segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Zoo Humano

Famílias Africanas exibidas num Zoo Humano na Bélgica, em 1958

Zoo Humano foi uma atitude cultural que permaneceu nos Impérios Coloniais até à época da Segunda Guerra Mundial.

Eram feitas exposições das pessoas oriundas das colónias para o público das metrópoles pudessem ver, nomeadamente eram tribos expostas em situações forçadas num ambiente reconstituído.

Estes Zoos eram bastante populares na Europa e na América do Norte.

A última destas exposições ocorreu em 1958, em Bruxelas, na Bélgica (IMAGEM), onde foi exposta numa jaula o que era considerada pelos expositores como uma "autêntica família de uma aldeia do Congo".

O argumento para a existência destes Zoos era o estudo das diferentes etnias, servindo para justificar teses absurdas, como a que afirmava que o negro africano seria o elo biológico entre o homem branco ocidental e o macaco.

Na prática o que era exposto eram homens, mulheres, desde idosos a crianças de diversas etnias como africanas, indígenas ou esquimós fechados em jaulas, como animais ou em espaços que imitavam os seus "ambientes naturais". Tudo isto era observado pelos curiosos brancos que visitavam estes locais para ver como estas pessoas, supostamente, viviam nas suas sociedades.

Outra justificação era a de mostrar a superioridade dos povos ocidentais, devido à comparação das culturas, mostrando que eram povos não tão desenvolvidos a nível tecnológicos. Nestas exposições, as pessoas podiam ser enjauladas juntamente com animais, como macacos, numa tentativa de mostrar aos visitantes que aqueles povos e culturas tinham mais semelhanças ao mundo animal do que com o humano.

Foi a partir do século XX que estas exposições começaram a ser rejeitadas, devido às condições degradantes e perversas perante a dignidade humana daqueles que eram expostos, quanto por conta do carácter explicitamente discriminatório e racista inserido nesta prática, o que levou ao gradual desaparecimento destes locais.

Outras imagens do tema
Casal de noivos da Tribu Zulu, levados de África para um Zoo Humano em Londres - 1896

Índios Galibi, expostos na França em 1893
Criança africana exibida no Zoo Humano da Bélgica, em 1958


MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

sábado, 28 de outubro de 2017

Rahotep e Nofret - Casal Egípcio

Escultura de Rahotep e Nofret

A escultura retratava um casal egípcio do tempo da IV dinastia. Ele era um funcionário e ela uma princesa.

O casal tornou-se famoso devido à escultura em pedra calcária pintada que se encontra em excelente estado de conservação que pode ser visto no Museu Egípcio do Cairo.

A obra está datada de cerca de 2600 a.C.

A estátua masculina mede 1,20 metros e a feminina 1,18 metros de altura, o que é algo contrário às outras esculturas egípcias, pois nesta escultura a mulher apresenta praticamente o mesmo tamanho que o seu marido.

De acordo com as convenções da arte egípcia, o corpo do homem está pintado de vermelho e o da mulher de amarelo claro.

A estátua de Rahotep apresenta a particularidade de possuir um bigode, um elemento raro em representações masculinas do Antigo Egito.

A obra foi encontrada em 1871 pela equipa de Auguste Mariette na mastaba (forma de túmulo egípcio antigo) do casal situada a norte da pirâmide de Seneferu em Meidum.
Auguste Mariette
Os trabalhadores que escavaram o local terão fugido assustados quando as luzes das tochas se refletiram nos olhos das estátuas.

Rahotep seria talvez filho de Seneferu (primeiro rei da IV dinastia) ou de Huni (último rei da III dinastia). Não se sabe quem seriam os pais de Nofert, nem se o casal tinha filhos.
Rei Seneferu e Rei Huni
Descrição:
A escultura e a pintura obedeciam a padrões rígidos de representação da figura humana.

O busto de Nofret, transparecem os seios rígidos, sob a veste está pintado um largo colar do tipo usekh, que reproduz uma jóia muito difundida no Antigo Egito. Trata-se de uma jóia formada por muitas voltas de pérolas com diferentes formas, materiais e cores, que terminam com uma fila de pingentes em formato de gota.

Na escultura há hieróglifos pintados em preto sobre fundo branco dos espaldares. O texto reproduzido com perfeita igualdade nos dois lados da cabeça de Nofret diz o nome da falecida, precedido do título Rekhet Nesu ("aquela que conhece o rei"), expressão que dá a informação da proximidade privilegiada da esfera real.

MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Soldado alimenta Ursos Polares



Na imagem podemos ver um soldado num tanque alimentando dois ursos polares, em 1950


MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Lana Turner

Lana Turner
De verdadeiro nome Julia Jean Mildred Frances Turner, nasceu em Wallace, nos EUA a 8 de fevereiro de 1921.

Filha de Mildred Frances Cowan e John Virgil Turner.

Foi descoberta aos 15 anos, em 1936, enquanto bebia uma Coca-Cola  na Top Rat Café, em Hollywood, pelo produtor do jornal "Hollywood Report", W. R. Wilkerson.

Foi contratada,a 50 dólares por semana, por Mervyn LeRoy, diretor da Warner. Estreou-se no filme "They Won't Forget" em 1937.
Filme "They Won't Forget" de 1937
Tornou-se numa das atrizes mais bem pagas da época e num símbolo sexual entre as décadas de 1940 e 1950.

Casou-se e divorciou-se sete vezes, além de ter mantidos casos amorosos com várias personalidades como Victor Mature, Howard Hughes, Robert Stack, Peter Lawford, entre outros.
Victor Mature (canto superior esquerdo), Howard Hughes (canto superior direito), Robert Stack (canto inferior esquerdo) e Peter Lawford (canto inferior direito)
Lana sofreu de depressão a maior parte da sua vida, na sua autobiografia admitiu que teve dois abortos e teve três bebés mortos à nascença. Disse que também tinha tido problemas com o álcool e que tinha tentado o suicídio em setembro de 1951 cortando os pulsos, a sua morte foi impedida pelo seu gerente de negócios, Benton Cole, que arrombou a porta da casa-de-banho e conseguiu chamar os serviços de emergência, salvando-lhe a vida.

Lana teve apenas uma filha, Cheryl Crane, do seu segundo casamento com o ator Stephen Crane, a 25 de julho de 1943.
Lana Turner e a filha, Cheryl Crane
A sua filha, Cheryl aos 14 anos, no dia 4 de abril de 1958, esfaqueou o namorado de Lana, Johnny Stompanato até à morte. O assassinato foi considerado que tinha sido para defender a mãe. Johnny era conhecido por ser abusivo, extremamente ciumento e já tinha apontado uma arma ao ator Sean Connery.
Assassinato de Johnny Stompanato
Lana era conhecida dentro dos círculos de Hollywood por namorar com frequência, por mudar de parceiros com frequência e por nunca se afastar do tema de quantos amantes tinha tido na sua vida.

Os seus casamentos foram:

  • Primeiro com Artie Shaw, em 1940. O casamento durou apenas quatro meses.
Artie Shaw e Lana Turner
  • Segundo com Joseph Stephen Crane, casaram-se duas vezes, em 1942 e 1943. O primeiro foi em Las Vegas e foi anulado depois que Lana descobriu que o divórcio de Crane ainda não tinha sido finalizado. Após uma breve separação, eles voltaram a casar para criarem a filha recém-nascida, Cheryl. No entanto, o segunda casamento mal durou um ano.
Casamento de Lana Turner e Joseph Stephen Crane
  • Terceiro com Henry J. Topping Jr., em 1948. Apesar dos noivos já se terem divorciado de casamentos anteriores, Lana usou um vestido branco tradicional.
Casamento de Lana Turner e Henry J. Topping Jr.
  • Quarto com Lex Barker, em 1953, supostamente segundo a filha de Lana Lex a violou e quando informou Lana, esta pediu imediatamente o divórcio.
Lex Barker e Lana Turner
  • Quinto com Rancher Frederick May, em 1960, separaram-se dois anos depois.
Lana Turner e Rancher Frederick May
  • Sexto com Robert P. Eaton, em 1965.
Robert P. Eaton e Lana Turner
  • Sétimo com Ronald Pellar, em 1969. Após cerca de seis meses de casamento, Ronald desapareceu alguns dias depois que Lana lhe passou um cheque de 35 mil dólares para ajudá-lo num investimento e ele usou o dinheiro para outros fins. Além disso, Lana acusou-o de roubar 100 mil dólares em jóias.
Lana Turner com Ronald Pellar
Mais tarde Lana disse que: "O meu objetivo era ter um marido e sete filhos, mas acabou por ser o contrário".

Lana foi diagnosticada com cancro da garganta em maio de 1992, depois de uma vida como uma assídua fumadora. Apesar do tratamento, o cancro voltou em julho de 1994.

Em setembro de 1994 fez a sua última aparição em público no Festival Internacional de Cinema de San Sebastián, em Espanha, para receber o Prémio Lifetime Achievement, foi obrigada a usar uma cadeira de rodas a maior parte do evento.

Lana faleceu nove meses depois, aos 74 anos de idade, a 29 de junho de 1995, de complicações do cancro na sua cada em Los Angeles, nos EUA.

Foi cremada e as suas cinzas foram espalhadas em Oahu, no Havaí.

MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

domingo, 22 de outubro de 2017

O Popeye

Popeye inspirado em Frank "Rocky" Fieget
Frank "Rocky" Fieget terá inspirtado a personagem de Popeye.

Popeye é uma personagem clássica, criada por Elzie Crisler Segar, a 17 de janeiro de 1929, na tira de jornal Thimble Theatre, em 1933.

Foi adaptado a uma série de curta-metragem de animação pela Fleischer Studios e posteriormente pelo Famous Studios para Paramount Pictures que durou até 1957.

Após a morte do criador, em 1938, a tira foi continuada por vários roteiristas e ilustradores, o mais notório deles é Bud Sagendorf, ex-assistente de Segar.

Ao longo dos anos, Popeye apareceu em revistas de banda desenhada, desenhos animados para televisão, video-jogos e um filme live-action de 1980 dirigido por Robert Altman, onde Robin Williams fez de Popeye.
Robin Williams em personagem Popeye
Em 2002, o Popeye aparece na 20.ª posição da lista dos "50 Grandes personagens dos desenhos animados de todos os tempos" do TV Guide.


MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

A Visitar: Igreja de S. Francisco de Assis - Porto

Igreja de S. Francisco de Assis - Porto
Os frades Franciscanos estabeleceram-se no Porto no início do século XIII, tendo-lhes sido atribuído em 1233 um terreno para a construção da sua igreja. As obras, da igreja atual, só se iniciaram em 1383 depois de sucessivos adiamentos, impulsionadas por decreto de D. Fernando, especial protetor dos Franciscanos.

A Igreja de S. Francisco de Assis é um templo em estilo gótico, cuja construção se iniciou no século XIV.

A construção ficou concluída em 1410. Durante o reinado de D. João I (1385-1433) foi realizada uma pintura mural referente à Senhora da Rosa, atribuída a António Florentim, uma das mais antigas pinturas murais intactas de Portugal.

É uma das mais importantes obras do Barroco pelo seu interior em talha dourada, dos séculos XVII e XVIII.

Foi descrita devido à sua talha dourada, pelo Conde de Raczinsky como a "igreja de ouro" e acrescentou "a talha desta igreja é de uma riqueza e de uma beleza que ultrapassa tudo quando vi em Portugal e em todo o mundo".

Em 1833, as instalações conventuais anexas à igreja foram destruídas por um incêndio. O fogo teve origem num tiroteio das tropas Miguelistas no final do cerco do Porto. Após o incêndio, o claustro em ruínas foi arrasado para a construção da Bolsa Comercial do Porto.

Com a extinção das ordens religiosas em 1834, a igreja serviu de armazém da Alfândega até 1839.

Em 1910 foi classificado como Monumento Nacional e Património Mundial da UNESCO em 1996.

A Igreja de S. Francisco de Assis faz parte do Museu da VOTSFP que inclui também a Casa do Despacho e o respetivo Cemitério Catacumbal.

A Casa do Despacho fica localizada em frente à Igreja de S. Francisco de Assis e começou a ser construída em 1726, obra do arquiteto Nicolau Nasoni. O seu interior é composto pela Sala de Sessões, Sala do Tesouro, Sala Exposição e Cemitério Catacumbal onde estão expostas ossadas.

A visitar

Horário:
  • Novembro a fevereiro: 09h00 às 18h00;
  • Março, abril e outubro: 09h00 às 19h00;
  • Maio e junho: 09h00 às 19h30;
  • Julho, agosto e setembro: 09h00 às 20h00
  • Encerrado: 25 de dezembro.
Preço:
  • 4,50€
A minha visita

Visitei esta igreja em junho de 2017, durante uns dias que passei na cidade do Porto. Gostei muito da igreja e das catacumbas/museu que tem junto da igreja. A igreja é muito bonita e é uma pena não se poder fotografar mesmo sem flash, o que me obrigou a comprar uns postais para ter de recordação.

Para quem está a pensar visitar o Porto, esta igreja é praticamente um lugar obrigatório a visitar e fica muito perto do Palácio da Bolsa.

Visita à Igreja de S. Francisco de Assis - 16 de junho de 2017 - Porto

MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Festas Tradicionais: Dia de Muertos - México

Decidi fazer outra série de post's no blog, que consistem em transmitir informações sobre as festas mais tradicionais (uma mais do que outras) em redor do mundo.

2. Dia de Muertos


É uma celebração de origem indígena, que honra os defuntos no dia 2 de novembro.

Esta celebração começa a 31 de outubro e está classificada como Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO.

Há relatos que os astecas, maias, purépechas, náuatles e totonacas praticavam este culto, sendo antes da chegada dos espanhóis.

Antes da chegada dos espanhóis, era comum a prática de conservar os crânios como troféus e mostrá-los durante os rituais que celebravam a morte e o renascimento.

O festival era comemorado no nono mês do calendário solar asteca, por volta do início de agosto, e era celebrado durante um mês. As festividades eram presididas pela deusa Mictecacihuatl, conhecida como a "Dama da Morte".
Celebração do Dia de Muertos
Esta festa é celebrada com comida, bolos, música e os doces preferidos dos mortos, os preferidos das crianças são as caveiras de açúcar.
Celebração do Dia de Muertos
Segundo a crença popular, nos dias 1 e 2, os mortos têm permissão divina para visitar parentes e amigos. Por isso, as pessoas enfeitam as suas casas com flores, velas e incensos, e preparam as comidas preferidas dos mortos.

Em recordação aos falecidos, os familiares fazem altares onde colocam oferendas, como a comida, bebida ou música preferida do falecido. Cada altar também tem representações dos quatro elementos: uma chávena para representar a Água, frutos para representar a Terra, velas para representar o Fogo e papéis picados com figuras distintas para o Ar.
Celebração do Dia de Muertos
As pessoas fazem máscaras de caveira, vestem roupas com esqueletos pintados ou se mascaram de morte.


MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Homenagem aos Cavalos Mortos na Primeira Guerra Mundial

Soldados prestam homenagem aos 8 milhões de cavalos mortos na Primeira Guerra Mundial - 1915

Ao fim dos quatro anos de guerra (1914-1918) o mundo contabilizava as suas vitimas, 15 milhões de mortos e mais de 20 milhões de feridos.

Além da morte humana, as batalhas que se espalharam pela a Europa mataram cerca de 8 milhões de cavalos, a principal força animal usada na agricultura na época.

A cada dois homens atingidos por tiros, bombas e gases letais, um cavalo morreu.

Só os exércitos franceses utilizaram entre 1,5 milhões a 1,8 milhões de cavalos, enquanto a Inglaterra levou para os campos de batalha outros 1,2 milhões e a Alemanha um milhão. Todos os outros países, estimam historiadores, somavam 4 milhões de animais.

80% dos cavalos franceses morreram em campo, 35% deles abatidos por tiros inimigos, destino parecido com os das outras tropas.

A maior parte morria de fome e exaustão, sacrificada ou abandonada nas longas travessias entre os campos de batalha.

Em 1918, os poucos que sobreviveram foram vendidos para os raros fazendeiros que tentavam retomar as suas vidas. Os novos proprietários reclamavam que os cavalos estavam fracos, cansados, magros e pouco ajudavam nas plantações.


MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

sábado, 14 de outubro de 2017

Venda de Bolas de Neve




Venda de Bolas de Neve na União Soviética em 1983.



MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Nagasaki Antes e Depois da Bomba Atómica

Antes e depois da bomba atómica Fat Man em Nagasaki - 1945


No dia 9 de agosto de 1945 foi lançada sobre a cidade de Nagasaki, no Japão, a bomba atómica chamada Fat Man.

Foi a segunda das duas bombas lançadas pelos EUA no Japão.

A Fat Boy foi detonada a uma altitude de cerca de 550 metros sobre a cidade, após ser atirada pelo bombardeiro B-29 Bockscar.

Apesar de ter uma potência praticamente duas vezes maior que a atirada anteriormente, os seus danos foram menores, pois as condições climáticas de Nagasaki naquele dia eram desfavoráveis.

Devido às condições climáticas a bomba não atingiu o seu alvo com precisão e caiu num vale, ao lado da cidade.

Mesmo assim, 40 mil pessoas morreram e mais de 25 mil ficaram feridas.

Nos anos seguintes ao ataque, milhares de pessoas morreram em consequência da radiação e de doenças relacionadas.

MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

terça-feira, 10 de outubro de 2017

A Mulher Ideal do Passado

No passado, a mulher vivia sobre os domínios do homem, não tinha direitos próprios, não exercia uma profissão, etc. A mulher era vista apenas como uma empregada doméstica, alguém que cuidava da casa, dos filhos e do marido.


No post de hoje iremos falar de um guia com dicas para encontrar e agradar a um homem, publicado em 1938.

Dica 1: Quando tivesse que se vestir, a mulher deveria fazê-lo nos seus aposentos de forma reservada para manter o charme. Além disso, devia estar pronta quando o homem chegasse e não podia, nunca, deixá-lo à espera.

Dica 2: Uma verdadeira senhora não se senta de em qualquer posição, nem pode demonstrar tédio nem desânimo através da sua linguagem corporal. Para uma mulher, era importante estar sempre alerta e animada, na pose correta.

Dica 3: Os homens não gostavam quando emprestavam os seus lenços às mulheres e estes eram devolvidos com marcas de maquilhagem. A recomendação era de que a maquilhagem deveria-se manter uma coisa privada, que o homem não deveria ver.

Dica 4: Na hora da dança, a mulher não deveria conversar, respeitando a privacidade e o espaço do homem.

Dica 5: A mulher devia levar a indumentária a sério, principalmente em relação aos acessórios e roupa íntima. A ordem era vestir o sutiã e prestar atenção aos detalhes, como ver se as collants estavam amarrotadas ou rasgadas, por exemplo.

Dica 6: Na altura de fazer ou retocar a maquilhagem, a mulher nunca deveria fazê-lo num espelho do carro. Isto porque estes espelhos serviam para ser usados pelos homens para conduzirem, e as mulheres ao usá-los para outros fins podia distraí-los.

Dica 7: Quando estavam num encontro, uma mulher nunca deveria descrever as próprias roupas ou falar sobre o seu estilo pessoal. A dica era agradar os parceiros a falar sobre assuntos do interesse dele.

Dica 8: A mulher não podia ser sentimental ou tentar forçar o homem a dizer algo que ele não queria através do uso das suas emoções. A dica dizia que os homens não gostavam de lágrimas, principalmente em lugares públicos.

Dica 9: A mulher deveria manter-se longe das bebidas alcoólicas, o homem esperava sempre que a mulher estivesse impecável toda a noite.

Durante o Estado Novo (1926-1974), o regime político autoritário que vigorou em Portugal dizia que o ideal feminino era:
- A mulher existia para ser uma mãe extremosa, esposa dedicada, uma verdadeira fada do lar.
- Desde pequenina, a mulher era treinada para ser submissa ao poder do homem, primeiro do pai, do irmão e depois, do marido.
- O único futuro visto pelas mulheres era a de ambicionar fazer um bom casamento que garantisse o sustento da família.

- As mulheres tinham poucos direitos, não podiam votar, não podiam ser juízas, diplomatas, militares ou polícias, ganhavam quase metade do salário pago aos homens.
- A mulher para sair do país, trabalhar no comércio, abrir uma conta bancária ou tomar contracetivos, a mulher era obrigada a pedir autorização ao marido, ou ao pai, caso fosse solteira. 


MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

domingo, 8 de outubro de 2017

Eduardo VII do Reino Unido, sua mulher e Hitler

Wallis Simpson, mulher de Eduardo VIII de Inglaterra cumprimentarem Adolf Hitler - 1937

Eduardo VII (1894-1972) foi rei do Reino Unido apenas entre 20 de janeiro e 11 de dezembro de 1936.

Com poucos meses de reinado ele causou uma crise constitucional ao pedir em casamento a socialite americana Wallis Simpson, divorciada do primeiro marido e em vias de se divorciar do segundo. Os primeiros-ministros do Reino Unido e dos domínios eram contra o casamento, argumentando que o povo nunca aceitaria uma mulher divorciada com dois ex-maridos vivos como rainha.

Além disso, o casamento entraria em conflito com o estatuto de Eduardo como Governador Supremo da Igreja de Inglaterra, que proibia o casamento de pessoas divorciadas enquanto seus ex-cônjuges ainda estivessem vivos.

O então Eduardo VII optou por não terminar a sua relação com Wallis Simpson, e acabou por abdicar do trono, sendo este sucedido pelo seu irmão mais novo, Alberto, que se tornaria no rei D. Jorge VI.

Após a sua abdicação foi-lhe concedido o título de Duque de Windsor. Casou-se com Wallis Simpson na França, a 3 de junho de 1937, após a confirmação do segundo divórcio dela.

O casal em 1937 visitou a Alemanha. Ele que inicialmente serviu na missão militar britânica na França, na Segunda Guerra Mundial, mas após acusações de que nutria simpatias pelo nazismo, foi designado governador das Bahamas.

Durante a viagem do casal à Alemanha em 1937, visitaram Adolf Hitler no seu retiro de Obersalzberg. Durante a visita, que fora bastante divulgada pelos meios de comunicação alemães, Eduardo fazia saudações nazis.

Hitler considerava Eduardo amigável com a Alemanha Nazi e acreditava que as relações anglo-germânicas teriam melhorado com ele, se não tivesse abdicado. Hitler terá dito: "(...)Estou certo de que, através dele (Eduardo), teríamos alcançado relações amistosas permanentes. Se ele tivesse ficado, tudo teria sido diferente. A sua abdicação foi uma grave perda para nós."

Muitos historiadores sugerem que Hitler estava preparado para restaurar Eduardo como rei, na esperança de estabelecer uma Grã-Bretanha fascista. Durante a ocupação da França, o Duque solicitou às forças alemãs que alocassem guardas nas suas residências de Paris e Raviera.

Depois do fim da Segunda Guerra Mundial, Eduardo não desempenhou outra função oficial, passando o resto da sua vida retirado na França.

MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Religião: Judaísmo

Portugal é um país laico, quer isto dizer que não tem uma religião oficial, o que permite a cada indivíduo escolher a sua religião, se quiser ter uma. No entanto, a maioria dos portugueses são da religião católica (81% - censos de 2011), havendo oficialmente feriados religiosos ao longo do ano.

Eu, apesar de vir de uma família católica, mas que nunca foram muito assíduos o que me levou a questionar algumas coisas e preferir manter-me "afastada" da religião, tentando perceber um pouco de todas as religiões. Por isso, vou fazer uma série de post's sobre as religiões ao redor do mundo, tentando mostrar as características, curiosidades, coisas boas e menos boas de cada religião.

Uma religião é um conjunto de crenças, além de visões do mundo, que estabelece os símbolos que relacionam a humanidade com a espiritualidade e os seus próprios valores morais.

2. Judaísmo


É uma das três principais religiões abraâmicas, definida como "religião, filosofia e modo de vida" do povo judeu.

É considerada a primeira religião monoteísta a aparecer na História, ou seja, tem como crença principal a existência de um Deus.

Para os Judeus, Deus fez um acordo com os hebreus, fazendo com que eles se tornassem o povo escolhido e prometendo-lhes a terra prometida.

De acordo com as escrituras sagradas, por volta de 1800 a.C., Abraão recebeu um sinal de Deus para abandonar o politeísmo e viver em Canaã (atual Palestina). Por volta de 1700 a.C., o povo Judeu migra para o Egito, onde são escravizados pelos faraós por, aproximadamente, 400 anos. A libertação do povo Judeu ocorre por volta de 1300 a.C. A fuga do Egito foi comandada por Moisés, que recebe as tábuas dos Dez Mandamentos no monte Sinal. Durante 40 anos foram peregrinos pelo deserto, até receber um sinal de Deus para voltarem para a terra prometida.
Ilustração: O Chamado de Abraão
Jerusalém é transformada num centro religioso pelo rei Davi. Após o reinado de Salomão, filho de Davi, as tribos (doze tribos que formam o povo Judeu originárias dos filhos de Jacó, filho de Isaque que por sua vez é filho de Abraão) dividem-se em dois reinos - Reino de Israel e Reino de Judá. Neste momento de separação, aparece a crença da vida de um Messias que iria reunir o povo de Israel e restaurar o poder de Deus sobre o mundo.
Divisão do Reino de Israel e do Reino de Judá
A 721 a.C., começa a diáspora (deslocamento, normalmente forçado) judaica com a Invasão Babilónica. O imperador da Babilónia, após invadir o Reino de Israel, destrói o templo de Jerusalém e deporta grande parte da população judaica.

No século I, os romanos invadem a Palestina e destroem o templo de Jerusalém. No século seguinte, destroem a cidade de Jerusalém, provocando a segunda diáspora judaica. Após estes episódios, os Judeus espalharam-se pelo mundo, mantendo a cultura e a religião.

Em 1948, o povo Judeu retoma o carácter de unidade após a criação do estado de Israel.

O Judaísmo tem como livros sagrados o Torá ou Pentaleuco, de acordo com os Judeus, é considerado o livro sagrado que foi revelado diretamente por Deus. Fazem parte do Torá: Génesis, o Êxodo, o Levítico, os Números e o Deuteronómio. O outro livro é Talmude que reúne muitas tradições orais e é dividido em quatro livros: Mishnah, Targumn, Midrashim e Comentários.
Torá
O Judaísmo está baseado em três pilares de fé e serviço a Deus, representados pelas seguintes palavras em hebraico:
- Teshuvá - pode ser entendido como arrependimento e retorno às origens puras e boas quando se comete algum erro;
- Tefilá - significa prece e a ligação com Deus;
- Tsedacá - pode ser traduzido por caridade mas no sentido de justiça, de doar aquilo que Deus confiou a si para que entregasse aos outros.

Para os Judeus, Deus é único e não possui imagem ou corpo. É a única entidade a ser louvada, sendo a autoridade máxima do Universo. Deus apenas se comunica com o seu povo por meio dos profetas, como foi Moisés.
Ilustração: Moisés e os Dez Mandamentos
A crença Judaica está dividida em diferentes linhas de tradição religiosa, sendo elas o Judaísmo Ortodoxo, o Judaísmo Conservador, o Judaísmo Reformista, o Judaísmo Reconstrucionista e o Judaísmo Humanista. Diferem entre elas, basicamente, as formas de ler a Torá e a interpretação das leis Judaicas.

Como o Judaísmo não idolatra imagens, existem poucos símbolos desta religião. O maior símolo, que é um sinal de reconhecimento do povo Judeu em todo o mundo é a Estrela de Davi, uma estrela formada por dois triângulos sobrepostos, com seis pontas.
Estrela de Davi
A Estrela de Davi era utilizada em faixas nos braços dos prisioneiros Judeus para diferenciá-los nos campos de concentração, durante o Holocausto da Segunda Guerra Mundial.
Um exemplo de Estrela de Davi para identificar os Judeus como se vê na imagem durante o Holocausto da Segunda Guerra Mundial
Outro símbolo é o Menorá, o candelabro de sete braços utilizado nas cerimónias e rituais.
Menorá
Um dos principais rituais é o Bar Mitzvah, que é a iniciação do menino na vida adulta, por volta dos 12 anos de idade. Para as meninas, o nome do ritual é Bat Mitzvah.
Rituais de Bar Mitzvah e Bat Mitzvah
Os homens Judeus ainda passam pelo ritual da circuncisão (remoção do prepúcio do pénis), com apenas oito dias de vida.

Há um ritual de imersão em água, chamado de Mikvá. Geralmente é utilizado para a purificação da mulher após a menstruação e o nascimento de um filho e também é requerido aos que convertem ao Judaísmo. A imersão é também praticada pelos homens antes do Yom Kippur e, em algumas comunidades, assume-se como um ritual semanal antes do Shabbat.

O ritual de Mikvá também é utilizado pela noiva antes do casamento, em algumas comunidades judaicas este ato é uma razão de festa para todas as amigas da noiva.

Mikvá trata-se de um tanque ou piscina de água viva, em princípio água das chuvas ou de fonte natural, ao estar em contacto com outro tanque com água da torneira, torna-se em água viva. As mulheres mergulham nesta água purificada uma semana depois do fim da menstruação, ou seja, antes de voltarem a ter relações sexuais com os maridos. No caso das noivas faz-se antes do primeiro encontro sexual que deverá ser no dia do casamento.
Local para o Ritual de Mikvá
O dia de descanso dos Judeus é chamado de Shabat ou Sabá, é um período de gratidão e contemplação em que não se deve trabalhar e começa no pôr do sol de sexta-feira e acaba no anoitecer de sábado.

O templo Judeu é chamado de Sinagoga, e quem orienta os trabalhos religiosos é o Rabino.
Um Rabino
O Judaísmo possui algumas tradições religiosas e culturais e relação ao vestuário, dentro das quais se destacam:
 - Nas cerimónias, os homens usam uma espécie de touca, chamada de Kippa, em demonstração de respeito ao criador;
Kippa
- Tefilin é o nome dado a duas caixinhas de couro, cada qual presa a uma tira de couro de animal Kasher, dentro das quais está contido um pregaminho com os quatro trechos da Torá em que se baseia o uso dos filactérios.
Tefilin
- Tzitzit é o nome dado às franjas do Talit que servem como meio de lembrança dos mandamentos de Deus.
Tzitzit

O Hebraico "A Língua Sagrada" é o principal idioma utilizado no Judaísmo e é utilizado como língua litúrgica durante séculos. No entanto diversas comunidades Judaicas utilizam outros idiomas cuja origem na sua maioria surgem na mistura do hebraico com idiomas locais.

As Festas Judaicas são móveis, seguem um calendário lunissolar. As principais são:
  • Purim - os judeus comemoram a salvação de um massacre elaborado pelo rei persa Assucro;
  • Pessach (Páscoa) - comemora-se a libertação da escravidão do povo Judeu no Egito, em 1300 a.C.;
Matzá - é comido durante o Pessach
  • Shavuót - celebra a revelação da Torá ao povo de Israel, por volta de 1300 a.C.;
  • Rosh Hashaná - é comemorado o Ano Novo Judeu
  • Yom Kipur - considerado o dia do perdeu, os Judeus fazem jejum por 25 horas seguidas para purificar o espírito;
  • Sucót - refere-se à peregrinação de 40 anos pelo deserto, após a libertação do cativeiro do Egito;
  • Chanucá - comemora-se o fim do domínio assírio e a restauração do templo de Jerusalém;
  • Simchat Torá - celebra a entrega dos Dez Mandamentos a Moisés.
Celebração do Simchat Torá

Alimentação
A alimentação era baseada em couves, vinhos, especiarias, molhos, cerveja e o mais importante, o pão. Os Judeus não comem carne de porco, cavalo, camelo, coelho, caranguejo, lagosta e camarão. Os alimentos podem ser Casher que significa que são apropriados ou Treifá que é um alimento inapropriado.

O casamento
Na cerimónia do casamento Judaico, normalmente é conduzida pelo rabino e pelo razan, mas qualquer Judeu sábio, ou seja, os homens mais velhos e com mais experiência na comunidade, podem celebrar o casamento.
Casamento Judeu
Um dos símbolos mais marcantes num casamento Judaico é a quebra do copo do noivo, em que todos os convidados gritam Mazel Tov, que significa sorte. O noivo quebra esse copo que é colocado no chão para recordar a destruição do antigo templo de Jerusalém, além de proporcional ao casal a sua identidade de povo Judeu.
Ritual da quebra do copo pelo noivo no casamento Judeu
A cerimónia do casamento realiza-se na Shuppa, é decorado com vários materiais - seda, veludo, rendas, etc. Durante a cerimónia é erguido sobre quatro esteios.
Shuppa
Durante o casamento os noivo bebem dois copos de vinho, que simbolizam a alegria e a tristeza que o casal encontrará na vida. Ao misturarem o vinho de um copo no outro, os noivos mostram firmeza e confiança na solução dos seus problemas, quer em momentos de alegria ou tristeza no futuro.
Ritual do vinho durante o casamento Judeu

Alguns Lugares Sagrados
- Parede do Templo ou Muro das Lamentações: é a única parte dos templos que resta depois destes serem destruídos, em Jerusalém. Este local é visitado por Judeus e não Judeus de todo o mundo. Os peregrinos vão rezar sozinhos ou em grupo e colocam pequenos pedaços de papeis com orações e pedidos entre as pedras sagradas do muro.
Muro das Lamentações em Jerusalém
- Jerusalém: é a cidade mais sagrada na Terra, abrigou os templos por centenas de anos.
Jerusalém
- A Cidadela: é também conhecida como Torre de Davi, construída no século II a.C. e aprimorada nos séculos I, XV e XVI d.C., a Cidadela foi usada como meio de defesa, aguentando as investidas dos soldados do Papa Urbano II durante a Primeira Cruzada.
Cidadela ou Torre de Davi na Cidade Velha de Jerusalém
- Sinagoga de Ramban: a primeira grande sinagoga de Jerusalém, erguida 500 anos após os Judeus serem expulsos. Ficava perto do monte Sibão, mas mudou para a sua localização atual por volta de 1400. Em 1599, deixou de ser uma sinagoga a mando dos otomanos que controlavam Jerusalém. Voltou a ter a sua função em 1967, com Israel obtendo o controlo da Cidade Velha.
Sinagoga de Ramban em Jerusalém

MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.