quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Relíquias de Galileo Galilei

Partes do corpo de Galileo Galilei expostas no Museu Galilei, em Florença
Fonte: Aventuras na História
Galileo Galilei nasceu em Pisa na Itália, a 15 de fevereiro de 1564.

Foi um físico, matemático, astrónomo e fílosofo.

Foi uma personalidade fundamental na revolução científica. Desenvolveu os primeiros estudos sistemáticos do movimento uniformemente acelerado e do movimento do pêndulo. Descobriu a lei dos corpos e enunciou o princípio da inércia e o conceito de referencial inercial, ideias precursosas da mecânica newtoniana.

Melhorou significativamente o telescópio refratoe e com ele descobriu as manchas solares, as montanhas da Lua, as fases de Vénus, quatro satélites de Júpiter, os anéis de Saturno, as estrelas da Via Láctea. Estas descobertas contribuíram decisivamente na defesa do heliocentrismo.

Galileo desenvolveu ainda vários instrumentos como a balança hidrostática, um tipo de compasso geométrico que permitia medir ângulos e áreas, o termómetro de Galileo e o precursor do relógio de pêndulo.

Pelas suas descobertas científicas, tornou-se um inimigo da Igreja, principalmente após divulgar a sua teoria de que a Terra girava em torno do Sol e não o inverso, contrariando os ensinamentos cristãos.

A Igreja forçou-o a renunciar o que tinha descoberto. Galileo foi obrigado a cumprir prisão domiciliar até ao dia da sua morte. A sua obra foi colocada no Índex de Livros Proibidos, uma lista feita pela Igreja Católica que revelava as obras que seriam proibidas.

Faleceu em Florença a 8 de janeiro de 1642. 

Foi julgado como herege durante o período da Inquisição e por isso não teve um funeral digno. Como consequência, partes do seu corpo foram expostas num museu com o seu nome, na cidade de Florença.

Cerca de 50 anos depois, com as comprovações de Isaac Newton através da Lei Universal da Gravidade e das Leis do Movimento, de que a teoria de Galileo estaria realmente certa, a Igreja reconheceu o erro e retirou a obra de Galileo do Index em 1718.

Foi só em 1737 que a Igreja Católica permitiu que o corpo de Galileo fosse exumado do pequeno túmulo sem identificação no qual estava, para ser enterrado apropriadamente na Basílica de Santa Croce.

Entretanto, durante o seu enterro, alguns dos seus admiradores decidiram manter algumas partes do seu corpo como relíquias.

Foram retirados três dedos, um dente e uma vértebra.

Os admiradores também gostavam de ter retirado o seu crânio por considerarem o osso protetor de um cérebro brilhante, mas acabaram por não o fazer. 

Essas partes acabaram por ser reverenciadas como se fossem os restos mortais de um santo.

A sua vértebra foi parar na Universidade de Pádua, onde esteve vários anos. Já as outras partes acabaram por ser guardadas por colecionadores até que se lhes perdeu o rasto em 1905.

Em 2009, mais de um século depois, as partes do corpo de Galileo perdidas surgiram curiosamente durante um leilão, armazenados num vaso de vidro do séc. XVIII, que estavam dentro de uma caixa de madeira com o rosto do cientista.

Os itens foram comprados por um colecionador de arte de Florença, de nome Alberto Bruschi, junto com a sua filha.

Depois de saberem das circunstâncias do enterro do Galileo, de identificarem o seu rosto na caixa, decidiram levar os itens às autoridades.

Foram feitas pesquisas mais detalhadas e comprovaram a autenticidade dos itens, que foram então levados para o Museu Galilei, em Florença, e foram expostas aos visitantes.


Fonte: Aventuras na História

MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Joseph Mengele em Criança

Dr. Joseph Mengele 
Joseph Mengele nasceu em Günzburgo, na Alemanha a 16 de março de 1911.

Era o mais velho de três irmãos. O seu pai foi o fundador da empresa Karl Mengele & Sons, produtores de máquinas agrícolas.

Em criança foi um bom estudante e gostava de música, arte e esqui.

Completou o ensino médio em abril de 1930 e foi estudar medicina na Universidade de Goethe em Frankfurt e filosofia na Universidade de Munique.

Em 1935, obteve o doutoramento em antropologia pela Universidade de Munique. Em janeiro de 1937, torna-se assistente do Dr. Otmar Freiherr von Verschuer no Instituto de Biologia Hereditária e Higiene Racial em Frankfurt.

Foi um médico alemão que se tornou conhecido como cientista durante o regime nazi. Ficou conhecido como o "Anjo da Morte" do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau.


MZ

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Vera Salvequart - Enfermeira Nazi

Vera Salvequart
Nasceu a 26 de setembro de 1919, na Checoslováquia, mas mudou-se ainda nova para a Alemanha.

Foi presa em 1941 por ter um relacionamento com um judeu e se recusar a divulgar o seu paradeiro para a Gestapo.

Depois trabalhou 10 meses no campo de concentração de Flossenbürg e, em 1942 foi novamente presa por ter outro relacionamento com um homem judeu e esteve presa durante dois anos.

A 6 de dezembro de 1944, foi presa, acusada de ajudar cinco oficiais detidos a escapar e foi enviada para Ravensbrück, que se tinha tornado num campo de extermínio para as mulheres prisioneiras naquele momento da guerra.

Devido à escassez de pessoal a SS frequentemente usava prisioneiros alemães para supervisionar outros presos, e Vera estava entre os escolhidos para servir, provavelmente devido ao treinamento de pré-guerra como enfermeira.

Vera serviu na ala médica do campo como enfermeira durante a sua estadia e supervisionou o gaseamento de milhares de mulheres.

O trabalho de Vera era preencher certificados de morte dos prisioneiros e inspecionar os seus cadáveres para retirar os dentes de ouro, que eram retirados para financiar os gastos da guerra.

Em fevereiro de 1945, Vera passou a ter um papel mais ativo nos assassinatos, passou a envenenar os doentes na ala médica para evitar o esforço de transportá-los para as câmaras de gás.

Quando Ravensbrück foi libertado pela União Soviética em abril de 1945, Vera foi capturada, bem como os outros que tinham lá trabalhado, e presos para serem julgados.

No julgamento, Vera informou:
"Lembro-me de que os doentes não tinham confiança no começo porque achavam que eu tinha participado nos assassinatos em massa. Devo dizer que no seu lugar eu teria tido a mesma impressão."
Julgamento de Vera Salvequart
Em sua própria defesa, Vera afirmou que agiu de forma benevolente em relação aos prisioneiros e descreveu como salvou algumas mulheres e filhos da morte, substituindo o seu número de identificação. Afirmou ter mantido um bebé escondido e ter trazido comida e leite. Por suspeita de insubordinação, afirmou, que a SS a ameaçou que a enviariam-na para as câmaras de gás.

Vera afirmou que tinha tido um amante que era um espião britânico. Apelou por clemência, no entanto a clemência foi negada e, a 26 de junho de 1947, foi enforcada por Albert Pierrepoint na forca na prisão de Hamelin, na Alemanha, tinha 27 anos de idade.

Pouco depois, o seu corpo foi enterrado com os de outros criminosos de guerra executados no cemitério de Wehl, em Hameln.


MZ

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segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

A Parteira de Auschwitz - Stanisława Leszczyńska

Stanisława Leszczyńska
Stanisława Leszczyńska (1896-1974) foi uma parteira da Polónia mundialmente conhecida como "A Parteira de Auschwitz" por ter estado presa no campo de extermínio, onde assistiu as prisioneiras no nascimento de aproximadamente três mil crianças.

Stanislawa casou-se em 1916 e teve quatro filhos, tornou-se parteira em 1922 após estudar a Universidade de Varsóvia.

Depois da invasão alemã da Polónia de 1939, a casa da sua família ficou dentro do traçado do Gueto de Lódz. Stanislawa e o seu marido, Jan, ajudaram os judeus com alimentos e documentação falsa, mas a Gestapo descobriu e a prendeu junto com os seus três filhos menores a 18 de fevereiro de 1943. O seu marido e o seu filho mais velho fugiram da cidade mas nunca mais se viram, Jan morreu no Levantamento de Varsóvia.

No campo de extermínio foi separada dos seus filhos. Quando chegou a Auschwitz, disse a um médico alemão que era parteira. Ele a então, a enviou para a "maternidade", um aglomerado imundo de tendas destinadas às grávidas.

A maioria das grávidas era enviada diretamente para as câmaras de gás ou acabava submetida a abortos forçados. Muitos dos bebés também eram afogados em baldes, na frente das mães, logo após o nascimento.

Stanislawa recusava-se a fazer o trabalho macabro. Ela simplesmente negava-se a matar as crianças, enfrentando até mesmo o médico Josef Mengele. Invés disso, Stanislawa dava assistência às mães e ajudava nos partos. Não se sabe como é que Stanislawa não foi morta pelos nazis.

Apesar de saber que a maioria dos bebés morreria em questão de horas, ela fazia o possível para salvar o maior número deles e das suas mães. As condições eram as piores imagináveis, sem água, cobertores nem fraldas, além da escassez de comida.

Nem todos os bebés eram mortos imediatamente. A partir de 1943, alguns foram adotados por casais nazis num programa que sequestrou mais de 100 mil crianças, só na Polónia. Stanislawa e as suas assistentes fizeram o possível para tatuar os bebés, para que eles pudessem ser identificados mais tarde pelas verdadeiras mães.

Das três mil crianças que ajudou a nascer, estima-se que metade foi afogada, outras mil morreram de desnutrição ou frio, 500 foram entregues a outras famílias e 30 sobreviveram ao campo de concentração.

Permaneceu no campo até à sua libertação pelas tropas soviéticas a 26 de janeiro de 1945. Os seus filhos que foram também presos, também sobreviveram à guerra.

Depois da libertação continuou a exercer a sua profissão, até se reformar em 1957.

Stanislawa faleceu a 11 de março de 1974.

Para a Igreja Católica, Stanislawa reúne os critérios necessários para declará-la serva de Deus, aguarda-se o seu primeiro milagre para se iniciar o processo de canonização.

A sua sepultura converteu-se num lugar de peregrinação onde centenas de visitantes a visitam todos os anos.

MZ

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O Aborto no Holocausto - Gisella Perl

Gisella Perl
Durante o holocausto, nos barracões dos campos de extermínio nazis, os judeus encontravam-se para fazer sexo, rodeados de excrementos e de cheiro de carne queimada vindo das chaminés dos crematórios.

Na maioria das vezes, os prisioneiros e prisioneiras encontravam-se para ter relações sexuais furtivas e sem amor, nas quais o corpo era utilizado como uma mercadoria da qual usavam para pagar os produtos de que tanto precisavam e que os homens eram capazes de roubar dos armazéns.

Não era só uma forma de prostituição desesperada mas também havia uma necessidade incontrolável de luxúria no pior lugar do mundo, segundo Gisella Perl, ginecologista romena que foi presa em Auschwitz: "O nitrato de potássio que colocavam na nossa comida não era suficiente para matar o desejo sexual. Não tínhamos menstruação, mas isso era uma consequência do trauma psicológico provocado pelas circunstâncias em que vivíamos do que pelo nitrato de potássio. O desejo sexual ainda era um dos instintos mais fortes".

Era o pior local, mas algumas mulheres ficavam grávidas em Auschwitz e muitas outras já se encontravam grávidas quando chegavam aos campos.

Gisella Perl com a sua profissão conseguiu salvar a sua própria vida, ao receber a incumbência do médico nazi Josef Mengele de reanimar mulheres judias de quem se extraía sangue à força para os soldados feridos. Gisella anotou em 1948: "A rassenschande, a contaminação com o sangue judeu inferior, foi esquecida. Éramos inferiores para viver, mas servíamos para manter o Exército alemão vivo com o nosso sangue".

Gisella Perl salvou a sua vida e, possivelmente, a de centenas de mulheres.

Ao chegar a Auschwitz, os chefes das SS dirigiam-se às mulheres judias e pediam que as grávidas dessem um passo à frente, sob a promessa de uma ração dupla de pão e leite num lugar reservado às futuras mães. No entanto, a maioria delas ia diretamente para as câmaras de gás.

Gisella lembra do dia de 1944 em que, enquanto cumpria uma tarefa perto do crematório, descobriu que aquilo era uma farsa horrível. Com os seus próprios olhos viu que as mulheres grávidas "eram espancadas com porretes e chicotes, destroçadas por cães, arrastadas pelos cabelos e golpeadas na barriga com pesadas botas alemãs. Então, quando caiam, eram atiradas para o crematório. Vivas."

Gisella paralisada, ficou incapaz de gritar ou fugir: "Mas, aos poucos, o horror tornou-se um sentimento de rebeldia que me tirou da letargia e me deu um novo incentivo para viver. Tinha que permanecer viva. Dependia de mim salvar todas as mulheres grávidas (...) do seu destino infernal. Dependia de mim salvar a vida das mães, se não havia outra maneira, destruindo a vida dos seus filhos não nascidos", relatou.

Nas noites sem lua, enquanto todos dormiam, ajudava as grávidas a parir ou abortar, sem uma gota de água e joelhos sobre o chão sujo e cheio de excrementos dos barracões. "Ajudei muitas mulheres a dar à luz no oitavo, sétimo, sexto ou quinto mês de gravidez, sempre de forma apressada, sempre com os meus cinco dedos, na escuridão, em condições terríveis. Ninguém jamais entenderá o que significou para mim destruir aquelas crianças", disse Gisella Perl. Segundo Gisella, chegou a estrangular um bebé de três dias depois de lhe dar um beijo de despedida.

Ajudou centenas de mulheres a interromper a gravidez. "O maior crime que se podia cometer em Auschwitz era estar grávida", afirmou numa entrevista em 1982.

Mengele, o chamado Anjo da Morte, tinha encarregado Perl de informá-lo sobre todas as mulheres grávidas que houvesse no campo. "Soube que todas eram enviadas ao edifício de investigação para serem usadas como cobaias. E depois, duas vidas eram lançadas ao crematório. Decidi que nunca mais haveria uma mulher grávida em Auschwitz", disse.

Em janeiro de 1945, quando o Exército soviético aproximava-se, as tropas da SS começaram a evacuar o campo de concentração. Cerca de 60 mil prisioneiros foram obrigados a fazer a chamada marcha da morte para oeste, no meio do inverno. Mais de 15 mil morreram, de frio ou a tiros, mas Perl não estava entre eles.

Perll tinha sido levada para outro campo perto de Hamburgo e, pouco depois, a Bergen-Belsen, também na Alemanha. Gisella Perl sobreviveu para ver as tropas britânicas entrarem no campo. Segundo contou, nesse momento estava a ajudar uma mulher a dar à luz. Foi o primeiro menino judeu nascido em liberdade em Bergen-Belsen, o lugar que representou "a suprema culminação do sadismo e da bestialidade alemães", segundo Perl.

Em 1947, depois de saber que toda a sua família tinha sido assassinada, exceto uma filha que conseguiu ficar na Roménia, a ginecologista tentou suicidar-se, sem sucesso. Depois emigrou para Nova Iorque, nos EUA, onde foi recebida como suspeita de crimes de guerra.

"Gisella foi acusada de colaborar com Mengele, o que, na minha opinião é uma parvoíce, porque qualquer um que tenha trabalhado no hospital para os presos poderia ser acusado disso", diz o historiador Weisz.

O testemunho de Perl, no entanto, coincidia com os de outros sobreviventes. A voz da ginecologista foi crucial para condenar um médico nazi nos julgamentos de Auschwitz, segundo destacam os historiadores.

Já com a sua reputação limpa, a médica tornou-se especialista em infertilidade no Hospital Monte Sinai de Nova Iorque.

Gisella morreu a 16 de dezembro de 1988, aos 81 anos de idade, na cidade israelita de Herzliya, para onde se tinha mudado para morar com a filha.

MZ

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75 Anos da Libertação do Campo de Concentração de Auschwtitz

Existem vários temas da História que me fascinam, a Segunda Guerra Mundial é um deles. Faço imensas pesquisas sobre o tema, a maioria dos filmes que vejo são sobre essa temática ou algo histórico/verídico, e em tema de livros, nem se fala, diria que dos livros que tenho 90% são sobre a Segunda Guerra Mundial.

E não foi por acaso que o Blog começou as suas publicações no dia que se celebra a libertação do campo de Auschwitz. Então neste post, vamos recordar o que foi o Campo de Concentração de Auschwitz e a sua libetação.

Ao longo destes quatro anos foram publicados vários post's relacionados com este tema. E estou a preparar uma série de post's sobre esta temática, desde acontecimentos a personalidades que fizeram história nesta altura, seja pelas melhores ou piores razões.

Uma imagem da libertação do Campo de Concentração de Auschwitz, a 27 de janeiro de 1945
Fonte: BBC

Campo de Concentração de Auschwitz

Campo de Concentração de Auschwitz
Fonte: Vatican News
Desde o momento em que Adolf Hitler assumiu o poder político da Alemanha, o Reich começou a proclamar a necessidade de exterminar alguns grupos indesejáveis da sociedade alemã para que o país pudesse recuperar-se das humilhações sofridas após a Primeira Guerra Mundial.

A situação vivida na Alemanha nos anos 1930 era má, e os alemães viram em Hitler a esperança de uma recuperação da nação e depositaram toda a sua confiança nele.

E de facto, Adolf Hitler conseguiu reerguer a Alemanha, tirando-a do cenário catastrófico que se encontrava, mas sempre apresentando uma postura radical.
Adolf Hitler
Fonte: InfoEscola
Em 1939, a renascida Alemanha deu início a uma nova guerra mundial. Desta vez, as implicações da guerra seriam muito maiores do que a primeira.

Os massacres aos judeus começaram em 1939, na Polónia ocupada pelos Nazis. Os primeiros guetos foram construídos durante o inverno de 1939-40 e os judeus passaram a viver nesses bairros fechados onde estavam expostos à fome e a doenças.

A partir de 1940, foram construídos campos de trabalhos forçados e de extermínio. Foram construídos em terras polacas ocupadas pelos alemães, foram três os campos principais auxiliados por mais 39. Um deles foi o de Auschwitz.

O Campo de Concentração de Auschwitz ficou conhecido por ser um local de extermínio dos judeus e de outras minorias durante a Segunda Guerra Mundial.

O Campo de Auschwitz tinha uma área de 40 km2 na região da Alta Silésia, na Polónia.

O complexo era formado por três campos principais, sendo dois de trabalho forçado e um de extermínio, mais os 39 subcampos.

Ao longo da Segunda Guerra Mundial, presos políticos, judeus de toda a Europa, homossexuais, ciganos, testemunhas de Jeová, comunistas e outras minorias morreram em Auschwitz.

Os campos de Auschwitz

Entrada de Auschwitz I
Fonte: Wikipédia
Auschwitz I
- Rudolf Höss, capitão da SS, inaugurou o campo de Auschwitz I em 1940 para abrigar prisioneiros políticos
Rudolf Höss, Capitão da SS
Fonte: Wikipédia
- O objetivo era que trabalhassem forçadamente até morrerem
- Com a invasão da União Soviética em 1941 o número de presos aumentou e o campo teve que se expandir

Auschwitz II Birkenau
Fonte: In Your Pocket
Auschwitz II Birkenau
- Já foi construido com o objetivo de ser um campo de extermínio
- Foi inaugurado em 1942, e estava projetado para receber até 10 mil presos de uma vez só
- Inicialmente recebeu oficiais inimigos e, após alguns meses, judeus
- As primeiras câmaras de gás foram criadas após um ano de existência
- Aqui chegaram a matar oito mil pessoas por dia

Auchswitz III Monowitz
Fonte: TracesOfWar.com
Auschwitz III Monowitz
- Aberto em 1942
- Inicialmente era apenas um subcampo. Mas, por causa da riqueza da região em recursos naturais, como água, cal e carvão, tornou-se o terceiro maior do complexo. Acabou por se tornar num centro de trabalho escravo de presos que levavam recursos para o complexo industrial de Auschwitz
- Grandes empresas, como a Siemens-Schuckert e a IG Farben, usavam a mão-de-obra escrava
- A expectativa de vida em Monowitz era de quatro meses

Subcampos
- Entre 1942 e 1944, mais 39 subcampos de trabalho forçado foram criados na região, com o objetivo de explorar as minas locais e fabricar armas utilizando mão-de-obra escrava
- O número de prisioneiros destes locais podia variar de dezenas para milhares, existindo até campos só para mulheres

Rotina

A viagem
- Os presos chegavam de comboio
Chegada dos presos a Auschwitz
Fonte: Holocaust Encyclopedia - United States Holocaust
- Durante as viagens, chegavam a ficar dias sem água ou comida
- Não havia casa-de-banho, apenas um balde em cada vagão
- As janelas eram fechadas e quase não entrava luz
- Muitos morriam ou chegavam ao campo à beira da morte
- Quando as pessoas saiam do comboio era feita a seleção. Crianças, idosos e doentes iam direto para a câmara de gás, pois não serviam como mão-de-obra
Seleção dos presos à chegada de Auschwitz
Fonte: Inacreditável

No campo
- Todos os prisioneiros ao chegarem ao campo eram tatuados com um número que passava a ser a sua identificação. As marcas eram feitas martelando um carimbo de ferro na pele e depois a ferida era coberta com tinta
Tatuagem de um prisioneiro em Auschwitz
Fonte: Wikipédia
- O uniforme que os presos usavam, o conhecido "pijama às riscas" era herdado de um preso morto e só deixava de ser usado quando se encontraria num farrapo. Não haviam meias e os sapatos raramente eram do número certo
Uniforme dos presos em Auschwitz
Fonte: Ultimo Segundo - iG
- Os presos eram divididos em blocos, barracões com capacidade para 700 pessoas, mas que chegavam a receber 1200 pessoas
Barracão feminino
Fonte: DW
- Os presos tinham que dormir lado a lado para poderem caber todos
- Não existia casa-de-banho, as necessidades eram feitas em baldes no meio dos barracões
- A temperatura podia chegar a -30º no inverno, nos barracões, porque não havia aquecimento
- Os presos, normalmente, eram acordados por volta das 5 horas da manhã pelos oficiais, aos gritos e com violência. Eram contados e, depois, podiam ficar enfileirados durante horas, só para que começassem o trabalho já cansados
- Seleções para decidir quem deveria morrer podia acontecer a qualquer momento
- Depois da contagem dos presos, estes recebiam o pequeno-almoço. Que consistia em sopa de algumas ervas daninhas e batata, uma fatia de pão com castanhas e serragem, um pouco de salsicha, a carne podia vir de animais doentes e margarina de linhito (uma espécie de carvão)
- No fim do dia, os presos recebiam mais um pouco de comida, a mesma do pequeno-almoço. Comia-se em tigelas e cada um tinha a sua. Quem perdesse a tigela não poderia comer, por isso era o objeto mais cuidado pelos presos
Uma tigela com que se alimentavam os presos em Auschwitz
Foto: Pawel Sawicki
Fonte: Auschwitz.net
- O dia de trabalho podia durar 12 horas
- As atividades de trabalho incluíam limpeza, escavação de minérios, construção de caminhos de ferro para o comboio, costura e produção de roupas, entre outras
- No que tocava ao assunto morte ou assassinato, os presos também estavam envolvidos. Eram os presos que recolhiam e enterravam os corpos, preparavam as covas, separavam as roupas, procuravam ouro nas bocas dos cadáveres e trabalhavam nas câmaras de gás
- Um percentagem pequena de presos, normalmente os não judeus, conseguiam trabalhos menos cansativos, como no conhecido Canadá, em Auschwitz II, tratava-se de um barracão de triagem dos objetos que os prisioneiros levavam consigo quando viajavam para Auschwitz. Outras atividades eram os cozinheiros e barbeiros e serviam diretamente os oficiais nazis. Estes prisioneiros tinham algumas regalias como comida melhor
- As taxas de suicídio entre os presos eram muito altas em dois trabalhos. Um deles era a banda formada por judeus que tocava música durante o acordar e a chegada do comboio. O outro era o dos sonderkommandos, um grupo, também de judeus, que preparava crianças e idosos para morrerem e depois tinham que procurar o ouro na boca dos corpos mortos
- Milhares morriam todos os dias. Se não eram executados nas câmaras de gás, os presos morriam de tanto trabalharem, de frio, de doenças, suicídio, por experiências médias ou pela violência dos guardas. Era comum que, num barracão onde dormisse 500 pessoas, seis fossem encontradas mortas todos os dias de manhã

As Mulheres
- Para as mulheres, a situação era ainda pior. Eram consideradas inferiores, eram espancadas, separadas dos filhos e usadas para experiências de esterilização
Mulheres grávidas em Auschwitz
Fonte: Aventuras na História - Uol
- As mulheres não judias eram prostituídas, havia um bordel em Auschwitz I, e violadas
Bordel de Auschwitz no Bloco 24º
- Embora haja relatos de gravidezes e nascimentos no campo, muitas abortavam com medo de represálias
- Assim como os homens, trabalhavam até à morte

A Morte
- Fuzilamento: Inicialmente, execuções com armas de fogo eram o método mais utilizado. Muitas vezes, os presos eram levados para as proximidades dos campos, obrigados a cavar a própria sepultura e depois enfileirados para morrer. Mas os oficiais começaram a não dar conta, então precisavam de um método mais eficaz e menos perturbador, para eles
Local onde ocorriam os fuzilamentos em Auschwitz
Fonte: Nyr Dagur
- Dinamite: Os nazis começaram a fazer experiências com métodos de assassinato em massa e chegaram a utilizar dinamite. O teste ocorreu num local próximo de Auschwitz, onde presos foram trancados numa divisão e depois explodiram o local. O método não foi aceite porque provocava muita sujidade, os pedaços dos corpos ficaram espalhados e presos nas árvores
- Monóxido de carbono: Em 1941, as primeiras mortes por gás aconteceram na Polónia, num gueto perto da cidade de Chelmno. Numa câmara improvisada dentro da traseira de uma carrinha, as vítimas morriam após inalarem durante minutos monóxido de carbono, método usado dois anos antes para matar deficientes mentais
- Experiências médicas: Josef Mengele foi um médico nazi conhecido pelas suas experiências desumanas. Começou a trabalhar em Auschwitz-Birkenau em 1943 e tornou-se no ser humano mais temido no local. Realizava todos os tipos de experiências e tinha uma curiosidade particular por gémeos
Josef Mengele
Fonte: Sábado
- Gás Zyclon-B: As câmaras de gás, que só em Auschwitz mataram cerca de 500 mil pessoas, foram desenvolvidas em 1942. O pioneiro do método foi Karl Fritzsch, um funcionário da SS que fechou as janelas e portas de um compartimento cheio de presos, depois, por uma abertura no teto, atirou o veneno (ácido cianídrico) cristalizado, usado para desinfetar roupas. Em contacto com o ar, a substância torna-se num gás mortal
Latas do gás Zyclon-B
Fonte: ThoughtCo

Câmaras de gás
Câmara de gás, em Auschwitz
Fonte: Segredos do Mundo - R7.com
- Os prisioneiros não sabiam que iam ser executados, achavam que iam apenas tomar banho
- Antes de entrarem na sala, os presos eram despidos
- Cerca de 800 pessoas cabiam numa câmara de Birkenau
- As cápsulas de Zyklon-B eram despejadas por buracos no teto
- As vítimas quando se apercebiam daquilo que estava acontecer, começavam a tentar sair, acabando por esmagar outras vítimas
- Em 30 minutos, todos estavam mortos
- Os fornos para queimar os corpos ficavam dentro dos mesmos prédios que as câmaras, os corpos eram levados para lá para serem queimados. As cinzas eram depois atiradas em rios

A Libertação do Campo

Exército Vermelho já no Campo de Auschwitz
Fonte: Almanaque Militar
Os guardas da SS tentaram esconder os seus crimes quando as tropas soviéticas se aproximavam e tentaram destruir os seus extensos registos de prisioneiros, o que veio a dificultar a quantificação do número total de vítimas.

Estudos académicos concordam que, no total, cerca de 1,3 milhões de pessoas chegaram a Auschwitz, dentro das quais 1,1 milhões morreram lá.

As autoridades alemãs ordenaram a suspensão do uso das câmaras de gás e a destruição das câmaras de gás e crematórios no final de 1944, quando as tropas soviéticas começaram a avançar para o oeste.  O stock de objetos de valor recolhidos no setor "Canadá" foi enviado para a Alemanha.

Determinados a apagar as evidências dos seus crimes, os nazis ordenaram que dezenas de milhares de presos marchassem para o oeste, para outros campos de concentração, como Bergen-Belsen, Dachau e Sachsenhausen. Os que estavam doentes demais para andar foram deixados para trás, quem não conseguia acompanhar a marca era morto. - Esta marcha ficou conhecida como a Marcha da Morte.
Marcha da Morte
Fonte: A Vida no Front
Quando as tropas soviéticas chegaram ao campo de Auschwitz, a 27 de janeiro de 1945, encontraram apenas alguns milhares de sobreviventes. Mais tarde, os soldados recordaram que tiveram que convencer alguns sobreviventes de que os nazis tinham realmente ido embora.
Exército Vermelho já no Campo de Auschwitz
Fonte: Almanaque Militar
O exército soviético não estava preparado para libertar Auschwitz. Nos seus mapas, de antes da guerra, nem sequer constava aquele extenso campo de morte e trabalhos forçados.

O tenente Vasili Gromadski, da 100.ª Divisão de Atiradores" que participava na ofensiva do Vístula-Oder, que havia de chegar a Berlim no fim de abril de 1945, recordou: "Demos por acaso com o campo de extermínio".

"Vi muitas coisas horríveis e de pesadelo nesta guerra, mas o que testemunhei em Auschwitz ultrapassa a imaginação", escreveu o milita soviético Georgi Elisavestski numa carta à sua mulher, quando já era comandante do campo, depois do Exército Vermelho ter assumido o controlo.
Prisioneiros de Auschwitz na altura da libertação
Fonte: Almanaque Militar
O que exército soviético encontrou ao entrar em Auschwitz chocou os soldados que pensavam que já não podiam ser surpreendidos.

Além de pessoas que eram apenas esqueletos, crianças usadas em experiências científicas, descobriram toneladas de cabelo humano (para usar na indústria têxtil) e de roupa, sapatos e objetos pessoais em ouro, que incluíam dentes, que seriam enviados para a Alemanha.
Crianças em Auschwitz
Fonte: oglobo.globo.com
"Vimos logo as fileiras de casernas. Abri a porta de uma. O fedor era insuportável. Era uma caserna feminina, e havia poças de sangue congeladas no chão, e cadáveres no chão. E lá pelo meio havia ainda pessoas vivas, seminuas, vestidas só com roupa interior fina - em Janeiro! Os meus soldados recuaram, horrorizados. Um deles disse: 'Não consigo suportar isto. Vamos sair daqui. Isto é inacreditável!'".

Mas os soldados insistiram, continuaram a abrir as casernas e a descobrir "pessoas emaciadas, brutalmente torturadas", na descrição do tenente Ivan Martinushkin. "Já não pareciam pessoas", disse o sargento Genri Koptev.

"Tinham uma pele tão fina que se podia ver as veias e os olhos estavam salientes, porque os tecidos à volta tinham desaparecido. Quando esticavam as mãos, podia-se ver cada osso, cada tendão e articulação. Sentimo-nos tomados pelo terror. Ninguém nos tinha preparado para isto."


Fontes: Super Interessante, InfoEscola, G1 e Público (por Clara Barata)

MZ

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domingo, 26 de janeiro de 2020

O Aperto de Mão a um Doente com SIDA

Princesa Diana com o doente com HIV que aceitou recebê-la
Fonte: Insider
Na década de 80, o medo à volta do HIV - SIDA estava no auge. A chamada "epidemia gay" por grande parte da imprensa, pouco se sabia sobre a sua forma de transmissão ou como a prevenir, e a expectativa de vida de pacientes seropositivos era de poucos meses.

Muitos acreditavam que a doença podia ser transmitida por qualquer tipo de contacto físico, atitude que condenava os portadores da doença ao isolamento.

Em abril de 1987, a então princesa de Gales, a Princesa Diana, inaugurou a primeira clínica do Reino Unido dedicada exclusivamente ao tratamento do HIV - SIDA.

Durante os dias seguintes a imprensa questionava-se: "Será que Diana usaria luvas para se proteger dos pacientes?"

A questão foi logo respondida, quando Diana chegou sem luvas. Mas quando lá chegou os doentes tinham-se escondido todos, pois não gostavam da maneira como a imprensa tratavam a doença e queriam manter-se anónimos, até que um deles concordou encontrar-se com a princesa Diana.

O enfermeiro John O'Reilly, que trabalhava na clínica disse em depoimento ao canal britânico BBC: "Acho que nem foi tão difícil convencê-lo, porque ele já estava muito próximo da morte".

As câmaras capturaram o encontro entre a princesa e o paciente, que só permitiu ser fotografado de costas.

A princesa declarou: "O HIV não faz com que seja um risco encontrar pessoas. Pode-se apertar as suas mãos e abraçá-las, e eles precisam muito de um abraço".

Nos anos seguintes, Diana marcou presença em eventos ligados a esta causa. Ian Green, CEO da fundação Terence Higgins, dedicada à luta contra o HIV, lembra-se: "Ela (Diana) foi a primeira pessoa importante que estava disposta a apertar as mãos e tocar em pessoas com HIV, algo que era considerado arriscado na época. Esse gesto público desafiou a noção de que o HIV era transmitido pelo toque. A princesa Diana utilizou o seu estatuto para ajudar o máximo as pessoas que viviam com HIV e a nossa instituição. Às vezes ela aparecia nas nossas clínicas sem o acompanhamento da imprensa, apenas para passar algum tempo com as pessoas que estavam doentes."


Fonte: Razões para acreditar

MZ

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quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

António Variações

António Variações
António Joaquim Rodrigues Ribeiro, nasceu no Lugar de Pilar, Amares, Braga a 3 de dezembro de 1944.

Filho dos camponeses, Deolinda de Jesus e Jaime Ribeiro. António tinha onze irmãos. A sua infância foi dividida entre os estudos e o trabalho no campo, para ajudar os pais.

Aos 11 anos, António, teve o seu primeiro emprego em Caldelas e, um ano depois, partiu para Lisboa. Aí trabalhou como aprendiz de escritório, barbeiro, balconista e caixeiro.

Seguiu o serviço militar em Angola e ao viajar pelo estrangeiro, Londres em 1975 e Amesterdão meses depois, onde descobriu um mundo novo, quis trazer para Portugal uma nova maneira de viver. Foi em Amesterdão que aprendeu a profissão de barbeiro que, mais tarde, exerceu em Lisboa, quando voltou.

Foi aceite no Ayer, o primeiro cabeleireiro unissexo a funcionar em Portugal. Depois, passou ainda por um salão no Centro Comercial de Alvalade e só mais tarde abriu uma barbearia na Baixa de Lisboa.
António Variações enquanto barbeiro/cabeleireiro
Entretanto, deu início aos espetáculos com o grupo Variações, atraindo rapidamente as atenções. Por um lado, o seu visual excêntrico não passava despercebido e, por outro, o seu estilo musical combinava vários géneros, como o rock, o pop, o blues ou o fado.

António Variações explicou que escolhe este nome porque: "Variações é uma palavra que sugere elasticidade, liberdade. E é exatamente isso que eu sou e que faço no campo da música. Aquilo que canto é heterogéneo. Não quero enveredar por um estilo. Não sou limitado. Tenho a preocupação de fazer coisas de vários estilos".

Em 1978, apresentou-se à editora Valentim de Carvalho e assinou contrato.

A discoteca Trumps ou o Rock Rendez-Vous foram os locais onde António Variações se apresentou ao público.

Em 1981, ainda sem ter editado qualquer música, participou no programa de televisão de Júlio Isidro "O Passeio dos Alegres". A sua música e o seu estilo próprio e inconfundível fizeram com que depressa alcançasse a fama.
Júlio Isidro com António Variações no programa "O Passeio dos Alegres"
Editou o primeiro single com os temas "Povo que Lavas no Rio" de Amália Rodrigues e "Estou Além". De seguida, gravou o seu primeiro LP, "Anjo da Guarda" com dez faixas, todas da sua autoria, onde se destacaram os êxitos "É p'ra Amanhã" e "O Corpo é que Paga".

Em 1984 lançou o seu segundo trabalho, "Dar e Receber".
Álbum "Dar e Receber" de António Variações
Aparece pela última vez em público no programa de televisão "A Festa Contínua" de Júlio Isidro. Seria a única interpretação no pequeno ecrã das faixas do novo disco, usando o mesmo pijama com ursinhos e coelhinhos que usou na sua primeira aparição televisiva.

António cantou na Queima das Fitas de Coimbra de 1984, no dia 17 de maio, na Noite da Psicologia, já gravemente doente. Foi levado para o Hospital Pulido Valente no dia 18 de maio devido a um problema brônquico-asmático.
Cartaz da Queima das Fitas de Coimbra de 1984
Quando a "Canção do Engate" chegou às rádios, António encontrava-se internado no hospital. Foi transferido para a Clínica da Cruz Vermelha, onde morreu a 13 de junho, vítima de uma broncopneumonia, que especula-se que terá sido causada pelo vírus HIV. Foi sepultado no cemitério da sua terra natal.

Vinte anos após a sua morte, em dezembro de 2004, foi lançado um álbum em sua homenagem, com canções da sua autoria que nunca tinham sido editadas, onde sete conhecidos músicos portugueses formaram a banda Humanos e gravaram 12 músicas selecionadas de um conjunto de cassetes "perdidas" no património de António Variações.

Interpretação do tema "Quero é Viver" de António Variações pela banda Humanos:

Site dedicado a António Variações: http://www.antoniovariacoes.pt/

MZ

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segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Última Doente de Varíola

Janet Parker
Janet Parker, nascida em 1938, foi a última pessoa conhecida a morrer de varíola.

Janet era uma fotografa médica e trabalhou no departamento de Anatomia na Birmingham Medical School University.

Janet apanhou o vírus da varíola, porque o vírus estava a ser cultivado no laboratório de pesquisa que fica no andar de baixo do seu departamento, e foi transmitido pelo sistema de ventilação.

Janet teve uma grande dor de cabeça, uma enxaqueca, pensou ela e deixou o trabalho mais cedo, na sexta-feira à tarde, dia 11 de agosto de 1978 e foi para casa onde vivia com o marido. No sábado, ao sentir-se melhor, decidiu dar uma breve caminhada. Mas no domingo a dor de cabeça voltou. Durante a semana seguinte, desenvolveu uma erupção cutânea, o que a fez ir ao médico. Ele receitou-lhe um antibiótico, mas a erupção persistiu.

Janet Parker ignorou parcialmente as suas dores, até que desenvolveu manchas por grande parte do seu corpo e foi levada para o Hospital East Birmingham, onde foi internada às 15 horas do dia 24 de agosto. Os médicos suspeitavam de uma forma mais grave de varíola, que se pensava ter sido erradicada mundialmente.

A microscopia eletrónica do fluído das vesículas confirmou o diagnóstico e Parker foi imediatamente transferida para o Hospital de Isolamento de Catherine-de-Barnes em Birmingham.

O hospital era uma das poucas instalações de isolamento no Reino Unido. Parker foi para aqui transferida às 22 horas do dia 24 de agosto.

Qualquer um que entrasse em contacto com ela tinha que usar roupas de proteção e tinha que ser vacinado contra a varíola. Isto incluiu o seu marido e pais, que estavam entre os 500 contactos que seriam colocados em quarentena.

Uma hora depois, às 23 horas, a imprensa britânica foi avisada. De manhã, um pânico geral se espalhou pela cidade.

Entretanto, o diretor do laboratório, Henry Bedson, continuava a sua pesquisa sobre a forma da varíola, enquanto a Organização Mundial de Saúde pressionava pela erradicação global da doença.
Henry Bedson
Enquanto Parker permanecia em isolamento, os moradores em pânico exigiam vacinas contra a doença. A mãe de Janet Parker foi diagnosticada com varíola, mas foi tratada e recuperou. No final, este contágio levou três vidas. O pai de Janet, escapou da varíola, mas morreu de ataque cardíaco ao visitar a filha.

Henry Bedson e a sua família também estavam em quarentena, mas não estavam sozinhos. Durante os dias seguintes à hospitalização de Janet, Henry foi assediado por equipas de filmagem e jornalistas. Embora ele achasse que não tinha feito nada de errado, os amigos dizem que ele se sentia culpado.

A 1 de setembro, quando a sua mulher estava ao telefone, Henry foi até ao jardim da sua casa e cortou a garganta. Morreu cinco dias depois, aos 48 anos de idade.

Um inquérito oficial do governo sobre a morte de Janet foi conduzido pelo professor RA Shooter, cujo relatório foi discutido no Parlamento Britânico. Isto levou a mudanças radicais na forma como os micróbios patogénicos perigosos são estudados no Reino Unido.

A Universidade chegou a ser processada pelo Health and Safety Executive por quebrar as leis de Saúde e Segurança, mas foi absolvida em tribunal.

Janet Parker foi a última e terceira vítima da epidemia, morreu a 11 de setembro de 1978. O seu corpo foi cremado para evitar a disseminação da doença e o crematório foi fechado e completamente limpo após o procedimento.

A funerária que fez o seu funeral cancelou todos os outros funerais e o carro funerário que levou os seus restos mortais foi escoltado por carros da policia sem identificação para minimizar a possibilidade de um acidente.

A enfermaria do hospital onde Janet Paker passou os seus últimos dias foi fechada durante cinco dias.

Esta tragédia poderia ter sido muito maior, porque Janet Parker estava a planear participar num curso de uma semana na Universidade de Nottingham, na altura da sua exposição, mas cancelou quando a erupção cutânea apareceu. Se ela tivesse ido, teria estado em contacto com mais de 3 mil pessoas.

Em 1981, o marido de Janet, Joseph Parker recebeu 26.500 libras como um acordo de uma queixa de morte.

MZ

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sábado, 18 de janeiro de 2020

Homossexuais influentes na História

No post anterior falámos da homossexualidade ao longo da história. Pode ser visto aqui: https://imagenschistoria.blogspot.com/2020/01/homossexualidade-na-historia.html

No post de hoje falaremos de pessoas homossexuais que foram influentes ao longo da história, quer na causa LGBT ou em outros temas. Com este post pretende-se mostrar que para além de sempre ter havido pessoas homossexuais (como tivemos "provas" no post anterior) mas que são pessoas praticamente normais e aptas para grandes causas.

O conceito de homossexualidade não existia, por milhares de anos, o amor entre duas pessoas do mesmo sexo era natural. Muitos dos deuses de mitologias antigas nem tinham sexo definido, e o sexo para a procriação só surgiu com o Cristianismo.

Com o decorrer dos séculos muitas das personagens que mudaram o rumo da história eram homossexuais. Muitos deles foram aceites pelo seu tempo, outros não foram aceites. E alguns deles não deixaram muito claro a sua orientação sexual.

Vamos então conhecer algumas destas pessoas, que simplesmente eram homossexuais e que foram fundamentais para a História:

Sócrates (470 a.C. - 399 a.C.)

Sócrates
Fonte: Infopédia
Filósofo grego, viveu na Grécia onde era normal homens mais velhos manterem relações sexuais com homens mais novos.
Chegou a declarar que o sexo anal era a sua melhor fonte de inspiração e que as relações heterossexuais serviam apenas para a procriação.
Defendia a investigação e o diálogo para se chegar à verdade e foi tutor de outro grande filósofo, Platão.

Alexandre, o Grande (356 a.C. - 323 a.C.)

Alexandre, o Grande
Fonte: Infopédia
O conquistador Alexandre, o Grande, também se apaixonou por um homem. O seu amante era Heféstio, o seu braço direito e ocupante de um importante posto no exército. Quando morreu Heféstio, Alexandre entrou em desespero e durante vários dias não comeu nem bebeu nada. Mandou realizar um funeral majestoso, os preparativos foram tantos que a cerimónia só pôde ser realizada seis meses depois da morte, Alexandre conduziu a carruagem fúnebre e decretou luto oficial no seu reino.

Júlio César (100 a.C. - 44 a.C.)

Júlio César
Fonte: Aventuras na Historia
Aos 19 anos, Júlio César teve um relacionamento com o rei Nicomedes IV da Bitínia.

Ricardo, Coração de Leão (1157-1199)

Ricardo, Coração de Leão
Fonte: Wikipédia
As aventuras homossexuais deste rei inglês eram notórias na altura. Um dos seus casos, quando ele ainda era Duque da Aquitânia foi com outro nobre, rei Filipe II da França.
Uma crónica da altura afirma: "Comiam os dois todos os dias à mesma mesa e no mesmo prato. E à noite as suas camas não os separavam. E o rei da França amava-o como a própria alma".

Outros monarcas europeus como Henrique III da França e Jaime IV da Escócia e I da Inglaterra, também tiveram vários amantes homens.

Leonardo Da Vinci (1452-1519)

Leonardo Da Vinci
Fonte: Wikipédia
Foi dos maiores génios da história da humanidade. A sua versatilidade e talento são incontestáveis. Leonardo Da Vinci foi cientista, engenheiro, anatomista, botânico, inventor, pintor, entre outras coisas.
Com base em registos históricos e escritos pessoais, os biógrafos de Leonardo Da Vinci deduzem que ele teria sido homossexual. Leonardo passou por um tribunal depois de ser acusado de sodomia com um prostituto, mas a acusação não seguiu adiante.

Oscar Wilde (1854-1900)

Oscar Wilde
Fonte: The British Library
O dramaturgo irlandês foi casado e teve dois filhos, mas também teve vários casos homossexuais.
O seu caso mais marcante foi com o Lord Alfred Douglas, com quem tinha o hábito de procurar jovens operários para sexo.
O pai do seu amante, John Douglas, Marquês de Queensberry, acusou Oscar Wilde de sodomia, o escritor processou o Marquês por difamação e arruinou-se, foram três julgamentos e o Marquês tinha provas de sodomia contra ele. Oscar foi condenado a dois anos de trabalhos forçados. Oscar morreu pouco tempo depois de sair da prisão.

Ernst Röhn (1887-1934)

Ernst Röhn
Fonte: History Ireland
Foi um homossexual assumido e um dos braços direitos de Adolf Hitler e um dos responsáveis pelo crescimento do movimento nazi na Alemanha, nos anos 1920/30.
Devido à sua orientação sexual, o Oficial tinha muitos inimigos dentro do Partido, e a relação com o líder nazi, Hitler, também foi afetada quando o líder nazi achou que a relação de ambos podia levantar suspeitas sobre a sua própria orientação sexual, afastou Ernst e matou-o.

Alan Turing (1912-1954)

Alan Turing
Fonte: Wikipédia
Foi um matemático, filósofo e foi considerado o pai da ciência computacional e da inteligência artificial.
Apesar da sua mente e da grande ajuda que deu ao governo britânico ao decifrar a comunicação codificada dos nazis durante a Segunda Guerra Mundial, o seu nome foi ignorado quando se descobriu que ele era homossexual, algo que era considerado crime no país.

Harvey Milk (1930-1978)

Harvey Milk
Fonte: History.com
Era o representante distrital de São Francisco foi o primeiro homossexual assumido a vencer uma eleição nos EUA. Numa sociedade conservadora na década de 60, ele discursava a favor da liberdade e tentava dar esperança aos homossexuais. O seu ativismo foi importante na luta LGBT.
Onze meses após ser eleito conseguiu aprovar uma lei sobre os direitos dos homossexuais de São Francisco. Foi assassinado um ano depois de ser eleito.


Fonte(s):
Canal de Youtube Canal Meia Dúzia

MZ

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