Stanisława Leszczyńska |
Stanisława Leszczyńska (1896-1974) foi uma parteira da Polónia mundialmente conhecida como "A Parteira de Auschwitz" por ter estado presa no campo de extermínio, onde assistiu as prisioneiras no nascimento de aproximadamente três mil crianças.
Stanislawa casou-se em 1916 e teve quatro filhos, tornou-se parteira em 1922 após estudar a Universidade de Varsóvia.
Depois da invasão alemã da Polónia de 1939, a casa da sua família ficou dentro do traçado do Gueto de Lódz. Stanislawa e o seu marido, Jan, ajudaram os judeus com alimentos e documentação falsa, mas a Gestapo descobriu e a prendeu junto com os seus três filhos menores a 18 de fevereiro de 1943. O seu marido e o seu filho mais velho fugiram da cidade mas nunca mais se viram, Jan morreu no Levantamento de Varsóvia.
No campo de extermínio foi separada dos seus filhos. Quando chegou a Auschwitz, disse a um médico alemão que era parteira. Ele a então, a enviou para a "maternidade", um aglomerado imundo de tendas destinadas às grávidas.
A maioria das grávidas era enviada diretamente para as câmaras de gás ou acabava submetida a abortos forçados. Muitos dos bebés também eram afogados em baldes, na frente das mães, logo após o nascimento.
Stanislawa recusava-se a fazer o trabalho macabro. Ela simplesmente negava-se a matar as crianças, enfrentando até mesmo o médico Josef Mengele. Invés disso, Stanislawa dava assistência às mães e ajudava nos partos. Não se sabe como é que Stanislawa não foi morta pelos nazis.
Apesar de saber que a maioria dos bebés morreria em questão de horas, ela fazia o possível para salvar o maior número deles e das suas mães. As condições eram as piores imagináveis, sem água, cobertores nem fraldas, além da escassez de comida.
Nem todos os bebés eram mortos imediatamente. A partir de 1943, alguns foram adotados por casais nazis num programa que sequestrou mais de 100 mil crianças, só na Polónia. Stanislawa e as suas assistentes fizeram o possível para tatuar os bebés, para que eles pudessem ser identificados mais tarde pelas verdadeiras mães.
Das três mil crianças que ajudou a nascer, estima-se que metade foi afogada, outras mil morreram de desnutrição ou frio, 500 foram entregues a outras famílias e 30 sobreviveram ao campo de concentração.
Permaneceu no campo até à sua libertação pelas tropas soviéticas a 26 de janeiro de 1945. Os seus filhos que foram também presos, também sobreviveram à guerra.
Depois da libertação continuou a exercer a sua profissão, até se reformar em 1957.
Stanislawa faleceu a 11 de março de 1974.
Para a Igreja Católica, Stanislawa reúne os critérios necessários para declará-la serva de Deus, aguarda-se o seu primeiro milagre para se iniciar o processo de canonização.
A sua sepultura converteu-se num lugar de peregrinação onde centenas de visitantes a visitam todos os anos.
MZ
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