quinta-feira, 30 de agosto de 2018

A Calçada Portuguesa

Calçada Portuguesa
Os pavimentos calcetados surgiram em Portugal por volta de 1500, mas a Calçada Portuguesa, tal como a conhecemos hoje, foi iniciada em meados do séc. XIX.

A Calçada Portuguesa é feita em calcário branco e negro, caracteriza-se pela sua forma irregular de aplicar as pedras. No entanto, o tipo de aplicação atualmente, usada desde meados do séc. XX é aplicada com cubos e tem um enquadramento diagonal.

São as cartas régias de 20 de agosto de 1498 e de 8 de maio de 1500, assinadas pelo rei D. Manuel I de Portugal, que marcam o início do calcetamento das ruas de Lisboa, mais notavelmente o da Rua Nova dos Mercadores.
D. Manuel I, Rei de Portugal
Na época o material que se pretendia utilizar era o granito da região do Porto que, pelo transporte implicado, tornou a obra muito cara.

O objetivo de calcetar as ruas era de que a Ganga, um rinoceronte branco, não sujasse as suas patas de lama, durante o numeroso e longo cortejo, com figurantes aparatosamente engalanados com as novas riquezas e adornos vindos do oriente, que saía à rua em pleno inverno, aquando do aniversário do rei.
Ganga
Antes de serem calcetadas as ruas, a comitiva ficava manifestamente suja, o que levou à decisão de se calcetar as ruas do percurso. Sendo a única vez no ano em que o rei se mostrava à população e é daqui que vem a expressão: "Quando o rei faz anos...".

Com o terramoto de 1755 e a consequente destruição e reconstrução da cidade, tornou a calçada algo improvável para a altura.

No ano de 1842, foi feita em Lisboa, uma calçada calcária, muito próxima do que é utilizada hoje. O trabalho foi realizado por presidiários, a mando do Governador de armas do Castelo de São Jorge, o tenente-general Eusébio Pinheiro Furtado.

Após este primeiro acontecimento, foram concedidas verbas a Eusébio Furtado para que os seus homens pavimentassem toda a área da Praça do Rossio, uma das zonas mais conhecidas e mais centrais de Lisboa, numa extensão de 8712 metros quadrados.
Calçada Portuguesa na Praça do Rossio - Lisboa
O desenho utilizado neste pavimento foi um traçado simples, tipo zig-zag, mas para a época, a obra foi de certa forma inédita, tendo motivado cronistas portugueses a escrever sobre o assunto.

De Lisboa a Calçada Portuguesa rapidamente se espalhou por todo o país e colónias, aliado a um ideal de moda e de bom gosto, tendo-se apurado o sentido artístico, que foi aliado a um conceito de funcionalidade, originando autênticas obras-primas nas zonas pedonais.

Em 1986, foi criada uma escola para calceteiros, a Escola de Calceteiros da Câmara Municipal de Lisboa, situada na Quinta do Conde dos Arcos.

Foi inaugurado um monumento ao calceteiro, em dezembro de 2006, na Rua da Vitória, na baixa Pombalina, entre as Ruas da Prata e a Rua dos Douradores, o monumento é da autoria de Sérgio Stichini.
Monumento ao Calceteiro, em Lisboa - Autoria de Sérgio Stichini

MZ

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terça-feira, 28 de agosto de 2018

DIsco de Phaistos


Foi encontrado em 1908 e desde aí os investigadores tentaram desvendar o mistério gravado na argila.

Datado de 1700 a.C., foi descoberto pelo arqueólogo italiano Luigi Pernier, nas ruínas do palácio minoico de Phaistos, na costa sul de Creta.

Durante muito tempo não se soube muito sobre o seu significado nem sobre o local onde tinha sido feito, fazendo do disco um dos mais famosos mistérios da arqueologia.

Com 16 cm de diâmetro, os dois lados do disco contêm vários símbolos que incluem representações de homens a correr, cabeças com coroas de penas, mulheres, crianças, animais, pássaros, insetos, ferramentas, armas e plantas.

Segundo o cientista Gareh Owens, o disco trata-se de uma oração para a deusa mãe da civilização minoica, à que, segundo as transcrições, um lado é dedicado a uma mulher grávida e o outro a uma mulher a dar à luz.

"É a coisa mais próxima de uma Pedra de Rosetta que temos dos minoicos", afirmou Owens. Comparando assim o Disco de Phaistos à Pedra de Rosetta, encontrada por Champollion durante as campanhas napoleónicas no Egito, que permitiu que os cientistas compreendessem os antigos hieróglifos dos faraós.

O Disco de Phaistos encontra-se exposta no museu arqueológico de Heraclião em Creta, na Grécia.

MZ

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domingo, 26 de agosto de 2018

Pintura "O Grito"

O Grito, de Edvard Munch (1893)
O nome original "Skrik", em norueguês, é uma série de quatro pinturas do norueguês Edvard Munch, de 1893.

Na pintura pode-se ver um momento de profunda angustia e desespero existencial.

A série de quatro pinturas conhecidas: dois dos quais da série, "A Ansiedade" e "O Desespero", encontram-se no Museu Munch, em Oslo, outra na Galeria Nacional de Oslo e outra numa coleção particular.

A última, em 2012, tornou-se na pintura mais cara da história a ser arrematada, num leilão, por 119,9 milhões de dólares.

O plano de fundo do quadro é a doca de Oslofjord, em Oslo ao pôr-do-sol.

"O Grito" é considerado como uma das obras mais importantes do movimento expressionista e adquiriu um estatuto de ícone cultural, assim como a Mona Lisa de Leonardo da Vinci.

A fonte de inspiração de "O Grito" pode ser encontrada na vida pessoal do próprio pintor, um homem educado por um pai controlador, que assistiu quando criança à morte da mãe e de uma irmã. Decidido a lutar pelo sonho de se dedicar à pintura, Edvard Munch cortou relações com o pai e integrou a cena artística de Oslo.

A escolha não lhe trouxe a paz desejada, bem pelo contrário. Munch acabou por se envolver com uma mulher casada que só lhe trouxe mágoa e desespero e no início da década de 1890, Laura a sua irmã favorita foi diagnosticada com doença bipolar e internada num asilo psiquiátrico.

Munch então imortalizou o seu sentimento no quadro "O Desespero", que representa um homem de cartola e meio de costas, inclinado sobre uma vedação num cenário em tudo semelhante à sua experiência pessoal.

O quadro foi exposto pela primeira vez em 1903, como parte de um conjunto de seis peças, intitulado Amor. A ideia de Munch era representar as várias fases de um caso amoroso, desde o encantamento inicial a uma rotura traumática. "O Grito" representava a última etapa, envolta em sensações de angustia.

A receção crítica foi duvidosa e o conjunto Amor foi classificado como arte demente. Um crítico considerou o conjunto, e em particular "O Grito#, tão perturbador que aconselhou mulheres grávidas a evitar a exposição.

A reação do público, no entanto, foi a oposta e o quadro tornou-se em motivo de sensação. O nome "O Grito" surge pela primeira vez nas críticas e reportagens da época.

Munch acabou por pintar quatro versões de "O Grito", para substituir as cópias que ia vendendo. O original de 1893, de 91x73,5 cm, numa técnica de óleo e pastel sobre cartão encontra-se exposto na Galeria Nacional de Oslo.
A segunda versão em têmpera sobre cartão, de 83,5x66 cm, foi exibida no Museu Munch em Oslo até ao seu roubo em 2004.

Em 1961, a revista Time colocou "O Grito" em destaque, como capa da sua edição dedicada aos complexos de culpa e ansiedade.

A 12 de fevereiro de 1994, "O Grito" foi roubado em pleno dia, da Galeria Nacional de Oslo, por um conjunto de ladrões que se deu ao trabalho de deixar uma mensagem que dizia: "Obrigado pela falta de segurança.". Três meses depois, os assaltantes enviaram um pedido de resgate ao governo norueguês, exigindo um resgate no valor de um milhão de dólares. As entidades norueguesas recusara a exigência e pouco depois, a 7 de maio, o quadro foi recuperado numa ação conjunta da polícia local com a Scotand Yard.

A 22 de agosto de 2004, a versão exposta no Munch Museum foi roubada num assalto à mão armada que levou também a "Madonna" do mesmo autor. O museu ficou à espera de um pedido de resgate, que nunca chegou. Em abril de 2005 foi preso um homem com ligação ao crime e surgiram rumores que os assaltantes tivessem queimado o quadro como forma de eliminar provas. A polícia norueguesa anunciou ter reencontrado os quadros a 31 de agosto de 2006.

Em dezembro de 2006 os danos causados ao quadro, pelos ladrões, foram qualificados como "irreparáveis" por especialistas em pinturas do Museu Munch.

MZ

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sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Museu das Atrocidades Americanas

Museu das Atrocidades Americanas, em Sinchon, na Coreia do Norte
Este museu fica localizado em Sinchon, na Coreia do Norte.

Relembra o massacre de Sinchon, em que os soldados norte-americanos teriam matado 35 mil civis e começado a Guerra da Coreia, em 1950, além de documentar outros exemplos do imperialismo norte-americano como a campanha para acabar com o isolacionismo coreano no séc. XIX, com o objetivo de impulsionar o comércio dos EUA com a Ásia, e o esforço de missionários norte-americanos para converter coreanos ao Cristianismo.

Não há dúvidas que os coreanos sofreram muito durante a guerra e que a política externa dos EUA na Ásia no séc. XIX foi, muitas vezes, exploradora e desrespeitosa. No entanto, não se tem certezas da existência deste massacre e muito menos do número de vítimas.
Imagem do Museu
Os EUA bombardearam a Coreia do Norte, num período de três anos. Estima-se que as bombas mataram um quinto da população do país, aproximadamente dois milhões de pessoas.

Segundo a Agência Central de Notícias da Coreia (ACNC) este museu representa um cemitério onde 400 mães e 102 crianças estão enterradas.
Imagem do Museu
A invasão da Coreia do Sul pelo avô do atual líder, Kim Il-Sung, foi o que desencadeou a guerra que deixou a Coreia da Norte empobrecida e isolada, mas esta informação é omitida, preferindo haver o foco apenas no sofrimento e violência causados pelos EUA durante o combate.

Segundo a Agência Central de Notícias da Coreia (ACNC) "o massacre cometido pelos agressores imperialistas norte-americanos em Sinchon mostrou que eles são canibais e homicidas, que procuram prazer na matança".
Imagem do Museu
A população norte-coreana ainda vive a Guerra da Coreia, aprendem que Kim Il-Sung e a sua genialidade como líder permitiram que os norte-coreanos vencessem a guerra, mas que eles sofreram muitas atrocidades.

Kim Jong-Un, atual líder da Coreia do Norte, gosta de manter as memórias vivas e acredita que este museu é um modelo de ensino de História.
Visita guiada ao Museu
"Intensificar a educação é ainda mais urgente hoje, quando a nova geração, que não experimentou a exploração, a opressão nem os julgamentos severos da guerra, emerge como a força motora da revolução", informou a ACNC.
Visita guiada ao Museu
Sejam estudantes, militares, operários, todos seguem o mesmo ritual diante de uma pintura com a frase "Expulsemos os americanos e reunifiquemos a Nação!".

O ódio aos EUA é um pilar da República Popular Democrática da Coreia e o regime sempre considerou o seu arsenal nuclear um seguro de vida perante as ameaças americanas.
Imagem do Museu
A ACNC afirma que em a cada ano o museu recebe meio milhão de visitantes.

No interior do museu há quadros que representam os horrores supostamente cometidos por militares americanos contra civis que suportaram a tortura com valentia.
Imagem do Museu
Os guias do museu afirmam que os americanos cometeram até mesmo canibalismo: "Mataram pessoas individualmente com uma brutalidade que supera a imaginação humana, arrancando os seus olhos, queimando os seus corpos, cortando as peles em pedaços para comê-las após salgá-las".
Imagens do Museu
Apesar das imagens chocantes apresentadas no museu, as crianças fazem visitas obrigatórias ao museu desde a pré-escola.
Visita guiada ao Museu, onde se podem ver crianças
Os pesquisadores independentes afirmam que não há provas de que haver um massacre, este tenha sido cometido pelos EUA. Segundo o historiador Adam Cathcart, da Universidade de Leeds, a primeira unidade estrangeira a chegar ao local era britânica e a cidade carecia de interesse para as forças aliadas, comandadas pelos EUA, e inclusive para os sul-coreanos, que avançavam rapidamente em direção a Pyongyang.

Não se põe em causa que tenham sido cometidas atrocidades durante a guerra que causou milhões de mortos em três anos.


MZ

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quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Ham depois da ida ao Espaço

Ham após a sua viagem ao espaço - 1961

Ham (1956-1983) foi um chimpanzé da República dos Camarões que foi capturado por caçadores e transportado para Miami (EUA), foi adquirido pela Força Aérea dos EUA e levado para a Base Aérea de Holloman.

Ham ficou conhecido como o primeiro hominídeo lançado no espaço sideral.

Na base aérea havia cerca de 40 chimpanzés candidatos a astronautas, após os testes, o número reduziu para 18 e depois para apenas seis.

Sob a supervisão de Joseph Brady, neurocientista do Laboratório Médico Aero Campo da Base da Força Aérea, o ”No. 65” (Ham) realizou bem todas suas tarefas, onde respondeu a luz elétrica e sons. Suas velocidades de reação foram impecáveis em comparação com os outros, como ele ter conseguido empurrar rapidamente alavancas dentro de cinco segundos após ver uma luz azul piscando. Ele era um aprendiz rápido e rapidamente descobriu que a resposta correta para a sua formação era ganhar um tratamento de banana.

Ham estava pronto para embarcar no voo suborbital MR-2, como parte do Projeto Mercúrio no último dia de janeiro de 1961. A NASA era uma agência espacial recém-formada neste momento da história e esta missão seria o primeiro passo dos EUA num grande projeto para, eventualmente, colocar um astronauta humano em órbita ao redor da Terra.

Lançado do Cabo Canaveral, Florida, os cientistas no solo monitoraram a sua saúde e viram como o chimpanzé tinha completado as suas tarefas – foi logo revelado que ele terminou as suas tarefas numa fração de segundo mais lento do que tinha feito nos treinos pré-voo. No entanto, logo depois da descolagem, o controlo do solo tinha motivos para se preocupar, a cápsula do MR-2 começou a sofrer perda de pressão e os cientistas esperaram ansiosamente que o pior fosse acontecer.

Surpreendentemente, o No. 65 havia evitou qualquer dano graças ao seu traje espacial pressurizado e continuou a provar que era possível alcançar as suas tarefas atribuídas no espaço.

Quando chegou a hora de voltar à Terra, o retorno do chimpanzé não era algo simples. A cápsula foi arremessada através da atmosfera acabando por cair no Oceano Atlântico, e mais tarde sendo recuperada por um navio de resgate. Com a abertura da escotilha da cápsula, os socorristas encontraram o chimpanzé, que tinha sobrevivido aos seus 16 minutos e 39 segundos a partir do espaço e com nada mais do que um nariz ferido.

Após a sua ida ao espaço, Ham viveu mais 17 anos no Jardim Zoológico Nacional em Washington, D.C., vindo a morrer de causas naturais a 19 de janeiro de 1983, aos 27 anos.

Após a sua morte, o corpo foi entregue ao Instituto de Patologia das Forças Armadas para necropsia, Após isto, o plano era Ham ser empalhado e ser colocado em exposição no Smithsonian. No entanto, este plano foi abandonado depois de uma reação pública negativa.

Os seus restos mortais, menos o esqueleto, foram sepultados no Internacional Space Hall of Fame em Alamogordo, Novo México.


MZ

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segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Ao Lado da Morte

Foto de Javier Bauluz
A fotografia pertence ao fotografo Javier Bauluz.

Na fotografia podemos ver um casal de turistas espanhóis que se mantêm indiferentes na praia ao lado de um corpo sem vida de um imigrante ilegal que tinha-se afogado durante um naufrágio.

Javier acompanhava a chegada de imigrantes ilegais que tinham sido resgatados na costa espanhola da Andaluzia, depois do barco ter naufragado, a 2 de setembro de 2000.

Pouco depois foi informado de que havia um cadáver na praia de Zahara, para onde se deslocou prontamente. Chegou à praia por volta das 17 horas, a praia ainda estava cheio de pessoas que aproveitavam o lado bom de um dia de praia.

Javier ficou espantado com a indiferença do casal que se encontrava a poucos metros de distância do corpo e decidiu registar o acontecimento.

Junto ao corpo do imigrante de origem africana foi encontrado uma escova de dentes, uma escova de cabelo, uma nota de 5000 pesetas, uma foto do Papa, um CD do Bob Marley e uma fita métrica. A polícia civil também encontrou várias fotografias embrulhadas em plástico, algumas delas do próprio imigrante e uma com os possíveis pais, que nunca saberiam o que aconteceu com o filho, que seria enterrado como "um ninguém".

Esta fotografia venceu o prémio Pulitzer - prémio norte-americano dado a pessoas que realizem trabalhos de excelência na área do jornalismo, literatura e composição musical.


MZ

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sábado, 18 de agosto de 2018

Festas Tradicionais: Basler Fasnacht

Decidi fazer outra série de post's no blog, que consistem em transmitir informações sobre as festas mais tradicionais (uma mais do que outras) em redor do mundo.

10. Basler Fasnacht

Em português o nome significa "Carnaval de Basileia" - é o maior evento de Carnaval da Suíça e ocorre anualmente entre fevereiro e março, na cidade de Basileia.
Celebração de Basler Fasnacht
Foi considerado, recentemente, numa das 50 melhores festividades locais da Europa.

Começa na segunda-feira antes da quarta-feira de cinzas, precisamente às 4h00, com a chamada Morgestraich, isto acontece desde 1835.

Dura 72 horas, terminando às 4h00 da quinta-feira seguinte.
Celebração de Basler Fasnacht

Quem gosta e participa da festa carrega um broche, chamado de Plakette. A venda é revertida para os grupos, como uma espécie de patrocínio.

Os blocos desfilam sob o som do Guggenmusik e atravessam a cidade segurando lanternas de papel, costume desde 1845, quando as tochas foram proibidas.
Celebração de Basler Fasnacht
Outra tradição são os Schnitzelbänke que recitam versos irónicos e apresentam-se em alguns bares e restaurantes, os temas dos versos são relacionados à política e à cultura suíça.

Neste período, há uma sopa feita de farinha que se encontra em vários restaurantes, chamada Mehlsuppe.
Sopa feita de farinha - Mehlsuppe
Acredita-se que as máscaras utilizadas no desfile tenham o objetivo de espantar os maus espíritos do inverno e comemorar a chegada da primavera.
Celebração de Basler Fasnacht
MZ

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quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Múmia da Rainha a Sorrir

Múmia da Rainha Hatshepsut
A Rainha Hatshepsut terá sido a faraó mais poderosa do Egito.

Hatshepsut foi uma grande esposa real, regente e rainha-faraó do Antigo Egito. Pertenceu à XVIII Dinastia do Império Novo
Rainha Hatshepsut
Viveu no começo do séc. XV a.C., nasceu em Tebas, no Egito.

Era filha do rei Tutmés I e da rainha Amósis.
Rei Tutmés I, pai de Hatshepsut
Casou-se com o seu meio-irmão, Tutmés II, seguindo um costume do Antigo Egito, que consistia em casamentos entre membros da família real.
Tutmés II
Após a morte do seu marido, o seu enteado Tutmés III era ainda uma criança e não podia governar, por esta razão Hatshepsut, na qualidade de grande esposa real do rei Tutmés II, assumiu o poder como regente na menoridade de Tutmés III.
Tutmés III
Logo nos primeiros anos como regente, Hatshepsut afastou os seus oponentes da cena política e nomeou pessoas de confiança para os principais cargos.

Quando se sentiu, suficientemente, forte, proclamou-se a si mesma Faraó, tornando-se a terceira Rainha-Faraó da história do Egito. Assumiu todos os atributos masculinos do seu cargo, menos o título de todo-poderoso.

Hatshepsut proclamou-se primogénita do próprio Deus Amon, além de sua substituta na Terra. Para validar essa filiação e garantir o seu estatuto, Hatshepsut certamente teve de pagar um altíssimo preço aos sacerdotes que, por sua vez, lhe asseguraram um reinado sem dissidentes.

Dedicou a maior parte do seu período como governante máxima do Egito a embelezar o país e a restaurar os templos. O centro das suas atividades foi a capital, Tebas, mas também edificou a famosa Capela Vermelha do templo de Amon, em Karnak.

Na cidade de Tebas, o seu arquiteto favorito, Senemut, que alguns investigadores o consideram também seu provável amante, desenhou e comandou a construção de um templo funerário que se tornaria numa das mais belas jóias do Antigo Egito - o Dyeser-Dyeseru.

O seu reinado, de cerca de 22 anos, corresponde a uma era de prosperidade económica e relativo clima de paz.

Ainda que tenha passado à história como uma governante pacífica, a verdade é que ela realizou várias campanhas militares, contra a Núbia, para proteger postos fronteiriços no norte e também para atacar a cidade de Gaza, na Palestina.

No 15.º ano de reinado de Hatshepsut, Tutmés III começou a lutar para recuperar o seu poder. Não se conhecem as razões, mas num só único ano morreram os principais servidores da Rainha-faraó. Logo depois, faleceu a filha de Hatshepsut, Neferura.

Hatshepsut morreu no seu palácio, na cidade de Tebas, abandonada por todos, depois de um reinado de 22 anos. A sua tumba encontra-se no Vale dos Reis.

No seu templo funerário estão as seguintes palavras gravadas:


“A rapariga da qual falaste chama-se Ahmés, é a mulher mais bela desta terra. É a esposa do soberano Ankhkheperkare, rei do Alto e Baixo Egito, que está dotado de vida eterna.
O sublime Amon, senhor do trono de ambos os reinos havia se transformado em sua Majestade seu marido, rei do Alto e Baixo Egito. Encontrou-a adormecida no meio do luxo do seu palácio. Quando acordada pela fragrância divina, sorriu para sua Majestade. Ele então se aproximou ardentemente e se mostrou em sua forma divina. Ela exaltou-se a vista de sua beleza. O amor inundou todo seu corpo e o palácio se encheu da doçura divina de todos os perfumes da Terra de Punt.
Depois de ter feito com ela o que fez, Ahmés, o real consorte e a mãe disseram a sua Majestade, o divino deus Amon: ‘Que poderosa é a tua força, meu senhor! Que magnífico teu semblante! Uniste minha majestade com tua glória. Todo o meu corpo está impregnado de ti’.
Khenemetamon Hatshepsut é o nome de teu filho, que eu depositei dentro de teu corpo.
(STROUHAL, 2007, 11)”

Em Deir el-Bahari (templo mortuário) as suas estátuas foram quebradas e postas um fosso em frente ao seu templo mortuário. No mesmo local as imagens em relevo também foram destruídas. Acredita-se que o autor do estrago terá sido o seu enteado Tutmés III.

Por muito tempo não se sabia o destino final de Hatshepsut, no entanto, o seu sarcófago tinha sido encontrado em 1903 pelo arqueólogo inglês Howard Carter, que na época era supervisor das antiguidades, e enquanto realizava o seu trabalho de vistoria no Vale dos Reis, achou duas múmias femininas.

Uma das múmias estava dentro de um caixão e a outra no chão sem abrigo algum. Com elas foi descoberto também uma caixa com o nome da Faraó Hatshepsut.

Em 1989, foi então supervisionada mais uma vez, mas agora pelo egiptólogo dos EUA Donald Ryan que já desconfiava que aquela era a múmia de uma rainha, já que tinha o braço esquerdo dobrado, além do primor em termos de mumificação.

Em 2005, Zahi Hawass diretor do Projeto Múmia Egípcia, examinou as duas múmias encontradas e identificou uma delas como a da Faraó devido a um dente. A múmia tinha passado por um tomógrafo e notou-se que lhe faltava um dente, coincidentemente, na caixa com o nome de Hatshepsut encontrava-se um dente que após a medição o dentista da equipa, Ashraf Selim, constatou que o dente se encaixava perfeitamente na múmia.

A múmia demonstra uma senhora, cujo crânio possui traços robustos e o nariz hoje está deformado, o pescoço coberto por um lenço e um leve sorriso nos lábios.

Após as análises dos exames constatou-se que Hatshepsut morreu devido a uma infeção causada por um abcesso num dente que foi complicada por um cancro ósseo avançado causado pela diabetes.

MZ

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terça-feira, 14 de agosto de 2018

Religião: Confucionismo

Portugal é um país laico, quer isto dizer que não tem uma religião oficial, o que permite a cada indivíduo escolher a sua religião, se quiser ter uma. No entanto, a maioria dos portugueses são da religião católica (81% - censos de 2011), havendo oficialmente feriados religiosos ao longo do ano.

Eu, apesar de vir de uma família católica, mas que nunca foram muito assíduos o que me levou a questionar algumas coisas e preferir manter-me "afastada" da religião, tentando perceber um pouco de todas as religiões. Por isso, vou fazer uma série de post's sobre as religiões ao redor do mundo, tentando mostrar as características, curiosidades, coisas boas e menos boas de cada religião.

Uma religião é um conjunto de crenças, além de visões do mundo, que estabelece os símbolos que relacionam a humanidade com a espiritualidade e os seus próprios valores morais.


7. Confucionismo


O Confucionismo é um sistema ético, filosófico e religioso chinês, fundado por Confúcio.
Confúcio
Confúcio não é visto como um profeta, Deus ou sacerdote do Confucionismo. É visto como um guia espiritual, um filósofo que orienta a vida dos seus seguidores pelo caminho da harmonia.

Confúcio foi o autor de várias citações que são internacionalmente famosas, como:
- "Exige muito de ti e espera pouco dos outros. Assim, evitarás aborrecimentos".
- "Mil dias não bastam para aprender o bem, mas para o mal, uma hora chega".
- "Conta-me o teu passado e saberei o teu futuro".
- "Eu não procuro saber as respostas, procuro compreender as perguntas".
- "Quem não sabe o que é a vida, como poderá saber o que é a morte?".
- "Ver o bem e não fazê-lo é sinal de cobardia".

O Confucionismo foi a doutrina oficial da China por mais de dois mil anos, até o início do século XX.

Distingue-se das outras correntes religiosas por não ter igrejas, ou organização em forma de Clero.

O princípio básico do Confucionismo é conhecido como junchaio, o ensinamento dos sábios.

O Confucionismo, assim como o Taoísmo, acredita no Tao, no caminho superior que todos os indivíduos procuram na sua vida, em equilíbrio entre a vida mundana e a espiritual, entre o homem e a natureza.

Esta religião não tem um único livro sagrado, mas sim diversas obras textuais que orientam os seguidores. Entre elas estão os Anacletos, ou em chinês Lun Yu, que reúne os ensinamentos de Confúcio, o Mengzi, livro escrito por Mêncius, o segundo sábio do Confucionismo, e o Wu Ching, ou os cinco clássicos.

As obras de Wu Ching falam, cada uma, de um aspeto da vida de acordo com o Confucionismo:
- Shu Ching é sobre política;
- Shih Ching é sobre poesia;
- Li-Ching é o livro dos ritos com uma noção social dos grupos chineses;
- Chun-Chin.

Segundo os ensinamentos de Confúcio, os indivíduos são formados por quatro dimensões, o eu, a comunidade, a natureza e o céu. E cinco virtudes essenciais que devem compor o ser humano: amar o próximo, ser justo, comportar-se adequadamente, aceitar a vontade do céu, cultivar a sabedoria e a sinceridade desinteressadas.

Enquanto religião, o Confucionismo tem cultos oriundos das tradições chinesas. Tem o culto aos ancestrais e a piedade filial, o que representa a obediência e reverência aos membros mais velhos da família que é muito forte político e socialmente na China até hoje.

Os rituais mais importantes são os relacionados com a família, sendo o casamento e os funerais os maiores deles.

O Feng Shui, uma técnica oriental para construção e arrumação da casa de acordo com a energia vital da terra, o chi, é uma prática do Confucionismo que se tornou popular no Ocidente.
Guia de Feng Shui
Atualmente o Confucionismo é ainda praticado em vários países. Apesar da sua origem asiática, diversos países incorporam alguns conceitos do sistema nas suas práticas urbanas. Acredita-se que existam cerca de 6,5 milhões de seguidores do Confucionismo no mundo todo.

Templos
O Templo de Zhengzou, erguido na dinastia Han do Leste e tem cerca de 1900 anos de história. Naquela época, era um grande conjunto de edifícios numa área de 2,5 hectares.
Templo de Zhengzou
Era o segundo maior Templo Confucionismo do país, depois de Qufu, local de nascimento de Confúcio.
Templo de Qufu
O Templo de Zhengzou sofreu um incêndio, mas foi reconstruído rapidamente. Mas como a maior parte do Templo era de madeira, ficou muito destruído pelo fogo. Este Templo ainda sofreu muitos outros incêndios. Após a fundação da Nova China, no ano de 1949, a sua magnitude voltou a equiparar-se ao original.

Símbolos
- Símbolo da Água: significa a fonte da vida.
Símbolo da Água
- Tai Chi: vem do Taoísmo, o Yin e Yang aplicado ao I Ching. Em cada lado da figura geométrica indica uma área da vida do indivíduo a ser transformada.
Tai Chi

MZ

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domingo, 12 de agosto de 2018

Joan Crawford

Joan Crawford
Nome: Lucille Fay LeSueur
Nome artístico: Joan Crawford
Nascimento: San Antonio, nos EUA a 23 de março de 1906
Morte: Nova Iorque, nos EUA a 10 de maio de 1977 - aos 71 anos de idade
Profissão: Atriz de cinema e televisão e bailarina.
Pais: Thomas E. LeSueur e Anna Bell Jahnson.

Desde a infância, Joan tinha ambição de se tornar uma bailarina. No entanto, um dia enquanto tentava escapar à aula de piano para brincar com os amigos, saltou da varanda e cortou o pé profundamente num frasco de leite partido. Como resultado, passou por três cirurgias reparatórias e não pôde dançar ou ir à escola durante 18 meses, depois recuperou-se totalmente e voltou para dançar.

Joan Crawford frequentou a Academia Santa Agnes em Kansas City onde era trabalhadora-estudante, no entanto, ela passava muito mais tempo a trabalhar, em especial a cozinhar para os outros alunos e a limpar os aposentos do colégio.

Mais tarde frequentou a Academia Rockingham, onde também era trabalhadora-estudante. Enquanto frequentava este internato, começou a namorar e teve o seu primeiro relacionamento sério, com Ray Sterling, que supostamente teria inspirado-a a desafiar a si mesma academicamente.

Em 1922, matriculou-se na Faculdade Stephens, em Columbia, no Missouri. Frequentou esta instituição de ensino por apenas alguns meses, antes de desistir da vida académica após perceber que não estava preparada para a faculdade.

Com o nome Lucille LeSueur, começou a dançar nos coros de vários espetáculos viajantes e foi descoberta em Detroit, pelo famoso produtor Jacob J. Shubert. Este a colocou no coro do seu espetáculo de 1924, "Innocent Eyes", apresentado no Teatro Winter Garden, na Brodway, em Nova Iorque.
Cartaz "Innocent Eyes", de 1924
Numa das suas apresentações em "Innocent Eyes" conheceu um saxofonista, James Welton, os dois supostamente se casaram em 1924 e viveram juntos vários meses, embora esta suposta união não tenha sido mencionada por Joan Crawford após a sua fama.

Joan cria um trabalho extra e aproximou-se do publicitário do Teatro Loews, Nils Granlund. Este assegurou-lhe um papel nas apresentações do cantor Harry Richmond e arranjou um teste de cinema para Joan com o produtor Harry Rapf em Hollywood.

A MGM ofereceu a Joan Crawford um contrato de 75 dólares por semana. Com o nome de Lucille LeSueur, o seu primeiro filme foi "Lady of the Night" de 1925, onde atuou como dupla da estrela feminina mais popular da MGM, Norma Shearer. Depois houve mais papeis igualmente pequenos e não-creditados.
Filme "Lady of the Night", de 1925
O chefe de publicidade da MGM, Pete Smith, reconheceu a sua habilidade para se tornar uma grande estrela, mas sentiu que o seu nome soava falso, Pete terá dito ao chefe do estúdio Louis B. Mayer que o apelido LeSueur soava como "sewer" (PT: "esgoto"). Então Pete organizou um concurso chamado "Nomeie uma Estrela" na revista Movie Weekly, para permitir que o público selecionasse o novo nome artístico de Lucille.

O nome mais votado foi "Joan Arden", mas após a descoberta de que já havia uma atriz com este nome, o apelido alternativo "Crawford" foi escolhido. Mais tarde Joan Crawford declarou que queria que o seu primeiro nome fosse pronunciado como "Jo-Anne" e que odiava o apelido Crawford, porele suava como "crawfish" (PT: "lagostim"), mas também admitiu que "gostava da segurança" que o nome lhe transmitia.
Joan Crawford
Frustrada com o tamanho e a qualidade dos papéis que lhe eram oferecidos, Joan entrou numa campanha de autopromoção. Conforme a roteirista da MGM, Frederica Sagor Maas lembrou: "ninguém decidiu transformar Joan Crawford numa estrela. Joan Crawford se tornu numa estrela porque Joan Crawford decidiu transformar-se numa estrela".

Joan começou a frequentar bailes nas tardes e noites nos hotéis de Hollywood, onde ela muitas vezes venceu concursos de dança com os seus passos de charleston e black bottom.

A sua estratégia funcionou e a MGM incluiu-a no filme "Sally, Irene e Mary" em 1925.
Filem "Sally, Irene e Mary", de 1925
Em 1926, Joan foi nomeada uma das treze estrelas de cinema em ascensão pela Associação de Anunciantes de Cinema do Oeste. No mesmo ano, entrou em "Paris" ao lado de Charles Ray.
Filme "Paris", de 1926
Em poucos anos, Joan tornou-se o par romântico dos maiores astros masculinos da MGM, tais como Ramón Novarro, John Gilbert, William Haines e Tim McCoy.

A 3 de junho de 1929, enquanto filmava "Our Modern Maidens", Joan casou-se com Douglas Fairbanks, Jr. na igreja de São Malaquias, em Manhattan, embora nenhum dos dois fossem católicos.
Casamento de Douglas Fairbanks e Joan Crawford, em 1929
O pai e madrasta de Douglas, Douglas Fairbanks e Mary Pickford, não apoiaram o casamento e não convidaram o casal para a sua casa, a famosa mansão Pickfair, nos oito meses seguitnes ao casamento.
Douglas Fairbanks (pai) e Mary Pickford
No entanto, a relação entre Joan e o sogro foi melhorando e ela o chamava de "Tio Doug" e ele chamava-lhe "Billie", o seu apelido de infância. Porém a relação com a madrasta do marido continuava a ser amarga, ambas se desprezavam. Após o primeiro convite para frequentarem a mansão, o casal tornou-se hóspedes habituais, enquanto os homens jogavam golfe, Joan era deixada de lado por Mary e se recolhia aos seus aposentos.

Joan Crawford fez uma transição bem sucedida para o cinema falado. O seu primeiro papel principal numa longa-metragem sonora foi em "Untamed", em 1929. Apesar do sucesso do filme nas bilheteiras, não recebeu críticas favoráveis dos críticos, que notaram que Joan parecia nervosa ao fazer a transição no momento em que se tinha tornado numa das atrizes mais populares do mundo.
Filme "Untamed", de 1929
Em maio de 1933, divorciou-se. Ela citou "crueldade mental grave" como razão para o pedido de divórcio, alegando que o seu marido tinha "atitudes ciumentas e desconfiadas" direcionadas aos amigos dela e que tinham "discussões fortes sobre os assuntos mais triviais" que duravam até tarde.

Após o divórcio, filmou o sucesso "Dancing Lady", no qual ela recebeu destaque nos cartazes e créditos.
Filme "Dancing Lady", de 1933
Em 1935, Joan Crawford casou-se com Franchot Tone, um ator de teatro de Nova Iorque que planeava usar os seus lucros com o cinema para financiar o seu grupo de teatro. O casal construiu um pequeno teatro na casa de Joan, em Brentwood, e montou produções de peças clássicas para grupos de amigos.
Joan Crawford e Franchot Tone
Antes e durante o casamento, Joan trabalhou para promover a carreira de Franchot Tone em Hollywood, mas ele não estava interessado em se tornar numa estrela de cinema e Joan, eventualmente, cansou-se do esforço.

Após o seu marido começar a beber e tornar-se fisicamente abusivo, ela pediu o divórcio, que aconteceu em 1939. Muito mais tarde, Joan e Tone reacenderam a sua amizade e Tone a pediu em casamento novamente em 1964. Quando ele morreu em 1968, Joan organizou a cremação do seu corpo e o espalhamento das suas cinzas em Muskoka Lakes, no Canadá.

Mesmo que Joan Crawford continuasse a ser uma das atrizes mais respeitadas da MGM e que os seus filmes continuassem a obter lucro, a sua popularidade caiu no final da década de 1930. Em 1937, foi nomeada a primeira "Rainha dos Filmes" pela revista Life. No mesmo ano, caiu inesperadamente do 7.º para o 16.º lugar na lista das estrelas mais lucrativas nas bilheteiras e, consequentemente, a sua popularidade com o público começou a diminuir.

Em 1937, Richard Boleslawski dirigiu-a na comédia dramática "The Last of Mrs. Cheyney", este filme foi o último sucesso de bilheteira de Joan Crawford antes desta ser rotulada como "veneno da bilheteira".
Filme "The Last of Mrs. Cheyney", de 1937
Recebeu este rótulo, juntamente com outras atrizes, por Harry Brandt, presidente da Associação dos Donos de Salas de Cinema da América, Brandt declarou que, embora estas estrelas possuíam habilidades dramáticas "inquestionáveis", os seus altos salários não se traduziam em vendas de bilhetes, prejudicando, assim, os donos de salas de cinema.

Talvez em resultado deste rótulo, o seu filme seguinte "The Shining Hour", de 1938, foi um fracasso de bilheteira, apesar de ter sido bem recebido pela crítica especializada.
Filme "The Shining Hour", de 1938
Em 1940, Joan adotou a sua primeira filha. Como era solteira e a lei da Califórnia impedia solteiros de adotar, Joan organizou a adoção através de uma agência de Las Vegas. A criança foi temporariamente chamada de Joan Crawford, até que a estrela mudou o seu nome para Christina.

Em 1942, Joan casou-se com o ator Philip Terry, a 21 de julho, após um namoro de seis meses. Juntos, adotaram outra criaça, a quem deram o nome de Christopher, mas a mãe biológica recuperou a criança. Eles adotaram, depois, outro menino, que deram o nome de Phillip Terry Jr. Após o fim deste casamento, em 1946, Joan mudou o nome da criança para Christopher Crawford.
Joan Crawford e Phillip Terry
Phillip Terry, Christopher, Joan e Christina Crawford
Joan decidiu adotar crianças depois de ter uma série de abortos espontâneos e ter sido informada que era incapaz de ter filhos naturalmente. Os seus filhos foram então Christina, Chistopher e as gémeas Cathy Crawford e Cindy Crawford.
Joan Crawford com os filhos
Após 18 anos, o contrato de Crawford com a MGM foi rescindido por consentimento mútuo a 29 de junho de 1943.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Joan fez parte dos Serviços Voluntários das Mulheres Americanas.

Joan Crawford então assinou um contrato de 500 mil dólares com a Warner Bros, que previa que ela estrelasse em três filmes. O seu primeiro filme foi "Hollywood Canteen", em 1944.
Joan Crawford no filme "Hollywood Canteen", de 1944
A atriz também ambicionava conquistar o papel principal em "Mildred Pierce", em 1945, mas o estúdio queria que Bette Davis a interpretasse. No entanto, Bette recusou o papel por achar-se nova demais para interpretar a mãe de uma adolescente. O diretor Michael Curtiz não queira Crawford no papel, alegando que Bette deveria ser substituída por Barbara Stanwyck, Olivia de Havilland ou Joan Fontaine. A Warner Bros foi contra o diretor e levou Joan para a produção.
Filme "Mildred Pierce", de 1945
Ao longo de toda a produção do filme, Michael Curtiz criticou Joan. Ele teria dito a Jack Warner: "ela parece aqui com o seu ar de altivez, com o seu chapéu e as suas malditas ombreiras... por que eu deveria perder o meu tempo dirigindo-a?". Michael exigiu que Joan provasse a sua adequação ao papel através de um teste. Após o teste, ele finalmente concordou em colocá-la no filme. O filme foi um sucesso pelo público e pela crítica. Por este papel, Joan recebeu o Oscar de Melhor Atriz, em 1946.
Joan Crawford com o seu Oscar de Melhor Atriz pelo filme "Mildred Pierce", em 1946
O sucesso neste filme reavivou a carreira cinematográfica de Joan. Durante vários anos, entrou numa série de melodramas de primeira classe. O filme seguinte foi "Humoresque", em 1946, depois "Possessed", em 1947.
Filme "Humoresque", de 1946 (esquerda) e o filme "Possessed", de 1947
Após o fim das filmagens do filme "This Woman is Dangerous", de 1952, um filme que Joan chamou de "o pior", Joan pediu para terminar o contrato com a Warner Bros. Na época, ela sentia que a Warner estava perdendo o interesse nela e decidiu que era a ora de seguir com a sua carreira de uma maneira independente.
Filme "This Woman is Dangerous", de 1952
A 10 de maio de 1955, Joan casou-se com o seu último marido, o executivo da Pepsi, Alfred Steele, no Hotel Flamingo, em Las Vegas. Joan viajou muito em nome da Pepsi após o casamento. Estima-se que ela viajou mais de 100 mil milhas (161 mil Km) em nome da empresa. Alfred morreu de ataque cardíaco em abril de 1959.
Joan Crawford e Alfred Steele, no seu casamento em 1955
Então Joan foi inicialmente informada pela empresa que os seus serviços já não eram necessários. Após Joan revelar isto em primeira mão à colunista de fofocas Louella Parsons, a Pepsi reverteu a sua decisão e Joan foi escolhida para preencher a vaga do seu marido no Conselho de Diretores da empresa.

Após a morte do marido, Joan quase entrou em falência, motivo que a levou a aceitar um papel em "The Best of Everything", em 1959. Embora estivesse longe de ser a estrela do filme, recebeu críticas positivas pela sua atuação. Mais tarde, Joan citou este papel como sendo um dos seus favoritos.
Filme "The Best of Everything", de 1959
Em 1962, publicou a sua autobiografia "A Portrait of Joan", co-escrita com Jane Kesner Ardmore.

Em 1970, Joan recebeu o Prémio Cecil B. DeMille das mãos de John Wayne, durante a cerimónia de entrega de prémios Globo de Ouro, no Ambassador Hotel em Los Angeles.

Em 1971, publica "My Way of Life", aqueles que esperavam que o livro revelasse todos os aspetos da vida da atriz ficaram desapontados, embora Joan tenha revelado os seus cuidados meticulosos com a higiene pessoal, guarda-roupa, atividade física e até o armazenamento de alimentos.
Livro "My Way of Life" de Joan Crawford, de 1971
A sua última aparição pública foi a 23 de setembro de 1974, num evento em homenagem à sua velha amiga Rosalind Russell no Rainbow Room.
Joan Crawford e Rosalind Russell, no dia 23 de setembro de 1974, na sua última aparição pública
Quando Joan viu as fotos das duas nos jornais do dia seguinte, que não abonava a favor delas, Joan terá dito "se é assim que me vêem, então eles não vão me ver mais". Joan cancelou todas as suas aparições públicas, começou a recusar entrevistas, deixou de receber visitas e saía cada vez menos do seu apartamento.

A 8 de maio de 1977, Joan doou a sua adorada cadela shih-tzu, a "Princesa Flor-de-Lótus", por se considerar fraca demais para cuidar dela.
Joan Crawford e a sua cadela Princesa Flor-de-Lóus
Faleceu dois dias depois, a 10 de maio, no seu apartamento em Nova Iorque, de ataque cardíaco.

Extras:
- Joan gastava horas do seu dia a responder às cartas dos fãs, escrevendo-lhes e mandando autógrados. Incentivava os seus filhos a também participarem nessas atividades, além de doar os seus próprios presentes a instituições de caridade.

Assinatura de Joan Crawford
- Os seus filhos eram também incentivados a lavar loiça e a fazer atividades simples. Segundo Joan, eles tinham que saber que a vida não era assim tão simples. Segundo a sua filha, Christina, era um abuso por parte da mãe, já que eles não tinham necessidade de lavar as suas roupas, já que tinham muitos empregados.
Joan e Christina Crawford
- Joan lançou a moda do uso das ombreiras. O estilista Adrian percebeu que a atriz tinha ombros largos e invés de disfarçar mostrou-os ainda mais.

- Quando a sua filha Christina decidiu tornar-se atriz, Joan exigiu que a mesma mudasse o seu apelido, ao que a sua filha se recusou a fazer. Joan teve problemas com a filha durante toda a vida. Christina escreveu um livro descrevendo a mãe como uma louca obsessiva cuja convivência era impossível.

- Provavelmente, Joan sofria de Transtorno Obsessivo Compulsivo, pois lavava as mãos a cada dez minutos e seguia os seus hóspedes na sua casa, limpando tudo o que tocavam, especialmente maçanetas e peças de porcelana. Além disso nunca fumava um cigarro se não fosse ela mesma a abrir o pacote.

- Apesar de ter sido casada quatro vezes, afirmou em diversas entrevistas que o homem da sua vida foi Clark Gable, de quem foi amante, por muitos anos.
Clark Gable e Joan Crawford
- Era viciada em cigarros e bebida, conseguiu afastar-se do cigarro durante um bom tempo, quando começou a praticar a Cientologia. Mas durante as décadas de 60 e 70 o vício voltou com força e ela chegava a beber um litro de vodka por dia.
Joan Crawford

MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.