domingo, 30 de junho de 2019

As Gémeas que sofreram experiências em Auschwitz

Gémeas Eva e Miriam Mozes Kor
Eva Mozes Kor, atualmente com 85 anos, e sua irmã gémea foram usadas em várias experiências científicas, Eva já escreveu vários livros e participou em vários documentários sobre o Holocausto.

Eva e Miriam, nasceram na Roménia numa família judia. Além das gémeas, a família teve duas outras filhas mais velhas, Edith e Alice.

Em 1944, toda a família foi levada para Auschwitz numa carruagem de gado. Ao chegarem ao campo de concentração, o diretor do campo questionou a mãe das meninas para saber se eram gémeas. Com a confirmação, as duas meninas foram separadas da mãe. Eva e Miriam nunca mais conseguiram saber do paradeiro dos seus pais e irmãs.

O fenómeno de gémeos intrigava os médicos nazis, incluindo o mais brutal de todos, o médico Josef Mengele. Este médico ficou conhecido como "Anjo da Morte" de Auschwitz. Milhares de pessoas foram vítimas das suas experiências.

Mengele tinha um interesse clínico pelos gémeos, porque os nazis queriam aumentar a taxa de natalidade das mulheres arianas. Além disso, era de extrema importância entender como várias doenças afetavam o corpo humano.

Para descobrir como as doenças se manifestavam, Mengele injetava um vírus mortal num dos gémeos e comparava os resultados com o seu irmão ou irmã saudável. Mengele liderou, ainda, experiências para mudar a cor dos olhos através de produtos químicos e a criação artificial de gémeos siameses.

As gémeas Eva e Miriam foram submetidas a vários desses testes e experiências genéticas.

Segundo relatos de Eva, uma vez ela, foi separada da sua irmã e foi levada para o laboratório. Lá recebeu sangue na mão esquerda, enquanto na mão direita ela recebeu várias injeções diferentes. Depois deste procedimento, teve febre, os braços e as pernas ficaram inchados e muitas manchas vermelhas apareceram no seu corpo. Mengele disse-lhe que tinha apenas duas semanas de vida. Inesperadamente, sobreviveu e foi levada novamente para perto da sua irmã.

Em janeiro de 1945, um dos prisioneiros do campo entrou no quartel em que as duas meninas estavam abrigadas com o anúncio da liberdade. Soldados do Exército Vermelho estavam ali para libertar todos os presos.

Depois da libertação, as irmãs, de então 11 anos, ficaram sob custódia de freiras num convento. Eva conta que as freiras faziam de tudo para elas, lhes davam brinquedos, mas as jovens não conseguiam brincar mais depois dos horrores vividos. Eva diz que achava que a sua infância tinha terminado em Auschwitz para sempre.

Depois, as duas meninas puderam voltar para casa, na aldeia de Port, na Roménia. Mas ao chegarem lá, encontraram a casa vazia e roubada. Para Eva, aquele foi o dia mais triste da sua vida, pois tinha esperança de encontrar algum familiar vivo quando voltasse a casa.

Aos 16 anos, em 1950, as gémeas mudaram-se para Israel, e se estabeleceram na cidade Haifa. Alguns anos depois, Eva casou-se com outro sobrevivente do Holocausto, Michael Cora. O casal mudou-se para os EUA e tiveram dois filhos.

Miriam sofreu com uma doença renal até ao fim da sua vida, causada pelas experiências feitas no campo de concentração. Eva chegou a doar um dos seus rins à irmã, mas em 1993 Miriam morreu, aos 59 anos de idade.

Dois anos depois da morte da sua irmã, Eva fundou o Museu CANDLES, dedicado à história das experiências nazis nas crianças. A sigla significa algo como "Sobreviventes de Experiências de Laboratório Mortífero Nazis de Auschwitz".

MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

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