segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Queda do Império Alemão e Implementação da República de Weimar

 

Soldados da Marinha juntam-se aos trabalhadores em greve geral em Berlim
Fonte: DW

O dia 9 de novembro de 1918 foi um dia atribulado na Alemanha, com pessoas a reunirem-se em Berlim e noutras cidades, após saberem da renúncia do Imperador Guilherme II, anunciada pelo chanceler do Reich, Príncipe Max von Baden.

Imperador Guilherme II da Alemanha
Fonte: Wikipédia

Embora Guilherme II não tenha sido consultado previamente, acabou acatando o próprio afastamento pouco depois, pondo fim, assim, ao Império Alemão.

O deputado social-democrata Philipp Scheidemann proclamou a república na varada do Reichstag, em Berlim, ao meio-dia do dia 9 de novembro, mesmo que sem o apoio de todos os seus companheiros partidários.

Philipp Scheidemann, a 9 de novembro a proclamar a República
Fonte: HNA

Mas a República recém-proclamada enfrentava, ainda sem ter completado um dia, sérias dificuldades. Às 16 horas, uma multidão tão grande quanto a que aplaudiu Scheidemann juntava-se no castelo de Berlim, onde Karl Liebknecht também proclamava a República.

Karl Liebknecht
Fonte: Britannica

O seu discurso culminou com a proclamação da "República livre e socialista da Alemanha", que poria um fim à hegemonia dos Hohenzollern.

No lugar do estandarte imperial, deveria ser colocada a "bandeira vermelha da República Livre Alemã".

A jovem República encontrava-se num dilema numa sociedade dividida. Para alguns, a Revolução Russa de novembro de 1917 seria o exemplo a ser seguido de uma sociedade socialista igualitária.

Para outros, esse cenário não passava do prenúncio do declínio. Os dois lados confrontavam-se inconciliavelmente.

Tanto os partidos de direita quanto os de esquerda enviavam os seus contingentes às ruas, em combate aberto. A tentativa de iniciar uma nova era após a devastadora Primeira Guerra Mundial não teve definitivamente êxito.

Os soldados que voltavam dos combates da Primeira Guerra Mundial encontravam um caos no qual não se conseguiam orientar. Muitos deles passaram a apoiar os extremistas de direita Freikorps.

No fim do ano, os tumultos tinham chegado a enormes proporções, levando o chanceler do Reich a tomar uma medida. Friedrich Ebert ordenou que os chamados "tumultos de Natal" fossem reprimidos pelos militares.

No dia 29 de dezembro de 1918, o governo de transição desmoronou. A situação escalou, Ebert incumbiu Gustav Noske de proteger a residência governamental. Na condição de ministro, era responsável pelo comando dos militares.

A aliança comunista Spartakusbund levou a população a atos que lembravam uma guerra civil, um conflito desencadeado pela demissão do chefe da polícia berlinense Emil Eichhorn.

O Exército do Reich foi fortalecido pelos extremistas de direita do Freikorps, que perseguiam abertamente os membros do Partido Comunista.

Após a derrota da insurreição do Spartakus, os Freikorps levaram adiante operações de "limpeza" na cidade. No contexto destas ações ilegais, foram mortos os dois ícones de KPD: Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht. Os seus corpos foram atirados ao Landwehrkanal.

Rosa Luxemburgo (esquerda) e Karl Liebknecht (direita)
Fonte: International Institute of Social History

Em função dos tumultos, o governo transferiu a sua sede para a vizinha Weimar. Por outro lado, a escolha desta cidade era também um sinal para a nova república democrática. A Nova República não deveria ter nada em comum com o antigo Estado Imperial.

No dia 19 de novembro de 1919, a Assembleia Geral de Weimar reuniu-se, a fim de elaborar uma Constituição democrática. Após seis meses de intenso debate, a nova Constituição foi aprovada a 31 de julho, entrando em vigor logo depois.

A partir daquele momento, a Alemanha passava a ser uma democracia parlamentar, embora a Constituição tivesse muitas falhas. Principalmente o excesso de poderes do presidente do Reich, que, com a ajuda do que se chamava de "prescrição emergencial", podia governar sem e até mesmo contra o Parlamento.



Fonte: DW


MZ

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quinta-feira, 26 de agosto de 2021

A Maior Festa da História - 1971

Uma imagem da considerada a Maior Festa da História, dada pelo Xá do Irão Reza Pahlavi, em 1971
Fonte: Must

Entre 12 e 16 outubro de 1971, Mohammed Reza Pahlavi, Xá do Irão, organizou uma enorme festa em Persépolis, a antiga capital do Império Persa, abrindo caminho para a queda do regime e dando início a uma era de revoluções islâmicas.

Mohammed Reza Pahlavi
Fonte: Wikipédia

A festa foi realizada para celebrar os 2500 anos da monarquia persa criado por Ciro.

Ciro, Rei do Primeiro Império Persa entre 559 e 530 a.C.
Fonte: Ministério Seara Ágape

Foi construído um aeroporto internacional e 80 km de autoestrada para chegar ao local da festa, nas antigas ruínas de Persépolis.

Foi construída uma cidade luxuosa de tendas com 37 km de seda, num oásis especialmente construído para o efeito com uma floresta, flores, fontes e 50 mil pássaros canoros importados da Europa 

As 50 tendas que serviram de albergue para os convidados eram apartamentos pré-construídos revestidos de pano, os quais estavam equipados com ar condicionado, telefone, fax, televisão, rádio e de casas de banho com as melhores porcelanas do planeta.

O famoso restaurante Maxim's de Paris fechou as portas durante duas semanas para preparar as refeições e foram contratados empregados de mesa do luxuoso Badrutt's Palace Hotel, de St. Moritz, para servir os importantes convidados.

Aviões militares iranianos transportaram de Paris 150 toneladas de utensílios de cozinha e 18 toneladas de comida. Um banquete, acompanhado com os mais raros vinhos, foi servido a reis, rainhas, xeiques e presidentes de todo o mundo.

Durante cinco dias, os convidados foram presenteados com o desfile de soldados vestidos com antigos trajes persas e a inauguração da Torre Azadi, originalmente "memorial dos reis", em honra do Xá.

Torre Azadi
Fonte: Wikipédia

Calcula-se que o orçamento do gigantesco evento terá custado cerca de 1,5 mil milhões de dólares, o que se estima ter correspondido a dois anos do então orçamento do estado para a Suíça.

A revista Life chamou-lhe "A festa do século". A revista alemã Stern apelidou-a de "A mãe de todas as festas".

Para o Xá este evento era muito mais do que uma grande festa, era a confirmação da sua glória e a conquista do reconhecimento internacional do Irão como uma das principais nações do mundo.

Mas este evento, mais do que qualquer outro acontecimento, endureceu a oposição liderada pelo Aiatolá Khomeini e marcou a rutura entre o Xá e o povo do Irão.

Aiatolá Khomeini
Fonte: Wikipédia

Alguns historiadores consideram que a festa foi o começo do fim do reinado de Reza Pahlavi, derrubado oito anos depois pela Revolução Iraniana liderada por Khomeini que o Xá tinha banido do país.

Khomeini classificou-a como "A festa do Demónio" e alertou o mundo para a imoralidade de se gastar milhões de dólares numa festa quando cerca de 50% da então população persa vivia no limiar da pobreza.

O Xá Phalavi, um autocrata progressista que reinou com mão de ferro, nunca chegou a ser confrontado com o erro que estava a cometer e com o desvario da iniciativa, fazendo-o assemelhar-se à rainha espanhola que perante a revolta do povo por não ter o que comer afirmou que se não tivessem pão que comessem bolos, o que 100 anos depois seria atribuído erroneamente a Maria Antonieta, segundo confirmou a biógrafa Antonia Fraser.

Por razões razões de segurança, a Rainha Isabel II não compareceu, fazendo-se representar pelo marido e filha, Filipe, Duque de Edimburgo e a Princesa Ana. A Rainha teria sido avisada que era um evento que seria de um extremo mau gosto.


O Presidente Richard Nixon enviou o Vice-Presidente Spiro Agnew no seu lugar.

Vice-Presidente Spiro Agnew
Fonte: Wikipédia

Pessoalmente estiveram presentes personalidades como o Imperador da Etiópia, Hailé Selassié, Grace Kelly e Rainier do Mónaco, Imelda Marcos das Filipinas, Tito da Iugoslávia, o Rei Hussein da Jordânia, entre outros reis, chefes de estado, sultões, emires, príncipes herdeiros e políticos de todos os continentes.



Fonte: RTP | Must


MZ

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terça-feira, 24 de agosto de 2021

Rainhas que Morreram durante/pós Parto

 

Isabel de Aragão, Rainha de Portugal

Isabel de Aragão, Rainha de Portugal
Fonte: Wikipédia

Nasceu em Dueñas, a 2 de outubro de 1470, era a filha mais velha dos Reis Católicos, Fernando de Aragão e Isabel de Castela.

Casou-se com o Príncipe D. Afonso de Portugal, que morreu de uma queda de cavalo durante um passeio. Viúva, casou-se novamente, agora com o primo direito do sogro, o Rei Manuel I de Portugal, em 1496.

Com poucos meses de casa, engravidou, com a proximidade do parto a Rainha sentia-se cada vez mais indisposta e com medo de morrer.

A 24 de agosto de 1498, dá à luz um Infante de Portugal, Castela e Aragão, Miguel da Paz. Mas Isabel contraiu uma hemorragia. Morreu "à força de sangue que lhe soltara sem lho poderem estancar".

Segundo o historiador Renato Tapioca: "Isabel faleceu nos braços do seu pai, o Rei Fernando. Esta morte abalou profundamente a Rainha de Castela. Por quase oito anos, Isabel foi a sua única filha, recebeu mais atenção dos pais do que qualquer uma das suas irmãs, sendo possivelmente a sua preferida. Especialmente pelo seu carácter, gosto e personalidade. A população chorou bastante a morte de Isabel ao mesmo tempo em que celebravam o nacimento do seu filho."


Isabel de Portugal, Imperatriz Romano-Germânica

Isabel de Portugal, Imperatriz Romano-Germânica
Fonte: Wikipédia

Isabel nasceu a 24 de outubro de 1503 em Lisboa, filha de D. Manuel I de Portugal e de Maria de Aragão e Castela.

Casou-se com o seu primo direito, Carlos V do Sacro Império Romano-Germânico, em março de 1526, depois de um casamento por procuração a 1 de novembro de 1525.

Apesar do casamento ter-se realizado por questões políticas, com o tempo, viveram um grande amor. Tiveram sete filhos, sendo que quatro ou nasceram mortos ou viveram muito pouco tempo.

Em 1539, entra no seu 6º trabalho de parto, prematuro a 21 de abril, mas o menino nasceu morto. Isabel encontrava-se debilitada e teve uma forte hemorragia, seguida de uma febre puerperal.

Percebendo que a morte estava próxima, confessou-se e recebeu a extrema unção, despedindo-se do marido e dos filhos. O Imperador manteve-se sempre ao lado da sua mulher, até à sua morte no dia 1 de maio de 1539, com a mesma idade e nas mesmas circunstâncias trágicas que vitimaram a sua mãe, aos 35 anos. Após 14 anos de casamento.


Jane Seymour, Rainha de Inglaterra

Jane Seymour, Rainha de Inglaterra
Fonte: Wikipédia

Filha de John Seymour e de Margaret Wentworth, nasceu em 1508/9.

Foi levada para a Corte cedo, foi aia das Rainhas Catarina de Aragão e Ana Bolena até atrair as atenções do Rei. A sua ascensão coincidiu com a queda de Ana Bolena e foi a vontade de Henry VIII em casar com Jane que levou à execução da sua segunda mulher, Ana Bolena.

Jane e Henry VIII casaram-se a 30 de maio de 1536, menos de duas semanas depois da morte de Ana Bolena. O Rei era absolutamente fascinado por ela e concedia-lhe todos os seus desejos, inclusivo a satisfação dos apetites exóticos resultantes da gravidez.

Em outubro de 1537, a Rainha Jane recolheu-se para os seus aposentos, e na tarde de 9 de outubro entrou em trabalho de parto.

Foi organizada uma procissão solene para passar pela cidade de Londres com o objetivo de rezar pela Rainha que estava em trabalho de parto há dois dias.

Às 2 horas da manhã, do dia 12 de outubro, o bebé nasce, era um menino, filho tão desejado por Henry VIII. Apesar da demora no tempo de parto, o bebé não nasceu de cesariana, na época ainda não havia possibilidades de uma mulher sobreviver a esse procedimento cirúrgico.

Semanas depois do parto, a Rainha ficou doente, com febre puerperal, a febre decorrente do parto que resultou em septicemia. Morrendo a 24 de outubro de 1537, aos 29 anos de idade, 12 dias após o parto.


Mumtaz Mahal

Mumtaz Mahal
Fonte: Wikipédia

Nascida Arjumand Bano Begum, em 1593, era uma Princesa persa muçulmana que ao se casar com o 5º Imperador Mongol, o Shah Jahan, passou a ser conhecida como Mumtaz Mahal. Na tradição mongol, as senhoras importantes da Família Real recebiam outro nome ao casarem-se.

Embora não fosse o primeiro casamento de Jahan, o casamento foi feito com paixão e amor verdadeiro, amor este que os fez praticamente inseparáveis. O casamento aconteceu a 10 de maio de 1612. Mumtaz acompanhava o seu marido nas suas viagens e expedições militares.

Em 19 anos de casamento, tiveram 14 filhos, sete dos quais morreram no nascimento ou ainda novos.

No parto do seu 14º filho, a Rainha faleceu, quando acompanhava o seu marido numa campanha militar em Burhanpur.

A morte da Rainha abalou muito o seu marido. Jahan mandou construir um palácio sobre o túmulo da sua amada como uma homenagem póstuma. Chamado "Taj Mahal", é feito de mármore branco, rodeado de grandes jardins e com belas decorações. É considerado, por alguns, a maior prova de amor já feita pelo homem.


Maria Isabel de Bragança, Rainha de Espanha

Maria Isabel de Bragança, Rainha de Espanha
Fonte: Estórias da História - blogger

Filha do Rei português João VI e de Carlota Joaquina de Espanha, nasceu em Queluz, a 19 de maio de 1797.

Casou-se com o Rei Fernando VII de Espanha, seu tio, a 29 de setembro de 1816, em Madrid. Tiveram duas filhas. Logo após a morte da sua primeira filha, engravidou de novo, mas o parto foi difícil.

Durante o parto, o bebé estava sentado e os médicos descobriram que a criança tinha morrido. Maria Isabel parou de respirar o que levou a que os médicos achassem que ela estava morte.

Então começaram a cortar o ventre da Rainha para extrair o feto morto, quando Maria de repente começa a gritar de dor e cai da cama, sangrando fortemente.

Os cortes feitos pelos médicos levaram Maria Isabel à morte, a 26 de dezembro de 1818, aos 21 anos de idade.

Esta cesariana deixou a Corte Espanhola em choque, pois perderam dois membros, a Rainha e a sua filha. É ainda hoje recordada como "a rainha que morreu duas vezes".


Maria II, Rainha de Portugal

Rainha D. Maria II de Portugal
Fonte: Wikipédia

Nasceu no Rio de Janeiro, Brasil, a 4 de abril de 1819, Filha de D. Pedro IV de Portugal e I do Brasil e de Maria Leopoldina da Áustria.

Com dispensa papal, por procuração, a 29 de outubro de 1826, casou-se com o seu tio, o Infante Miguel. O casamento acabou por ser dissolvido ou declarado nulo a 1 de dezembro de 1834.

Casou-se novamente por procuração a 1 de dezembro de 1834, em Munique, e em pessoa, em Lisboa a 26 de janeiro de 1835, com o Príncipe Augusto de Beauharnais (1810-1835). Augusto morreria a 28 de março de 1835 de difteria, no Palácio Real das Necessidades, em Lisboa.

Havia então a necessidade de outro marido para Maria. Maria casou-se com o Príncipe Fernando de Saxe-Coburgo-Gotha (1816-1885). Tiveram 11 filhos.

Maria II engravidou 12 vezes e teve 11 partos, durante 16 anos. Desde a sua primeira gravidez aos 18 anos de idade, Maria II enfrentou problemas para dar à luz, com trabalhos de parto longos e extremamente difíceis. Por exemplo na sua 3ª gravidez, cujo trabalho de parto duro 32 horas, em que a menina foi retirada com fórceps, em 1840, a bebé nasceu morta.

Aos 25 anos, com a sua 5ª gravidez, tornou-se obesa e os seus partos tornaram-se ainda mais complicados. Em 1847 o sofrimento foi tal que levou ao nascimento do seu 8º filho, o Infante D. Augusto, trouxe ao mundo uma criança "bastante arroxada e com pouca respiração".

A perigosa rotina de gestações sucessivas, somada à obesidade e à frequência de partos distócitos, levaram os médicos a alertarem sobre os sérios riscos que corria.

Indiferente aos avisos, Maria limitava-se a responder: "Se morrer, morro no meu posto".

A 15 de novembro de 1853, 13 horas depois do início do trabalho de parto de mais um bebé morto, o seu 11º filho. Maria morre aos 34 anos de idade.



Fonte: Wikipédia | Canal História e Tu


MZ

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domingo, 22 de agosto de 2021

Despedida do Primeiro Homem a Morrer no Espaço

Mulher de Vladimir Komarov, Valentina, a beijar a fotografia do marido após a sua morte, em 1967
Fonte: Pinterest

Vladimir Komarov, nascido em Moscovo a 16 de março de 1927.
Astronauta Vladimir Komarov
Fonte: Wikipédia

Foi um astronauta soviético, primeiro soviético a ir ao espaço duas vezes e o primeiro homem a morrer numa missão espacial, a bordo da nave Soyuz 1, a 24 de abril de 1967.

Vladimir tornou-se astronauta em 1960, e era engenheiro aeroespacial no primeiro grupo de homens selecionados para o programa espacial soviético, junto com Yuri Gagarin e Gherman Titov, os dois primeiros homens em órbita da Terra.

Foi pela primeira vez ao espaço em 1964, comandando a nave Voskhod 1, em companhia dos astronautas Boris Yegorov e Konstantin Feoktislov, no primeiro voo ao espaço numa nave com mais de um tripulante.

Em 1967 Vladimir realizou o seu segundo voo espacial, desta vez sozinho na nave Soyuz 1, um voo cheio de problemas em órbita e que terminou em tragédia na reentrada na atmosfera, quando o paraquedas principal de freio da cápsula não abriu e esta caiu e explodiu no solo, causando a morte imediata a Vladimir.
O estado em que ficou o corpo do astronauta Vladimir Komarov
Fonte: AstroPT

Tudo o que sobrou de Vladimir Komarov foi um osso do calcanhar e uma massa de restos calcinados. Mesmo assim, o funeral de Estado foi de caixão aberto.


Fonte: Wikipédia | AstroPT

MZ

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sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Annie Oakley - Atiradora de Exposições

Annie Oakley - atiradora de exposições
Fonte: Wikipédia

Na imagem, Annie atira de costas usando apenas um espelho de mão, aproximadamente em 1899.

Annie Oakley, nascida a 13 de agosto de 1860, em Willowdell, nos EUA, ela foi provavelmente, a primeira estrela artística dos Estados Unidos da América.

 O seu talento foi descoberto, aos 15 anos, quando venceu uma partida de tiro contra o atirador Frank E. Butler, com quem mais tarde viria a casar-se.

No seu espetáculo mostrava a sua destreza com as armas. Usafa uma espingarda de calibre 22.
Annie Oakley, em 1922
Fonte: Wikipédia

A sua venda e as lendas a seu respeito foram objetos de filmes, musicais, série de televisão e banda desenhada.

Faleceu a 3 de novembro de 1926, em Greenville, nos EUA.

MZ

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segunda-feira, 16 de agosto de 2021

Última Sessão Fotográfica de Jimi Hendrix

Jimi Hendrix - Uma das suas últimas fotografias - 1970
Fonte: La Parola

James Hendrix, conhecido como "Jimi", nasceu em Seattle (EUA), a 27 de novembro de 1942.

Foi um guitarrista, cantor e compositor.

O seu nome vem em primeiro lugar em praticamente todas as listas já publicadas de melhores guitarristas da história e é um dos mais influentes músicos da sua era, em diversos géneros musicais.

No dia 17 de setembro de 1970, o guitarrista estava em Londres com a sua namorada, Monika Dannemann.

Depois de um passeio pela cidade, Jimi e Monika tomaram um chá no jardim que ficava atrás do seu apartamento, onde Monika tirou algumas fotografias do músico.

No dia seguinte, Jimi Hendrix foi encontrado morto pela sua namorada, asfixiado no seu próprio vómito.



Fonte: Wikipédia | Inspi


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sábado, 14 de agosto de 2021

União Soviética - O Primeiro País a Legalizar o Aborto

Mulheres soviéticas, durante a Segunda Guerra Mundial
Fonte: Esquerda Online

No fim da Guerra Civil Russa, que resultou na instauração do socialismo russo e na criação da União Soviética, as leis que permitiam o aborto foram aprovadas pelo governo.

A legalização desta prática já era defendida por Lenin, desde 1913. No entanto, só a 8 de novembro de 1920, as leis soviéticas descriminalizaram o aborto.

Na altura, as mulheres estavam envolvidas no processo revolucionário que resultou na criação da União Soviética. Portanto, a assembleia russa via a gravidez como um fator que poderia complicar os esforços de guerra e atrapalhar no mercado de trabalho.

Com os avanços da grande guerra civil, o ambiente tornou-se cada vez mais hostil e a fome e a pobreza passaram a fazer parte da vida da população.

Desta forma, durante o processo de criação da União Soviética, o país tornou-se a primeira nação do primeiro no mundo a legalizar formalmente o aborto. Como as leis soviéticas não reconheciam o feto como detentor de direitos, isto permitiu que a gravidez fosse interrompida em qualquer momento da gestação.

Pouco tempo depois, os abortos tornaram-se gratuitos, mas só poderiam ser realizados até ao primeiro trimestre de gravidez.

Já em 1936, Stalin decretou que a prática voltaria a ser crime. No entanto, o país voltou atrás em 1955 e o governo optou por legalizá-lo novamente.

Sabe-se que o direito ao aborto no início do séc. XX foi considerado uma das maiores conquistas feitas pelas mulheres e um importante avanço para a época.

Segundo dados publicados em 2019, pela ONU, atualmente, a Rússia é o país que mais realiza abortos no mundo. O relatório aponta que cerca de 1,3 milhões de abortos são realizados por ano no país. No entanto, desde a década de 1990, com a extinção da União Soviética, os números têm caído drasticamente.

Muitos dos países que formavam a União Soviética, como Cazaquistão, Quirguistão, Uzbequistão, Turquemenistão, Tajiquistão e Azerbaijão, ainda hoje têm legislações flexíveis sobre este assunto.



Fonte: Aventuras na História


MZ

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quinta-feira, 12 de agosto de 2021

Mafalda de Sabóia - Princesa no Campo de Concentração

Princesa Mafalda de Sabóia
Fonte: Wikipédia

Mafalda nasceu em Roma, na Itália, a 2 de novembro de 1902. Foi a segunda filha do Rei Victor Emanuel II da Itália e da sua mulher Helena de Montenegro.

Casou-se a 23 de setembro de 1925 com o Príncipe Filipe de Hesse-Cassel no Castelo de Racconigi.
Casamento de Mafalda de Sabóia e o Príncipe Filipe de Hesse-Cassel
Fonte: Sábado

O Príncipe Filipe era um membro leal do Partido Nazi. Era também um grande admirador do ditador italiano Benito Mussolini e dos ideais fascistas.

Filipe era bissexual e o seu casamento só aconteceu como parte de uma aliança para colocar a Itália de Benito Mussolini numa posição privilegiada nas negociações entre o governo nazi alemão.

Mafalda era contra aos ideias do Partido Nazi. Durante a Segunda Guerra Mundial, Adolf Hitler acreditava que a Princesa Mafalda estava a trabalhar contra a guerra e chamou-a se "o membro mais podre da casa real italiana".

No início de setembro de 1943, a Princesa Mafalda foi até à Bulgária para estar presente no funeral do seu cunhado, o Czar Boris III. Enquanto lá estava, foi informada da rendição italiana às forças aliadas, que o seu marido estava em prisão domiciliária na Baviera e que os seus filhos tinham sido enviados para o Vaticano.

A Gestapo deu a Mafalda uma ordem de prisão, e no dia 23 de setembro, recebeu uma chamada do hauptsturmführer Karl Hass, do alto comando alemão. Este informou-a que tinha em sua posse uma mensagem importante do seu marido. Quando Mafalda chegou à embaixada alemã, foi presa, supostamente por estar envolvida em atividades subversivas, mas acredita-se que ela tenha sido feito refém para impedir o seu pai, Rei da Itália, se opusesse aos interesses alemães na guerra.

Mafalda foi levada para Munique para ser interrogada, depois para Berlim e finalmente para o campo de concentração de Buchenwald, na Alemanha.

No dia 24 de agosto de 1944, os aliados bombardearam uma fábrica de munições dentro de Buchenwald. Cerca de 400 prisioneiros foram mortos e Mafalda ficou gravemente ferida.

A Princesa estava alojada numa casa numa unidade subjacente à fábrica bombardeada e quando o ataque aconteceu, foi enterrada até ao pescoço com entulho e sofreu várias queimaduras no braço.

As condições no campo de trabalho fizeram com que o braço ficasse infetado e os médicos amputaram-no, fazendo com que sangrasse profundamente durante a operação.

Depois do bombardeamento do dia 24 de agosto, diz-se que Mafalda, perto da morte, terá dito a duas prisioneiras italianas: "Lembrem-se de mim não como uma princesa italiana, mas como uma irmã italiana".

Apesar de ter sido humilhada e ter vivido sob condições sub-humanas, a Princesa ainda teve direito a alguns privilégios, em comparação com outros prisioneiros, como podia comer pão com manteiga e sopa.

Mafalda de Sabóia morreu entre o dia 26 e 28 de agosto de 1944, aos 42 anos. Foi enterrada numa vala comum.

A família real de Hesse não foi informada da morte de Mafalda, apesar dos rumores sobre a mesma terem começado a circular no final de 1944. A sua morte só foi confirmada depois dos alemães se renderem aos aliados em 1945. Então o seu corpo foi enterrado no Castelo de Kronberg, em Hesse, na Alemanha.


Fonte: Wikipédia | Sábado 

MZ

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terça-feira, 10 de agosto de 2021

Garrafa Espanta Bruxas

 

Fonte: Aventuras na História

Numa fortaleza construída em 1861, durante a Guerra Civil Americana, arqueólogos encontraram, durante uma escavação, uma garrafa que continha um curioso talismã contra bruxas e maus espíritos.

Localizada no Condado de York, no estado da Virgínia, a estrutura tinha sido ocupada pelas tropas confederadas e, mais tarde, pelas forças da União.

A garrafa foi descoberta pela equipa do Centro William & Mary de Pesquisa Arqueológica, mede cerca de 13 cm de altura e 8 cm de largura. Continha uma grande quantidade de unhas e pregos. Estava partida, mas ainda assim, em bom estado de conservação.

Os arqueólogos sugerem a hipótese de que a garrafa de vidro fazia parte de um ritual raro para afastar bruxas.

Joe Jones, membro do Centro de Pesquisa, explica que o achado "é realmente uma cápsula do tempo representando a experiência das tropas da Guerra Civil".

Os arqueológos apontam que a garrafa foi deixada por um soldado da União, acrescentando que o medo e a morte eram algo que estava sempre presente.

A prática da utilização de objetos para quebrar ou evitar alguma maldição foi comum entre os séculos XVI e XVII, principalmente na Inglaterra. Agora, com esta descoberta, os estudiosos pretendem compreender mais sobre as superstições que também chegaram aos EUA.



Fonte: Aventuras na História


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domingo, 8 de agosto de 2021

Incidente de Mayerling

Imperial Pavilhão de Caça, em Mayerling, com a legenda: "Mayerling, antigo pavilhão de caça do príncipe herdeiro Rodolfo antes de 1889."
Fonte: Wikipédia

O Incidente de Mayerling refere-se a uma série de eventos que levaram à controversa morte do Arquiduque Rodolfo da Áustria e da sua amante, a Baronesa Maria Vetsera.
Rodolfo, Príncipe Herdeiro da Áustria
Fonte: Wikipédia

Baronesa Maria Vetsera
Fonte: Wikipédia

Rodolfo era o único filho varão do Imperador Francisco José I da Áustria e da Imperatriz Isabel, e herdeiro ao trono do Império Austro-Húngaro.
Imperador Francisco José I da Áustria, pai de Rodolfo
Fonte: Wikipédia

Os corpos de ambos foram descobertos no Imperial Pavilhão de Caça em Mayerling, nos Bosques de Viena, a cerca de 25 km a sudoeste da capital, na manhã de 30 de janeiro de 1889.

Em 1889, muitas pessoas da Corte Austríaca, incluído os pais de Rodolfo e a sua mulher Estefânia, sabiam do seu envolvimento amoroso com a jovem Maria.
Mulher de Rudolfo, Estefânia da Bélgica
Fonte: Wikipédia

O casamento de Rodolfo e Estefânia não era particularmente feliz e resultou no nascimento apenas de uma filha, Elisabeth, conhecida como Erszi.

A 29 de janeiro de 1889, os pais de Rodolfo ofereceram um jantar para a família antes de partirem para Buda, na Hungria, no dia 31. Rodolfo recusou o convite, alegando uma indisposição.

Rodolfo organizou uma caçada em Mayerling para a manhã do dia 30 mas, quando o seu criado Loschek foi chamá-lo aos seus aposentos, não obteve resposta. Depois o Conde José Hoyos, companheiro de caça do Arquiduque, também tentou falar com ele mas sem sucesso. Eles então tentaram forçar a porta mas esta estava trancada.

Loschek, então, arrombou a porta com um machado e encontrou o quarto às escuras. Rodolfo encontrava-se sentado imóvel ao lado da cama, inclinado para a frente e sangrava pela boca.

Na mesa de cabeceira havia um copo, que levou Loschek a acreditar que Rodolfo tinha ingerido veneno, pois sabia que a estricinina provocava sangramento.

Na cama estava o corpo sem vida de Maria Vetsera, pálida, fria e já bastante rígida.

O Conde José Hoyos não viu os corpos de perto, e foi rapidamente para a estação e apanhou um comboio para Viena. Quando chegou, procurou o Conde Paar, secretário do Imperador, e pediu-lhe para transmitir a terrível notícia.

Mas como havia um rígido protocolo em Hofburg, apenas poderia ser a Imperatriz a dar a notícia ao Imperador. O Barão Nopcsa, camareiro da Imperatriz, foi encarregado da tarefa, mas este preferiu entender-se antes com  a Condessa Ida von Ferenczy, dama-de-companhia favorita de Isabel, para determinar como Sua Majestade deveria ser informada do ocorrido.

Depois de informada, teve que dar a notícia ao marido que ficou completamente devastado.

O chefe da polícia foi convocado e os serviços de segurança nacional isolaram o pavilhão de caça e toda a área ao redor.

O corpo de Maria Vetsera foi enterrado o mais rápido possível, sem inquérito e em segredo, nem mesmo a sua mãe teve permissão de participar no enterro.

Como Rodolfo não tinha filhos varões, a sucessão passou do trono passou para o seu tio, o Arquiduque Carlos Luís, irmão do seu pai, no entanto, este renunciou aos seus direitos a favor do seu filho, o Arquiduque Francisco Fernando.

MZ

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sexta-feira, 6 de agosto de 2021

Rússia Futurista na visão de 1914

Postal da Rússia Futurista na visão de 1914
Fonte: Aventuras na História

Antes da queda do Czar Nicolau II da Rússia, o Czarismo acreditava que governaria uma das maiores nações do mundo para sempre.

Este pensamento fazia com que os apoiantes do regime imaginassem um futuro tecnológico. Tudo isto, claro, convivendo com a tradicionalidade do país

Então, em 1914, quando os russos entraram na Primeira Guerra Mundial, vários artistas da época demonstraram nas suas pinturas como era a sua visão do país em 2259.

Estas pinturas de cenários futurísticos ficaram desconhecidos por muito tempo, até que a marca russa de chocolates Eyinem decidiu reimprimir estas obras nas suas embalagens.



Fonte: Aventuras na História


MZ

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quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Esqueleto com Nanismo

Esqueleto encontrado com nanismo
Fonte: Aventuras na História

Durante uma escavação perto do rio Amarelo, na China, investigadores encontraram um esqueleto humano que teria sofrido de uma forma rara de nanismo, com mais de cinco mil anos.

Foram também encontrados outros corpos que viveram entre aproximadamente 3300 e 2900 a.C. Ao perceberem que um dos esqueletos era menor e mais frágil que os outros, os investigadores iniciaram uma investigação aprofundada, e descobriram ser um corpo de um jovem adulto que sofria de nanismo.

Em arquivos, existem apenas 40 casos de pessoas que tinham esta condição.

Segundo o co-autor da pesquisa e arqueólogo da Universidade de Otago, na Nova Zelândia: "Eu acho que é importante reconhecer que a deficiência e a diferença podem ser encontradas no passado, mas não são necessariamente conotações negativas social ou culturalmente. Os textos históricos antigos mostram que eles podem, de facto, ter sido reverenciados em algumas situações."

Descobriram que o jovem tinha membros curtos e o tronco e a cabeça eram pequenos, sendo diagnosticado como nanismo proporcional, o que é raro nos registos arqueológicos de seres humanos vivos.

Nas formas mais comuns desta condição, os membros acabam por crescer desproporcionalmente menores que o tronco e a cabeça.

De acordo com os arqueológos, a baixa estatura pode ter sido causada pelo mau funcionamento de glândulas como a tiróide e a hipófise.

O facto teria prejudicado os seus níveis hormonais, afetando o crescimento ósseo, o funcionamento dos órgãos e o desenvolvimento cognitivo.


MZ

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segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Kursk - Submarino Russo que Afundou

 
Submarino Russo Kursk
Fonte: Wikipédia

O Kursk foi um submarino nuclear da Classe Oscar II, que pertencia à Marinha Russa, que afundou no Mar de Barents a 12 de agosto de 2000, com uma tripulação de 118 homens.

Kursk foi uma das primeiras embarcações concluídas, logo após a queda da União Soviética. A sua função principal seria compor a Frota do Mar do Norte, cuja sede localiza-se em Severomorsk.

As obras da sua construção começaram em 1990 em Severodvinsk, perto de Arkhangelsk, sendo lançado em dezembro de 1994.

Tinha 154 metros de comprimento, 18 metros de largura, e o equivalente a quatro andares de altura, sendo considerado o maior submarino de ataque já construído.

Era considerado indestrutível pelos marinheiros russos, devido ao seu tamanho e aos seus recursos tecnológicos.

De acordo com informações do serviço de sismologia da Noruega, teria acontecido duas explosões detetadas, durante a manhã de 12 de agosto de 2000. A primeira explosão foi às 11:29:34, hora de Moscovo, e teve uma magnitude de 1,5 na escala de Richter, seguido de um segundo de 3,5, às 11:31:48.

Dados semelhantes foram registados por estações sísmicas no Canadá e no Alasca. Além disso, dois submarinos americanos, que estavam a acompanhar os exercícios, registaram duas explosões submarinas às 11h38. Um submarino russo e o cruzador pesado PETR Velikiy, que também acompanhavam as manobras, detetaram essas explosões também.

O Ministro da Defesa da Rússia disse que o submarino russo de apoio, recebeu também o som de uma terceira explosão às 11h44. O submarino americano alega ter detetado um ruído durante o intervalo entre explosões, que reconheceu como tanques de lastro de sopro a explodirem ou o aumento da velocidade da hélice.

O acidente só foi tornado público a 14 de agosto. Este acidente com o submarino provocou uma enorme reação mundial, pois tratando-se de um submarino nuclear, temia-se um acidente parecido com o de Chernobyl.

Durante a noite de 14 de agosto das nações da França, Alemanha, Grã-Bretanha, Israel, Itália, Noruega, EUA e outros países ofereceram a sua ajuda. No entanto, como o submarino continha os reatores atómicos, uma vez lacrados, apenas poderiam ser abertos do lado de dentro.

Esta ação foi de enorme importância para evitar que explodissem devido à alta temperatura que estava a acumular-se no submarino. Investigações após o resgate, indicam que a temperatura dentro do submarino após a série de explosões tinha atingido os 8000 ºC.

O submarino afundou em águas relativamente rasas a uma profundidade de 108 metros, cerca de 135 km de Severomorsk.

Nenhuma autoridade russa admitiu que 23 marinheiros tinham conseguido sobreviver durante dois dias após o acidente. Depois da explosão na câmara de mísseis, os tripulantes foram para o compartimento número 9 do submarino, localizado na popa, e emitiram sinais de socorro durante 48 horas.

As autoridades russas só aceitaram a ajuda dos noruegueses e britânicos quatro dias após o acidente. O facto mais constrangedor para o Governo Russo foi ver os homens-rãs ocidentais, com roupas especiais e descendo em "sinos" (equipamentos de resgate), a realizarem a operação de descida e abertura das escotilhas em menos de um dia.

A justificação da Marinha Russa era a necessidade de se preservarem os segredos militares do submarino nuclear.

O governador da província de Kursk, Alexander Rutskoi, disse que a razão pela qual os russos não queriam ninguém no fundo do mar era o teste de um novo tipo de missil, que segundo informações ainda permanecia no submarino.

No dia 21 de agosto, às 7h45 da manhã, quatro mergulhadores noruegueses da empresa Stolt Comex Seaway conseguiram abrir a primeira escotilha do submarino. Os homens-rãs depararam-se com o cenário mais temido: "Todos os compartimentos estão inundados e nenhum membro da tripulação sobreviveu", declarou o vice-almirante russo Mikhail Motsak.

Terão sido encontradas duas cartas a 25 de outubro no cadáver do oficial da marinha Dmitri Kolesnikov, tendo sido apenas uma divulgada.

Na carta mantida em segredo, Kolesnikov descreve exatamente o que aconteceu e afirma que, na sequência da morte do comandante do Kursk, assumiu o comando do submarino, entre outras informações não divulgadas.

Na carta divulgada, Kolesnikov referia que pelo menos 23 homens, dos 118 que estavam a bordo, sobreviveram ao acidente e se refugiaram num compartimento da popa do submarino. A nota, divulgada pelas autoridades russas, não continha qualquer indicação sobre as causas do naufrágio.

Uma carta descoberta no corpo do tenente Andrei  Borisov, em outubro, dizia: "Minha querida Natasha e meu filho Sasha!!! Se receberem esta carta, isso significa que estou morto. Amo-vos muito".

Mas o que teria afundado o navio considerado "inafundável"? Algumas autoridades russas insistiam na teoria de que a explosão terá sido causada por uma colisão. Um oficial sénior da Frota do Norte da Rússia chegou a culpar um submarino nuclear da Marinha Real do Reino Unido. No entanto, um engenheiro especialista em tornedos (projéteis explosivos que operam debaixo de água) rejeitou a teoria de colisão, disse: "Com a robustez do casco, é muito improvável que uma colisão cause tanto dano ao Kursk".

Vladimir Putin, Presidente russo, tinha chegado à presidência da Rússia há poucos meses quando este acidente se deu. Foi criticado pelos familiares das vítimas e pelos media pela resposta tardia.

Putin, um ex-agente secreto russo que um ano antes tinha sido nomeado Primeiro-Ministro e que na passagem de ano tinha assumido a presidência após a demissão-surpresa de Boris Ieltsin, não interrompeu as suas férias em Sochi, no mar Negro, o que gerou críticas da imprensa e dos familiares dos marinheiros.

Lia-se: "A catástrofe deveria ser uma obsessão para o Estado, começando pelo Presidente", no jornal Izvestia.

Putin só foi alertado para o acidente quase 24 horas depois, descobrir-se-ia mais tarde que a maioria dos marinheiros tiveram morte imediata, e que os 23 que sobreviveram ficaram à espera de ajuda no fundo do mar até ficarem sem oxigénio.

Só quatro dias depois do acidente é que Putin fez uma primeira declaração, vestido casualmente, para dizer que a situação era "crítica", mas que a Rússia tinha "os meios de resposta necessários"
Primeiras declarações do Presidente Putin sobre o acidente
Fonte: Diário de Notícias

O Presidente, que detinha uma popularidade de 73%, foi acusado de ser um cínico sem emoções.

No dia 23 de agosto, foi declarado dia de luto, Putin assumiu as responsabilidades na forma como se lidou com o caso e pediu desculpas numa declaração transmitida na televisão. Mas também acusou os media de perseguição, alegando que queriam destruir a sua presidência.

Em relação ao acidente, nunca ninguém foi considerado responsável. O comandante da Marinha, o almirante Vladimir Kuroyedov, apresentou a sua demissão, mas esta foi rejeitada e ele reformou-se em 2005.

Putin afastou 13 altos oficiais, incluindo o comandante dos submarinos da Frota do Norte, o vice-almirante Olef Bursov, mas todos acabaram por receber cargos no governo ou em empresas controladas pelo Estado.



Fonte: Wikipédia | Observador | Diário de Notícias

MZ

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