quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Assassina Beverley Allitt

Chegámos ao sétimo post sobre mulheres assassinas. Decidi fazer 10 post's "seguidos" deste tema e depois falo sobre outros assuntos em post's seguintes. E mais tarde, volto a fazer outra sequência de 10 assassinas e por aí fora.

Hoje falamos de Beverley Allitt.

Beverley Allitt
Fonte: Daily Mail

Beverley Allitt nasceu em Grantham, na Inglaterra a 4 de outubro de 1968.

A região de Lincolnshire onde Beverley vivia tinha uma população na altura de cerca de 100 mil habitantes, dos quais um terço eram crianças, por ano nasciam cerca de duas mil crianças, a maioria delas no Grantham and Kesteven Hospital, onde Beverley trabalhava.

A sua contratação era temporária, simplesmente foi contratada por falta de pessoal e tinha um contrato de seis meses. Mas a sua contratação não teria sido feita, se tivesse havido um procedimento mais rigoroso.

Beverley tinha 23 anos de idade, apresentava um histórico de várias internações por doenças inventadas, já tinha falhado várias vezes nos exames de enfermagem e já tinha sido recusada noutro hospital. Como consequência ela estava determinada em exibir-se para a administração hospital para mostrar competência.

O seu histórico de mentiras só foi descoberto depois de um inquérito policial. Então descobriu-se que Beverley desde criança criava doenças e simulava ferimentos para ter atenção, embora não permitisse que lhe examinassem.

Quando era adolescente teve excesso de peso e desde então apresentavam um temperamento volátil, ficando agressiva e simulando uma série de doenças que a levavam ao hospital, tais como dores na vesícula biliar ou de cabeça, infeção urinária, vómitos, visão turva, apendicite, entre outros.

Chegou a convencer um médico a remover-lhe o apêndice saudável que, em seguida, não se curava porque ela removia os curativos cirúrgicos.

Antes de trabalhar como enfermeira ela estudou para ser cuidadora de idosos e trabalhou numa casa de repouso onde foi suspeita de várias ações como sujar as paredes com fezes, ou colocar fezes no frigorífico para que outros encontrassem, além de faltar excessivamente ao trabalho alegando doença.

Um ex-namorado de Beverley relatou que ela era uma pessoa agressiva e manipuladora, que fingira estar grávida e inventara uma violação. O relacionamento terminou quando Beverley começou um relacionamento com outra enfermeira.

Beverley ficou conhecida como o "Anjo da Morte" por atacar crianças na ala infantil do Grantham Hospital. Tendo atacado 13 crianças, das quais quatro vieram a morrer.

Ela injetava nas vítimas substâncias como potássio, insulina ou simplesmente ar, causando-lhes reações adversas.

A primeira criança a morrer pelas suas ações foi Liam Taylor, de apenas sete semanas de idade. Foi internado a 21 de fevereiro, com um quadro de pneumonia leve e foi levado para a ala infantil do hospital. Beverley mostrou-se prestativa aos pais e os mandou descansar, quando voltaram, o filho tinha piorado e Beverley prestou os cuidados e ele melhorou. Beverley ofereceu-se para continuar a cuidar de Liam. Liam voltou a piorar e Beverley chamou outros enfermeiros que ficaram confusos, pois o menino não parara de respirar já que os alarmes dos aparelhos não tinham tocado, ele então teve uma paragem cardíaca levando os médicos a um grande esforço por fazerem-no voltar a respirar, o que só aconteceu através de aparelhos e com danos cerebrais irreversíveis e sem razões para uma ressuscitação, diante disto, os pais tomaram a decisão de desligar as máquinas. Beverley assistiu a tudo e, após o óbito que provocara, foi embora para casa e voltou para trabalhar normalmente na tarde seguinte.
Liam Taylor com a sua mãe
Fonte: The Sun
Outra das crianças foi Timothy Hardwick que tinha 11 anos e apresentava deficiências físicas e mentais quando foi internado e após três horas no hospital veio a morrer por ataque cardíaco, causado por Beverley. O paciente apresentava uma crise epilética e Beverley prontificou-se a atendê-lo, demonstrando preocupação pelo seu estado, depois de ficar sozinha com ele por alguns minutos ela apareceu pedindo ajuda. Quando a equipa da emergência chegou constatou que o menino teve uma paragem cardíaca e um especialista tentou salvá-lo, sem sucesso, num quadro totalmente inesperado que mesmo a autópsia não conseguiu determinar a causa da morte, sendo reputada oficialmente à epilepsia.
Timothy Hardwick
Fonte: The Sun
Apenas cinco dias depois, a 3 de março, uma menina com pouco mais de um ano de vida, Kayley Desmond, foi internada com o peito congestionado e foi atendida por Beverley. Ela ficou na mesma cama de Liam, mas parecia estar a melhorar até que teve uma paragem cardíaca. A equipa logo a conseguiu ressuscitar e a transferiram para outra unidade médica em Nottingham onde, após um exame, localizaram um "buraco" de injeção na axila, o que atribuíram aquilo a uma injeção acidental, não houve uma investigação e Beverley continuou sem ser descoberta e atacou mais três vezes em quatro dias.
Kayley Desmond
Fonte: Unknown Misandry
A 20 de março, Paul Crampton, um bebé de cinco meses, foi levado para a unidade infantil com um caso de bronquite, que não foi tido como grave e ficou sob os cuidados de Beverley, que ficou sozinha com o menino, pouco antes da sua alta, entretanto a enfermeira gritou por ajuda pois a situação tinha-se agravado, passado a ser um quadro grave de hipoglicemia que o levou ao como por três vezes. O menino foi transferido, mas desta vez os médicos ficaram desconfiados com a causa que teria levado à constante queda de açúcar no seu sangue. Beverley acompanhou o deslocamento e novamente a sua taxa de insulina elevou-se. Paul não morreu mas esteve perto de perder a vida.
Paul Crampton
Fonte: The Sun
No dia 21, Bradley Gibson, de cinco anos, estava internado com pneumonia e sofreu um ataque cardíaco, foi salvo pela equipa depois de muito esforço e a sua taxa de insulina revelada num exame estava muito alta, o que não fazia sentido. Durante a noite, após ser atendido por Beverley, sofreu outro ataque e foi transferido para Nottingham onde, se recuperou, novamente ninguém suspeitou das ações da enfermeira, mas ela esperou um dia antes de atacar de novo.
Bradley Gibson com os pais
Fonte: Getty Images
A vítima seguinte foi Yik Hung Chan, de dois anos, que fracturou o crânio ao cair de uma janela. Beverley deu o alarme quando Yik ficou azulado e parecia ter um ataque. Neste primeiro momento o menino respondeu ao oxigénio, melhorou, mas em algumas horas, voltou a repetir os sintomas e foi transferido para Nottingham onde os sinais foram interpretados como consequência da queda.

Katie e Becky foram umas gémeas que nasceram prematuramente em janeiro de 1991 em Nottingham e foram transferidas para o hospital de Beverley. Onde a enfermeira lhes injetou insulina. Becky não resistiu e morreu, a irmã sobreviveu mas com sérias sequelas intelectuais e motoras. Numa expressão de agradecimento à enfermeira que supostamente cuidou das suas gémeas a mãe das meninas convidou Beverley para ser madrinha de Katie e dissimulada enfermeira aceitou a honra.
Beverley Allitt com Katie ao colo e a mãe desta
Fonte: All That's Interesting
Os ataques continuaram, vitimando outras quatro crianças mais ou menos saudáveis, tendo sempre em comum as situações se passarem nos plantões de Beverley e apresentarem os mesmos sintomas, mas nada disso levantou suspeitas sobre a enfermeira, embora fosse houvesse um consenso de que algo de errado se passava no hospital.

Claire Peck, foi a última vítima fatal, tinha um ano e três meses quando deu entrada no hospital com uma crise de asma. Beverley deu-lhe uma injeção com potássio e lignocaína e Claire morreu. Isto eu-se quando a enfermeira estava sozinha no quarto com a menina. A autópsia não conseguiu concluir a causa da morte, mas mesmo assim um inquérito foi aberto para apurar o elevado número de paragens cardíacas na unidade pediátrica do Grantham Hospital.
Claire Peck
Fonte: The Sun
Com o inquérito interno a verificação da existência de vírus não encontrou nada, um novo teste, entretanto, no sangue da última vítima, revelou um alto nível de potássio, o que indicava uma ação externa no óbito, mesmo assim, ainda passariam 18 dias até que a polícia fosse chamada.

O corpo de Claire Peck foi exumado e fizeram novos testes, que detetaram a presença de lignocaína, o superintendente Stuart Clifton finalmente convenceu-se que tinha acontecido um assassinato.

Clifton examinou outros casos, onde detetaram um teor excessivo de insulina, descobriu-se que a enfermeira Beverley Allitt tinha relatado o desaparecimento da chave do frigorífico que guardava a substância, entrevistou todos os pais, verificou todos os registos e instalou câmeras de seguranças nas instalações da ala infantil, chegou mesmo a estudar o síndrome de Münchausen por procuração.

Numa conferência dos registos diários da enfermagem descobriram que faltavam as páginas do período em que Paul Crampton esteve internado, o que era suspeito.

Analisando ao todo treze situações parecidas, quantro delas resultantes em óbito, encontraram um único padrão - Beverley era a única presença comum em todos os casos, em três semanas ela foi presa.

Enquanto estava presa, Beverley foi visitada por um psiquiatra, que lhe diagnosticou a variante da síndrome de Münchausen, nem o psiquiatra nem os responsáveis pelo inquérito conseguiram uma confissão.

Após quatro audiências Beverley foi formalmente acusada de quatro homicídios, onze tentativas de homicídio e outras onze de lesões corporais graves. 

Os pais das gémeas chegaram a contratar um detetive particular com o objetivo de comprovar a inocência daquela que fizeram madrinha de uma das vítimas, mas logo se arrependeram, quando confrontados com os factos.

As "doenças" de Beverley provocaram vários atrasos no julgamento. Beverley tinha perdido peso rapidamente devido à anorexia.

Finalmente enfrentou o júri no tribunal de Nottingham onde os promotores convenceram os jurados de que a sua presença era o fator determinante para todas as anomalias apresentadas na ala infantil do hospital de Grantham, demonstrando a sua frieza, bem como a cessação dos ataques misteriosos quando ela estava ausente ou separada dos pacientes, as evidências apontavam para que ela tinha dado injeções nas suas vítimas, bem como lhes cortou o oxigénio ou adulterou as máquinas que os sustinham.

Foram dois meses de julgamento até que, a 23 de maio de 1993, recebeu treze condenações a prisão perpétua por assassinato e tentativas de assassinato. Foi a maior condenação até então já aplicada no país a uma mulher, segundo o juiz, isto justificou-se porque era para "vingar" as suas vítimas, as suas famílias e, finalmente, a honra da nobre profissão de enfermeira.

A síndrome de Münchausen, que alguns especialistas avaliam como sendo incurável em Beverley, continuou durante o tempo de prisão, ela feriu-se várias vezes para chamar a atenção, derramou água a ferver na sua mão, por exemplo.

Na prisão, Beverley finalmente admitiu a responsabilidade pelas três mortes que provocou e seis outros ataques.


Fonte: Wikipédia

MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

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