sábado, 30 de janeiro de 2021

Os Sete Anões de Auschwitz - Família Ovitz

 

Irmãos Ovitz
Fonte: Somos Todos Gigantes

Na Rozavlea, na Transilvânia, atual Roménia, era o lar de várias famílias judaicas. Uma dessas famílias era a família Ovitz, que era composta em grande parte por anões, a herança genética veio da parte do pai, o rabino Shimshon Eizik Ovitz, um anão que se casou duas vezes, com mulheres de estatura comum.

Os filhos, Elizabeth, Rozika, Avram, Freida, Micki, Franzika e Perla, todos anões, nunca se viram impedidos de se expressarem como artistas.

A Família Ovitz
Fonte: DCM

Após a morte do pai, a família teve que arranjar uma solução para se governarem, tinham poucas oportunidades em empregos comuns, por isso, decidiriam segui o mundo da arte.

Eram talentosos e fizeram sucesso como artistas itinerantes formando o grupo Jazz Band of Lilliput, e foram em digressão pela Europa Central.

Como eram judeus, foram obrigados a parar as suas apresentações durante a Segunda Guerra Mundial. Numa tentativa de escaparem aos nazis, esconderam todos os seus objetos de valor num buraco cavado em baixo do local onde estacionavam o veículo do grupo.

No entanto, não demorou muito até que o exército nazi invadisse a região da Roménia onde a família estava, foram capturados em março de 1944 e todos foram parar ao campo de concentração de Auschwitz.

Já no campo, enquanto desciam do vagão, um dos oficiais que os recebeu ficou impressionado ao ver sete anões elegantemente vestidos, pois eles tinham sido presos enquanto atuavam, e que, além disso, eram membros da mesma família. Como sabia da paixão obsessiva de Josef Mengele, o médico oficial do campo, por experiências em humanos, pensou que seria uma boa ideia avisá-lo.

Josef Mengele ao ver a família separou-os do resto dos prisioneiros e ordenou que lhes dessem umas acomodações especiais para os seus novos "hóspedes", que seriam na verdade as suas novas cobaias.

Josef Mengele disse: "Agora tenho trabalho para mais de 20 anos."

Esta curiosidade de Josef Mengele, acabou por lhes salvar a vida. Para Mengele esta família era como uma pedra preciosa na sua experiência para a reprodução seletiva da raça ariana.

Segundo Elizabeth Ovitz, o médico retirava fluidos da coluna vertebral dos anões, fazia diversos tipos de testes invasivos, incluindo ginecológicos e cerebrais, além de invadir regiões sensíveis como a boca e o nariz.

O médico chegou a obrigar a família a ficar nua na frente do exército nazi, para que ele pudesse explicar as suas conclusões sobre o nanismo.

Muitas vezes os irmãos eram levados por Mengele para que atuassem para amenizar as suas horas de lazer.

A vida de cobaia destes irmãos terminaram a 27 de janeiro de 1945 quando o Exército Vermelho libertou o campo, altura em que Josef Mengel conseguiu escapar.

Todos os membros da família Ovitz que tinham chegado ao campo, 12 ao todo, conseguiram sobreviver a Auschwitz.

Quando voltaram a Rozavlea, perceberam que a cidade estava destruída, assim como toda a Europa, no entanto, os seus bens continuavam escondidos onde eles os tinham deixado.

Com o dinheiro guardado, em 1949, emigraram para Israel e instalaram-se em Haifa. Meses depois voltaram ao teatro com a Troupe Lilliput quando passaram a apresentar alguns números baseados nas suas vivências no campo.

Seis anos depois, decidiram terminar com o grupo.

Os irmãos Micki e Avram morreram em 1972, aos 69 e 63 anos, respetivamente.

Micki Ovitz
Fonte: Find A Grave

Freida morreu em 1985, aos 70 anos. Franzika morreu em 1980, aos 90 anos e em 1984 faleceu a primogénita Rosika, aos 98 anos.

Elizabeth faleceu aos 78 anos, em 1992 e Perla, a última da família a morrer, a 9 de setembro de 2001, aos 80 anos.

Perla e Elizabeth
Fonte: DCM

Os descendentes dos irmãos continuaram o legado artístico da família, os homens tiveram filhos de estatura comum, no entanto, as mulheres nunca conseguiram engravidar devido às experiências em Auschwitz.



Fonte: R7 | Aventuras na História | Mdig


MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

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