No post de hoje falaremos das excentricidades de algumas rainhas da história, algumas podem ser consideradas loucas até hoje e outras simplesmente estavam a inovar para a mentalidade da altura.
Joana de Castela
Joana de Castela |
Era conhecida como a Louca, era obcecada pelo marido, Filipe. Ela tinha tantos ciúmes que chegou a dar à luz um dos seus filhos numa casa-de-banho, só para não deixar o seu marido ir sozinho a um baile.
Quando o seu marido morreu, deu-se uma procissão do corpo do rei pelas terras de Castela que durou oito meses até ser enterrado, durante todo esse tempo, a rainha não se separou dele, chegou até a abraçar o corpo de Filipe.
Filipe e Joana de Castela |
Nas povoações por onde o corpo de Filipe passava, aumentavam os rumores da loucura da rainha. Ao fim de alguns meses, os nobres "obrigados" pela sua posição a seguir a rainha, sentiam-se a perder tempo com esta "loucura" em vez de se ocuparem como deveriam das suas terras.
Na cidade de Torquemada, a 14 de janeiro de 1507, dá à luz o seu sexto filho, póstumo, do seu marido, uma menina que se chamaria Catarina. A demência da rainha agrava-se. Não queria trocar de roupa nem lavar-se.
Foi aprisionada em Tordesilhas, em fevereiro de 1509, com a sua filha mais nova Catarina.
Joana de Castela com a filha Catarina, aprisionada em Tordesilhas |
Cristina, Rainha da Suécia
Cristina da Suécia |
Foi uma das primeiras mulheres da altura a usar calças, considerava-as mais confortáveis, embora fosse uma peça de roupa masculina. Cristina estudava 12 horas por dia, tornando-se numa das mulheres mais cultas da sua época.
Isabel da Baviera
Isabel da Baviera |
Ficou conhecida como Sissi, era uma rainha extremamente preocupada com a sua aparência, chegou a sofrer de anorexia, pesava-se três vezes por diz, pesava cerca de 45kg e tinha 1,73m de altura. Se a sua cintura passasse de 50cm parava de comer. Durante uma época, só se alimentava de carne crua de boi e do sangue do mesmo, além de peixe cozido e frutas.
Pensava que choques térmicos poderiam ajudá-la a emagrecer e, para isso, tomava banhos a vapor e, em seguida, mergulhava-se em banhos de água fria.
Dedicava três horas do seu dia para pentear os seus longos cabelos que lhe chegavam aos pés. Para manter a pele bonita, usava máscaras faciais feitas de morangos prensados ou dormia com bifes no rosto.
Isabel da Baviera |
A partir dos 35 anos, não permitiu mais que fosse retratada, por isso estava sempre com um véu azul, uma sombrinha ou um leque preto, com o qual cobria o rosto sempre que alguém se aproximava.
Catarina II da Rússia
Catarina II da Rússia |
Ficou conhecida como Catarina, a Grande. Teve inúmeros amantes, especialmente mais jovens. Catarina oferecia-lhes títulos e cargos, além de moradia no palácio.
Esta situação era conhecida no seio da família real, mas como o marido de Catarina, Pedro III, não podia ter filhos, a situação era deixada passar, porque o importante era que Catarina deixasse descendentes para a coroa.
Catarina teve um caso com o seu conselheiro Gregório Alexandrovich Potemkin, que terá acabado em 1776, este alegadamente passou a escolher os candidatos a amantes de Catarina que tivessem tanto beleza física como inteligência para a satisfazer. Alguns destes homens a amavam e ela sempre foi muita generosa com eles, mesmo quando o romance terminava.
Gregório Alexandrovich Potemkin |
Um dos seus amantes, Pyotr Zavadovsky, recebeu 50 mil rublos mais uma pensão de 5 mil rublos anuais e 4 mil servos na Ucrânia depois de ser dispensado. Um dos seus últimos amantes, o príncipe Zubov, 40 anos mais novo, provou ser o mais caprichoso e extravagante de todos.
Príncipe Zubov |
A dependência sexual de Catarina levou a que nascessem várias lendas sobre ela.
Nas suas memórias, Catarina afirmou que o seu primeiro amante, Sergei Saltykov, era o verdadeiro pai do seu filho Paulo, no entanto este parecia-se fisicamente com o imperador Pedro III e as suas palavras podem ter sido apenas uma vingança perante o tratamento frio que recebia do seu filho.
Sergei Saltykov |
Luísa Isabel de Orleans, Rainha da Espanha
Luísa Isabel de Orleans, Rainha da Espanha |
Luísa não se chamava Luísa nem outro nome até ao dia do seu casamento, simplesmente era conhecida como Mademoiselle de Montpensier.
Luísa sofreu de bulimia e transtorno de personalidade limítrofe, o que fazia com que o seu comportamento fosse absolutamente inapropriado. Fazia coisas como passear-se sem roupa, arrotar e soltar flatulências em público, aparecia suja e mal cheirosa perante a corte, entre outras situações.
O seu comportamento foi fonte de divergências com as suas companheiras reais tanto que chegou a ser trancada durante seis dias devido ao seu comportamento.
Isabel I da Rússia
Isabel I da Rússia |
Esta rainha tinha 15 mil vestidos de gala e não suportava a ideia de repetir algum deles. Trocava-se várias vezes, chegando a usar três vestidos diferentes numa só festa. Também tinha milhares de sapatos e meias. Ninguém tinha autorização para usar o mesmo penteado que o seu, e chegou a emitir decretos por meio dos quais regulava até a roupa e adereços usados pelos cortesãos.
Os estrangeiros ficavam surpresos com o puro luxo dos bailes luxuosos e de máscaras. Isabel orgulhava-se das suas habilidades como dançarina.
Maria I de Portugal
Maria I de Portugal |
Ficou conhecida como a Piedosa e a Louca. Foi rainha de Portugal e Algarves de 1777 até 1815, e também Rainha do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, a partir do final de 1815 até à sua morte.
Mentalmente instável, desde 10 de fevereiro de 1792 foi obrigada a aceitar que o filho, João, tomasse conta dos assuntos do Estado.
Vivia obcecada com as penas eternas que o pai estaria a sofrer no inferno, por ter permitido ao Marquês de Pombal perseguir os jesuítas, o via como "um monte de carvão calcinado".
Para tratar da sua loucura veio de Londres o Dr. Wills, psiquiatra e médico real de Jorge III, que também enlouqueceu em 1788, mas de nada adiantaram os seus "remédios evacuantes".
Em 1799, a sua instabilidade mental agravou-se com os lutos pelo seu marido Pedro, o seu filho, o príncipe herdeiro, José, morto aos 27 anos, a marcha da Revolução Francesa e a execução do rei Luís XVI da França na guilhotina. Por isso, João, seu filho e herdeiro, que se viria a tornar no João VI de Portugal, assumiu a regência.
MZ
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