Greta Garbo |
Greta com a mãe, Anna, numa viagem a Nova Iorque em 1939 |
Após a morte do seu pai, em 1920, Greta decidiu ou por influência da mãe, deixar a escola. Com apenas 14 anos de idade, entrou no mercado de trabalho. O seu primeiro trabalho era o de colocar o creme de barbear numa barbearia, ganhava 4 coroas por semana, o equivalente a um dólar, mais as gorjetas.
No mundo do cinema os seus primeiros trabalhos foram publicitários para lojas de Estocolmo.
Durante 1922-1924 estudou arte dramática na Academia Real de Teatro Dramático, foi quando foi descoberta pelo diretor finlandês Mauritz Stiller que a partir daí passou a desempenhar a função de segundo pai para Greta.
Mauritz Stiller |
Filme: "Rua das Lágrimas" de Wilhelm Pabst, 1925 |
Louis B. Mayer |
Outro motivo para não ter sucesso imediato foi a sua aparência, ninguém queria saber da oportunidade dada para "uma gorduchinha sueca sem retoque", com uma sombra de queixo duplo, cabelos crespos e quase dentuça".
O produtor cinematográfico, Irving Thalberg ordenou-lhe uma dieta rígida para acabar com a gordura de final de adolescência e mais tarde providenciou a correção do dente direito, que era claramente protuberante em relação ao esquerdo.
Irving Thalberg |
Greta conheceu o fotógrafo Arnold Genthe e juntos fizeram uma memorável sessão fotográfica, publicada meses depois, na Vanity Fair de novembro de 1925. Arnold insistiu para que Greta mostrasse as fotos à MGM, e estas despertaram um grande interesse pela sensualidade de Greta e as coisas mudaram subitamente.
Arnold Genthe |
Greta Garbo em julho de 1925 - Foto de Arnold Genthe |
A maneira completamente diferente como utilizava o seu corpo nas suas interpretações foi o que cativou o público norte-americano, Greta fazia filmes mudos, e requeria muito menos legendas para expor as suas emoções do que qualquer outro ator do cinema mudo.
Tornou-se tão importante, que em 1932, com a renovação do seu contrato com a MGM, que lhe dava o direito de determinar praticamente toda a programação, aprovar o protagonista dentro de quatro nomes de atores e dois de diretores propostos pelo estúdio. Apesar disso, Greta raramente usou este poder ao longo da sua carreira.
Um dos seus maiores sucessos foi no filme: "Grande Hotel" de 1932, no qual fala a famosa frase que a marcou para o resto da vida: "I want to be alone". Considerado o primeiro filme all-star da história, por juntar tantas estrelas num mesmo filme. Temia-se que o dinheiro gasto com os altos salários nunca seria recuperado nas bilheteiras, mas o filme teve um sucesso extremo, tendo ganho o Oscar de Melhor Filme em 1932.
Filme "Grande Hotel" de 1932 |
Filme "A Dama das Camélias" de 1936 (esquerda) e Filme "Ninotchka" de 1939 (direita) |
Greta Garbo no filme "Duas Vezes Meu" de 1941 |
Ao longo da década de 1940 e 50, inúmeras foram as propostas para Greta voltar às telas. Algumas foram rejeitadas pela própria Greta, outras foram barradas pelos grandes estúdios, que diziam que Greta já estava velha e ultrapassada e que já não dava bilheteira.
No início de 1940, a Associação dos Exibidores Independentes da América divulgou uma lista de grandes nomes do cinema que, nos últimos anos, se tinham tornado "veneno de bilheteira", nesta lista estavam nomes como Marlene Dietrich, Mae West e Greta Garbo, entre outros.
No fim de 1943, sem perspetivas de um final para a guerra ou para a indecisão de Greta, ela mesmo resolveu terminar com a situação embaraçosa para si própria e para a MGM, rompendo o contrato e assim o estúdio deixou de ter que lhe pagar os 250 mil dólares a que tinha direito.
Apesar de todas as frustrações, Greta tinha razões para gostar da interrupção da sua carreira no cinema devido à guerra e, passando mais tempo em Nova Iorque, pôde aprender mais sobre arte e montar uma coleção. Não cultivava a amizade de grandes artistas, mas foi a partir de então que Greta passou a dedicar-se a colecionar obras de arte, viajando pelo mundo inteiro.
A pintura foi uma das paixões que cultivou, juntamente com a poesia, a jardinagem e os exercícios diários rigorosos, que incluíam longas caminhadas.
Greta tentou voltar às telas, entre muitos projetos, o de maior destaque é: "A Duquesa de Langeais", de 1949, baseado no romance homónimo de Honoré de Balzak. Este foi o último papel que Greta realmente se interessou em fazer, mas que só não saiu do papel por causa de um colapso de última hora e pela falta de recursos.
A 9 de fevereiro de 1951, Greta compareceu no Bureau de Imigração e Naturalização de Nova Iorque, onde fez o juramento de lealdade para se tornar uma cidadã americana.
Greta Garbo em 1950, assinando os documentos para obter a cidadania americana |
John Gilbert (esquerda) e Cecil Beaton (direita) |
Greta era bissexual, embora com o passar dos anos tenha gradualmente se tornado assexual, uma vez ao sair de uma sex shop em Paris, terá dito "Ah, essa coisa de sexo... ainda bem que essa parte da minha vida acabou".
Discreta manteve relações afetivas, não necessariamente sexuais, com vários homens e mulheres, entres eles a sua grande amiga Mercedes de Acosta, a atriz Salka Viertel, o maestro Leopold Stokowski, atores George Brent e Noël Coward, além das atrizes Lilyan Tashman e Fifi D'Orsay.
Estrela de Greta Garbo no Passeio da Fama de Hollywood - EUA |
Em junho de 1989, a sua sobrinha, Gray Reisfield, contratou um serviço de limousine de Nova Iorque para levá-la para fazer diálise no Rogosin Institute do Hospital de Nova Iorque três vezes por semana, durante seis horas. Por vezes, Greta ficava aos cuidados da sua amiga Jane Gunther.
Greta e a sobrinha Gray Reisfield |
Lápide de Greta Garbo no cemitério Skogskyrkogarden, em Estocolmo |
MZ
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