Calçada Portuguesa |
A Calçada Portuguesa é feita em calcário branco e negro, caracteriza-se pela sua forma irregular de aplicar as pedras. No entanto, o tipo de aplicação atualmente, usada desde meados do séc. XX é aplicada com cubos e tem um enquadramento diagonal.
São as cartas régias de 20 de agosto de 1498 e de 8 de maio de 1500, assinadas pelo rei D. Manuel I de Portugal, que marcam o início do calcetamento das ruas de Lisboa, mais notavelmente o da Rua Nova dos Mercadores.
D. Manuel I, Rei de Portugal |
O objetivo de calcetar as ruas era de que a Ganga, um rinoceronte branco, não sujasse as suas patas de lama, durante o numeroso e longo cortejo, com figurantes aparatosamente engalanados com as novas riquezas e adornos vindos do oriente, que saía à rua em pleno inverno, aquando do aniversário do rei.
Ganga |
Com o terramoto de 1755 e a consequente destruição e reconstrução da cidade, tornou a calçada algo improvável para a altura.
No ano de 1842, foi feita em Lisboa, uma calçada calcária, muito próxima do que é utilizada hoje. O trabalho foi realizado por presidiários, a mando do Governador de armas do Castelo de São Jorge, o tenente-general Eusébio Pinheiro Furtado.
Após este primeiro acontecimento, foram concedidas verbas a Eusébio Furtado para que os seus homens pavimentassem toda a área da Praça do Rossio, uma das zonas mais conhecidas e mais centrais de Lisboa, numa extensão de 8712 metros quadrados.
Calçada Portuguesa na Praça do Rossio - Lisboa |
De Lisboa a Calçada Portuguesa rapidamente se espalhou por todo o país e colónias, aliado a um ideal de moda e de bom gosto, tendo-se apurado o sentido artístico, que foi aliado a um conceito de funcionalidade, originando autênticas obras-primas nas zonas pedonais.
Em 1986, foi criada uma escola para calceteiros, a Escola de Calceteiros da Câmara Municipal de Lisboa, situada na Quinta do Conde dos Arcos.
Foi inaugurado um monumento ao calceteiro, em dezembro de 2006, na Rua da Vitória, na baixa Pombalina, entre as Ruas da Prata e a Rua dos Douradores, o monumento é da autoria de Sérgio Stichini.
Monumento ao Calceteiro, em Lisboa - Autoria de Sérgio Stichini |
MZ
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