diretores da empresa.

Após a morte do marido, Joan quase entrou em falência, motivo que a levou a aceitar um papel em "The Best of Everything", em 1959. Embora estivesse longe de ser a estrela do filme, recebeu críticas positivas pela sua atuação. Mais tarde, Joan citou este papel como sendo um dos seus favoritos.
Filme "The Best of Everything", de 1959
Em 1962, publicou a sua autobiografia "A Portrait of Joan", co-escrita com Jane Kesner Ardmore.

Em 1970, Joan recebeu o Prémio Cecil B. DeMille das mãos de John Wayne, durante a cerimónia de entrega de prémios Globo de Ouro, no Ambassador Hotel em Los Angeles.

Em 1971, publica "My Way of Life", aqueles que esperavam que o livro revelasse todos os aspetos da vida da atriz ficaram desapontados, embora Joan tenha revelado os seus cuidados meticulosos com a higiene pessoal, guarda-roupa, atividade física e até o armazenamento de alimentos.
Livro "My Way of Life" de Joan Crawford, de 1971
A sua última aparição pública foi a 23 de setembro de 1974, num evento em homenagem à sua velha amiga Rosalind Russell no Rainbow Room.
Joan Crawford e Rosalind Russell, no dia 23 de setembro de 1974, na sua última aparição pública
Quando Joan viu as fotos das duas nos jornais do dia seguinte, que não abonava a favor delas, Joan terá dito "se é assim que me vêem, então eles não vão me ver mais". Joan cancelou todas as suas aparições públicas, começou a recusar entrevistas, deixou de receber visitas e saía cada vez menos do seu apartamento.

A 8 de maio de 1977, Joan doou a sua adorada cadela shih-tzu, a "Princesa Flor-de-Lótus", por se considerar fraca demais para cuidar dela.
Joan Crawford e a sua cadela Princesa Flor-de-Lóus
Faleceu dois dias depois, a 10 de maio, no seu apartamento em Nova Iorque, de ataque cardíaco.

Extras:
- Joan gastava horas do seu dia a responder às cartas dos fãs, escrevendo-lhes e mandando autógrados. Incentivava os seus filhos a também participarem nessas atividades, além de doar os seus próprios presentes a instituições de caridade.

Assinatura de Joan Crawford
- Os seus filhos eram também incentivados a lavar loiça e a fazer atividades simples. Segundo Joan, eles tinham que saber que a vida não era assim tão simples. Segundo a sua filha, Christina, era um abuso por parte da mãe, já que eles não tinham necessidade de lavar as suas roupas, já que tinham muitos empregados.
Joan e Christina Crawford
- Joan lançou a moda do uso das ombreiras. O estilista Adrian percebeu que a atriz tinha ombros largos e invés de disfarçar mostrou-os ainda mais.

- Quando a sua filha Christina decidiu tornar-se atriz, Joan exigiu que a mesma mudasse o seu apelido, ao que a sua filha se recusou a fazer. Joan teve problemas com a filha durante toda a vida. Christina escreveu um livro descrevendo a mãe como uma louca obsessiva cuja convivência era impossível.

- Provavelmente, Joan sofria de Transtorno Obsessivo Compulsivo, pois lavava as mãos a cada dez minutos e seguia os seus hóspedes na sua casa, limpando tudo o que tocavam, especialmente maçanetas e peças de porcelana. Além disso nunca fumava um cigarro se não fosse ela mesma a abrir o pacote.

- Apesar de ter sido casada quatro vezes, afirmou em diversas entrevistas que o homem da sua vida foi Clark Gable, de quem foi amante, por muitos anos.
Clark Gable e Joan Crawford
- Era viciada em cigarros e bebida, conseguiu afastar-se do cigarro durante um bom tempo, quando começou a praticar a Cientologia. Mas durante as décadas de 60 e 70 o vício voltou com força e ela chegava a beber um litro de vodka por dia.
Joan Crawford

MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

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