terça-feira, 4 de setembro de 2018

Incêndio que Matou a História no Brasil

Imagens do incêndio do Museu Nacional do Brasil
Foi na noite de 2 para 3 de setembro que se soube que um incêndio destruía o Museu Nacional do Brasil.

O incêndio teve início após o horário de visitas e apenas se encontravam no edifício quatro seguranças, que conseguiram sair, não havendo vítimas mortais.

Ainda não se é capaz de apurar o total de perdas, mas fala-se num valor incalculável.

Este Museu era detentor da maior coleção de história natural e antropologia da América Latina.

Possuía mais de 20 milhões de objetos catalogados, divididos em coleções de ciências naturais - geologia, paleontologia, botânica e zoologia - e antropológicas - antropologia biológica, arqueologia e etnologia.

Esta instituição remonta ao Museu Real, fundado por D. João VI de Portugal, em 1818, numa iniciativa para estimular o conhecimento científico no Brasil.
Rei D. João VI de Portugal
Inicialmente tinha coleções de materiais botânicos, de animais empalhados, de minerais, de numismática, de obras de arte e de máquinas.

Mais tarde, em 1819 foi anexado ao museu um Jardim Botânico, durante o governo do Imperador D. Pedro I do Brasil (IV de Portugal) e da sua segunda esposa, Imperatriz Leopoldina.
D. Pedro I do Brasil (IV de Portugal) e D. Leopoldina
No decorrer do séc. XIX , refletindo tanto as preferências do Imperador D. Pedro II quanto o interesse do público europeu, o Museu Nacional passou a investir nas áreas da antropologia, paleontologia e arqueologia.
Imperador D. Pedro II do Brasil
Depois do Imperador D. Pedro II ser deposto, em 1889, os republicanos procuraram apagar os símbolos do Império. Um destes símbolos era o Paço de São Cristóvão, a residência oficial dos imperadores, que se tornou algo que representava o poder imperial.

Então, em 1892, o Museu Nacional, com todo o seu acervo e os seus pesquisadores, foi transferido da Casa dos Pássaros para o Paço de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista, onde se encontra atualmente.

Da sua vasta coleção alguns dos principais artigos eram:

Luzia: Era uma das principais peças do museu, trata-se do fóssil humano mais antigo do Brasil. Foi encontrado em 1974, pela arqueóloga francesa Annette Laming-Emperaire. O fóssil teria 11.300 anos.
O crânio de Luzia e a sua reconstituição facial
Maxakalisaurus topai: Encontrava-se na sala dos dinossauros, uma das principais atrações do museu, Maxakalisaurus topai, era o primeiro dinossauro de grande porte a ser montado no Brasil. Em 2017, o dinossauro foi desmontado e guardado em caixas, depois de um ataque de térmitas, mas voltou a estar exposto em julho passado. Não esquecendo que o museu detém de uma das mais importantes coleções paleontológicas da América Latina.
Maxakalisaurus topai exposto no Museu Nacional do Brasil
Meteorito Bendegó: Ainda não se sabendo do total de perdas, este poderá ser um dos poucos artigos do museu que poderá ter resistido às chamas, pois trata-se de um objeto metálico pesado, tem mais de 5200 kg. Terá sido encontrado na Bahia, em 1794.
Meteorito Bendegó exposto no Museu Nacional do Brasil
Sarcófago de Sha Amun en su: O Museu tem a coleção egípcia maior e mais antiga do continente. Este sarcófago é uma das principais atrações, terá sido um presente que D. Pedro II recebeu, em 1876, aquando da sua segunda visita ao Egito.
Sarcófago de Sha Amun en su exposto no Museu Nacional do Brasil
Trono de Daomé: Seria o trono do rei africano do Daomé (atual Benim) Adandozan (1718-1818).
Trono de Daomé exposto no Museu Nacional do Brasil
Coleção de arqueologia clássica: Tem 750 peças de civilizações grega, romana e etrusca, é a maior coleção do género na América Latina.

Civilizações ameríndias: A coleção tem cerca de 1800 artefactos da civilização ameríndia da pré-colombiana.

O Presidente do Brasil, Michel Temer, reagiu ao incêndio, em comunicado, considerando a perda "incalculável".

"Incalculável para o Brasil a perda do acervo do Museu Nacional. Hoje é um dia trágico para a museologia do nosso país. Foram perdidos duzentos anos de trabalho, pesquisa e conhecimento. O valor para a nossa história não se pode mensurar, pelos danos ao prédio que abrigou a família real durante o Império. É um dia triste para todos brasileiros", afirmou.

MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

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