Desde 2013, o autoproclamado Estado Islâmico do Iraque e do Levante luta pela conquista de territórios na Síria e no Iraque, travando uma guerra que já fez mais de 230 mil mortos e milhões de deslocados.
Além de tomar posse das cidades, o grupo pretende instaurar um califado, uma forma de governo monárquico e totalitário comandado pela Sharia, um conjunto de leis da fé islãmica, da Suna, que são as escrituras sagradas sobre a vida do profeta Maomé, e uma mistura de tradições e costumes dos primeiros séculos do Islão.
Para afirmar a superioridade do Islamismo, o Estado Islâmico tem se esforçado para destruir sítios arqueológicos e históricos de civilizações e religiões antigas, numa tentativa de apagar o passado.
As ruínas da cidade antiga de Palmira, na Síria, foram tomadas pelos militantes do Estado Islâmico em maio de 2015. Na altura, o grupo prometeu não tocar nos sítios históricos, mas não passou de promessas. Três meses depois, o arqueólogo sírio Khaled al-Asaad, que conduzia pesquisas nas ruínas há décadas, foi executado publicamente e o seu corpo foi pendurado numa coluna de um dos templos antigos, sem cabeça.
Nesta mesma altura, os militantes explodiram o Templo de Baalshamin, que tinha mais de 1900 anos de história e era um dos espaços mais ricos para arqueólogos e pesquisadores descobrirem traços das antigas civilizações da região.
Desde então, os militantes têm destruído qualquer traço que revele o passado de Palmira, cidade que fica num oásis e era paragem obrigatória para comerciantes da Rota da Seda, que faziam o famoso caminho revelado pelo escritor, explorador e mercador Marco Polo, trocando e vendendo mercadorias entre o Oriente e o Ocidente.
Este mosteiro era um importante ponto de peregrinação de cristãos, que, anualmente, no dia 9 de setembro, peregrinavam ao local para relembrar a história do santo católico Elian de Homs, morto pelo Império Romano em 285 d.C., por se recusar a renunciar ao cristianismo.
O padre responsável pelo mosteiro, Jacques Murad, foi sequestrado meses antes da destruição do templo e o seu paradeiro continua desconhecido.
Apameia foi construída durante o Império Selêucida, em 300 a.C., pelo rei Seleuco I Nicator que nomeou a cidade em homenagem à sua esposa, Apama. Durante a era cristã era um importante centro de conhecimento e filosofia, também sendo uma das mais populosas cidades da região, com mais de 500 mil habitantes.
As ruínas da cidade histórica de Apameia têm sido saqueadas e violadas desde o início da Guerra Civil Síria, mas foi a partir da chegada do Estado Islâmico na região que a situação piorou.
Imagens de satélite revelam buracos e escavações em todo o sítio arqueológico e mosaicos romanos até então desconhecidos foram retirados de Apameia e vendidos no mercado negro, levantando fundos para pagar as ações do grupo islâmico.
As ruínas destruídas pelos militantes islâmicos eram herança do Império Bizantino.
Outra cidade histórica derrubada pelo Estado Islâmico foi Dura Europos, próxima da fronteira entre a Síria e o Iraque, nas margens do rio Eufrates.
A cidade foi construída durante o Império Selêucida, mas as ruínas que restavam eram da época em que foi um importante entreposto comercial e marítimo do Império Parta, entre 247 a.C. a 224 d.C.
No sítio arqueológico destruído pelo Estado Islâmico haviam ruínas de casas, da cidadela e do palácio da cidade, além de um templo de Ártemis, deusa grega ligada à caça e à vida selvagem.
De acordo com relatos locais e imagens de satélites, as ruínas da cidade de Mari são saqueadas e destruídas sistematicamente desde que o Estado Islâmico tomou posse da região.
Hatra foi construída por volta do ano 300 a.C., a cidade foi capital do primeiro reino árabe da região, um dos únicos a resistir à invasão do Império Romano.
Em 2014, a cidade histórica de Hatra, no Iraque, foi invadida pelo Estado Islâmico para ser utilizada como depósito de armas e campo de treino de novos soldados.
Em abril de 2015, o grupo divulgou um vídeo que mostrava militantes a usar grandes martelos e armas para destruir esculturas e estruturas antigas.
A diretora-geral da UNESCO, Irina Bokova, disse que "a destruição de Hatra é um momento decisivo na lamentável estratégia de limpeza cultural no Iraque".
Com a destruição, os historiadores e arqueólogos perderam a oportunidade de estudar uma das arquiteturas mais curiosas da história, que misturava conceitos estéticos romanos e gregos, com estruturas que chegava a ter 70 metros de altura.
Além de tomar posse das cidades, o grupo pretende instaurar um califado, uma forma de governo monárquico e totalitário comandado pela Sharia, um conjunto de leis da fé islãmica, da Suna, que são as escrituras sagradas sobre a vida do profeta Maomé, e uma mistura de tradições e costumes dos primeiros séculos do Islão.
Para afirmar a superioridade do Islamismo, o Estado Islâmico tem se esforçado para destruir sítios arqueológicos e históricos de civilizações e religiões antigas, numa tentativa de apagar o passado.
Palmira
Palmira |
Nesta mesma altura, os militantes explodiram o Templo de Baalshamin, que tinha mais de 1900 anos de história e era um dos espaços mais ricos para arqueólogos e pesquisadores descobrirem traços das antigas civilizações da região.
Desde então, os militantes têm destruído qualquer traço que revele o passado de Palmira, cidade que fica num oásis e era paragem obrigatória para comerciantes da Rota da Seda, que faziam o famoso caminho revelado pelo escritor, explorador e mercador Marco Polo, trocando e vendendo mercadorias entre o Oriente e o Ocidente.
Estado Islâmico em Palmira |
Mosteiro do Mártir Elian
No mesmo mês que destruiriam o Templo de Baalshamin, o Estado Islâmico demoliu o Mosteiro do Mártir Elian, construído há mais de 1500 anos, na cidade síria de al Qaryatain.Este mosteiro era um importante ponto de peregrinação de cristãos, que, anualmente, no dia 9 de setembro, peregrinavam ao local para relembrar a história do santo católico Elian de Homs, morto pelo Império Romano em 285 d.C., por se recusar a renunciar ao cristianismo.
O padre responsável pelo mosteiro, Jacques Murad, foi sequestrado meses antes da destruição do templo e o seu paradeiro continua desconhecido.
Apameia
Apameia |
As ruínas da cidade histórica de Apameia têm sido saqueadas e violadas desde o início da Guerra Civil Síria, mas foi a partir da chegada do Estado Islâmico na região que a situação piorou.
Imagens de satélite revelam buracos e escavações em todo o sítio arqueológico e mosaicos romanos até então desconhecidos foram retirados de Apameia e vendidos no mercado negro, levantando fundos para pagar as ações do grupo islâmico.
As ruínas destruídas pelos militantes islâmicos eram herança do Império Bizantino.
Dura Europos
Dura Europos |
A cidade foi construída durante o Império Selêucida, mas as ruínas que restavam eram da época em que foi um importante entreposto comercial e marítimo do Império Parta, entre 247 a.C. a 224 d.C.
No sítio arqueológico destruído pelo Estado Islâmico haviam ruínas de casas, da cidadela e do palácio da cidade, além de um templo de Ártemis, deusa grega ligada à caça e à vida selvagem.
Mari
Esta cidade conheceu o seu auge durante a Era do Bronze, entre 3000 a 1600 a.C., e era uma fonte riquíssima de pesquisas para os arqueólogos, que estudavam as ruínas de templos e palácios e as muitas pedras e peças de cerâmica com inscrições da época.De acordo com relatos locais e imagens de satélites, as ruínas da cidade de Mari são saqueadas e destruídas sistematicamente desde que o Estado Islâmico tomou posse da região.
Hatra
Hatra |
Em 2014, a cidade histórica de Hatra, no Iraque, foi invadida pelo Estado Islâmico para ser utilizada como depósito de armas e campo de treino de novos soldados.
Em abril de 2015, o grupo divulgou um vídeo que mostrava militantes a usar grandes martelos e armas para destruir esculturas e estruturas antigas.
A diretora-geral da UNESCO, Irina Bokova, disse que "a destruição de Hatra é um momento decisivo na lamentável estratégia de limpeza cultural no Iraque".
Com a destruição, os historiadores e arqueólogos perderam a oportunidade de estudar uma das arquiteturas mais curiosas da história, que misturava conceitos estéticos romanos e gregos, com estruturas que chegava a ter 70 metros de altura.
Estado Islâmico a destruir monumentos em Hatra |
Nínive
Nínive |
Quando tomaram a cidade iraquiana de Mossul, em 2014, os militantes do Estado Islâmico destruíram boa parte da arquitetura e das esculturas das ruínas de Nínive, que, antes da sua quase completa destruição pelos militantes, era o maior local arqueológico do Oriente, com mais de 750 hectares.
Museus e bibliotecas de Mossul
Mossul antes e depois da guerra |
Manuscritos com centenas de anos e milhares de livros se perderam no mercado negro.
A biblioteca da Universidade de Mossul foi queimada em dezembro de 2014. Em fevereiro de 2015, a biblioteca central de Mossul, construída em 1921, foi explodida com milhares de manuscritos e instrumentos usados por cientistas árabes.
Alguns meses depois, o Museu de Mossul foi violentamente atacado. O grupo registou em video os seus militantes a destruírem a estrutura do museu e as diversas estátuas e obras de arte.
Nimrud
Boa parte do que foi encontrado no local arqueológico de Nimrud, no norte do Iraque, foi enviado para museus nos EUA e na Inglaterra, mas as estruturas e arquitetura da cidade, construída há 3200 anos, foi perdida para sempre com a invasão do Estado Islâmico.O Ministério do Turismo e Antiguidade do Iraque informou que ainda não é possível avaliar o tamanho do estrago feito pelos militantes extremistas, mas que boa parte do sítio e da muralha de 360 hectares foi destruída por tratores do Estado Islâmico.
Destruição feita pelo Estado Islâmico em Nimrud |
Khorsabad
Foi a capital durante o Antigo Período Assírio, esta cidade também é conhecida como Dur Sharrukin, começou a ser construída pelo rei Sargão II, que morreu antes de ver o fim da sua principal obra. O príncipe Senaqueribe transferiu a capital do Império para Nínive e as obras na antiga cidade nunca foram terminadas.Em março de 2015, o Estado Islâmico destruiu boa parte das ruínas milenares do sítio arqueológico, incluindo o palácio do rei Sargão II. Por sorte, boa parte das relíquias, estátuas e pinturas estão hoje no Museu Iraquiano de Bagdad, na Universidade de Chicago e no Museu do Louvre, em Paris.
Mosteiro do Mártir São Behnam e da sua irmã Sarah
Mosteiro do Mártir São Behnam e da sua irmã Sarah |
O mosteiro ficou sob os cuidados da Igreja Ortodoxa Síria e resistiu aos ataques de Gengis Khan, mas caiu nas mãos do Estado Islâmico, em março de 2015.
Os extremistas islâmicos explodiram o mosteiro, incluindo a tumba dos mártires e toda a decoração do local.
Mesquita do Profeta Yunus (Jonas)
Mesquita do Profeta Yunus e a sua respetiva explosão |
Em julho de 2015, os militantes evacuaram a mesquita e explodiram-na.
Mausoléu de Imam Dur
O mausoléu, que fica próximo da cidade iraquiana de Samarra, era um dos maiores exemplos preservados de arquitetura e decoração medieval islâmica.Foi destruído pelo Estado Islâmico em outubro de 2015.
Imagens de destruição de monumentos pelo Estado Islâmico:
Fonte: Revista Galileu
MZ
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