Uma imagem da considerada a Maior Festa da História, dada pelo Xá do Irão Reza Pahlavi, em 1971 Fonte: Must |
Entre 12 e 16 outubro de 1971, Mohammed Reza Pahlavi, Xá do Irão, organizou uma enorme festa em Persépolis, a antiga capital do Império Persa, abrindo caminho para a queda do regime e dando início a uma era de revoluções islâmicas.
Mohammed Reza Pahlavi Fonte: Wikipédia |
A festa foi realizada para celebrar os 2500 anos da monarquia persa criado por Ciro.
Ciro, Rei do Primeiro Império Persa entre 559 e 530 a.C. Fonte: Ministério Seara Ágape |
Foi construído um aeroporto internacional e 80 km de autoestrada para chegar ao local da festa, nas antigas ruínas de Persépolis.
Foi construída uma cidade luxuosa de tendas com 37 km de seda, num oásis especialmente construído para o efeito com uma floresta, flores, fontes e 50 mil pássaros canoros importados da Europa
As 50 tendas que serviram de albergue para os convidados eram apartamentos pré-construídos revestidos de pano, os quais estavam equipados com ar condicionado, telefone, fax, televisão, rádio e de casas de banho com as melhores porcelanas do planeta.
O famoso restaurante Maxim's de Paris fechou as portas durante duas semanas para preparar as refeições e foram contratados empregados de mesa do luxuoso Badrutt's Palace Hotel, de St. Moritz, para servir os importantes convidados.
Aviões militares iranianos transportaram de Paris 150 toneladas de utensílios de cozinha e 18 toneladas de comida. Um banquete, acompanhado com os mais raros vinhos, foi servido a reis, rainhas, xeiques e presidentes de todo o mundo.
Durante cinco dias, os convidados foram presenteados com o desfile de soldados vestidos com antigos trajes persas e a inauguração da Torre Azadi, originalmente "memorial dos reis", em honra do Xá.
Torre Azadi Fonte: Wikipédia |
Calcula-se que o orçamento do gigantesco evento terá custado cerca de 1,5 mil milhões de dólares, o que se estima ter correspondido a dois anos do então orçamento do estado para a Suíça.
A revista Life chamou-lhe "A festa do século". A revista alemã Stern apelidou-a de "A mãe de todas as festas".
Para o Xá este evento era muito mais do que uma grande festa, era a confirmação da sua glória e a conquista do reconhecimento internacional do Irão como uma das principais nações do mundo.
Mas este evento, mais do que qualquer outro acontecimento, endureceu a oposição liderada pelo Aiatolá Khomeini e marcou a rutura entre o Xá e o povo do Irão.
Aiatolá Khomeini Fonte: Wikipédia |
Alguns historiadores consideram que a festa foi o começo do fim do reinado de Reza Pahlavi, derrubado oito anos depois pela Revolução Iraniana liderada por Khomeini que o Xá tinha banido do país.
Khomeini classificou-a como "A festa do Demónio" e alertou o mundo para a imoralidade de se gastar milhões de dólares numa festa quando cerca de 50% da então população persa vivia no limiar da pobreza.
O Xá Phalavi, um autocrata progressista que reinou com mão de ferro, nunca chegou a ser confrontado com o erro que estava a cometer e com o desvario da iniciativa, fazendo-o assemelhar-se à rainha espanhola que perante a revolta do povo por não ter o que comer afirmou que se não tivessem pão que comessem bolos, o que 100 anos depois seria atribuído erroneamente a Maria Antonieta, segundo confirmou a biógrafa Antonia Fraser.
Por razões razões de segurança, a Rainha Isabel II não compareceu, fazendo-se representar pelo marido e filha, Filipe, Duque de Edimburgo e a Princesa Ana. A Rainha teria sido avisada que era um evento que seria de um extremo mau gosto.
O Presidente Richard Nixon enviou o Vice-Presidente Spiro Agnew no seu lugar.
Vice-Presidente Spiro Agnew Fonte: Wikipédia |
Pessoalmente estiveram presentes personalidades como o Imperador da Etiópia, Hailé Selassié, Grace Kelly e Rainier do Mónaco, Imelda Marcos das Filipinas, Tito da Iugoslávia, o Rei Hussein da Jordânia, entre outros reis, chefes de estado, sultões, emires, príncipes herdeiros e políticos de todos os continentes.
Fonte: RTP | Must
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