sábado, 30 de novembro de 2019

Multidão no funeral de Mahatma Gandhi

Multidão no funeral de Mahatma Gandhi, em 1948

Mahatma Gandhi (1869-1948) foi o idealizador e fundador do moderno Estado Indiano e o maior defensor do Satyagraha, principio da não agressão, forma não violenta de protesto, como forma de revolução.
Mahatma Gandhi
Mahatma foi assassinado a tiros pelo nacionalista hindu Nathuram Godse. Antigo seguidor de Gandhi, Godse discordava da cedência de recursos financeiros da Índia ao Paquistão, num momento em que os dois países iniciavam a sua primeira guerra pela Caxemira.

O morte violenta contribuiu para idealizar ainda mais a figura de Gandhi como "pai da nação".

A morte de Mahatma Gandhi foi lamentada em todo o mundo. Albert Einstein escreveu "Mahatma Gandhi morreu como vítima dos seus próprios princípios da não-violência. Ele morreu porque e tempos de desordem e agitação geral no seu país, ele recusou a proteção armada para si mesmo."

Mais de dois milhões de pessoas juntaram-se à longa procissão funerária de oito quilómetros que levou mais de cinco horas para chegar a Raj Ghat da Birla Hoise, onde Mahatma Gandhi tinha sido assassinado.

Gandhi foi cremado numa pira funerária (estrutura feita de madeira, onde se queima o corpo humano como parte de um ritual funerário). Gandhi estava na posição de buda quando o seu terceiro filho, Ramdas Gandhi, ateou fogo à pira funerária, às 16h45

MZ

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quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Hospedeira que deu a vida para salvar passageiros

Neerja Bhanot
O seu nome foi Neerja Bhanot, foi uma modelo e hospedeira de bordo da companhia aérea Pan American Worl Airways, nascida em Chandigarh, na Índia a 7 de setembro de 1963.

Neerja era Chefe de Cabine do voo Pan Am 73 que voava de Mumbai para os EUA, quando o avião foi sequestrado por quatro homens armados a 5 de setembro de 1986, no aeroporto de Karachi, no Paquistão.
Sequestradores: Jamal Saeed Abdul Rahim, Muhammad Ahmed al-Munawar, Muhammad Abdullah Khalil Hussain ar-Rahayyal e Wadoud Muhammad Hafiz al-Turki
No avião estavam 361 passageiros mais 19 membros da tripulação.

Os terroristas queriam ir para o Chipre com o objetivo de libertar prisioneiros palestinianos. Neerja conseguiu avisar a tripulação do cockpit assim que os sequestradores entraram no avião.

O avião ainda se encontrava aterrado, e a tripulação da cabine (piloto, copiloto e engenheiro de voo) deixaram o avião através de uma escotilha da cabine.

Então Neerja como membro mais antigo da tripulação da cabine, assume a situação dentro do avião.

Os sequestradores faziam parte da Organização Abu Nidal, uma organização terrorista apoiada pela Líbia. Os sequestradores queriam alvejar os americanos.

Nos primeiros minutos do sequestro, identificaram um cidadão americano, o arrastaram para a saída, o mataram e atiraram o seu corpo para a pista.

Os terroristas então deram a Neerja a tarefa de recolher os passaportes de todos os passageiros para que pudessem identificar todos os americanos que estavam abordo.

Neerja e os seus colegas ao seu encargo esconderam os passaportes de 41 americanos que se encontravam no avião, alguns debaixo do assento e o resto colocaram numa rampa de lixo para que os sequestradores não conseguissem diferenciar os passageiros americanos dos não americanos.

Após 17 horas, os sequestradores abriram fogo e dispararam explosivos. Neerja abriu uma das portas do avião e começou a ajudar os passageiros a escapar.

De acordo com um passageiro sobrevivente: "Neerja estava a guiar os passageiros para a saída de emergência, enquanto os terroristas estavam atirar constantemente. Eles viram Neerja ajudar os passageiros, incansavelmente, a saírem e foi quando eles a pegaram pelo seu rabo de cavalo e atiraram nela".

Neerja foi baleada enquanto protegia três crianças americanas de uma chuva de tiros. De um total de 41 passageiros americanos, dois foram mortos durante o sequestro.

Neerja foi reconhecida internacionalmente como "a heroína do sequestro" e tornou-se a mais jovem destinatária do Prémio Ashok Chakra, prémio mais prestigiado da Índia por bravura durante o tempo de paz.

Além de salvar a vida de muitos reféns, Neerja também ajudou a impedir que o avião levantasse voo.
Avião após o fim do sequestro
Postumamente recebeu várias homenagens pela sua coragem do governo dos EUA, e Tamgha-e-Insaniyat do Paquistão.

Todos os sequestradores foram presos pelas autoridades palestinianas. Em 2001, um deles, Zayd Hassan Abd Al-Latif Masud Al Safarini, foi libertado sob um acordo do Paquistão e capturado pelo FBI em Bangkok, na Tailândia, um dia depois.

Um relatório da Associated Press de 2009 afirmou que quatro homens foram libertados depois de completarem a pena de prisão e deportados para os territórios palestinianos contra o desejo do governo dos EUA, mas não há certezas sobre os seus paradeiros. O FBI então anunciou uma recompensa de 5 milhões de dólares pela captura dos sequestradores.

Em janeiro de 2010, oficiais da inteligência paquistanesa anunciaram que um ataque com drone na região tribal do Waziristão do Norte matou um dos sequestradores libertados, Jamal Saeed Abdul Rahim. A sua morte nunca foi confirmada e o seu nome permanece nas listas do FBI Most Wanted Terrorists e Rewards for Justice Program.

Neerja nascida em 1963, na Índia, destacou-se cedo pela sua beleza e iniciou a sua carreira de modelo aos 18 anos. No entanto, a sua vida mudou quando, em 1985, a empresa aérea Pan Am contratou apenas indianos para serem comissários de bordo no voo que foi da Índia para Frankfurt, na Alemanha. Neerja foi uma delas. Na altura, tinha 22 anos e foi para Miami fazer uma formação. Morreu a dois dias de completar os 23 anos de vida.

MZ

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terça-feira, 26 de novembro de 2019

Elton John

Elton John
Fonte: People
O seu verdadeiro nome é Reginald Kenneth Dwight.

Nasceu em Middlesex, na Inglaterra, a 25 de março de 1947.

É pianista, cantor, compositor e produtor.

Começou a tocar piano com três anos de idade e foi educado na Pinner Wood Junior School, Reddford School e mais tarde na Pinner County Grammar Schol, onde mais tarde iria conseguir uma bolsa de estudos para a Royal Academy of Music.
Elton John em criança
Fonte: Elton John - WordPress.com
A sua mãe, embora fosse rigorosa, era também mais carinhosa e dedicada do que o seu pai, Stanley Dwight. O pai é descrito atualmente por Elton como um pai desnaturado e grosseiro, que o agredia verbalmente muitas vezes.
Elton John com a mãe, Sheila Eileen Dwight
Fonte: Correio Braziliense
Adotou o nome Elton John quando tocava na banda Bluesology. Elton e John eram os nomes dos outros dois integrantes da banda.
Bluesology
Fonte: Youtube
Começou a trabalhar em exclusivo com a música em 1967, época em que passou a compor músicas para outros cantores em parceria com Bernie Taupin.
Elton John e Bernie Taupin
Fonte: Esquire
Elton só começou a cantar em 1969, quando lançou o álbum Empty Sky.
Álbum Empty Sky, de Elton John
Fonte: Elton John
O seu primeiro grande sucesso foi a música "Your Song", do segundo álbum, lançado em 1970. O álbum não tinha título, tinha apenas o nome do cantor.

Foi um dos primeiros astros do rock britânico a assumir a sua bissexualidade. Isto ocorreu por volta de 1976, à revista Rolling Stone, na mesma altura fazia sucesso com a música "Don't Fo Breaking My Heart", cantada em parceria com Kiki Dee.
Revista Rolling Stone de 1976, onde veio a entrevista com Elton John
Fonte: elton john italy

Em 1984 casou-se com a técnica de som Renate Blauel, tendo o casamento terminado em 1988.
Casamento de Elton John com Renate Blauel, em 1984
Fonte: News.com.au
Fez várias parcerias ao longo da sua carreira, com grupos e cantores como John Lennon, Kiki Dee, Tina Turner, Celine Dion, The Who, Lady Gaga, RuPaul, Eminem, Shania Twain, Rihanna, Christina Aguilera, George Michael, Pet Shop Boys, Luciano Pavarotti, Queen, Joss Stone, Ray Charles, Guns N'Roses e muitos outros.



Elton é fã de beisebol, ténis e futebol. Chegou a dirigir uma equipa de futebol, o Watford Football Club, durante um tempo nas décadas de 70 e 80.
Elton John e Watford Football Club
Fonte: Ultimate Classic Rock
Em 1992, criou a fundação Elton John AIDS, com o objetivo de ajudar os portadores do vírus HIV/Sida. Todos os anos, após a cerimónia dos Oscares, ele promove uma festa para arrecadar fundos para esta fundação.
Fonte: www.prnewswire.com
Elton é, com a parceria do letrista Tim Rice, o autor da trilha sonora do filme "O Rei Leão". Uma das canções desta produção dos estúdios da Disney - "Can You Feel The Love Tonight", rendeu-lhe o Oscar de Melhor Canção Original.
Elton John com o Oscar de Melhor Canção Original - "Can You Feel The Love Tonight" do filme "O Rei Leão", em parceria com Tim Rice
Fonte: Yahoo News

Em 1995, a Rainha Isabel II concedeu a Elton o título de Comandante da Ordem do Império Britânico. Mais tarde, ele conseguiria o título de Sir Elton John.

Elton tem uma coleção enorme de óculos, que conta com cerca de 20 mil itens.

Em dezembro de 2005, Elton casou-se com o seu parceiro de longa data, David Furnish, com que teve dois filhos através de uma barriga de aluguer - Zachary em 2010 e Elijah em 2013.
Casamento de David Furnish e Elton John, em 2005
Fonte: Jetss
Elton John com o marido, David e os filhos de ambos
Fonte: Caras - Sapo
Desde o início da sua carreira já fez mais de 3500 espetáculos em mais de 80 países.

No total, vendeu mais de 250 milhões de discos ao longo da sua carreira.

Durante parte da sua carreira, Elton abusou do álcool e da cocaína, mas está sóbrio há cerca de 28 anos. No entanto, Elton admite que ainda possui um vício na vida, o das compras.

No início de 2018, anunciou a sua última digressão mundial. Tem o nome de Farewell Yellow Brick Road e deverá durar até 2021.
Um dos cartazes da última digressão de Elton John - Farewell Yellow Brick Road

MZ

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domingo, 24 de novembro de 2019

Dica de Livro ou Filme: "Rocketman"

Filme "Rocketman"
Fonte: Amazon UK
Eu gostei do filme. É um filme que conta o início da vida famosa de Elton John. O filme parece ser uma espécie de musical mas sem grandes exageros, até porque nem gosto de musicais, mas este quando aparecem as cenas musicais é para "contar" a história da música.
Gostei de ver que é possível uma pessoas que teve uma vida de excessos conseguiu vencer e curar-se, e para saberem mais têm que ver o filme.

O filme é deste ano, 2019, dirigido por Dexter Fletcher e escrito por Lee Hall.

O filme recebeu aclamação dos críticos, com destaque para o desempenho de Taron Egerton como Elton John e elogios aos figurinos, ao estilo visual, à trilha sonora e às sequências musicais do filme.
Elton John com o ator Taron Egerton
Fonte: Vanity Fair
É a primeira grande produção de Hollywood a mostrar uma cena de sexo homossexual masculino.

Algumas Personagens:

- Taron Egerton como Elton John

- Jamie Bell como Bernie Taupin

- Richard Madden como John Reid

- Bryce Dallas Howard como Sheila Eileen (mãe de Elton)


Trailer:

À semelhança com outros filmes e livros farei outro ou outros post's (consoante a matéria que arranje) sobre quem deu inspiração ao filme.

MZ

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sábado, 23 de novembro de 2019

Órgão Sexual de Rasputin

Como já conhecemos a figura de Grigori Rasputin em post's anteriores, quem não viu pode ver aquihttps://imagenschistoria.blogspot.com/2019/11/rasputin-quem-foi.html

Pénis de Grigori Rasputin conservado no Museu do Sexo e Erotismo de São Petersburgo
No post de hoje iremos falar das particularidades do órgão sexual de Rasputin, este homem que foi uma figura peculiar e influente na história russa.

O nome de Rasputin é referenciado em várias histórias sobre casos e aventuras sexuais que este teria com mulheres russas, havendo mesmo boatos que envolviam a própria Czarina Alexandra.

Rasputin foi assassinado por nobres russos em dezembro de 1916 e segundo reza a lenda, os seus assassinos castraram-no antes de atirá-lo ao rio.

O órgão sexual tinha uns incríveis 28,5 centímetros de comprimento.

Nos anos 20, o pénis teria ido parar às mãos de um grupo de mulheres russas que viviam em Paris e que o consideravam uma espécie de amuleto de fertilidade. Após descobrir o paradeiro do membro perdido, uma das filhas de Rasputin exigiu que ele fosse imediatamente devolvido.

Após a morte da filha na década de 70, o pénis trocou de mãos novamente, e o novo dono, depois de o tentar leiloar, descobriu que, na verdade, o membro era um pepino-do-mar. Ninguém sabe ao certo o que aconteceu nem como a troca aconteceu, mas em 2004, o pénis verdadeiro de Rasputin supostamente apareceu.

Quase um século depois, em 2004, o urologista e sexólogo russo Igor Knyazkin abriu um museu de sexo e erotismo em São Petersburgo, na Rússia, em que a principal peça exposta era o pénis conservado numa solução alcoólica que, segundo o russo, pertencia a Rasputin.

Igor afirma tê-lo comprado por 8 mil dólares na França, junto com os arquivos das cartas manuscritas de Rasputin. O museu conta com mais de 12 mil artefactos, dos quais diversos foram contribuições da elite russa. Mas nenhum deste itens atraí tantos visitantes quanto o órgão sexual de Rasputin.

Fonte: Aventuras na História

MZ

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quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Frank Sinatra em Foto de Prisão

Fotografia de prisão de Frank Sinatra - 1938
Francis Albert Sinatra, ficou conhecido pelo nome artista de Frank Sinatra. Nasceu a 12 de dezembro de 1915, em Nova Jersey, EUA.

Foi um cantor, ator e produtor, sendo um dos artistas musicais mais populares e influentes do séc.XX. Foi um dos músicos recordistas de vendas com mais de 150 milhões de cópias mundialmente.

Em 1938, Frank Sinatra foi preso, com a acusação de sedução e adultério. Quando Frank encontrava-se num bar, uma das suas amantes atacou a sua mulher, Nancy, e no final quem acabou por ser preso foi Sinatra.

Na imagem pode-se ver a fotografia tirada pela polícia de Bergen.

MZ

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segunda-feira, 18 de novembro de 2019

O Assassinato de Rasputin


Pode saber mais sobre Grigori Rasputin aquihttps://imagenschistoria.blogspot.com/2019/11/rasputin-quem-foi.html

Corpo de Rasputin depois de recuperado do rio
Grigori Rasputin foi um místico russo, e autoproclamado homem santo que se aproximou da família do Czar Nicolau II e se tornou uma figura politicamente influente no final do período Czarista.
Grigori Rasputin
Segundo o historiador Pavel Milyikov, em maio de 1914, Rasputin tinha-se tornado um fator influente na política russa.

A 27 de junho de 1914, Rasputin chegou a Pokrovskoye. A 12 de julho de 1914, Rasputin saiu de casa, em resposta a um telegrama que tinha recebido. Voltando à sua casa, de repente, foi atacado por Khionia Guseva.
Khionia Guseva
Esta mulher, tinha o rosto escondido com um lenço preto, aproximou-se dele e tirou um punhal, esfaqueando-o no estômago.

Rasputin sobreviveu e correu pela rua com as suas mãos sobre a barriga. Khionia alegou que Rasputin a tentou atacar. Rasputin coberto de sangue, foi levado para sua casa e pouco antes da meia-noite chegou um médico da aldeia vizinha que o operou à luz das velas.

Rasputin foi transportado por barco a vapor, acompanhado pela sua mulher e filha. O Czar enviou o seu próprio médico e depois de uma laparotomia e mais de seis semanas no hospital, Rasputin recuperou.

A 17 de agosto de 1914, deixou o hospital, e no início de setembro estava de volta a Petrogrado. A sua filha, registou que Rasputin acreditava que Iliodor e Vladimir Dzhunkovsky tinham organizado o ataque, além de ter apresentado uma personalidade diferente e ter começado a beber.
Vladimir Dzhunkovsky
Após o ataque, Iliodor, vestido de mulher, fugiu com a ajuda de Maxim Gorki até Oslo, na Noruega.

Khionia, uma mulher fanática religiosa, "negou a participação de Iliodor, declarando que ela tentou matar Rasputin porque ele estava a espalhar a tentação entre os inocentes".

A 12 de outubro de 1914, o investigador declarou que Iliodor era culpado de incitar o assassinato, mas o procurador local decidiu suspender qualquer ação contra ele por motivos não divulgados. 

Khionia foi presa num hospício em Tomsk e o seu julgamento foi evitado.

A maioria dos inimigos de Rasputin até aí tinha desaparecido. Stolypin foi morto, Kokovtsov tinha caído do poder, Theofan foi exilado, Hermogen foi banido e Iliodor fugiu, vivendo na clandestinidade.

Em 1914, a entrada da Rússia na Primeira Guerra Mundial agravou seriamente os problemas políticos e económicos do país. As crises de abastecimento eram constantes e a morte de milhares de soldados alimentava a insatisfação popular. Politicamente desacreditado, o governo russo era alvo de sérias críticas que, usualmente, relacionavam o caos da nação com a influência de um "mago de aparência suja e sem qualquer formação intelectual mais significativa".

Em pouco tempo, alguns príncipes russos passaram a se incomodar com a ideia de que um bruxo horrendo tivesse poder para interferir em importantes decisões. Foi então que um grupo de conspiradores se organizou para matar Rasputin. A intenção primordial seria recuperar a imagem do governo Czarista e acabar com aquela estranha influência pelos palácios governamentais.

A 29 de dezembro de 1916, Rasputin foi convidado para passar uma noite no Palácio Yussupov, uma das mais luxuosas e requintas construções de São Petersburgo. Convidado pelo príncipe Félix Yussupov, Rasputin pretendia conhecer o resto da família e procurava algum tipo de diversão mais tarde. O convite era, na verdade, uma trama do nobre e mais quatro cúmplices que executariam o assassinato de Rasputin.
Príncipe Félix Yussupov
Deixando a casa em clima festivo, o príncipe preparou uma bandeja de doces envenenados com cianeto e uma garrafa de vinho também contaminada. Após uma nervosa insistência, Rasputin resolveu comer os doces e beber o vinho oferecido. Observando atentamente as reações de Rasputin, Félix ficou aterrorizado ao ver que as doses de cianeto não fizeram efeito algum.

Abalado com o acontecimento, Félix foi até a outro andar do palácio e pediu a arma a um dos seus cúmplices. Convidando Rasputin a orar mediante um belo crucifixo presenta na sala em que se instalaram, Félix aproveitou o momento para disparar um tiro contra o peito de Rasputin. Com o barulho do disparo, os seus cúmplices do assassinato saíram em direção ao lugar do crime.

Enquanto se organizavam para transportar o corpo até um rio, Félix balançou violentamente o corpo para que tivesse a certeza que Rasputin tinha morrido. Nesse momento, Rasputin abriu os seus olhos e começou a estrangular o seu assassino de modo frenético. A cena bizarra só veio a ser contida quando o Grão-Duque Demétrio, militar envolvido na trama, disparou um tiro contra o peito e a cabeça de Rasputin.
Grão-Duque Demétrio
Depois desta situação, enrolaram o corpo de Rasputin num cobertor e o amarraram com cordas. Usaram um carro para o transporte, até a uma ponte no rio Neva, onde encontraram uma fenda no gelo que cobria aquelas águas e foi aí que se livraram do corpo. Entretanto, esqueceram-se de amarrar os pesos que deixassem o cadáver mais pesado e, assim, o deixasse no fundo do rio.

O corpo de Rasputin foi encontrado dois dias depois. Apesar das terríveis mutilações e queimaduras provocadas pelo gelo, as mãos de Rasputin estavam projetadas, como se ele tivesse tentado se soltar das cordas.

Na autópsia descobriu-se que os pulmões de Rasputin estavam cheios de água, o que provava que as balas e o veneno não foram capazes de terminar com a sua vida.

A notícia da morte de Rasputin chegou até à Czarina Alexandra como uma terrível sentença. Afinal de contas, o próprio Rasputin tinha profetizado que a Família Imperial morreria se ele fosse morto por membros da elite russa.

Para evitar outro escândalo, o Czar Nicolau II impôs o fim das investigações e determinou que a causa da morte foi acidental.

Dois anos depois, toda a Família Imperial foi morta pela ação dos revolucionários russos.


Fonte: Alunos Online

MZ

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sábado, 16 de novembro de 2019

Seita Khlysty

Imagem ilustrativa da seita Khlysty
Era uma seita secreta, que existiu de 1645 até ao final do séc. XX.

Surgiu de uma separação com a Igreja Ortodoxa Russa e pertencia à tendência dos cristãos espirituais.

O nome original da seita era uma palavra inventada: "Khristovovery" (PT: "Crentes em Cristo" e o nome atualmente que é conhecida "Khlysts" surge da mistura com a palavra "Khlyst" que significa "chicote".

Diz-se que foi fundada pelo camponês, Danill Filippovich, na Kostroma, na Rússia.

Os crentes desta seita renunciaram ao sacerdócio, aos livros sagrados e à veneração dos santos. Acreditavam numa possibilidade de comunicação direta com o Espírito Santo e a sua incorporação nas pessoas vivas.

Permitiam que os seus membros frequentassem igrejas ortodoxas. A ideia central da seita era de praticar o ascetismo, uma filosofia de vida na qual se realizam certas práticas visando o desenvolvimento espiritual. Muitas vezes, essas práticas consistem no refreamento dos prazeres mundanos e na austeridade.

A seita praticou a obtenção da graça divina para o pecado em rituais que, segundo rumores, às vezes se transformavam em orgias sexuais, a flagelação também fazia parte dos rumores.

Haviam células secretas da seita Khlysty existiam em toda a Rússia pré-revolucionária, com aproximadamente 40 mil seguidores. Eram mais comuns nas fábricas do distrito de Perm.

Cada célula era normalmente liderada por um líder masculino e um feminino, que eram chamados e "Cristo" e "Mãe de Deus", respetivamente.

As células eram chamadas de "Arcas" entre os membros e eram trocadas mensagens clandestinamente para facilitar a comunicação.

Eram frequentemente sujeitos a perseguição e reconhecidos como um elemento subversivo pelas autoridades e órgãos eclesiásticos russos do séc. XIX.

Grigori Rasputin (1869-1916) foi um místico russo e autoproclamado homem santo que se aproximou da família do Czar Nicolau II da Rússia e se tornou uma figura politicamente influente no final do período czarista.

Em 1910, Rasputin foi acusado de ter pertencido a esta seita, pela Sofia Ivanovna Tyutcheva, uma governanta das grã-duquesas da Rússia, depois de ficar horrorizada com algumas atitudes de Rasputin.

CL Sulzberger, no seu livro "A Queda das Águias", diz que Rasputin "adotou a filosofia (se não uma filiação comprovada)" dos Khlysts. Sylzberger prossegue "a principal ideia dos Khlusts" era que a salvação só poderia ser alcançada pelo arrependimento total e que isso se tornaria muito mais viável para alguém que realmente transgrediu. A filha de Rasputin contestou essas alegações, escrevendo que o seu pai investigou, mas acabou rejeitando a seita.

O número das células diminui drasticamente nos tempos da União Soviética. No entanto, algumas comunidades isoladas continuaram a existir. 

MZ

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quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Rasputin - Quem foi...

Grigori Rasputin
Grigori Yefimovich Rasputin nasceu a 21 de janeiro de 1869, numa família simples de camponeses na vila de Pokrovskpye, na Sibéria, no então Império Russo.

Ainda na sua infância começou a chamar a atenção dos moradores da sua vila, onde alguns acreditavam que o menino era meio esquisito, enquanto outros diziam que ele tinha poderes sobrenaturais. Apesar de começar a pregar a palavra de Deus desde os 11 anos, o jovem ficou conhecido pela sua queda por sexo e álcool.

Na adolescência, Rasputin foi para o mosteiro de Verkhoture, nos Montes Urais, com o objetivo de se tornar um monge. Aqui conheceu a seita Khlysty, que pregava a prática dos piores pecados para salvar a alma. 

Para os seguidores da seita Khlysty, só quem pecou ao máximo conseguiria a redenção máxima. Mas a filha de Rasputin, Maria sempre defendeu que o seu pai rejeitou a seita, pela sua repulsa à ideia de autoflagelação praticada por eles. No entanto, ele defendia algo parecido, que ceder à tentação era uma forma de humilhação diante de Deus e, portanto, o caminho para a salvação.

Quando voltou à sua vila, Rasputin casou-se aos 19 anos com Praskovia Fyodorovna, com quem teve três filhos, duas raparigas e um rapaz. Mas as suas aspirações não cabiam numa aldeia tão remota.

Rasputin então decidiu peregrinar pela Grécia e por Jerusalém, desenvolvendo as suas próprias doutrinas. Em 1903, quando voltou à Rússia e se instalar em São Petersburgo, já era considerado um staretz, que significa homem santo, adivinho e curandeiro. Graças às suas boas relações com a Igreja, conseguiu aproximar-se da elite do Império.

Naquela altura, a Rússia passava por um período de extrema instabilidade. Com a morte do grande estadista Czar Alexandre III, o poder ficou na mãos do jovem Nicolau II, que claramente não tinha visão para governar o complexo Império. Isolado do resto da Corte, Nicolau e a mulher, Alexandra empenharam-se em produzir um herdeiro.

Só o quinto filho do casal é que foi um rapaz, Alexei nascido em 1904. A sua doença, hemofilia, mobilizava médicos, místicos e religiosos de dentro e fora da Rússia. Percebendo a oportunidade, Rasputin moderou a sua vida de libertino e esperou um convite para ir ao Palácio Real.
Alexei Romanov
Em 1905, sob recomendação de uma amiga de Alexandra, Rasputin foi chamado para uma audiência com a Czarina durante uma das crises de Alexei, não se sabem exatamente como, mas ele fez parar o sangramento.

Perante este acontecimento, a Czarina Alexandra passou a confiar em Rasputin de olhos fechados, denominando-o de “mensageiro de Deus”. Com esta proteção, Rasputin passa a influenciar a Corte e principalmente a Família Imperial Russa, colocando homens como ele no topo da hierarquia da poderosa Igreja Ortodoxa Russa.

Na Corte, Rasputin tinha uma figura que divida opiniões, era visto por alguns russos como um místico, visionário e profeta, mas por outros era visto como um impostor.

Apesar do seu comportamento indecente e incontrolável, o monge assumiu o papel de conselheiro pessoal da Czarina, e a pobre mulher o defendia na Corte na crença de que Rasputin era a única pessoa de salvar a vida do seu filho. Pela grande defesa da Czarina não tardou a que surgissem boatos que diziam que Rasputin frequentava a cama da Czarina e praticava jogos sexuais com as suas filhas.

O próprio Rasputin alimentava a fama, proclamando as suas supostas conquistas durante banquetes regados a vodka. Não demorou para que a polícia secreta russa fizesse chegar aos ouvidos de Nicolau II informações sobre os comportamentos indecentes de Rasputin.

Rasputin foi advertido, mas ele negou os factos, atribuindo-os à inveja da sociedade. Não adiantou. Nem mesmo um pedido pessoal de Alexandra ao marido evitou que Rasputin fosse enviado de volta para Pokrovskoye.

Durante a temporada de caça de 1912, os Romanov foram passar férias em Spala, na Polónia, onde Alexei teve outra crise aguda da doença. Depois dos médicos dizerem que não conseguiam salvar o menino, Nicolau II chegou a encomendar o funeral. Alexandra em desespero, enviou um telegrama para Rasputin, que prontamente responder: "Não se preocupe. O pequeno não morrerá. Não deixe que os médicos o aborreçam". Dias depois, Alexei estava recuperado. Então Rasputin ganhou novamente o seu lugar na Corte.

A sua espiritualidade seria devido ao facto de que Rasputin seria a reencarnação de um poderoso mago que fazia magia negra. Isso explicaria o seu alto poder hipnótico e a capacidade de manipular a hemofilia de Alexei, doença que ameaçava a vida do menino. Rasputin usou por diversas vezes o seu “poder hipnótico” durante a sua vida, conforme relata o historiador Joseph Furhmann.

O ponto alto do seu poder aconteceu em 1915, quando o Czar deixou a capital para liderar as tropas que estavam a lutar na Primeira Guerra Mundial, provocando um aumento no poder da Czarina Alexandra e de Rasputin.

No entanto, conforme a derrota da Rússia na guerra se aproximava, a popularidade de Alexandra e Rasputin diminuía, até que no dia 30 de dezembro de 1916 Rasputin foi assassinado por um grupo de nobres conservadores que se opunham à sua influência sobre Alexandra e o Czar.

MZ

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terça-feira, 12 de novembro de 2019

Yakov Yourovski - O Assassino dos Romanov

Yakov Yourovski
Yakov Mikhailovich Yourovski (1878-1938) foi um agente da polícia secreta bolchevique, Cheka, do governo revolucionário bolchevique, que assassinou a Família Imperial Russa.

Segundo o seu relatório, imediatamente antes da alvorada do dia 17 de julho de 1918, a família foi acordada e foi-lhes dito para se vestirem. Quando perguntaram o porquê, foi-lhes dito que precisavam tirar uma fotografia para provar que ainda estavam vivos.

Mas há relatos de que foi-lhes dito que estava acontecer um tiroteio, o que tornava os quartos superiores, onde dormiam, inseguros e teriam que se mudar imediatamente para a cave.

Já vestidos, a família e o pequeno grupo de criados e profissionais da área da saúde que permaneceram com eles, foram levados para a cave e foi-lhes dito para esperarem.

Anastasia levou conseguiu o seu cão, Jimmy. Foi permitido a Nicolau, Alexandre e Alexei que se sentassem em cadeiras cedidas pelos guardas a pedido da Czarina.

Após vários minutos, os carrascos entraram na sala, conduzidos por Yakov Yourovski. Sem hesitação Yakov informou o Czar e a sua família que iam ser executados. Ao que o Czar só teve tempo de perguntar "O quê?" e de se virar para a sua família, antes de ser abatido com uma bala na cabeça.

A Czarina e a filha Olga tentaram fazer o sinal da cruz, mas foram mortas na saraivada inicial de balas, atiradas pelos executores. Ambas foram mortas por tiros na cabeça. O resto da família e comitiva, foram mortos de seguida.

As últimas vítimas, Maria, Anastasia e a criada Demidova, estavam no chão, por baixo da única janela da cave. À medida que o carrasco se aproximava, Maria levantou-se e "lutou" com Ermakov, enquanto ele a tentava esfaquear. As jóias escondidas nas suas roupas, protegeram-na daquelas balas. Então foi morta com um tiro na cabeça, o mesmo aconteceu a Anastasia. A caveira de Maria não mostrou sinais de balas e não se sabe ao certo se morreu com outro tiro no corpo ou se terá sido mesmo esfaqueada.

Ermakov estava bêbado na altura dos assassinatos, é possível que o seu tiro tenha apenas passado de raspão a cabeça de Maria, deixando-a inconsciente e causando uma grande hemorragia, acabando por morrer.

À medida que os corpos eram retirados da cave, as duas Grã-Duquesas deram sinais de vida, uma ainda se sentou e gritou, levantando um braço por cima da cabeça, enquanto a outra sangrava da boca, gemendo e mexendo-se ligeiramente.

Olga e Tatiana tiveram mortes instantâneas, o mais provável é que tivesse sido Maria e Anastasia, terem ficado gravemente feridas e com capacidade para se mexerem e gemer.

Apesar do testemunho escrito de Ermakov não referir, o carrasco contou à esposa que Anastasia foi morta à baioneta, enquanto Yakoov escreveu que, quando os corpos estavam a ser levados, uma das Grã-Duquesas gritou tendo sido golpeada na parte de trás da cabeça.

A razão para o assassinato dos Romanov foi que o Exército Branco antibolchevique estava próximo a Ecaterimburgo, e havia a preocupação de que a Família Imperial fosse libertada e levada para fora do país.

Depois da execução e da derrota do Exército Branco, Yakov trabalhou em vários postos, mas nenhum relacionado com execuções.

Yakov faleceu a 2 de agosto de 1938, de úlcera péptica. 

MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

domingo, 10 de novembro de 2019

Czarina Alexandra Feodorovna - A Mulher Mais Odiada da Rússia

Czarina Alexandra Feodorovna
O seu nome de nascimento era Alice de Hesse e Reno. Nasceu a 6 de junho de 1872, em Darmstadt, no então Império Romano. Foi a sexta criança nascida do casamento de Luís IV, Grão-Duque de Hesse e Reno e da Princesa Alice do Reino Unido, pelo lado materno, era neta da Rainha Victoria I do Reino Unido.
Pais de Alexandra Feodorovna, Princesa Alice do Reino Unido e o Grão-Duque de Hesse e Reno
Foi batizada a 1 de julho de 1872 de acordo com os rituais da Igreja Luterana e recebeu os seus nomes em honra da mãe e das tias maternas. Embora a intenção da sua mãe fosse dar-lhe o nome inglês, na Alemanha, a princesa recebeu o nome de "Alix".

Numa carta à Rainha Victoria a sua mãe disse sobre ela que era uma menina doce e alegre. "Está sempre a rir-se e a mostrar uma covinha numa bochecha". Devido a esta alegria, recebeu a alcunha de Sunny.

Em novembro de 1878, a cidade foi atingida por uma onda de difteria. A própria Alice, as suas irmãs Victoria, Irene e May e o irmão Ernie foram atingidos. Enquanto as suas irmãs e irmão se recuperaram, a pequena May de 4 anos não resistiu, acabando por morrer. Entretanto, a sua mãe também ficou doente depois de cuidar do filho Ernie. Quando a pequena Alice tinha apenas seis anos de idade, a sua mãe morreu a 14 de dezembro de 1878.
Alexandra Feodorovna ainda em criança
A então Princesa Alice tornou-se muito próxima da sua avó materna, passando grande parte da sua infância no Reino Unido entre o Castelo de Balmoral, na Escócia, a Casa Osborne e a Ilha de Wright. Após a morte da sua mãe, Alice tornou-se amarga e solitária.

Em 1982, aos 20 anos, perdeu o seu pai e o seu irmão Ernie, sucedeu-o como Grão-Duque de Hesse e Reno.

Alice casou-se relativamente tarde tendo em conta a idade na época, pois tinha recusado casar-se com o Príncipe Albert Victor, Duque de Clarence, apesar da forte pressão familiar.
Príncipe Albert Victor, Duque de Clarence
Alice já estava apaixonada pelo futuro Czar da Rússia, cuja mãe dele era cunhada do seu tio, o Príncipe Eduardo e cujo tio, o Grão-Duque Sérgio Alexandrovich, era casado com a irmã mais velha de Alice, Isabel. Além disso, eram primos em segundo grau, uma vez que eram bisnetos da Princesa Guilhermina de Baden.

Alice e Nicolau conheceram-se em 1884, quando a irmã de Alice se casou com o tio de Nicolau, e quando Alice regressou à Rússia em 1889 o casal apaixonou-se.
Irmã de Alexandra Feodorovna, Isabel e o marido, tio de Nicolau, o Grão-Duque Sérgio Alexandrovich
No seu diário, Nicolau escreveu: "O meu sonho é um dia casar-me com a Alice. Já a amo há muito tempo, mas com mais sentimento e força desde 1889 quando ela passou seis semanas em São Petersburgo. Durante muito tempo resisti, mas sei que os meus sonhos se vão tornar realidade". Alice partilhava os mesmos sentimentos.

Inicialmente, o pai de Nicolau, Czar Alexandre III, rejeitou a perspetiva deste casamento. A sociedade atacava abertamente a Princesa Alice, mas não aprofundavam o assunto, uma vez que tinham a certeza de que o Czar e a sua esposa, Maria Feodorovna, eram totalmente antigermânicos e não tinham intenções de permitir uma união do seu filho com uma princesa alemã.

Apesar da Princesa Alice vir de boas famílias, era de conhecimento geral que Alexandre III estava a preparar um casamento filho com alguém de ainda maior importância para o seu filho e país. A ideia era a Princesa Helena, a filha de Luís Filipe, Conde de Paris, pretendente ao trono francês. Esta perspetiva de casamento com Helena não agradou a Nicolau e este escreveu no seu diário: "A mamã fez algumas referências à Helena, filha do Conde de Paris. Eu, pessoalmente, quero ir numa direção e é evidente que a mamã quer que escolha a outra".
Princesa Helena de Orleães
Helena também não concordou com o casamento, ela era católica e não estava disposta a mudar de religião. O Czar então decidiu enviar emissários até à Princesa Margarida da Prússia, filha do Kaiser Frederico III. Rapidamente Nicolau declarou que preferia tonar-se monge a casar-se com a aborrecida Margarida. Mas também Margarida não estava disposta abandonar a sua religião.
Princesa Margarida da Prússia
Alexandre III praticamente ignorou os pedidos do seu filho, sempre, até que a sua saúde começou a deteriorar-se em 1894. Alice levantou também dúvidas em relação ao facto de ter que abandonar a sua fé luterana, mas foi convencida por Nicolau e, por fim, converteu-se fervorosamente à Igreja Ortodoxa Russa.

Alice e Nicolau ficaram noivos em abril de 1894. Entretanto Alexandre III morre a 1 de novembro de 1894, o que fez com que Nicolau se tornasse "Czar de todas as Rússias" com apenas 26 anos de idade.
Nicolau e Alexandra em 1894
Alice então mudou o seu nome para Alexandra Feodorovna quando se converteu à Igreja Ortodoxa Russa.

Alexandra acompanhou a Família Imperial quando esta regressava a São Petersburgo com o corpo do Czar e diz-se que foi cumprimentada pelo povo da Rússia com sussuros que diziam "Ela chega-nos atrás de um caixão".

O casamento realizou-se a 26 de novembro de 1894, na capela do Palácio de Inverno, em São Petersburgo. Foi um casamento vitoriano, sereno e próprio, mas baseado num amor físico intenso e apaixonante.
Casamento do Czar Nicolau II e Alexandra Feodorovna
Alexandra escreveu à sua irmã sobre o seu dia de casamento: "Um dia no mais profundo luto, lamentando um ser querido (morte do pai de Nicolau II), no dia seguinte nas mais luxuosas roupas, casando-me. Não pode haver maior contraste (...) O nosso casamento pareceu a mera continuação das missas para o falecido, com a diferença de que então usei um vestido branco, em vez de preto".

Nicolau e Alexandra ficaram chocados e o novo Czar declarou que não podia ir ao baile organizado pelo embaixador francês, Marquis da Montebello nessa noite. No entanto, os seus tios imploraram-lhe para o fazer, pois, caso contrário, ofenderia os franceses. Tragicamente, como aconteceria muitas vezes ao longo do seu reinado, Nicolau assentiu e foi ao baile com a sua mulher.

Foi uma noite dolorosa. "A Czarina apareceu em grande angústia, com os olhos avermelhados das lágrimas" escreveu o embaixador britânico à rainha Victoria. Muitos russos mais supersticiosos, viram o desastre do Campo Khodynka como um presságio de que o reinado seria infeliz.

Outros, mais sofisticados e vingativos, usaram a tragédia para expor a falta de humanismo da autocracia e a completa superficialidade do jovem Czar e da sua "mulher alemã".

Alexandra era odiada na Corte e pelo povo russo. Quando apareceu pela primeira vez, era calada, de aparência fria, arrogante e indiferente. Ficou magoada com a receção pouco entusiasta que recebeu e afirmou estar cansada da perda de morais e etiqueta da corte russa.

Alexandra era chamada de petulante e aborrecida, provincial, enfastiante e convencida e tanto a nova Czarina como a Corte viviam em constante conflito.

Alexandra fez poucas tentativas para fazer laços de amizade com os outros membros da família Romanov e, regra geral, frequentava o menor número de ocasiões da Corte possível.

Era comparada negativamente com a mãe do Czar, Maria Feodorovna, filha do Rei Cristiano IX da Dinamarca. Na Rússia, Maria Feodorovna, ofuscava a sua nora, ao contrário do que acontecia na maioria das cortes europeias.
Maria Feodorovna
A atitude teimosa de Alexandra não lhe permitia que aprendesse nada com a sua experiente sogra, que a poderia ter ajudado muito. Maria Feodorovna tinha vivido na Rússia durante 17 anos antes de subir ao trono, enquanto que Alexandra tinha passado pouco mais de um mês no país antes de se casar.

Maria Feodorovna acusava a nora de afastar o Nicolau do convívio com a família e que era bastante possessiva. Alexandra, por sua vez, ressentia-se porque a mãe de Nicolau lhe recusava a posse das jóias da Imperatriz da Rússia, que agora eram suas por direito. O clima entre as duas ficou um pouco mais ameno após o nascimento da primeira filha do casal, Olga a 15 de novembro de 1895.

A notícia da vinda de uma filha em vez de um filho foi recebida com algum desapontamento pela população e por alguns membros da Família Imperial. Nicolau, porém, não apresentou sinais de desgosto, uma vez que ele e a sua esposa ainda eram novos e a criança era perfeitamente saudável.

Alexandra Feodorovna tornou-se Czarina da Rússia no dia do seu casamento, no entanto, a coroação oficial aconteceu no dia 14 de maio de 1896, no interior do Kremlin de Moscovo.

A 15 de maio, a tragédia atingiu as celebrações da coroação, quando se tornaram conhecidas as mortes de vários milhares de pessoas. As vítimas morreram no Campo de Khodynka, em Moscovo quando pensaram que não haveria presentes comemorativos da coroação para todos. Quando a polícia chegou, o campo parecia um campo de batalha. Nessa tarde os hospitais da cidade estavam sobrelotados com feridos e todos sabiam o que tinha acontecido.
Campo de Khodynka, em Moscovo - 1896
A tia de Alexandra, Victoria, disse numa carta à Rainha Victoria que "Alice é muito autoritária e insiste em ter tudo feito à maneira dela. Ela nunca vai conseguir manejar o poder que ela acha que tem..."

Alexandra engravidou novamente nos últimos meses de 1896, mas a criança era novamente uma menina, nascida a 10 de junho de 1897, de nome Tatiana. A 26 de junho de 1899 nasceu Maria e dois anos depois a 18 de junho, nasceu a última filha do casal Anastasia. Com quatro raparigas e nenhum rapaz, muitos chegaram a colocar a hipótese de Nicolau se separar da sua mulher, na esperança de que um novo casamento pudesse lhe trazer o tão desejado herdeiro, Alexandra perante estes rumores retraia-se ainda mais.

Muito da responsabilidade pelo insucesso em gerar uma criança do sexo masculino recaía sobre os ombros de Alexandra. A ausência de um filho tornava-a menos querida pela população. Médicos e místicos eram consultados, na esperança de que pudessem revelar algum segredo para se ter meninos.

Os mais diversos tratamentos foram tentados, mas nenhum deu resultado. A pressão para gerar um herdeiro consumiu Alexandra durante os seus primeiros anos na Corte russa. Quando finalmente deu à luz um menino, a 12 de agosto de 1904, Alexei. Cedo percebeu-se que a criança era portadora da doença que atingia muitos dos descendentes da Rainha Victoria, a hemofilia.

Na época, que tinha esta doença poucos eram os que passavam dos 13 anos de idade. Era uma doença ainda pouco conhecida e o seu tratamento era bastante rudimentar.

A partir de então a dinâmica da família mudou em função de Alexei. O mundo não poderia saber que o herdeiro do trono da Rússia era portador "da terrível enfermidade da família inglesa" como descreveu a Grã-Duquesa Xenia, irmã de Nicolau.
Alexandra com o Czar Nicolau II e todos os seus filhos ainda pequenos
A manutenção desse segredo acabou por consumir o resto das forças da Czarina. Por dez anos, desde que chegou à Rússia, Alexandra e Nicolau esperaram pelo nascimento de um filho. Agora que esse filho finalmente chegou, trazia consigo a hemofilia. Para os mais íntimos, que sabiam da condição da criança, Alexandra responsabilizava-se pela transmissão da doença.
Alexandra Feodorovna e Alexei
Foi cada vez mais se ausentando da vida pública para cuidar de Alexei. O quase desaparecimento de Alexandra dos eventos ao lado do marido e das filhas levava à criação de rumores. Além disso, às vezes era acometida de fortes dores no nervo ciático, a ponto de ficar dias recolhida  ou se movendo com uma cadeira de rodas.
Alexandra Feodorovna e Alexei
Neste contexto surge a figura de Rasputin, um místico que passou a ter muita influencia sobre a Czarina. O que fazia Rasputin no Palácio Alexandre, em horas tão impróprias? A imprensa se questionava qual era a razão das visitas do místico junto da Família Imperial.
Grigori Rasputin
Entretanto, o que poucos sabiam era que a presença de Rasputin estava estritamente ligada à enfermidade de Alexei. Alexandra acreditava que as orações de Rasputin tinham o poder miraculoso de estancar as crises de hemorragia que atormentavam o seu filho.

O povo e a Família Imperial, porém, não consideravam a associação de Alexandra àquele místico como algo apropriado. Membros do governo e jornais logo deram notícia dos escândalos sexuais envolvendo o nome de Rasputin. Mesmo assim, Nicolau recusava-se a bani-lo da convivência da família.

Ninguém negava a influencia que Rasputin tinha sobre Alexandra e a imprensa revolucionária não tardou a inventar uma série de boatos, nos quais Alexandra e Rasputin eram amantes, afirmação essa que ganhou maior força com a publicação de algumas das cartas trocadas entre ambos.
Panfleto espalhado pelas ruas da Rússia insinuando que haveria uma relação amorosa entre a Czarina Alexandra e Rasputin
Alexandra era fervorosamente protetora do papel do seu marido como Czar e apoiava ativamente o seu direito de governar de forma autocrática. Ela defendia o seu direito divino e acreditava ser desnecessário pensar na aprovação de outras pessoas.

Em 1914 a Rússia entra na Primeira Guerra Mundial ao lado da Inglaterra e da França, a Czarina e Rasputin tornaram-se as figuras mais odiadas do país. A imprensa estrangeira chegou a compara-la a Maria Antonieta, chamando Alexandra pejorativamente de "a alemã", assim como a esposa de Luís XVI era chamada de "a austríaca" pelos franceses do final do séc. XVIII.

A intromissão de Rasputin nos negócios do Estado chocou muitos primos de Nicolau, que lhe escreviam abertamente para afastar Rasputin e Alexandra de quaisquer decisões do governo.

Muito se tem argumentado sobre a participação da Czarina na queda da dinastia Romanov, ocorrida em fevereiro de 1917. É de realçar que Alexandra não foi educada para governar, nem sequer para ocupar o papel de Imperatriz Consorte da Rússia. O seu estilo de vida recolhido, dentro de uma autocracia que sobrevivia do cerimonial público, aos quais ela pouco comparecia, certamente contribuiu para o seu desprestígio junto da população.

Desabituada com toda aquela pompa da Corte Russa, a sua timidez foi tomada por arrogância. Eles a queriam feliz, quando a pressão por gerar um herdeiro e depois a doença do filho a tornaram triste. O povo esperava que a esposa do Czar fosse uma mulher energética, mas as fortes dores que sofria no nervo ciático a deixaram dependente de uma cadeira de rodas.

Alexandra não era uma bruxa má, como pintavam alguns jornais revolucionários, embora fosse incompatível aos anseios de um povo que ela nunca chegou a compreender totalmente. A sua participação como enfermeira durante a Primeira Guerra Mundial passou-lhe a falsa sensação de que o conhecia e que "os verdadeiros russos amavam o seu paizinho (o Czar)".

Com a sua família Alexandra era diferente, o quarto de brincar das crianças ficava por cima do "Mauve Boudoir" de Alexandra no Palácio de Alexandre. De manhã, Alexandra podia encostar-se no seu sofá e ouvir os passos dos filhos e o som dos seus pianos. Um elevador e uma escadaria privados levavam diretamente aos quartos do andar superior. Para o povo russo, Alexandra era uma alemã fria que não conseguia ver a necessidade daqueles que a rodeavam a não ser que fossem da família e, até certo ponto, tinham razão.

A Czarina, assim como o seu marido, era muito dedicada à sua família. Desde a sua infância que tinha sido muito tímida, uma característica que partilhava com a sua avó Victoria. Odiava aparições públicas e as evitava, aparecendo apenas quando era absolutamente necessário. Alexandra preferia retirar-se, oferecendo o protagonismo à sua sogra.

Por vezes, Alexandra tinha dificuldades com a sua filha mais velha, Olga, talvez devido ao facto de esta ser mais próxima do seu pai. Olga era tímida e submissa e impressionava as pessoas com a sua bondade, inocência e força dos seus sentimentos privados. Quando ficou mais velha, Olga lia muito, tanto ficção como poesia, levando muitas vezes livros da sua mãe antes de ela os ler.
Alexandra Feodorovna com as filhas Olga e Maria
Alexandra era mais próxima da sua segunda filha, Tatiana. Tanto em público como em privado, Tatiana rodeava a sua mãe de atenção. Durante os últimos meses de vida da família, Tatiana ajudava a sua mãe a locomover-se, passeava pela casa na sua cadeira-de-rodas e tentava animá-la.
Tatiana e a mãe, Alexandra Feodorovna
A filha Maria gostava muito de falar sobre casamentos e filhos. O Czar achava que ela daria uma esposa excelente. Maria era vista como um anjo da família.

Anastasia, a filha mais nova e a mais famosa, era conhecida como shvibzik (PT: "diabrete"), ela subia às árvores e recusava-se a descer a não ser que fosse especialmente mandada pelo seu pai. A sua tia e madrinha, a Grã-Duquesa Olga Alexandrovna, recordou mais tarde uma ocasião em que Anastasia estava a falar de forma tão mal educada que teve de lhe dar um estalo.
Alexandra Feodorovna e a filha Anastasia
Quando eram pequenas, Alexandra vestia as filhas aos pares, as duas mais velhas e as duas mais novas usavam vestidos iguais.

Quando Olga e Tatiana cresceram, começaram a ter mais protagonismo em aparições públicas. Apesar de, em privado, tratarem os pais por "Mamã" e "Papá", em público, os seus filhos tratavam-nos por "Imperador" e "Imperatriz".

Alexandra adorava as suas filhas, no entanto, a Czarina centrava todas as suas atenções no seu único filho, Alexei. Ela era totalmente devota ao filho. O tutor das crianças, Pierre Gillard, escreveu: "O Alexei era o centro desta família unida, o centro de todas as esperanças e afetos. As irmãs dele veneravam-no. Ele era o orgulho e alegria dos pais. Quando ele estava bem, o palácio transformava-se.
Alexandra Feodorovna com o filho Alexei
Tendo de viver com o conhecimento de que lhe tinha transmitido a doença sanguínea, Alexandra vivia obcecada com a ideia de proteger o filho e mantinha sempre um olho em cima dele o tempo todo, consultando um grande número de médicos até se virar para o misticismo com Rasputin. Alexandra mimava o seu filho e deixava que ele fizesse tudo o que quisesse. Parecia que lhe prestava mais atenção do que a qualquer uma das suas quatro filhas.

Quando o grave estado de saúde de Alexei foi finalmente anunciada ao público em 1912, Alexandra tornou-se numa figura ainda mais odiada entre o seu povo.

A grave situação politica e económica da Rússia acabou por resultar na Revolução de Fevereiro de 1917. Num esforço de pôr fim aos eventos que se desenrolavam na capital, Nicolau tentou chegar a São Petersburgo de comboio, no entanto o seu caminho foi bloqueado em Pskov onde, depois de ser aconselhado por todos os seus generais, abdicou por si e pelo seu filho Alexei

Alexandra ficou então numa situação perigosa, como esposa do Czar deposto, odiada pelo povo russo. Nicolau recebeu finalmente a autorização para regressar ao Palácio de Alexandre em Tsarskoye Selo onde ficou sob prisão domiciliária juntamente com a sua família.

Apesar de ser primo tanto de Alexandra como de Nicolau, o Rei Jorge V do Reino Unido recusou-se a deixar a família ser evacuada para o seu país, uma vez que tinha receio da má fama da família no seu país e a que a sua presença pudesse ter repercussões no seu trono.

O governo provisório, formado depois da revolução, manteve Nicolau, Alexandra e os seus filhos limitados à sua residência no Palácio de Alexandre., até serem levados para Tobolsk a 1 de agosto de 1917, uma decisão tomada pelo governo de Kerensky com o objetivo de manter a família afastada da capital e do perigo.

De Tobolsk, Alexandra conseguiu enviar uma carta à sua cunhada Xenia Alexandrovna que se encontrava na Crimeia: "Minha querida Xenia, os meus pensamentos estão contigo, imagino que, contigo, esteja tudo mágico, bom e bonito - tu és as flores. Mas é indescritível como tudo é doloroso aqui, não consigo explicar. Estou feliz por ti que estás novamente reunida com a tua família de quem tinhas sido separada. Gostaria de ver Olga (irmã do Czar que se casou durante o exílio da família) na sua nova felicidade. Todos estão saudáveis, mas eu, durante as últimas seis semanas, tenho tido dores insuportáveis na cara por causa do meu maxilar. Muito tormentoso... Nós vivemos tranquilamente. Estamos bem instalados apesar de Tobolsk ser, muito, muito longe de toda a gente, mas Deus é misericordioso. Ele dá-me força e consolo...".
Grã-Duquesa Xenia Alexandrovna
Alexandra e a sua família ficaram em Tobolsk até à Revolução de Outubro, mas acabaram por ser levados pelos bolcheviques para a cidade de Ecaterimburgo em abril de 1918. Alexandra e Nicolau acabaram por fazer a viagem em primeiro lugar com a sua filha Maria e chegaram à Casa Ipatiev no dia 30 de abril de 1918.

Quando entraram na nova prisão, foi-lhes ordenado que abrissem a sua bagagem. Alexandra protestou imediatamente. Nicolau tentou defendê-la afirmando: "Até agora temos sido tratados educadamente por homens que eram cavalheiros, mas agora...". O antigo Czar foi rapidamente interrompido e informado pelos guardas de que já não se encontrava em Czarskoe Selo.

Qualquer recusa ao cumprimento das regras resultaria na sua separação do resto da família, uma segunda ofensa seria recompensada com trabalho pesado e, partir daí, a sentença seria a morte. Temendo pela segurança do marido, Alexandra desistiu rapidamente e permitiu que a revistassem.

Na parede daquele que seria o seu último quarto, Alexandra desenhou uma suástica, o seu símbolo preferido de boa sorte e escreveu debaixo a data 17 de abril (segundo o calendário que eles seguiam) que era 30 de abril de 1918. Em maio, o resto da família chegou a Ecaterimburgo. Alexandra ficou feliz por ter a sua família novamente junta.

Em Ecaterimburgo, haviam 75 homens a guardar constantemente a Casa Ipatiev. Muitos deles eram trabalhadores de fábricas locais. O comandante da casa, Alexandre Avdeyev foi descrito como um verdadeiro bolchevique. Se lhe chegasse qualquer tipo de pedido por parte da família, a resposta era sempre: "Eles que vão para o Inferno!" Os guardas da casa ouviram-no referir-se muitas vezes ao antigo Czar como "Nicolau, o bebedor de sangue" e a Alexandra como "A Cabra Alemã".
Casa Ipatiev
Para os Romanov, a vida na Casa Ipatiev era um pesadelo de incerteza e medo. A família nunca soube se iria lá continuar no dia seguinte, se seriam separados ou até mortos. Os privilégios que lhes eram permitidos eram poucos. Durante uma hora, à tarde, podiam fazer exercício no jardim sempre sob a vigilância dos guardas.

Alexei ainda não conseguia andar desde o último ataque da hemofilia, por isso era o seu marinheiro Nagorny que o transportava. Alexandra raramente se juntava à família nestas atividades. Em vez disso passava a maior parte do tempo sentada na cadeira-de-rodas a ler a Bíblia ou a ler livros de São Serafim.
Alexandra Feodorovna na sua cadeira-de-rodas
À noite jogavam cartas ou liam. Recebiam muito pouco correio e os únicos jornais permitidos eram edições já ultrapassadas.

No dia 4 de julho de 1918, Yakov Yurovsky, o chefe da Tcheca de Ecaterimburgo, foi nomeado comandante da Casa Ipatiev. Rapidamente apertou a segurança, recolheu todas as jóias e valores da família e guardou-as numa caixa fechada. Alexandra apenas ficou com duas pulseiras que lhe tinham sido oferecidas pelo seu tio Leopoldo, quando ela era criança e que não conseguia tirar. Yurovsky não sabia que Alexandra e as suas filhas tinham cosido as suas jóias pessoais nos seus corpetes e almofadas. Estas apenas seriam descobertas após o assassinato.
Yakov Yurovsky
Os antigos Czares e toda a sua família, incluindo Alexei, gravemente doente, bem como alguns dos seus criados leais, foram executados pelos bolcheviques na cave da Casa Ipatiev na madrugada de 17 de julho de 1918.

Alexandra Feodorovna morreu aos 46 anos de idade. Encontra-se sepultada na Fortaleza de Pedro e Paulo, em São Petersburgo, na Rússia.

Em 2000, Alexandra e a sua família foram canonizados como Portadores da Paixão pela Igreja Ortodoxa Russa. A família foi anteriormente canonizada em 1981 pela Igreja Ortodoxa Russa no exterior como neomártires. Os corpos do Czar Nicolau II, da Czarina Alexandra e de três filhas foram finalmente enterrados na Catedral de São Pedro e Paulo a 17 de julho de 1998, 80 anos após o seu assassinato.
Assinatura de Alexandra Feodorovna

MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.