sábado, 2 de dezembro de 2017

Gueixas

Gueixas na década de 1920

Gueixas são mulheres japonesas que estudam a tradição milenar da arte, dança e canto e se caracterizam distintamente pelos trajes e maquilhagem tradicionais.

Contrariamente à opinião popular, as gueixas não são um equivalente da prostituta oriental.

No Japão, a condição de gueixa é cultural, simbólica e repleta de estatuto, delicadeza e tradição. Ao longo dos séculos, esse contexto foi desenvolvido pelo aperfeiçoamento da técnica dessas artes e pela estrutura rígida necessária para se tornar uma gueixa e permanecer como tal.

No início da história japonesa, existiam artistas do sexo feminino chamadas se saburuko. Normalmente raparigas de famílias deslocadas pelas lutas no fim do séc. VII.

Algumas dessas raparigas vendiam serviços sexuais, enquanto outras com uma melhor educação ganhavam a vida entretendo uma alta classe da sociedade em encontros sociais.

Após a Corte Imperial mudar a capital para Heian-Kyõ (Kyoto) em 794, no início do período Heian, as condições que formam a cultura japonesa da gueixa começaram a surgir, e depois tornaram-se o lar de uma elite obcecada pela beleza e mistério dessa cultura.

Na cultura japonesa, a mulher ideal era uma mãe modesta e gerente da casa. Para o prazer sexual e apego romântico, os homens procuravam por cortesãs. Assim, criaram-se "quarteirões do prazer" conhecidos como yükaku construídos no séc. XVI, que depois de tornaram em bairros fora dos quais a prostituição seria ilegal.

Nestes bairros, as mulheres, conhecidas como yujo, seriam classificadas e licenciadas. As yujo mais elevadas foram antecessoras da cultura das gueixas, chamadas Oiran, uma combinação de atriz e prostituta, originalmente se apresentando em etapas definidas.

Estas mulheres realizavam danças eróticas entre outros, e esta nova arte foi apelidado de kabuku, que significa "ser selvagem e ultrajante". As danças eram chamadas de Kabuki e este foi o início do teatro kabuki.

Estes "quartos de prazer" rapidamente tornaram-se centros de entretenimento glamourosos, oferecendo mais do que sexo. As cortesãs altamente talentosas entretinham os seus clientes, dançando, cantando e tocando música.

Gradualmente, tornaram-se especializadas na nova profissão, puramente de entretenimento, que surgia. Já no século XVIII as primeiras artistas dos quartos de prazer, chamadas de gueixa, apareceram. As primeiras gueixas eram homens, entretendo clientes que esperavam para ver as cortesãs mais populares e talentosas.

A primeira mulher conhecida por ter se chamado a si própria de gueixa era uma prostituta de Fukagawa, em cerca de 1750. Era uma cantora qualificada e tocava shamisen chamada Kikuya.

Como se tornou mais difundido ao longo dos anos de 1760 e 1770, muitas mulheres começaram a trabalhar apenas como artistas, em vez de prostitutas, muitas vezes nos mesmos estabelecimentos que gueixas do sexo masculino.

Por volta de 1800, ser gueixa foi considerada uma ocupação exclusivamente feminina. A evolução do estilo das gueixas era imitada por mulheres elegantes por toda a sociedade.

A Segunda Guerra Mundial trouxe um grande declínio nas artes das gueixas, pois em 1944, tudo no mundo das gueixas, incluindo casas de chá, bares e casas de gueixas foram forçados a fechar, e todos os funcionários foram colocados a trabalhar nas fábricas ou outros lugares para trabalhar para a guerra no Japão.

Também nesta altura o nome "gueixa" perdeu algum estatuto porque as prostitutas passaram a se referir como gueixas para militares americanos. Cerca de um ano depois, as casas foram autorizadas a reabrir. As poucas mulheres que voltaram para as áreas de gueixas decidiram rejeitar a influência ocidental e retomar as formas tradicionais de entretenimento e vida.

MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

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