terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Acidente Aéreo em Tenerife - O Mais Mortífero

Reconstituição Acidente Aéreo em Tenerife
Fonte: Wikipédia
Este acidente aéreo aconteceu no de 27 de março de 1977, no aeroporto de Los Rodeos, localizado na ilha espanhola de Tenerife, nas Ilhas Canárias.

O acidente, no qual estiveram envolvidos dois Boeing 747, um da KLM Royal Dutch Airlines, vindo de Amesterdão, e outro da Pan American, vindo de Los Angeles.

Este acidente matou 583 pessoas, sendo o maior desastre aéreo da história.

Foi causado por uma combinação de vários fatores, como terrorismo, clima, erro humano e erro do controlo de tráfego aéreo.

Este acidente tem sido amplamente utilizado em companhias aéreas para treino dos seus funcionários.

A explosão de uma bomba no aeroporto de Gran Canária e a ameaça de uma segunda bomba fez com que a maioria dos aviões com destino a Gran Canária fossem desviados para Tenerife, entre eles os voos KLM 4805 e Pan Am 1736.

Em Tenerife, os controladores tiveram que estacionar os aviões nas taxiways, bloqueado as mesmas. Enquanto os aviões aguardavam em solo a reabertura do aeroporto de Gran Canaria, uma densa névoa formou-se sobre a pista de Tenerife, o que reduziu a visibilidade.

Quando o aeroporto da Gran Canaria reabriu, os aviões foram libertados para a descolagem aos poucos. Mas, como as taxiways estavam bloqueadas, os aviões deveriam taxiar até o final da única pista do aeroporto e lá fazer um giro de 180º e descolar.

A neblina era tão densa que nenhum avião conseguia estabelecer contacto visual entre si e entre os controladores.

Como o aeroporto, naquela época, não tinha radar de solo, os controladores poderiam guiar-se apenas por relatos fornecidos pelos pilotos perante a sua localização.

Assim que o KLM taxiou pela pista e fez o giro, o Pan Am foi autorizado também a taxiar e posicionar-se logo atrás do KLM na espera para a descolagem.

Mas, logo após completar o giro, o KML iniciou a corrida para a descolagem, mesmo com o Pan Am ainda taxiando pela pista.

Quando o Pan Am avistou as luzes de descolagem do KLM, tentou desviar-se, mas já era tarde demais. O KLM, que tentou descolar sofreu um tailstrike e estolou, colidiu com o Pan Am e se despedaçou pela pista.

Ao colidir, o KLM perdeu as assas, que ficaram junto ao Pan Am. A fuselagem e o que restava das assas do KLM passaram por cima do Pan Am. Os tanques centrais de combustível cheios do KLM, explodiram, envolvendo quase toda a fuselagem numa gigantesca bola de fogo, matando instantaneamente todos os seus 248 ocupantes.

O 747 da Pan Am, atingido de lado pelos trens de pouso do KLM, partiu-se em três grandes partes, nas quais se propagou um incêndio de grandes proporções.

Milagrosamente, foi justamente o violentíssimo impacto que criou condições para que alguns dos ocupantes saíssem a tempo do inferno. Por largas áreas desmanteladas da fuselagem.

70 ocupantes, incluindo os três da cabine de comando (piloto, copiloto e engenheiro de voo), conseguiram escapar saltando sobre a asa esquerda que, inexplicavelmente, apesar de conter 20 mil litros de querosene nos seus tanques, permaneceu intacta. Logo depois, o avião foi tomado pelo fogo.

Dos 70 que saíram com vida, nove morreriam mais tarde nos hospitais. Do total de 396 ocupantes do avião Pan Am, 335 morreram, bem como todos os 248 que estavam no KLM, um total de 583 mortos.

Terminada a operação de resgate e encaminhamento dos feridos para os hospitais de Santa Cruz de Tenerife, começou a árdua tarefa de recolhimento dos 583 corpos, na sua maioria mutilados e carbonizados, que foram então transferidos para uma morgue improvisada e temporária num hangar do aeroporto.

Peter Jennings, um antigo e experiente correspondente internacional, habituado com cenas sangrentas e cruéis em campos de batalha de guerras em todo o mundo, declarou que ficou horrorizado diante da visão macabra de tantos corpos contorcidos e carbonizados espalhados no piso do hangar.

A identificação dos mortos não foi possível para a quase totalidade dos corpos carbonizados, uma vez que a única forma disponível naquela época era através de exames das arcadas dentárias ou de objetos não inflamáveis que estivessem presos aos cadáveres, tais como jóias, relógios, etc. Não existia ainda os exames de ADN.

Além disso, tudo ficou mais complicado devido ao facto das autoridades espanholas, por algum motivo que nunca explicaram, terem confiscado todas as jóias encontradas nos corpos.

Restava o exame das arcadas dentárias, mas este método também foi abandonado, pois as autoridades espanholas determinaram que os cadáveres deveriam ser retirados da ilha no prazo de 48 horas, sob a ameaça de promoverem um enterro coletivo numa grande sepultura comum.

Diante deste quadro trágico, ainda surgiu um outro problema. Foi impossível obter tantos caixões no Arquipélago das Canárias. A solução foi trazer os caixões de Inglaterra e trasladar os corpos para os Países Baixos e Estados Unidos, onde foram enterrados mesmo sem identificação.

Como o acidente aconteceu em território espanhol, coube a Espanha a investigar o acidente. O acidente envolveu aviões dos EUA e dos Países Baixos, que auxiliaram na investigação.

O inquérito revelou que a principal causa do acidente foi o capitão do voo da KLM descolar sem autorização dos controladores.

A investigação especificou que o capitão não tentou descolar intencionalmente, mas acreditava já ter sido autorizado, devido a confusões na pronúncia do inglês.

Os investigadores holandeses acusaram a KLM de fornecer um mau treinamento à sua tripulação, mas voltaram atrás e acusaram o controlo de tráfego aéreo pela má compreensão da língua inglesa.

O acidente teve consequências duradouras sobre a indústria, em particular na área da comunicação.

A fraseologia padrão da aviação sofreu severas modificações, reduzindo assim a possibilidade de mal-entendidos. Além disso, foi construído o aeroporto de Tenerife Sul, o qual fica ao nível do mal, evitando a formação de nevoeiros.

MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

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