terça-feira, 28 de março de 2017

A Visitar: Palácio Nacional da Ajuda

Palácio Nacional da Ajuda - Lisboa

O Palácio Nacional da Ajuda ou Paço de Nossa Senhora da Ajuda, encontra-se na freguesia da Ajuda, em Lisboa.

A utilização da quinta da Ajuda como Paço Real deu-se na altura do Terramoto de Lisboa a 1 de novembro de 1755 no reinado de D. José I.
D. José I
O terramoto destruiu praticamente toda a cidade de Lisboa, incluindo a residência do Rei, o velho Palácio da Ribeira, no Terreiro do Paço, junto ao Rio Tejo.

O terramoto causou tanto danos materiais como causou uma fobia na população lisboeta sobrevivente que receava novos abalos. Embora a Família Real e a Corte se encontrassem em Belém, uma zona da cidade em que não se fez sentir o terramoto com tanta intensidade, o Rei ficou perturbado com o acontecimento e recusou-se a viver em edifícios de pedra.

D. José mandou então construir no alto da Ajuda, local de pouca atividade sísmica, um palácio de madeira e pano, a que se chamou a Real Barraca ou o Paço de Madeira.

A obra só estaria pronta em 1761, esta construção obedecia, no seu início, a dois princípios: resistência a sismos e inexistência de alvenaria.

Os seus interiores foram decorados com o melhor mobiliário e grandes peças de tapeçaria, pintura e ourivesaria, a estrutura cresceu tanto que era maior em área do que o palácio existente atualmente. A Corte viveu aqui durante cerca de três décadas. D. José I viveu na Real Barraca até à sua morte, em 1777.

A sucessora de D. José I, D. Maria I, habitava o Palácio de Queluz e a Real Barraca ficou durante alguns anos em segundo plano.

Em 1794, segundo os registos, por descuido de um criado com uma candeia, deflagra-se um enorme incêndio que destrói por completo a Real Barraca e grande parte do seu recheio.

Há algumas peças do recheio do Paço que resistiram ao incêndio expostas hoje em dia no Museu do Palácio Nacional da Ajuda.

Deu-se a necessidade de se construir um novo palácio digno de acolher a Família Real, o projeto já vinha da época de D. João V e do velho Paço da Ribeira.

O Príncipe Regente D. João (futuro D. João VI) aprova a construção de raiz de um novo palácio. O plano é de Manuel Caetano de Sousa que apresenta um projeto Barroco, sendo o lançamento da primeira pedra celebrado a 9 de novembro de 1795.
D. João VI
A construção do palácio é interrompida em várias ocasiões dados os recorrentes problemas, a nível nacional, de ordem financeira e política. Como as Invasões Francesas que, em 1807, resultam na transferência da Família Real e da Corte para o Brasil.

Quando em 1821, D. João VI regressou do Brasil, o palácio ainda não estava concluído. As instalações permitiam apenas a realização de cerimónias protocolares.

Em 1828, D. Miguel I é no Palácio da Ajuda aclamado Rei pelos Três Estados reunidos na sala das Cortes, atual Sala da Ceia. D. Miguel I chega habitar o Paço da Ajuda durante cerca de seis meses, enquanto o Palácio das Necessidades sofria algumas alterações para ser a sua futura residência oficial.

Iniciados os confrontos entre as fações liberal e absolutista, o país entra em clima de frágil estabilidade e as obras que prosseguiam lentamente paralisam em 1833 com a entrada das tropas liberais em Lisboa.

Restabelece-se o regime liberal com a vitória das tropas de D. Pedro, e este assume o poder como Regente até à maioridade da sua filha, D Maria (futura D. Maria II) e jura na Sala do Trono do Palácio da Ajuda, a 30 de agosto de 1834, a Carta Constitucional.

D. Maria II e o seu marido, D. Fernando habitavam o Palácio das Necessidades, levando para segundo plano, novamente, o Palácio da Ajuda.

É no reinado de D. Luís I que se volta habitar o Palácio da Ajuda, a partir de 1861 o Palácio da Ajuda torna-se na Residência Régia.
D. Maria Pia e D. Luís I
Para acolher o novo Monarca e a sua futura esposa, D. Maria Pia de 15 anos, foram realizadas as obras indispensáveis na estrutura do edifício como telhados, madeiras e janelas. Foram feitas grandes encomendas de tapetes, luminária e móveis.

A Rainha D. Maria Pia, ao chegar à Ajuda em 1862, iniciou aquelas que foram as grandes alterações na decoração interior. Foram introduzidas novas regras de higiene, de conforto, de privacidade e de individualidade dos espaços, características da mentalidade burguesa do séc. XIX.

O Palácio da Ajuda é dos poucos Palácios Reais que mostra o lado familiar tão marcado. O recheio do palácio tem várias origens. Parte era proveniente das reservas dos Paços Reais e do Tesouro. Outra parte foi sendo adquirida às inúmeras casas portuguesas e estrangeiras da especialidade, sendo D. Maria Pia uma célebre impulsionadora e utilizadora da compra por catálogo, novidade na época. Os restantes objetos seriam presentes de diferentes Casas Régias.

O Palácio da Ajuda tornou-se simultaneamente cenário das festas de grande gala, bem como de acontecimentos ligados ao quotidiano da Família Real. D. Maria Pia pedia muitas vezes a D. Luís I a Sala do Despacho para organizar o Natal e o Carnaval.

Aqui nasceram os príncipes D. Carlos, em 1863, e D. Afonso, em 1865, passando aqui a sua infância.
D. Maria Pia e os dois filhos, D. Carlos e D. Afonso
Depois da morte de D. Luís, em 1889, é D. Carlos, o seu filho que ocupa o trono ao lado da Rainha D. Amélia. Por esta altura, D. Carlos vivia em Belém com a sua esposa e filhos, passando o Palácio da Ajuda para segundo plano.

Ficam no Palácio da Ajuda a Rainha-Mãe, D. Maria Pia e o seu filho, o Infante D. Afonso. D. Maria Pia viveu no palácio até outubro de 1910, data em que toda a Família Real saiu de Portugal na sequência da instauração da República.

Para visitar

Horário:
  • 10h00 às 18h00 (as salas começam a fechar a partir das 17h45)
  • Encerrado à 4ª-feira, 1 de janeiro, domingo de Páscoa, 1 de maio, 13 de junho, 24 e 25 de dezembro

Preço:
  • Bilhete normal: 5€
- Isenções:
  • 1º domingo de cada mês - visitas individuais e pequenos grupos
  • Crianças até aos 12 anos
  • Visitantes em situação de desemprego residentes na União Europeia
  • Visitantes com mobilidade reduzida (60% de incapacidade comprovada documentalmente) e 1 acompanhante
- Descontos:
  • Visitantes com idade igual ou superior a 65 anos: 50%
  • Cartão de Estudante: 50%
  • Cartão Jovem: 50%
  • Bilhete Família (a partir de 4 elementos com ascendência direta de 1º grau ou equiparado): 50%

A minha visita
Na minha primeira visita ao Palácio - Salão de Banquetes
A este palácio já fui quatro vezes, vou ser sincera era um palácio que não me dizia nada, nem tinha ouvido falar e "olhem" que a época em que ele se insere na História é uma das minhas favoritas.

Este palácio "chegou-me às mãos" através de um trabalho para a Licenciatura de Turismo, proposta pelos professores, em que o meu grupo tinha que organizar uma visita guiada ao palácio para o resto da turma, por esta razão fui duas vezes ao trabalho conhecer e preparar a visita, uma delas foi visita guiada o que aconselho vivamente, a terceira visita foi quando se realizou o trabalho e a quarta vez, foi porque gostei tanto do palácio que quis que o meu namorado conhecesse.

O palácio é maravilhoso, é lindo por dentro e imaginem, só está 1/4 construído do projeto inicial, mas como na época da sua construção o dinheiro não chegou, ficou inacabado.

Aconselho a visita, o preço do bilhete é mínimo. Portanto, quando tiverem um tempinho e forem à capital, visitem!


MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

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