Incidente do Passo Dyatlov - Um dos corpos congelados Fonte: Jornal da Record - R7.com |
Um grupo foi formado para uma expedição ao norte dos Urais, em Oblast de Sverdlovsk.
Os membros na expedição antes do incidente Fonte: Jornal da Record - R7.com |
O grupo era liderado por Igor Dyatlov, e consistia em oito homens e duas mulheres, a maioria estudantes ou formados do Instituto Politécnico de Ural.
Igor Dyatlov, o líder do grupo Fonte: CNN.com |
O objetivo da expedição era alcançar Otorten, uma montanha situada a 10 km ao norte do local onde ocorreu o acidente.
A rota, naquela época, era classificada como "categoria III", a mais difícil. Todos os integrantes tinham experiência em excursões de sky e expedições em montanhas.
Os membros na expedição antes do incidente Fonte: Jornal da Record - R7.com |
O grupo viajou de comboio para Ivdel, cidade ao centro da província de Oblast de Sverdlovsk, chegando no dia 25 de janeiro.
Então, apanharam um camião para Vizhai, o último assentamento inabitado ao norte, começando a marcha em direção a Otorten a 27 de janeiro.
Os membros da expedição Fonte: Medium |
No dia seguinte, um dos integrantes, Yuri Yudin, foi forçado a voltar devido a problemas de saúde.
Yuri Yudin, que abandonou a expedição Fonte: Dyatlov Pass |
No dia 1 de fevereiro, os esquiadores começaram a descer. Ao que parece eles planeavam atravessar o local e acampar do outro lado durante a noite seguinte, mas devido à piora nas condições meteorológicas, com tempestades de neve e declínio de visibilidade, o grupo acabou por se perder e seguiu para oeste, subindo em direção ao topo do Kholat Syakhl.
Os membros na expedição antes do incidente Fonte: Medium |
Quando se aperceberam que estavam perdidos, decidiram parar e montar acampamento no declive da montanha
Na noite 2 de fevereiro de 1959, aconteceu algo que resultou na morte de nove esquiadores, ao norte dos Montes Urais.
O incidente aconteceu na costa leste da montanha Kholat Syakhl, cujo o nome em mansi significa "Montanha dos Mortos"
Dyatlov combinou que mandaria uma mensagem telegráfica para o seu clube desportivo assim que o grupo voltasse a Vizhai. Estimava-se que isso aconteceria por volta de 12 de fevereiro, mas mesmo com o passar da data não houve reação, pois atrasos eram comuns em expedições deste género.
A 20 de fevereiro, depois dos familiares dos jovens exigirem uma operação de resgate, os administradores do instituto enviaram as primeiras equipas de busca, formadas por alunos e professores voluntários. Posteriormente, o exército e forças policiais foram enviadas, com aviões e helicópteros.
A 26 de fevereiro as equipas de busca encontraram o acampamento abandonado em Kholat Syakhl. A tenda estava arruinada, e um conjunto de pegadas seguiam até à margem de um bosque próximo, estando cobertas por neve após 500 m.
A tenda ao ser encontrada pelas equipas de busca a 26 de fevereiro de 1959 Fonte: Wikipédia |
A tenda foi encontrada vazia e completamente destruída, aparentemente cortada por dentro.
Tenda destruída Fonte: Site de Curiosidades |
Na floresta foram encontrados os restos de uma fogueira, juntamente com os primeiros dois corpos, descalços e usavam apenas roupa interior. Entre este local e o acampamento estavam outros três corpos, mortos em posição que sugeria que estivessem tentando voltar às tendas.
Os corpos foram encontrados separados, com distâncias de 300, 480 e 630 metros da fogueira.
A busca pelos quatro esquiadores restantes demorou mais dois meses. Foram finalmente encontrados a 4 de maio, debaixo de 4 m de neve, numa ravina embrenhada na mata próxima do local da fogueira.
Um inquérito foi aberto imediatamente após o surgimento dos cinco primeiros corpos. Um exame médico não encontrou ferimentos que pudessem ter provocado as mortes, sendo concluído que todos morreram de hipotermia.
Um dos corpos apresentava uma pequena fissura no crânio, inicialmente não considerada um ferimento fatal.
O exame dos quatro corpos encontrados mais tarde mudou completamente o cenário. Três deles apresentavam ferimentos fatais, sendo dois com fraturas cranianas e dois com extensas fraturas torácicas.
O mais notável era que os corpos não tinham feridas externas, como se tivessem sido esmagados por um alto nível de pressão. Apenas um dos mortos tinha um ferido externo considerável: não tinha língua.
A análise das roupas identificou que elas continham um elevado nível de radiação. Lev Ivanov, chefe da investigação, disse durante uma entrevista em 1990 que, nos meses de fevereiro e março de 1959, diversas testemunhas, incluindo militares e meteorologistas, tinham relatado a visão de "esferas voadoras brilhantes" na zona.
Ivanov afirmou, na mesma entrevista, que já na época do incidente imaginara haver algum tipo de relação entre os casos. Inicialmente, especulou-se que o povo indígena mansi poderia ter atacado e assassinado o grupo por invadir o seu território, mas as investigações indicaram que a natureza das mortes não suportaria tal tese, apenas as pegadas dos esquiadores eram visíveis, e eles não apresentavam sinais de combate corpo-a-corpo.
As pistas sugerem que o grupo foi obrigado a deixar o acampamento durante a noite, quando já estavam a dormir. Embora a temperatura estivesse baixa, com tempestades e fortes rajadas de vento, os mortos estavam apenas parcialmente vestidos.
Alguns tinham apenas um sapato, enquanto outros usavam apenas meias. Outros foram encontrados enrolados em pedaços de roupas rasgadas, aparentemente arrancadas daqueles que já tinham morrido.
Os corpos estavam avermelhados e o cabelo grisalho, e nos rostos tinham expressões de susto.
Imagem dos corpos dos membros da expedição Fonte: Site de Curiosidades |
O veredicto foi de que todos os integrantes do grupo morreram devido a uma "força desconhecida". O inquérito foi oficialmente encerrado em maio de 1959, devido à "ausência de parte culposa".
Os documentos do caso foram arquivados, sendo divulgados ao público apenas na década de 1990, ainda assim em fotocópias com diversas partes ausentes.
Memorial com as fotos dos mortos no incidente no Cemitério Mikhajlov, em Ecaterimburgo, Rússia Fonte: Wikipédia |
Fonte: Wikipédia | Jornal da Record - R7.com
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