segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Primeira-Dama de Portugal: Maria de Jesus Barroso Soares

Primeira-Dama Maria de Jesus Barroso Soares
Fonte: BE Castanheira de Pera - Sapo

Nome: Maria de Jesus Simões Barroso Soares
Nascimento: 2 de maio de 1925, Fuseta, Portugal
Pais: Filha de Alfredo José Barroso, oficial do Exército e da sua mulher, Maria da Encarnação Simões
Casamento: Conheceu o seu futuro marido, Mário Soares, na faculdade, com quem casaria a 22 de fevereiro de 1949, por procuração, porque Mário Soares estava preso por motivos políticos. O casal teve dois filhos
Primeira Dama: 9 de março de 1986 a 9 de março de 1996
Morte: 7 de julho de 2015, Lisboa, Portugal
Curiosidades: O seu pai era opositor à ditadura e por isso esteve preso em Lisboa e foi deportado para os Açores

Na adolescência, Maria de Jesus interessou-se pelo teatro e por poesia, o que a leva a frequentar o Curso de Arte Dramática da Escola de Teatro do Conservatório Nacional. Terminou o curso em 1943. Foi encenadora e professora de Arte de Dizer no Colégio Moderno

Estreou-se em 1944, no Auto da Pastora Perdida e da Velha Gaiteira, de Santiago Prezado. Integrou, posteriormente, outros elencos. Por volta de 1946, após representar em Coimbra A Casa da Bernarda Alba, de Frederico Garcia Lorca, é impedida de continuar naquela companhia por interferência da PIDE

Ao mesmo tempo que trabalhava como atriz, continuou os seus estudos na Faculdade de Letras, onde viria a completar uma licenciatura em Ciências Histórico-Filosóficas, em 1951

Depois de ser impedida de trabalhar no teatro, Maria Barroso foi proibida pelo governo de ser professora. Candidata ao estágio para o ingresso na docência, não foi admitida na escola pública, optando então por realizar o estágio no Colégio Moderno, dirigido pelo seu sogro, João Soares. Depois de dois anos, no entanto, ser-lhe-ia rejeitada pelo Ministério da Educação Nacional, a licença para o exercício da docência no ensino particular

Acaba por assumir a gerência do colégio familiar e só depois do 25 de Abril de 1974 assumiria, legalmente, a função de diretora do Colégio Militar

Volta à representação, desta vez no cinema, com o surgimento da vaga do Cinema Novo Português, participando no filme de Paulo Soares da Rocha, Mudar de Vida, estreado em 1966. Já na década de 1970 e 80 participou em filmes de Manoel de Oliveira

Em 1968, Maria Barroso acompanha o marido quando este é deportado para São Tomé e é impedida, novamente, de dar aulas, também a nível particular

Em 1969, Maria Barroso foi candidata a deputada pela CEUD, liderada por Mário Soares, e onde se inseriam também católicos e monárquicos envolvidos na oposição democrática ao regime

Depois, já na década de 70, quando o governo de Marcello Caetano permite a Mário Soares o exílio em Paris, Maria Barroso volta a Portugal, continuando a assegurar a gestão do colégio familiar

Em 1973, participou no III Congresso da Oposição Democrática, em Aveiro, sendo a única mulher a intervir na sessão de abertura

Foi uma das sete pessoas a votar contra a transformação da Ação Socialista Portuguesa em partido, contra à posição oficial de Mário Soares

Depois do 25 de Abril de 1974, Maria Barroso foi eleita deputada na Assembleia da República, sucessivamente, pelos círculos de Santarém, Porto e Faro, nas legislaturas iniciadas em 1976, 1979, 1980 e 1983

Em 1986, o marido assume a presidência da República e Maria Barroso assume o papel de Primeira-Dama de Portugal. Nesta qualidade a sua intervenção dirigiu-se à defesa do sentido da família e no combate à exclusão social e a todas as formas de violência, participando em diversas iniciativas quer em Portugal quer noutros países de língua oficial portuguesa

Em 1990, criou o movimento Emergência Moçambique, outorgando, no ano seguinte, a escritura da Associação para o Estudo e Prevenção da Violência

Em 1995 presidiu à abertura do ciclo de realizações do Ano Internacional de Luta contra o racismo, a xenofobia, o antissemitismo e a exclusão social

Depois de deixar o Palácio de Belém, em 1997, assumiu a presidência da Cruz Vermelha Portuguesa, cargo que exerceu até 2003

Foi, ainda, sócia-fundadora e presidente do Conselho de Administração da ONGD, desde 1994 até ao seu falecimento, e da Fundação Aristides de Sousa Mendes

Foi distinguida com o doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Lesley (23 de maio de 1994), pela Universidade de Aveiro (16 de dezembro de 1996), pela Universidade de Lisboa (3 de novembro de 1999) e pela Universidade Lusófona (2012)

Foi professora honorária da Sociedade de Estudos Internacionais de Madrid

Recebeu também a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade a 7 de março de 1997

MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

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