Brasão de Armas da Monarquia Habsburgo após a integração da Coroa de Portugal |
Neste período o Rei espanhol era simultaneamente Rei de Portugal.
A Dinastia Filipina chegou ao trono português na crise sucessória de 1580, após o desaparecimento do Rei D. Sebastião de Portugal na Batalha de Alcácer-Quibir sem deixar descendentes e com a derrota do legítimo sucessor, o tio-avô de D. Sebastião, o Cardeal-Rei D. Henrique, igualmente sem descendência quando morreu.
Rei D. Sebastião de Portugal (esquerda) e Cardeal-Rei D. Henrique I de Portugal (direita) |
- Catarina de Portugal, neta de D. Manuel I, mulher de D. João I, Duque de Bragança ou o seu filho adolescente Teodósio.
Catarina de Portugal (esquerda) e o filho Teodósio (direita) |
António, Prior do Crato |
D. Filipe de Habsburgo, I de Portugal e II de Espanha |
Mas a ideia da perda de independência levou a uma revolução, sob a liderança do Prior do Crato, que tinha chegado a ser proclamado Rei um ano antes, em 1580, tendo lutado até ao fim, chegando a governar até 1583 com corte na ilha Terceira, nos Açores.
O Prior do Crato acabou por ser derrotado, sobretudo pelo apoio da nobreza tradicional e da burguesia a Filipe.
Para ter o apoio das Cortes, Filipe comprometeu-se, naquelas Cortes, a manter e respeitar os foros, costumes e privilégios dos portugueses. O mesmo aconteceria com os ocupantes de todos os cargos da administração central e local, assim como com os efetivos das guarnições e das frotas da Guiné e da Índia.
Durante a chamada União Ibérica, os domínios da Dinastia Filipina passaram a formar um dos mais vastos impérios da História, compreendendo territórios em quase todas as partes do mundo.
Houveram três Reis que pertenciam à Casa de Habsburgo que governaram Portugal e Espanha ao mesmo tempo, entre 1580 e 1 de dezembro de 1640.
O primeiro Rei foi D. Filipe I de Portugal e II de Espanha
Rei D. Filipe I de Portugal e II de Espanha |
- Filho de D. Carlos V de Habsburgo e de D. Isabel de Portugal.
Pais de D. Filipe I de Portugal II de Espanha: D. Carlos V e D. Isabel |
- Foi Rei de Espanha, Sardenha e Sicília de 1556 a 1598.
- Foi Rei de Portugal e Algarves de 1581 a 1598.
- Casou-se aos 16 anos em Salamanca, a 15 de novembro de 1543, com a Infanta de Portugal Maria Manuela.(1527-1545) Ficou viúvo dois anos depois, aos 18 anos. Deste casamento nasceu um filho, Carlos de Espanha (1545-1568).
Infanta Maria Manuela de Portugal, a primeira mulher de D. Filipe I de Portugal (direita) e o filho de ambos, D. Carlos, Príncipe das Astúrias |
Maria Tudor, Rainha de Inglaterra e segunda esposa de D. Filipe I de Portugal |
Isabel de Valois, esposa de D. Filipe I de Portugal (esquerda), Isabel Clara Eugénia filha de ambos (centro) e Catarina Micaela filha também de D. Isabel e D. Filipe (direita) |
Ana Maria da Áustria, esposa de D. Filipe I de Portugal |
O segundo Rei foi D. Filipe II de Portugal e III de Espanha
Rei Filipe II de Portugal e III de Espanha |
- Filho de D. Filipe I de Portugal e II de Espanha e da sua quarta mulher, D. Ana Maria da Áustria.
Pais de D. Filipe II de Portugal e III de Espanha: D. Filipe I de Portugal e D. Ana Maria da Áustria |
Assinatura de D. Filipe II de Portugal e III de Espanha |
D. Margarida da Áustria-Estíria, mulher de D. Filipe II de Portugal |
Depois de meses em Lisboa, Filipe partiu em outubro deixando o país descontente. Durante o seu reinado publicou-se em Portugal em 1603 a reforma das Ordenações do reino, de que o rei tratou bem no começo do seu reinado. São as conhecidas ordenações denominadas Ordenações Filipinas, que foram precedidas pelas intituladas Afonsinas e Manuelinas.
- Ao deixar Portugal em 1619 adoeceu gravemente em Covarrubias, em Espanha, e nunca mais recuperou, morrendo num ano. Durante 53 dias esteve acamado, coberto de chagas e abcessos. Morreu aos 42 anos devido a tromboembolismo pulmonar, devido à imobilização prolongada a 31 de março de 1621, em Madrid.
- As suas últimas palavras terão sido: "Oh! Se nesse tempo tivesse estado num deserto para fazer-me santo! Agora compareceria com mais confiança no tribunal de Jesus Cristo!".
Ordenações Filipinas
Ordenações Filipinas ou Código Filipino |
A obra ficou ainda pronta no tempo de D. Filipe I, que a sancionou em 1595, mas só foi definitivamente mandada observar, após a sua impressão em 1603, quando já reinada D. Filipe II de Portugal.
D. Filipe I, um político hábil, quis mostrar aos portugueses o respeito que tinha pelas leis tradicionais do país, promovendo a reforma das ordenações dentro de um espírito tradicional.
Estas Ordenações apresentam a mesma estrutura e arrumação de matérias que se verificara nas Ordenações Manuelinas, conservando-se também o critério nestas estabelecido a respeito do preenchimento de lacunas.
As Ordenações Filipinas, embora muito alteradas, constituíram a base do direito português até à promulgação dos sucessivos códigos do séc. XIX.
O terceiro Rei foi D. Filipe III de Portugal e IV de Espanha.
D. Filipe III, Rei de Portugal e IV de Espanha |
- Filho de D. Filipe II de Portugal III de Espanha e de D. Margarida da Áustria.
Pais de D. Filipe III de Portugal e IV de Espanha: D. Filipe II de Portugal e D. Margarida da Áustria |
- Rei de Portugal e Algarves de 1621 a 1640.
Assinatura de D. Filipe III de Portugal e IV de Espanha |
Isabel de Bourbon, primeira mulher de D. Filipe III de Portugal |
Mariana de Áustria, segunda esposa de D. Filipe III de Portugal |
Em 1640, Portugal restaurou a independência de Espanha através de um golpe organizado pela aristocracia e classe média do país, descontentes com o domínio espanhol.
A 1 de dezembro de 1640 estalou a revolta em Lisboa, tendo rapidamente alastrado ao resto do país. A 15 do mesmo mês foi coroado D. João como Rei de Portugal.
Filipe procurou ainda impedir a revolução, entrando numa guerra com Portugal que terminou em 1668.
D. João IV Rei de Portugal e 1º Rei da Quarta Dinastia de Portugal |
MZ
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