segunda-feira, 20 de novembro de 2017

A Arábia Saudita - As Mulheres

Ultimamente tem-se ouvido falar da Arábia Suadita porter permitido que as mulheres pudessem conduzir no país. No post de hoje irei falar um pouco deste país e especialmente do papel desempenhado pelas mulheres neste país.

Arábia Saudita:
  • Tem como nome oficial "Reino da Arábia Saudita", é um país localizado no Médio Oriente, na Ásia.
  • Faz fronteira com o Qatar, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Iraque, Jordânia, Kuwait e Omã.
Mapa da Arábia Saudita
  • A sua capital é a cidade de Riade, que é também a cidade com mais população, tendo mais de 5 milhões de habitante. O país tem mais de 25 milhões de habitantes.
  • O Governo é uma Monarquia Absoluta.
  • Tem como idioma oficial o árabe, a religião é o Islamismo e a moeda é Rial.
Quando o Reino da Arábia Saudita foi fundado, em 1932, a educação não era acessível a todas as pessoas e era limitada a instrução individualizada nas escolas religiosas em mesquitas nas áreas urbanas. Estas escolas ensinavam as leis islâmicas e habilidades básicas de leitura. No final do séc. XX, a Árabia Saudia tinha um sistema educacional que cobria todo o país, havendo treinamento gratuito da pré-escola até à universidade a todos os cidadãos.

O petróleo é, sem dúvida, o propulsor da economia da Arábia Saudita. Os países do Médio Oriente produzem mais de 30% do petróleo mundial, a Arábia lidera o ranking sendo responsável pela maior parte da produção. A Arábia Saudita é membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) desde a sua fundação, em 1960.

Este país é membro do G20, que reúne as 20 nações de maior influência na economia mundial.

A Arábia Saudita é uma Monarquia Absoluta Teocrática, embora, de acordo com a Lei Básica da Arábia Saudita adotada por decreto real em 1992, o rei deve estar de acordo com a Sharia (lei islâmica) e o Alcorão.
Salman, Rei da Arábia Saudita
É o único país árabe onde nunca houve eleições nacionais, desde a sua criação. Os partidos políticos e as eleições nacionais são proibidas. É considerado o sétimo regime mais autoritário do mundo, entre os 167 países.

As questões criminais são julgadas em tribunais da Sharia no país. Estes tribunais exercem autoridade sobre toda a população.

O sistema legal prescreve pena de morte ou castigo físico, incluindo amputação das mãos e dos pés para alguns crimes, como apostasia (abandono do Islão) ou blasfémia. Os assassinatos devido à honra não são punidos tão severamente como assassinato comum, por geralmente os crimes de honra ocorrem dentro de uma família e são feitos para compensar algo ato "desonroso" cometido.

É um país muito criticado devido ao seu histórico de desrespeito pelos direitos humanos. As questões que mais atraem atenção internacional são devido à posição do país em relação às mulheres, à discriminação religiosa e à falta de liberdade religiosa e política.

As Mulheres na Arábia Saudita:
- As mulheres não podiam conduzir até à pouco tempo e na verdade só o poderão fazer a partir de junho de 2018, mas já é um avanço e a Arábia Saudita deixa de ser conhecido como o único país do mundo em que as mulheres não podem conduzir.
Mulher a conduzir na Arábia Saudita - antes da autorização para elas o fazerem
- Sem ter a permissão do seu "guardião-homem" (pai, marido ou outro homem da família) as mulheres não podem pedir um passaporte, viajar, casar-se, abrir uma conta bancária, começar um negócio, ter uma intervenção médica ou até mesmo para sair da prisão após cumprir uma pena.

- Segundo a cultura do país "um homem é igual a duas mulheres".

- Depois de um divórcio, é difícil que sejam as mulheres a ficar com a custódia dos filhos, se estes forem maiores de 7 anos se forem rapazes ou dos 9 anos se forem raparigas.

- Outro marco importante alcançado pelas mulheres da Arábia Saudita foi alcançado em 2015, quando conquistaram o direito de voto.
Imagem referente às primeiras votações autorizadas a mulheres na Arábia Saudita, em 2015
- Também na educação as mulheres têm vindo a superar os homens, a educação é obrigatória para meninos e meninas até aos 15 anos e o número de mulheres nas universidades supera os homens. No entanto, apenas cerca de 16% da classe trabalhadora é composta por mulheres.
Um grupo de mulheres formadas na Universidade de Jizan, na Arábia Saudita
- No trabalho as mulheres são obrigadas a cobrir completamente os seus corpos, assim como noutro local público, usam a abaya (uma túnica larga e solta), isto para que possam ser vistas por homens que não têm relações com elas. Há espaços exclusivos para as mulheres como andares específicos em centros comerciais, onde elas podem retirar a abaya, fora destes locais, as mulheres que não sigam a regra serão penalizadas.
Mulheres vestidas com o abaya em público
- As mulheres não sauditas podem adotar um código de vestimenta mais liberal, se não forem muçulmanas não precisam cobrir a cabeça.
Na época o Presidente Barack Obama dos EUA em visita à Arábia Saudita com a sua mulher, Michelle Obama onde podemos ver que ela não utilizou o véu
- O país aprovou em 2013 a criação de leis contra a violência doméstica e o abuso sexual. Mas a punição dada é geralmente uma multa em dinheiro. Segundo um estudo de 2013 com informações de 200 mulheres casadas ouvidas na cidade de Jeddah, pelo menos 44,5% delas relatou ter sofrido agressões dos maridos, mas apenas 6,5% procurou atendimento médico. E mais de metade delas acredita que a mulher merece ser agredida se o marido descobrir uma traição.

- As mulheres não podem entrar em cemitérios, elas serão lá enterradas mas não podem participar num funeral de um familiar. Um dos motivos é que não se deve rezar ou fazer súplicas para os mortos e, supostamente, as mulheres poderiam fazer isso.

- A participação de mulheres nos desportos tem grande oposição dos religiosos. Até o ensino de Educação Física é proibido nas escolas para elas. A Arábia Saudia propôs-se a sediar os Jogos Olímpicos mas sem competições femininas, estas seriam disputadas no Bahrein. A ideia foi vetada pelo Comité Olímpico, que classificou a proposta como discriminatória. Em 2012, as mulheres sauditas puderam pela primeira vez disputar uns Jogos Olímpicos, ainda que tenham sido chamadas de prostitutas pelos clérigos radicais do país.

- A judoca Wodjan Ali Seraj Abdulrahim Shahrkhani, aos 16 anos, foi uma das duas primeiras mulheres sauditas a entrar nos Jogos Olímpicos, em Londres. Wodjan entrou nas provas com um véu depois de uma discussão com o comité, que chegou a um acordo sobre um modelo que cobriria os cabelos da desportista. A outra atleta foi Sarah Attar que correu de véu e calças.
Judoca Wodjan Ali Seraj (esquerda) e Sarah Attar (direita)
- As mulheres além de proibidas de praticar desporto em público no país também estão proibidas de assistir a competições em estádios. Algo que também começa a mudar já a partir de 2018, em que o país vai autorizar a presença das mulheres em acontecimentos desportivos em três estádios do país. Os estádios serão em Riade, Jeddah e Dammam. Estes três estádios já estarão a ser preparados para receber famílias. 

MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

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