quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Homossexualidade na História

Atualmente a questão homossexual tem sido muito falada, seja pela legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo, pelo direito de adotarem crianças, em suma pela luta dos seus direitos.

Quando se fala em direitos é sempre algo controverso, quando há pessoas que dizem "então não somos todos iguais", seja quando se fala em direitos entre homens e mulheres ou entre heterossexuais e homossexuais. Para mim eles são pessoas como outras quaisquer.

Não querendo ofender ninguém para mim, não deveria existir as chamadas paradas gays (LGBT) porque não deveríamos que ter que nos expor, expondo a nossa sexualidade para mostrar que somos pessoas normais, porque eu não sinto essa necessidade enquanto heterossexual de o fazer, no entanto percebo que tenham que fazer realmente para mostrarem que são normais, que não é uma doença, que simplesmente é algo que nasce com eles como nasceu comigo gostar do sexo masculino. (Espero não ter sido muito confusa 😁)

Apesar de haver uma maior aceitação (ridículo alguém ter que procurar aceitação por qualquer coisa que seja, mas é a sociedade que temos, esperemos que mude), ainda nem todos os locais do mundo vêem a homossexualidade como algo natural.

Mas no post de hoje falaremos da história da homossexualidade, porque apesar de dizerem "no meu tempo não havia nada 'disto'" CLARO que sempre houve!
Bandeira LGBT
Fonte: Superinteressante
Na gruta paleolítica de Gorge D'enfer, em Dordonha, na França (12 mil a.C.), conserva-se pinturas e artefactos homo-eróticos entre dildos duplos e outros brinquedos sexuais lésbicos.
1ª Imagem: Gruta Gorge D'enfer
2ª e 3ª Imagens: Artefactos sexuais descobertos na Gruta Gorge D'enfer
Nas tribos das ilhas da Nova Guiné, Fiji e Salomão, no oceano Pacífico, cerca de 10 mil anos atrás já se exercitavam algumas práticas homossexuais como forma de ritual.

Os melanésios acreditavam que o conhecimento sagrado só poderia ser transmitido por meio do coito entre duplas do mesmo sexo. No ritual, um homem vestido de mulher representava um espírito dotado de grande alegria e os seus modos não eram muito diferentes dos de um espetáculo de Drag Queen atual.

A rocha mesolítica Addara, na Sicília, em Itália (5 mil a.C.) sugere uma representação homo-erótica, onde homens e mulheres dançam ao redor de duas figuras masculinas em ereção.

A mais antiga epopeia conhecida, conta a história de amor do rei Gilgamesh da cidade D'uruk e do seu amado Enkidu. O livro contém as mais antigas referências ao dilúvio. Data de 2750 a.C. na Suméria.
Ilustração ao amor do rei Gilgamesh e Enkidu
Fonte: Revista Livros Abertos
Khnumhotep e Niankhkhnum, aios do Faraó Niuserré, são o mais antigo casal egípcio do mesmo sexo conhecido. Os seus nomes conjugados significam "Juntos na Vida, Juntos na Morte". Esta inscrição está no seu túmulo, junto das pirâmides. Data de 2400 a.C. no Egito.
Khnumhotep e Niankhkhnum
Fonte: Tour Egypt
Um dos mais antigos e importantes conjuntos de lei do mundo, feito pelo Imperador Hammurabi na antiga Mesopotâmia, por volta de 1750 a.C., contém alguns privilégios que deveriam ser dados aos prostitutos e prostitutas que participavam em cultos religiosos. Eles eram sagrados e tinham relações com os homens devotos dentro dos templos da Mesopotâmia, Fenícia, Egito, Sicília e Índia, entre outros locais. Herdeiras do Código de Hammurabi, as leis hititas chegam a reconhecer uniões entre pessoas do mesmo sexo.

Vamos recuar agora até à Antiguidade Clássica. O herói Aquiles e o seu amado Pátroclo terão sido companheiros na Guerra de Tróia. Quando Pátraclo morre, é vingado por Aquiles. Quando Aquiles morre, é enterrado junto de Pátroclo.
Aquiles ata o ferimento no braço de Pátroclo
Fonte: Wikipédia
Na Grécia, por exemplo, o envolvimento entre pessoas do mesmo sexo chegava, em certos casos, a ter uma função pedagógica. Em Atenas, os filósofos envolviam-se sexualmente com os seus aprendizes como instrumento pelo qual se estreitavam as afinidades afetivas e intelectuais de ambos. Para a educação dos jovens atenienses, esperava-se que os adolescentes aceitassem a amizade e os laços de amor com homens mais velhos, para absorverem as suas virtudes e os seus conhecimentos de filosofia. Após os 12 anos, desde que o menino concordasse, transformava-se num parceiro passivo até por volta dos 18 anos, com a aprovação da sua família. Normalmente, aos 25 anos tornava-se um homem e ai esperava-se que assumisse o papel ativo.
Prática de pederastia comum na Grécia Antiga
Fonte: Wikipédia
A este tipo de relação dava-se o nome de Pederastia, que era o relacionamento erótico entre um homem e um menino. Por extensão de sentido, foi um termo bastante utilizado para designar até então a homossexualidade enquanto doença psicológica.

O filósofo grego Sócrates pregava que o coito anal era a melhor forma de inspiração e o sexo heterossexual, por sua vez, apenas servia para procriar.
Filósofo Sócrates
Fonte: Alunos Online
Platão, filósofo grego, defendeu publicamente que apenas o amor homossexual pode conferir ao homem grego a plenitude do seu potencial intelectual.
Filósofo Platão
Fonte: InfoEscola
Invencível durante 40 anos, o Batalhão Sagrado da cidade de Tebas era composto exclusivamente por 150 casais homossexuais. A sua invencibilidade comprovou a filosofia de Platão, que defendia que a fidelidade e bravura em combate seriam tão maiores, quão mais fortes fossem as relações de afecto entre os companheiros guerreiros - Datado de 378 a.C.
Batalhão Sagrado de Tebas
Fonte: A Busca pela Sabedoria
Em 336 a.C. (Grécia) Alexandre, o Grande e o seu amado companheiro de vida e batalhas Heféstio (ambos alunos de Aristóteles) expandem largamente o Império da Macedónia.
Alexandre, o Grande (esquerda) e Heféstio (direita)
Já em Roma, a pederastia era vista com bons olhos, enquanto a relação entre dois homens da mesma idade era motivo de reprovação.

Em 80 a.C (Itália)., aos 20 anos, o Ditador Romano Júlio César ter-se-á enamorado por Nicomedes IV, o rei da Bitínia.
Ditador Romano Júlio César (esquerda) e o seu amante Nicomedes IV, rei da Bitínia (direita)
Augusto, o primeiro Imperador Romano, reconhece oficialmente os primeiros casamentos entre casais do mesmo sexo (27 a.C. - Itália).
Primeiro Imperador Romano, Augusto
No ano de 54 d.C. (Itália), Nero, o quinto Imperador Romano, casa-se com o aio Sporus. O senado romano desaprova a união devido às humildes origens do rapaz.
Imperador Romano Nero
Fonte: Wikipédia
O judaísmo pregava que as relações sexuais tinham como única função a de procriação. Até ao início do séc. IV, essa ideia, foi restrita à comunidade judaica e aos poucos cristãos que existiam. Nesta altura o Imperador Romano Constantino converteu-se à religião cristã e, consequentemente, o cristianismo tornou-se obrigatório no maior império do mundo. Como o sexo passou a ser encarado apenas como uma forma de gerar filhos, a homossexualidade tornou-se algo anormal.

Em 342, na Itália, o 59º Imperador Romano, Flávio Constâncio II, retira o direito ao casamento aos casais do mesmo sexo.
Imperador Romano Flávio Constâncio II
Fonte: Wikipédia
Data de 388 o Massacre de Tessalónica, cidade grega, consistiu na morte de 500 gregos, entre filósofos, professores e soldados pagãos homossexuais que se revoltaram contra o 67º Imperador Romano, Teodósio I, que decretou pena de morte a quem praticasse actos homossexuais. A homossexualidade tornou-se então ilegal e levava à fogueira.
Imperador Romano Teodósio I
Fonte: Império Romano
O primeiro texto de lei que proibia sem reservas a homossexualidade foi promulgado mais tarde, em 533, pelo Imperador cristão Justiniano. Este vinculou todas as relações homossexuais como adultério, para o qual se previa a pena de morte.
Imperador cristão Justiniano
Fonte: Wikipédia
Mais tarde, em 538 e 544, outras leis obrigavam os homossexuais a arrependerem-se dos seus pecados e a fazerem penitência.

Em 589, os visigodos conquistaram quase toda a Península Ibérica, converteram-se ao cristianismo e perseguiram homossexuais e judeus. 100 anos depois, o rei visigodo Flávio Égica decreta a castração e o exílio aos homossexuais.

Com o nascimento e expansão do islamismo, a partir do séc. VII, junto com a força cristã, reforçaram a teoria do sexo para procriação.

Em 711, os árabes conquistaram o sul da Península Ibérica e revelaram-se tolerantes à homossexualidade e cultivavam a poesia lésbica e homo-erótica na Andaluzia.

Desta forma, desde o final do Império Romano, várias ações de réis e clérigos tentaram suprimir a homossexualidade.

Em 1069, Al-Mu'tamid, rei árabe nascido em Beja, apaixona-se pelo poeta Ibn Ammar e concede-lhe o cargo de primeiro-ministro, no Reino de Sevilha.
Ibn Ammar
Fonte: Escritas.org
Em 1102 o consílio de Londres confirma a homossexualidade como pecado perante o povo britânico.

Em 1260, na França, no reinado de Luís IX, a França castra e queima os homossexuais. Lésbicas são mutiladas e igualmente executadas.
Rei Luís IX da França
Fonte: Medium
Durante muito tempo, até meados do séc. XIV, no entanto, embora a fé condenasse os prazeres da carne, na prática os costumes permaneciam os mesmos. A Igreja viu-se, a partir daí, diante de uma série de crises. Os católicos assistiram horrorizados à conversão ao protestantismo de diversas pessoas após a Reforma de Lutero. E, com o humanismo renascentista, os valores clássicos, e assim, o gosto dos antigos pela forma masculina, voltaram à tona.

Pintores, escritores, dramaturgos e poetas celebravam o amor entre homens. Além disso, entre a nobreza, que costumava ditar moda, a homossexualidade sempre correu solta. E, o mais importa, sem censura alguma. Ficaram notórios os casos homossexuais de monarcas como o inglês Ricardo, Coração de Leão.
Rei Inglês Ricardo, Coração de Leão
Fonte: Último Segundo
Em 1307, o poeta italiano Dante escreve "A Divina Comédia", onde crítica a visão do mundo da Idade Média e descreve o inferno como sendo o lugar dos homossexuais.

Ainda assim, ao longo da Idade Média, existem vários relatos de representantes da nobreza que tiveram casos com parceiros(as) do mesmo sexo.

Em 1327, o rei inglês, Eduardo II ter-se-à apaixonado pelo Conde Piers Gaveston. Ambos foram assassinados pelo facto do seu amor ser escandaloso aos olhos da nobreza britânica.
Grande Selo do rei Eduardo II de Inglaterra (esquerda) e o Conde Piers Gaveston
No curto intervalo entre 1347 e 1351, a peste negra assolou a Europa e matou 25 milhões de pessoas. Como ninguém sabia a causa da doença, a especulação ultrapassava os limites da saúde pública e alcançava os costumes. O "pecado" em que viviam os homens passou a ser apontado como a causa dela e de diversas outras catástrofes, como fomes e guerras. Judeus, hereges e homossexuais tornaram-se a causa dos males da sociedade. Não havia outra solução a não ser a erradicação desses grupos.

Medidas foram tomadas. Em Florença, por exemplo, a sodomia (relação sexual anal entre um homem e outro, e sexo anal entre homens e mulheres) foi proibida em 1432, com a criação dos Ufficiali di Notte (agentes da noite). Resultou em 70 anos de perseguição aos homens que mantinham relação homossexuais. Entre 1432 e 1502, mais de 17 mil pessoas foram incriminados e 3 mil condenados por sodomia, numa população de 40 mil habitantes.

Em 1476, Leonardo Da Vinci é acusado de ter cometido atos homossexuais. O seu julgamento não obteve veredito final.
Leonardo Da Vinci
Fonte: CartaCapital
Em 1483, a Inquisição espanhola castra e queima homossexuais. Durante 160 anos mais de 1600 pessoas foram perseguidas, acusadas de atos homossexuais.

Em 1532, o rei de Portugal, D. João III decreta que os atos homossexuais levaram à pena de morte em toda a extensão do Império Português. Também houve a consequente repressão da homossexualidade dos nativos brasileiros e africanos.
Rei D. João III de Portugal
Fonte: História de Portugal
Em 1553, a Inquisição portuguesa queima homossexuais em Portugal e nas colónias. A Ribeira das Naus era o local de encontro entre os homens amantes.

Em 1652, o sacristão algarvio Francisco Correia Neto (de Silves) foi denunciado por escrever cartas de amor dirigidas a homens. O padre António Antas Barreto (de Barcelos) escrevia e dormia com um jovem frade de Guimarães.

Em 1791 com a Revolução Francesa, a França despenaliza os atos homossexuais. Em 1811, a Holanda despenaliza os atos homossexuais, antecedida pelo Luxemburgo.

Leis duras foram feitas em vários países europeus. Na Inglaterra, no séc. XIX começou com o enforcamento de vários cidadãos acusados de sodomia. E entre 1800 e 1834, 80 homens foram mortos. Apenas em 1861, o país aboliu a pena de morte para os atos de sodomia, substituindo-a por uma pena dez anos de trabalhos forçados.

Em 1871 a homossexualidade era considerada crime através do famoso "Parágrafo 175", na Alemanha, assim como na Rússia e na Polónia.

Em 1895, o escritor Oscar Wilde é condenado a dois anos de prisão por atos homossexuais. Antes de morrer definiu a homossexualidade, como a forma mais perfeita de amor e afeto.
Oscar Wilde
Fonte: Encyclopedia Britannica
Em 1897, o alemão Magnus Hirschfeld funda o primeiro grupo de reivindicação dos direitos dos homossexuais, tal como na Inglaterra por George Cecil Ives.
Magnus Hirschfeld
Fonte: The Gender Speaker
George Cecil Ives
Fonte: Wikipédia
Ainda no séc. XIX, com a efervescência das teorias biológicas e o auge da razão como verdade absoluta, teorias queriam dar uma explicação científica para a homossexualidade.

A preocupação científica com os homossexuais começou no séc. XIX. A expressão "homossexual" foi criada em 1848, pelo psicólogo alemão Karoly Maria Benkert. A definição dada foi "além do impulso sexual normal dos homens e das mulheres, a natureza, do seu modo soberano, dotou à nascença certos indivíduos masculinos e femininos do impulso homossexual (...). Esse impulso cria de antemão uma aversão direta ao sexo oposto".
Psicólogo Karoly Maria Benkert
Em 1897, o inglês Havelock Ellis publicou o primeiro livro médico sobre a homossexualidade em inglês, "Sexual Inversion" (PT: "Inversão Sexual"). Como muitos da sua época, Havelock defendia a ideia de que a homossexualidade era congénita e hereditária. A opinião científica, médica e psiquiátrica vigente era de que a homossexualidade era uma doença resultante de anormalidade genética associada a problemas mentais na família.
Havelock Ellis (esquerda) e o seu livro "Sexual Inversion" (direita)
Já no séc. XX, em 1907, na Alemanha, aconteceu um escândalo militar, o caso amoroso entre o príncipe Filipe D'eulenburg e o General Kuno Graf von Moltke. O processo jurídico por atos homossexuais quebrou o secretismo militar e desvendou uma série de outras figuras homossexuais próximas do Imperador alemão Guilherme II da Prússia.
Príncipe Filipe D'eulenburg (esquerda) e o General Kuno Graf von Moltke
No séc. XX, a lobotomia cerebral foi declarada como uma solução cirúrgica para que quisessem se "livrar" da homossexualidade. A lobotomia desenvolvida pelo neurocirurgião português António Egas Moniz, que chegou a ganhar o Prémio Nobel da Medicina em 1949, consistia numa técnica cirúrgica que cortava um pedaço do cérebro dos doentes psiquiátricos, mais precisamente nervos do córtex pré-frontal.
António Egas Moniz e Lobotomia
Fonte: A mente é maravilhosa
Na Suécia, 3 mil homossexuais foram lobotomizados. Na Dinamarca foram 3500 pessoas, cuja última cirurgia foi feita em 1981. Nos EUA, cidadãos portadores de "disfunções sexuais" lobotomizados chegaram às dezenas de milhares. O tratamento médico era feito porque a homossexualidade passou a ser vista como uma doença, uma espécie de defeito genético.

Vários grupos lutavam pelo fim da discriminação e a abolição da classificação científica que classificava a homossexualidade como doença.

Em 1923, o governador civil de Lisboa apreende obras homo-eróticas dos poetas:
- António Botto - "Canções"
- Judite Teixeira - "Decadência"
- Raul Leal - "Sodoma Divinizada"
Poetas António Botto (esquerda), Judite Teixeira (centro) e Raul Leal (direita)
Em 1924, em Chicago, nos EUA, funda-se a primeira organização norte-americana de reivindicação dos direitos dos homossexuais.

Em 1925, o 7º Presidente da República Portuguesa, Manuel Teixeira Gomes, demite-se por ser acusado de escrever obras literárias de cariz homo-erótico.
7º Presidente da República Portuguesa, Manuel Teixeira Gomes
Fonte: Wikipédia
Em 1933, na época da Ditadura do Estado Novo em Portugal, tortura-se homossexuais, foram cerca de 12 mil pessoas durante 18 anos.

Em 1937, os homossexuais eram capturados pelas forças alemães nazis, eram identificados com triângulos rosa e enviados para os campos de concentração.
Homossexuais presos em campos de concentração nazis, durante a Segunda Guerra Mundial
Fonte: Esquerda Diário
A situação só começou a mudar no fim do séc. XX, quando a discussão passou a se libertar de estigmas. Em 1979, a Associação Americana de Psiquiatria finalmente tirou a homossexualidade da sua lista oficial de doenças mentais.

Na mesma altura, com o surgimento da SIDA houve novamente uma ligação negativa aos homossexuais. Já que esta doença era associada aos homossexuais, cresceu novamente o preconceito.

Em 1951, a homossexualidade é despenalizada na Grécia, tal como aconteceu até aos anos 90 na Dinamarca, Suíça, Suécia, Islândia, Uruguai, Filipinas, Panamá, Paraguai e Peru.

Em 1961, no Vaticano, todos os que sentissem homossexuais eram convidados a não se dedicarem à vida religiosa dentro da igreja romana católica.

Em 1962, Júlio Fogaça, dirigente do PCP é torturado pela PIDE (Polícia Política Portuguesa) e condenado por atos homossexuais. Foi deportado pela PIDE e expulso pelo próprio Partido Comunista Português.
Júlio Fogaça
Fonte: Diário de Notícias
Em 1969, o Bar "Stonewall Inn" em Nova Iorque (EUA) é palco de confrontos entre a polícia e LGBT's que se revoltaram contra os maus tratos policiais. Este acontecimento, marca o início do movimento de reivindicação dos direitos LGBT e inspira as marchas do Orgulho LGBT em todo o mundo, que servem tanto para celebrar a diversidade como para reivindicar a igualdade de direitos como o casamento civil e a adoção.
Bar Stonewall Inn - em setembro de 1969. Está uma placa na janela que diz: "Nós, homossexuais, advogamos, com nossa comunidade, a manutenção da conduta pacífica e calma nas ruas do Village - Mattachine
Fonte: Wikipédia - Diana Davies
Em 1972 a homossexualidade é totalmente despenalizada na Noruega, tal como aconteceu em anos anteriores no Canadá, na Hungria na Checoslováquia e em alguns estados norte-americanos.

Em 1974, em Portugal com o fim da ditadura, surgem os primeiros movimentos de reivindicação dos direitos LGBT, ainda com pouco impacto.

Em 1978, o político e ativista dos direitos LGBT Harvey Milk é assassinado. Harvey Milk foi o primeiro homem abertamente gay a ser eleito a um cargo político em São Francisco, nos EUA.
Harvey Milk
Fonte: Liberation School
Em 1979, a homossexualidade é despenalizada em Espanha. No mesmo ano é feita a Primeira Marcha Nacional Norte Americana do Orgulho LGBT em Washington D.C., nos EUA.

O primeiro país a aceitar o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo foi a Dinamarca, em 1989. Hoje, o casamento homossexual está na lei de cerca de 30 países.
Fonte: Anajure
A Suécia é o primeiro país a legalizar as operações de mudança de sexo e o tratamento hormonal.

É despenalizada a homossexualidade em Portugal em 1982. Em 1991, o Partido Socialista Revolucionário (atual Bloco de Esquerda) formaliza o "Grupo de Trabalho Homossexual" para a luta contra o machismo, a homofobia e a discriminação.
Boletins do Grupo de Trabalho Homossexual do Partido Socialista Revolucionário "Sem Medos!"
Em 1992, a Organização Mundial de Saúde retira a homossexualidade de categoria das doença, permitindo aos homossexuais o serviço militar.

Em 1994, é descriminaliza por completo a homossexualidade, acabando com o famoso "Parágrafo 175" nazi.

Em 1995, é fundada a Associação ILGA Portugal, que luta pela melhoria da qualidade de vida e integração de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Trangéneros na sociedade portuguesa.
Fonte: ILGA Portugal
Em 1997 surge o Centro Comunitário LGBT de Lisboa. É um espaço a cargo da associação ILGA Portugal que proporciona a existência de tertúlias, workshops, ciclos de cinema, atividades musicais, discussões, festas, encontros e reuniões dos vários movimentos LGBT de Portugal.

Em 1998, é assassinado nos EUA Matthew Shepard, um jovem de 21 anos, por dois rapazes que tinham ódio aos homossexuais. Matthew tornou-se um símbolo na busca da igualdade e do fim dos pré-conceitos e discriminação LGBT.
Matthew Shepard
Fonte: Kickstarter
Em 2000 é realizada em Lisboa a primeira Marcha Nacional do Orgulho LGBT.

Em 2004, o Supremo Tribunal dos EUA invalidou todas as leis estaduais que ainda proibissem a sodomia. Em Portugal proíbe-se a discriminação do indivíduo com base na orientação sexual. E em Cabo Verde despenaliza a homossexualidade.

Em 2005, Canadá e Espanha reconhecem o direito ao casamento entre casais do mesmo sexo e a possibilidade da adoção de crianças.

Uma sondagem realizada pelo Jornal Expresso revela que um milhão de portugueses é homossexual (9,9%).

Em 2006, África do Sul torna-se o primeiro país africano a legalizar o casamento homossexual.

Em 2006, uma transexual, Gisberta, é assassinada na cidade do Porto, em Portugal. E um casal de mulheres é impedido de se casar civilmente em Portugal.
Transexual Gisberta
Em 2007, na Hungria um casal de homens é vítima de agressões homofóbicas em Budapeste. Um dos homens foi baleado e a foto tirada no momento foi premiada pelo World Press Photo em 2008.

Em 2008 o Parlamento português recusa o casamento entre pessoas do mesmo sexo. O Partido Socialista proíbe os seus deputados (que eram mais de 50%) de votar a favor.

Em 2009, Noruega e Suécia reconhecem casamento entre pessoas do mesmo sexo. A Finlândia estende o direito à adoção a casais do mesmo sexo.
Seis dos 50 estados norte-americanos legalizam o casamento homossexual.
E na Islândia elege-se a primeira chefe de governo abertamente homossexual.

Em 2010, em Portugal, Islândia e Argentina passam a permitir o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.
Primeiro casamento homossexual em Portugal. a 7 de junho de 2010, entre Teresa Pires e Helena Paixão
Fonte: TVI 24 - IOL
Reportagem da SIC Notícias (7 de junho de 2005) quando fez cinco anos de da legalização do casamento homossexual em Portugal: https://sicnoticias.pt/pais/2015-06-07-Primeiro-casamento-gay-em-Portugal-foi-ha-cinco-anos

Em 2013, o casamento passa a ser permitido no Brasil, França e Nova Zelândia.

Na Inglaterra, Escócia e País de Gales o casamento é legalizado em 2014.

Em 2017, torna-se legal na Colômbia e na Gronelândia. Em 2017, na Austrália, Malta e Ilhas Faroé.


No próximo post iremos apresentar várias pessoas LGBT que marcaram a história da humanidade.

Fonte(s):
História do mundo
Mania de história
Canal Youtube Safe Light

MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

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