Olympe de Gouges Fonte: Wikipédia |
Marie Gouze, conhecida como Olympe de Gouges foi uma dramaturga, ativista política, feminista e abolicionista, nascida em Montauban, na França, a 7 de maio de 1748.
Olympe nasceu numa família burguesa. No entanto ela acreditava ser filha de Jean Jacques Lefranc. A rejeição no reconhecimento desta paternidade a influenciou na defesa dos direitos das crianças ilegítimas.
Casou-se em 1765, com Luis Aubry, com quem teve um filho, Pierre. Ficou viúva pouco depois e, em 1770, mudou-se para Paris onde então adotou o pseudónimo de Olympe des Gouges.
Através das pinturas pode-se perceber que era uma mulher de uma notável beleza.
Por volta de 1784 começou a escrever ensaios, manifestos e iniciou ações de carácter social.
Em 1774, escreveu uma peça de teatro anti-escravagista: "L'Esclavage des Nègres". Por ter sido escrito por uma mulher e do assunto controverso, esta obra apenas foi publicada em 1789, no início da Revolução Francesa.
Ao mesmo tempo, escreveu obras feministas relacionadas aos temas dos direitos ao divórcio e às relações sexuais fora do casamento.
Como apaixonada advogada dos direitos humanos, Olympe abraçou com alegria a Revolução. Mas logo perdeu o encanto com a constatação de que a égalité (direitos iguais) da Revolução não incluía as mulheres no que se refere à igualdade de direitos.
Em 1791 entrou para o Circle Social, uma associação com o objetivo principal de lutar pela igualdade dos direitos políticos e legais para as mulheres. Reunia-se na casa da conhecida defensora dos direitos das mulheres Sophie de Condorcet. Foi aí que Olympe expressou pela primeira vez a sua famosa frase: "a mulher tem o direito de subir ao cadafalso, ela deve igualmente ter o direito de subir à Tribuna."
Ainda, em 1971, em resposta à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, escreveu a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã.
Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã Fonte: Wikipédia |
Na Declaração dos Direitos da Mulher, reivindicou através de uma espécie de leitura irónica à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão a igualdade em direitos da mulher e do homem, denunciando o encobrimento provocado pelo termo "Homens", o qual, teoricamente nesse caso, funcionaria como sinónimo de humanidade.
Para Olympe de Gouges, os direitos negligenciados pelos quais ela escreve a Declaração são frutos de um "Império tirânico" de opressão do homem, que, ao contrário dos animais e do resto da natureza, costurou para si uma exceção a esse comportamento natural de cooperação harmoniosa entre os sexos.
Depois, escreveu o Contrato Social, nome inspirado na famosa obra de Jean-Jacques Rosseau, propondo o casamento com relações de igualdade entre os parceiros.
Por se envolver ativamente nas questões que lhe pareciam injustas, como a condenação à morte do rei Luís XVI, por ser contra a pena de morta, e desapontada nas suas expectativas, passou a escrever com mais e mais convicção.
A 2 de junho de 1793, os Jacobinos prenderam os Girondinos e os seus aliados, enviando-os em seguida para a guilhotina. Neste ano, Olympe escreve a peça "Les trois urnes, ou le salut de la Patrie, par un voageyr aérien" e, por causa dela, foi presa.
Esta peça pedia a realização de um plebiscito para escolher uma das três formas potenciais de governo: República indivisível, Governo federalista e Monarquia constitucional.
Os Jacobinos, que já tinham executado uma rainha, não estavam dispostos a tolerar a defesa dos direitos das mulheres: exilaram Sophie de Condorcet e, um mês depois, a 3 de novembro de 1793, em Paris, mataram Olympe de Gouges, na guilhotina.
MZ
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