quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

António Variações

António Variações
António Joaquim Rodrigues Ribeiro, nasceu no Lugar de Pilar, Amares, Braga a 3 de dezembro de 1944.

Filho dos camponeses, Deolinda de Jesus e Jaime Ribeiro. António tinha onze irmãos. A sua infância foi dividida entre os estudos e o trabalho no campo, para ajudar os pais.

Aos 11 anos, António, teve o seu primeiro emprego em Caldelas e, um ano depois, partiu para Lisboa. Aí trabalhou como aprendiz de escritório, barbeiro, balconista e caixeiro.

Seguiu o serviço militar em Angola e ao viajar pelo estrangeiro, Londres em 1975 e Amesterdão meses depois, onde descobriu um mundo novo, quis trazer para Portugal uma nova maneira de viver. Foi em Amesterdão que aprendeu a profissão de barbeiro que, mais tarde, exerceu em Lisboa, quando voltou.

Foi aceite no Ayer, o primeiro cabeleireiro unissexo a funcionar em Portugal. Depois, passou ainda por um salão no Centro Comercial de Alvalade e só mais tarde abriu uma barbearia na Baixa de Lisboa.
António Variações enquanto barbeiro/cabeleireiro
Entretanto, deu início aos espetáculos com o grupo Variações, atraindo rapidamente as atenções. Por um lado, o seu visual excêntrico não passava despercebido e, por outro, o seu estilo musical combinava vários géneros, como o rock, o pop, o blues ou o fado.

António Variações explicou que escolhe este nome porque: "Variações é uma palavra que sugere elasticidade, liberdade. E é exatamente isso que eu sou e que faço no campo da música. Aquilo que canto é heterogéneo. Não quero enveredar por um estilo. Não sou limitado. Tenho a preocupação de fazer coisas de vários estilos".

Em 1978, apresentou-se à editora Valentim de Carvalho e assinou contrato.

A discoteca Trumps ou o Rock Rendez-Vous foram os locais onde António Variações se apresentou ao público.

Em 1981, ainda sem ter editado qualquer música, participou no programa de televisão de Júlio Isidro "O Passeio dos Alegres". A sua música e o seu estilo próprio e inconfundível fizeram com que depressa alcançasse a fama.
Júlio Isidro com António Variações no programa "O Passeio dos Alegres"
Editou o primeiro single com os temas "Povo que Lavas no Rio" de Amália Rodrigues e "Estou Além". De seguida, gravou o seu primeiro LP, "Anjo da Guarda" com dez faixas, todas da sua autoria, onde se destacaram os êxitos "É p'ra Amanhã" e "O Corpo é que Paga".

Em 1984 lançou o seu segundo trabalho, "Dar e Receber".
Álbum "Dar e Receber" de António Variações
Aparece pela última vez em público no programa de televisão "A Festa Contínua" de Júlio Isidro. Seria a única interpretação no pequeno ecrã das faixas do novo disco, usando o mesmo pijama com ursinhos e coelhinhos que usou na sua primeira aparição televisiva.

António cantou na Queima das Fitas de Coimbra de 1984, no dia 17 de maio, na Noite da Psicologia, já gravemente doente. Foi levado para o Hospital Pulido Valente no dia 18 de maio devido a um problema brônquico-asmático.
Cartaz da Queima das Fitas de Coimbra de 1984
Quando a "Canção do Engate" chegou às rádios, António encontrava-se internado no hospital. Foi transferido para a Clínica da Cruz Vermelha, onde morreu a 13 de junho, vítima de uma broncopneumonia, que especula-se que terá sido causada pelo vírus HIV. Foi sepultado no cemitério da sua terra natal.

Vinte anos após a sua morte, em dezembro de 2004, foi lançado um álbum em sua homenagem, com canções da sua autoria que nunca tinham sido editadas, onde sete conhecidos músicos portugueses formaram a banda Humanos e gravaram 12 músicas selecionadas de um conjunto de cassetes "perdidas" no património de António Variações.

Interpretação do tema "Quero é Viver" de António Variações pela banda Humanos:

Site dedicado a António Variações: http://www.antoniovariacoes.pt/

MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

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