sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Série Lore: Assassino Fantasma na Fazenda Hinterkaifeck

Vou fazer mais um conjunto de post's, inspirados numa série, desta vez a série é Lore.

Esta série, que já conta com duas temporadas, fala em cada um dos episódios de algo assustador para nós, comum dos mortais, como vampiros, fantasmas, lobisomens, em resumo, lendas e como é que estas surgiram.

Com estes post's irei de falar mais em pormenor de cada situação ou pessoas retratadas nos episódios. Nos episódios há sempre uma história central e depois outras que vão complementando as principais, ou porque são do mesmo género ou de outra altura.

Post relacionado anterior: https://imagenschistoria.blogspot.com/2019/10/serie-lore-erzsebet-bathory.html

Assassino Fantasma na Fazenda Hinterkaifeck

Fazenda Hinterkaifeck
Fonte: Tricurioso
A fazenda Hinterkaifeck foi sempre um lugar solitário, localizada entre as cidades bávaras de Ingolstadt e Schrobenhausen.

A fazenda foi palco de um dos crimes mais chocantes e não solucionado da Alemanha.

Aqui vivia a viúva Viktoria Gabril, de 35 anos, os seus dois filhos, Cazilia e Josef, 7 e 2 anos respetivamente, e os seus pais Andreas Gruber, de 63 anos e a sua mãe Czilia Gruber, de 72 anos. Além da família vivia ainda na casa a empregada Maria Baumgartner, de 44 anos.

A família era conhecida por ser bastante reservada. Mas mesmo assim, os vizinhos ficaram preocupados quando a 1 de abril de 1922, a pequena Cazilia não foi à escola e a família não tinha ido à igreja, onde Viktoria fazia parte do coro.

Desde essa altura, as cartas começaram-se a acumular no correio local e a 4 de abril, os vizinhos da família decidiram investigar. Lorenz Schlittenbauer, um agricultor que morava perto, liderou o grupo de busca.

No celeiro da fazenda, encontraram quatro corpos brutalmente agredidos cobertos por feno. Dentro da casa, encontraram os corpos de Josef e da empregada Maria Baumgartner.
Corpos da família no celeiro
Fonte: Tricurioso
Maria morreu no seu primeiro dia de trabalho na casa. A empregada anterior tinha abandonado o emprego um dia antes do massacre, alegando que a casa era assombrada.

Os relatórios das autópsias da família foram conduzidos pelo médico Dr. Johann Baptist Aumüller, estes mostravam um cenário aterrorizante. A família foi assassinada na noite de 31 de março de 1922.

A senhora Cazilia mostrava sinais de estrangulamento e sete golpes na cabeça, o que a deixou com o crânio rachado. O rosto do seu marido, Andreas, estava coberto de sangue e as maçãs do rosto estavam dilaceradas. O crânio de Viktoria também foi esmagado, a sua cabeça apresentava nove feridas "em formato de estrela" e o lado direito do seu rosto tinha sido atingido por um objeto não-pontiagudo. O maxilar inferior da pequena Cazilia tinha sido despedaçado e o seu rosto coberto de feridas abertas e circulares.

Enquanto os avós e a mãe provavelmente tiveram uma morte instantânea com golpes de picareta, a autópsia descobriu que a pequena Cazilia provavelmente ficou viva, agonizando por horas após o ataque.

Dentro da casa, o fim do pequeno Josef e da empregada Maria foi idêntico. Maria foi morta com golpes cruzados na cabeça no seu quarto e Josef foi com uma forte pancada no rosto enquanto estava no seu berço no quarto da sua mãe. Assim como os corpos do celeiro, Josef e Maria também foram cobertos, Maria com os lençóis e Josef com um dos vestidos da sua mãe.
Quarto onde Maria se encontra no chão
Fonte: Medium
Quarto de Viktoria onde estava Josef no seu berço
Fonte: Medium
Os animais da fazenda e um cão de guarda permaneceram ilesos. Um dos factos mais estranhos foi que os animais foram tratados e alimentados nos dias que se seguiram aos assassinatos e antes da descoberta dos corpos.

Além dos corpos no feno e dos lençóis usados para cobri-los, nada mais foi mexido no local, embora o assassino claramente permaneceu na casa por vários dias, tratando dos animais, fazendo as suas refeições e acendendo a lareira.

Quando a polícia questionou a antiga empregada sobre a sua suspeita de que a propriedade era assombrada, ela disse que tinha chegado a essa conclusão depois de constantemente ouvir sons do sótão e sentir uma sensação inquietante de estar a ser observada.

Andreas não acreditava na teoria da então sua empregada, mas contou aos vizinhos dias antes da tragédia que tinha descoberto pegadas na neve que vinham da floresta em direção à sua casa e nenhuma das pegadas aparecia no sentido contrário (voltando para a floresta). Andreas também afirmou ter ouvido alguns barulhos de passos no sótão e ter encontrado um jornal desconhecido dentro da sua propriedade.

Uma das duas chaves da família desapareceu pouco antes do assassinato. Isto juntando às pegadas, aos sons no sótão e da chaminé a funcionar nos dias seguintes ao crime, sugere que o intruso impiedoso poderia estar a viver na casa.

A polícia inicialmente suspeitou que se tratava de um roubo cometido por alguns viajantes de má reputação na região, mas a teoria foi logo posta de lado depois que grandes quantias de dinheiro foram encontradas dentro da casa.

Outro suspeito foi Karl Gabriel, o marido de Viktoria, que tinha sido dado como morto em 1914 durante a Primeira Guerra Mundial. A morte dele foi colocada em dúvida porque o seu corpo nunca foi encontrado. Os oficiais acreditavam que ele poderia ter sobrevivido e que, após regressar a casa, tivesse algum motivo para assassinar a família. Alguns vizinhos acreditavam na teoria de que o menino Josef era fruto de uma suposta relação incestuosa entre Viktoria e o seu pai. Isso poderia ter motivado Karl a cometer os assassinatos, mas como o soldado nunca mais foi visto depois da sua ida para a batalha nas trincheiras francesas, essa suspeita pouco avançou.

Apenas uma coisa poderia ser declarada com algum grau de certeza, os crimes tinham sido cometidos por alguém que conhecia o caminho em volta da fazenda Hinterkaifeck. A brutalidade dos assassinatos sugeria que o crime tinha sido cometido por alguém com um desejo de vingança pessoal contra um ou vários dos Grubers. Mas a polícia na época não conseguiu respostas e acabou encerrando o caso.

Nos últimos 95 anos, o caso foi reaberto várias vezes, mas sem grandes avanços. Em 1923, a fazenda foi demolida e a família foi enterrada num terreno em Waidhofen.
Caixões da família e da empregada
Fonte: Tricurioso
Devido às técnicas forenses relativamente básicas usadas na altura da investigação original e as mortes posteriores de alguns suspeitos, não se conseguiu identificar conclusivamente o assassino. É um dos mais famosos mistérios não resolvidos do mundo.

Em 2007, alunos da Polizeifachhochschule (Academia de Polícia) em Fürstenfeldbruck, afirmaram terem solucionado o caso. Mas mantiveram os resultados em sigilo, em respeito aos familiares das vítimas ainda vivos.

Fonte: Tricurioso

MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

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