Vou fazer mais um conjunto de post's, inspirados numa série, desta vez a série é Lore.
Esta série, que já conta com duas temporadas, fala em cada um dos episódios de algo assustador para nós, comum dos mortais, como vampiros, fantasmas, lobisomens, em resumo, lendas e como é que estas surgiram.
Com estes post's irei de falar mais em pormenor de cada situação ou pessoas retratadas nos episódios. Nos episódios há sempre uma história central e depois outras que vão complementando as principais, ou porque são do mesmo género ou de outra altura.
Post relacionado anterior: https://imagenschistoria.blogspot.com/2019/10/serie-lore-maldicao-do-orloj.html
Bruxa Mary Webster
Personagem de Mary Webster, na série Lore |
Nasceu na Inglaterra por volta de 1624 (dúvidas entre 1617 e 1924). A sua família emigrou para Springfield na Colónia da Baía de Massachusetts.
Mary casou-se com William Webster em 1670 e foi quando se mudou para Hadley, ele tinha 53 anos e ela 46 anos. O casal tinha pouco dinheiro e moravam numa casa pequena e às vezes precisavam da caridade dos vizinhos para sobreviver.
Apesar de precisar do apoio dos vizinhos não "engolia sapos" então passou a ser desprezada e às vezes maltratada, tornou-se amarga com o mundo e rancorosa em relação a alguns dos seus vizinhos, que a começaram a chamar de bruxa.
Mary supostamente colocou um feitiço no gado e cavalos para que eles não pudessem passar pela casa dela. Uma vez Mary entrou numa casa e uma galinha caiu de uma chaminé numa panela com água a ferver.
Mary tinha uma cicatriz, provavelmente de queimadura, mas os seus vizinhos chamavam de marca das bruxas.
A 27 de março de 1683, os magistrados do tribunal do condado de Northampton examinar Mary Webster sob suspeita de bruxaria. Os magistrados decidiram que não podiam lidar com o assunto, então enviaram Mary para Boston, em abril seguinte.
Ficou presa até 22 de maio de 1683, quando as provas contra ela foram ouvidas pelo governador Simon Bradstreet, vice-governador Thomas Danforth e nove assistentes. Eles decidiram indiciá-la. a 1 de junho de 1683, no seu julgamento, o tribunal considerou-a inocente e ela voltou a Hadley.
Quando voltou a casa ainda era alvo de perseguições. Um ano e meio depois de voltar, um importante habitante de Hadley chamado Philip Smith morreu dolorosamente. Então as pessoas não tiveram dúvidas de que Mary Webster assassinou Philip Smith "com uma bruxaria horrenda".
No início de janeiro de 1684-5, Smith tinha sofrido ataques de delírio. Ele estava com muita dor, chamava: "Senhor, fique com a mão, basta, é mais do que o teu servo frágil pode suportar." Smith também conseguiu culpar Mary Webster pela sua terrível condição.
Coisas estranhas aconteciam no leito dele. Garrafas de remédios esvaziaram-se misteriosamente. Quando outros o seguravam durante os seus ataques, ouviram arranhões ao redor da cama e viram fogo em cima dela. Eles também sentiram algo na cama do tamanho de um gato.
Depois que Philip Smith morreu, o seu cadáver estava inchado num dos seios, tinha hematomas nas costas e buracos que pareciam feitos com furadores. E embora ele tenha morrido no sábado de manhã, o seu corpo ainda estava quente no domingo à tarde, embora estivesse frio na rua. Na segunda-feira, o seu rosto estava sem cor, com sangue a escorrer pelo rosto. Por fim, as pessoas ouviram barulhos estranhos na sala onde estava o cadáver.
Os jovens de Hadley acreditavam que perturbar Mary Webster aliviava a dor de Smith. Então eles foram atrás dela. Thomas Hutchinson no seu livro descreve o que fizeram com Mary: "Enquanto (Philip Smith) estava doente, vários rapazes astutos tentaram uma experiência com a velha. Depois de arrastá-la para fora de casa, enforcaram-na numa árvore" Mary terá permanecido lá a noite e sobreviveu e conseguiu escapar e Smith morreu.
Mary viveu mais de 10 anos depois disso. As pessoas da cidade, sem dúvida, continuaram a persegui-la.
A romancista e poeta canadiana Margaret Atwood acredita que é descendente de Mary Webster. Em 1995, escreveu um poema "Half-Hanged Mary", sobre Mary Webster, sua ancestral. O seu romance "The Handmaid's Tale", é também dedicado a Mary Webster.
MZ
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