domingo, 28 de maio de 2017

As Crianças Sobreviventes do Holocausto

Crianças resgatadas do Campo de Auschwitz pelo Exército Vermelho, a 27 de janeiro de 1945
Os nazis defendiam o assassinato de crianças de grupos "indesejáveis" ou "perigosos", de acordo com a sua visão ideológica, tanto como parte da "luta racial" quanto como medidas de segurança preventiva.

Os nazis matavam crianças também como retaliação aos ataques, reais ou inventados dos partísans (opositores à ocupação).

Os nazis assassinaram cerca de 1,5 milhões de crianças, sendo um milhão delas judias, e dezenas de milhares de ciganos, além de crianças alemãs com deficiências físicas ou mentais que viviam em instituições, crianças polacas e crianças que moravam na parte ocupada da União Soviética.

As chances de sobrevivência dos adolescentes, judeus ou não-judeus, entre os 13 e os 18 anos eram maiores, já que podiam ser enviados para o trabalho escravo.

O destino das crianças podia ser:
  • Crianças assassinadas assim que chegavam ao campo de extermínio;
  • Crianças mortas assim que nasciam ou mortas nas instituições onde viviam;
  • Crianças que nasciam nos guetos e em campos, mas que sobreviviam porque os prisioneiros as escondiam;
  • Crianças, normalmente maiores de 12 anos, eram utilizadas como escravas ou para experiências médicas;
  • Crianças morriam devido às represálias nazis nas chamadas operações anti-partisans.

Nos guetos, as crianças judias morriam de desnutrição e por exposição. As autoridades alemãs eram indiferentes a estes assassinatos em massa, pois consideravam a maioria das crianças dos guetos improdutivas e, portanto, "consumidores inúteis de comida".

Quando eram demasiado novos para trabalho escravo, as autoridades alemãs selecionavam, assim como aos mais velhos, doentes e deficientes, para serem os primeiros judeus a serem deportados para os campos de extermínio, ou então eram levadas até às covas de destruição em massa como as primeiras vítimas a serem fuziladas.

Em Auschwitz-Birkenau, as autoridades enviavam a maioria das crianças diretamente para as câmaras de gás.

As autoridades nazis também prendiam um grande número de crianças em campos de concentração. Médicos e pesquisadores da SS utilizavam as crianças, principalmente os gémeos, para experiências médicas cruéis que resultavam na morte das crianças.

Nas suas tentativas de "salvar a pureza do sangue ariano" os "especialistas raciais" da SS ordenaram que centenas de crianças polacas e soviéticas, com características arianas, fossem raptadas e levadas para o Reich para que fossem adotadas por famílias alemãs racialmente corretas.

Embora argumentassem que a base destas decisões era "científica", bastava as crianças terem o cabelo louro, olhos azuis e pele clara, para merecerem a oportunidade de serem raptadas e adotadas por famílias alemãs.

Também quando as mulheres polacas e soviéticas foram deportadas para a Alemanha para trabalho forçado, ficavam grávidas de alemães, normalmente, através de violações, elas eram forçadas a abortar ou a dar à luz em condições que garantissem a morte do recém-nascido caso os "especialistas raciais" determinassem que aquela criança não era suficientemente ariana.

Apesar de ser vulneráveis, muitas crianças conseguiram meios de sobreviver, a roubar e trocando o seu trabalho por comida e medicamentos para levar para dentro dos guetos. Os jovens que participavam dos movimentos juvenis ajudavam em atividades secretas da resistência, e muitas crianças fugiam, sozinhas ou com os seus pais e familiares, para acampamentos organizados por partisans judeus.

Após a rendição da Alemanha nazi e o fim da Segunda Guerra Mundial, os refugiados e pessoas deslocadas pela guerra passaram a procurar os seus filhos por toda a Europa. Haviam milhares de órfãos nos campos de refugiados.
As crianças sobreviventes do Campo de Auschwitz a saírem das barracas, após serem libertados pelo Exército Vermelho, a 27 de janeiro de 1945

MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

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