domingo, 2 de setembro de 2018

Viajar para a Coreia do Norte


É um dos países mais fechados e misteriosos do mundo. Até 2010 não era possível visitar a Coreia do Norte, em janeiro de 2010 o país abriu a fronteira com a China. E em  2014, os voos domésticos começaram a operar com regularidade.

Em setembro de 2016, o governo norte-coreano anunciou que iria investir 175 milhões de euros na construção de hotéis, complexos financeiros e torres de apartamentos em Wonsan, na costa sudeste do país, com o objetivo de atrair mais turistas e investidores.

Apesar de já não ser proibida a entrada no país existem várias regras e protocolos que têm de ser seguidos para visitar a Coreia do Norte.

Para começar, não aceitam viajantes individuais, se pretender visitar o país terá de comprar um pacote turístico numa das agências autorizadas pelo governo norte-coreano.

Para uma viagem de cinco a sete dias a viagem ronda os 1000€ por pessoa, e inclui alojamento, refeições e atividades turísticas por cinco dias e quatro noites. As excursões partem de Pequim.

Todas as pessoas, independentemente da nacionalidade, têm de pedir um visto para visitar a Coreia do Norte. Não há muitas restrições neste campo, sendo que neste momento é obrigatório enviar duas fotografias, uma carta da entidade patronal que confirma a posição do requerente e local de trabalho e uma pequena nota biográfica.

A visita por jornalistas, pessoas que trabalhem em associações de direitos humanos ou tiverem outra profissão potencialmente controversa, poderá ser impedida.

Os vistos têm de ser aprovados por Pyongyang, portanto o ideal é pedi-lo com pelo menos um mês de antecedência. As agências de viagens tratam de tudo relacionado com esta parte. Se por alguma razão não o fizerem, convém referir que não existe representação diplomática portuguesa na Coreia do Norte, assuntos referentes ao país são acompanhados pela Embaixada de Portugal em Seul, na Coreia do Sul.

Há relatos de passageiros que viram as suas malas abertas, revistadas e com alguns bens confiscados. Pode-se levar câmaras fotográficas ou de vídeo de dimensões normais, no entanto lentes de zoom (superiores a 150mm) não são permitidas. Pode levar telemóveis e computadores portáteis, no entanto não há roaming no país. Para fazer chamadas tem de comprar um cartão SIM local. Não se pode levar a Bíblia nem livros sobre a Coreia do Norte.

Na Coreia do Norte não pode andar sozinho nas ruas, deve estar sempre acompanhado do guia e só pode visitar e fotografar locais quando lhe for dada permissão para tal. Os guias vão informando destas questões ao longo do caminho e convém respeitar as regras, para que não haja problemas para si e para a pessoa que o acompanha.
Uma guia de turismo da Coreia do Norte
Quando se fotografa os líderes deve-se fotografar o corpo inteiro, se assim não for o guia que o acompanha irá avisá-lo que não o deve fazer, pois é considerado uma falta de respeito.
Fotografia dos antigos líderes da Coreia do Norte de corpo inteiro
A moeda local é o Won Coreano, mas os turistas só podem utilizar euros ou o yuan chinês.

Para visitar o país o ideal é abril, maio e junho ou setembro e outubro, pois nem é o inverno rigoroso nem um verão húmido. 

Em Pyongyang, a capital, pode-se ver numerosos monumentos de propaganda política, como estátuas, museus e murais pintados.
Monumentos de propaganda política em Pyongyang
Existem vários roteiros disponíveis na visita ao país, poderá haver visitas aos seguintes locais:
- Mausoléu dos Líderes Kim Il-Sung e Kim Jong-Il em Pyongyang - foi construído em 1976 como o Prédio da Assembleia Kumsusan e serviu como a residência oficial do ditador Kim Il-Sung. Após a sua morte, em 1994, o seu filho, Kim Jong-Il, reformou o prédio e o transformou num mausoléu. Apesar da extrema pobreza da nação e da crise da fome que afetava a Coreia do Norte na época, é estimado que a renovação tenha custado 100 milhões de dólares. Dentro do palácio encontra-se o corpo embalsamado de Kim Il-Sung dentro de um Sarcófago, sobre uma almofada de estilo coreano e coberto com a bandeira do Partido dos Trabalhadores da Coreia. O corpo de Kim Jong-Il está exposto numa sala próxima ao do seu pai.
Mausoléu dos Líderes Kim Il-Sung e Kim Jong-Il, em Pyongyang
- Zona Desmilitarizada entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul - é uma faixa de segurança que protege o limite territorial de tréguas entre as repúblicas coreanas, estabelecido em 1953 e constitui a fronteira de facto entre os dois países.
Zona Desmilitarizada da Coreia
- Museu das Atrocidades Americanas, em Sinchon - neste museu pode-se ver várias pinturas que retratam soldados dos EUA executando crianças, torturando mulheres e cometendo diversos atos repugnantes contra a população norte-coreana durante a Guerra da Coreia (1950-1953). De acordo com o governo do pais, o museu é uma homenagem aos mortos no massacre supostamente cometido por tropas da Coreia do Sul e dos EUA no ano de 1950. Segundo informações do regime, 35 mil pessoas foram assassinadas pelas tropas americanas. As crianças do país tem visitas obrigatórias a este museu desde a pré-escola.
Imagens do Museu das Atrocidades Americanas, em Sinchon
- Templo Budista de Wolong, na Montanha Kuwol - é o mais impressionante templo budista da Coreia do Norte. A arquitetura de madeira e pinturas morais datam do séc. IX.

- Montanha Kuwol - Parque Natural da Montanha Kuwol, literalmente chamado de Monte Setembro porque é especialmente bonito neste mês. Além de uma natureza incrível, há vários mosteiros budistas e muitos túmulos de reis da antiguidade coreana.

- Mangyongdae - local onde está a casa do líder Kim Il-Sung. Aqui é uma casa-museu onde se pode ver como se vivia na Coreia há 100 anos atrás. A casa apresenta muitos objetos que terão pertencido a Kim Il-Sung.

- Túmulo de Anak No.3 - Local considerado pela UNESCO Património Mundial da Humanidade, apresenta pinturas com 1700 anos em bom estado de preservação e proporcionam uma ideia de como seria a vida na região no séc. IV.
Imagem do Túmulo de Anak No.3

MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

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