Família Martínez enquanto ficaram no hospital Fonte: Aventuras na História |
O casal, Andrés Martínez del Águila e Antonia Pérez, vivia em Murcia, Espanha, com os seus dez filhos pequenos, em meados dos anos 1960.
Grávida de mais uma criança, Antonia sentia-se grata pela família que construiu, mas dedicava pouco tempo aos seus filhos, assim como ao marido, já que ambos tinham de trabalhar para alimentar e sustentar tantos filhos.
Em dezembro de 1965, uma série de mortes fez com que a família aparecesse em diversos jornais da região. De repente, o casal começou a perder os seus filhos mais novos, um de cada vez.
Tudo começou a 4 de dezembro, quando María del Carmen, de 11 meses, parou de respirar. Como a bebé não tinha demonstrado qualquer sinal de uma doença preexistente, o médico declarou-a vítima de meningite.
A família ficou abalada. Antónia imaginava que aquela seria a maior dor que sentiria em toda a sua vida.
Cinco dias depois da morte de María, outro filho do casal teve que ser levado para o hospital. Da mesma forma que a irmã, Mariano, que tinha só dois anos, também faleceu em circunstâncias misteriosas para os médicos.
No dia 14 de dezembro, cinco dias depois da Morte de Mariano, a Fuensanta, de 4 anos também morre. Devastados e cada vez mais preocupados, Antonia e Andrés vão até ao hospital mais próximo e explicam a bizarra situação.
Os primeiros três filhos da família Martínez a morrerem Fonte: Mega Curioso |
O casal juntamente com os sete filhos sobreviventes ficam internados na instituição. A ideia era observar se mais alguém da família demonstrava sinais de alguma infeção, ou de alguma doença fatal, que estaria a matar as crianças da família.
Para os especialistas, aquele era um dos casos mais assustadores e misteriosos que a cidade já viu. Três crianças da mesma família morreram de causas desconhecidas num período de dez dias.
Com a família numa espécie de quarentena, especulou-se que as crianças mortas fossem alérgicas a um mesmo componente, ou que todas tivessem sofrido alguma intoxicação. Ainda assim, os médicos foram até ao bairro onde a família morava.
Supondo que as crianças tenham sido infetadas por algum vírus, era necessário avaliar a possibilidade de que outras pessoas estivessem doentes também. Felizmente, nenhum indício de qualquer doença foi encontrado nos vizinhos.
Aos sete meses de gravidez, Antonia e a sua família voltam para casa, já que o tempo no hospital foi inconclusivo. A família queria passar o natal com tranquilidade e esperavam que o luto passasse.
No dia 4 de janeiro de 1966, as perdas voltaram. Andrés, de cinco anos, morre. E a família volta ao hospital.
Na instituição, passaram a viver num quarto separados de outros doentes, com apenas cinco camas. Neste momento, Antonia, Andrés e os seus seis filhos vivos torciam para que a família não tivesse que passar por mais perdas.
Depois da morte da quarta criança, os médicos decidiram reunir amostras de todas as vítimas para comparar a causa das suas mortes. Foi então que a maior das surpresas atingiu a vida da família e gerou uma comoção nacional.
Segundo os exames toxicológicos, os quatro filhos do casal morreram de envenenamento. As crianças teriam consumido uma grande quantidade de inseticida e pílulas para polir metais, num ato claramente criminoso.
Após severas investigações e a prisão preventiva dos pais, descobriu-se que, na verdade, a autora por trás de todas aquelas mortes era Piedad, uma das filhas do casal de 12 anos.
Piedad Martínez durante o internamento no hospital, aos 12 anos Fonte: Aventuras na História |
De acordo com um dos investigadores, foi um fotógrafo que reparou na total apatia e frieza de Piedad diante da situação. A polícia foi informada sobre a suspeita e, a princípio, repudiou a suposição, mas depois passou a considerá-la. Começaram a dar crédito à possibilidade depois que descobriram que a menina era quem cuidava dos irmãos todos os dias, sendo inclusivo a responsável pela alimentação deles.
Após horas de depoimento, Piedad confessou os crimes com calma. Revelou que a sua motivação foi o cansaço: "Queria brincar com os meus amigos e não podia".
Piedad foi diagnosticada com psicopatia infantil, a menina ainda acusou a sua mãe de comandar os assassinatos, mas todas as mentiras foram descobertas em menos de dois meses.
Por ser menor, Piedad foi internada num hospital psiquiátrico de Las Oblatas.
Fonte: Aventuras na História | Mega Curioso
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