D. Mariana Vitória de Bourbon, Rainha de Portugal |
Nasceu a 31 de março de 1718 em Madrid, na Espanha, no Real Alcázar de Madrid.
Era filha do Rei Filipe V de Espanha e D. Isabel Famésio.
Pais de D. Mariana Vitória: Rei Filipe V de Espanha e D. Isabel Famésio |
Após a Guerra da Quadrupla Aliança, França e Espanha decidiram reconciliar-se ao concretizar o casamento de D. Mariana Vitória com o seu primo, Rei Luís XV da França,, tendo havido o pedido da mão a 25 de novembro de 1721.
Rei D. Luís XV de França e D. Mariana Vitória |
Mais tarde, sob a influência do Primeiro-Ministro Luís Henrique, Duque de Bourbon foi decidido enviar a menina, D. Mariana Vitória, de apenas sete anos de idade novamente para Espanha, a 11 de março de 1725. O Duque de Bourbon queria manter a sua influência sobre o jovem D. Luís XV e ofereceu a sua irmã, Henriqueta Luísa de Bourbon, como esposa em potencial, que ao contrário da Infanta D. Mariana Vitória tinha idade suficiente para dar um herdeiro ao trono francês.
Em 1725, o seu pai, Filipe V, mostrou o desejo de estabelecer uma aliança entre Espanha e Portugal, a que estaria ligado o casamento da sua filha com D. José, herdeiro do trono português.
Para tratar do assunto em Madrid, D. João V, pai de D. José, nomeou José da Cunha Brochado, que também foi pedido para tratar de questões pendentes entre os dois países.
Na época para fortalecer ainda mais a aliança entre os dois países não só D. Mariana Vitória se casaria com o herdeiro ao trono português como, D. Maria Bárbara, irmã de D. José, se casaria com o herdeiro do trono espanhol.
Os acordos pré-nupciais foram feitos a 27 de dezembro de 1727 para D. José e D. Mariana Vitória e a 11 de janeiro de 1728 para o Príncipe das Astúrias e D. Maria Bárbara.
Após a demorada preparação, a "Troca das Princesas" realizou-se a 19 de janeiro de 1729, feita no Rio Caia, que faz fronteira entre Elvas no Alentejo, em Portugal e Badajoz na Extremadura, em Espanha.
O Choche da Mesa (exposto no Museu dos Coches, em Lisboa) - foi utilizado durante a troca das Princesas |
Depois de casada, D. Mariana Vitória e o seu marido, D. José, viveram ainda 20 anos como príncipes herdeiros, até subirem ao trono em 1750.
Rei D. José I de Portugal |
Do casamento com D. José, D. Mariana Vitória teve quatro filhas: D. Maria Francisca, futura D. Maria I (1734), D. Maria Ana Francisca (1736), D. Maria Doroteia (1739) e Maria Benedita (1746).
Quando subiu ao trono tinha 32 anos e D. José 36 anos. O reinado de D. José foi marcado, sobretudo, pelas políticas do seu secretário de Estado, o Marquês de Pombal, que reorganizou as leis, a economia e a sociedade portuguesa, transformando Portugal num país moderno.
Foi também durante o reinado de D. José I e de D. Mariana Vitória que deu-se o Terramoto de 1755, na manhã de 1 de novembro, que atingiu a cidade de Lisboa. A cidade foi devastada pelo terramoto e por um tsunami que se deu momentos depois e por fim em consequência, os incêndios.
Depois do terramoto a baixa da cidade foi redesenhada por um grupo de arquitetos, com orientação expressa de resistir a terramotos. Surgiram também os primeiros edifícios dotados de saneamento próprio, através de condutas ligadas diretamente ao rio.
O Rei D: José I deu ao seu Primeiro-Ministro poderes acrescidos, e fê-lo Conselheiro de Estado e Comendador de Santa Marinha da Mata de Lobos e de São Miguel das Três Minas, ambas na Ordem de Cristo. À medida que o seu poder cresceu, os inimigos também aumentaram e as disputas com a Alta Nobreza tornaram-se frequentes.
Em setembro de 1758, a carruagem do Rei foi alvejada quando este voltava da casa da sua amante, a esposa do Marquês de Távora. O Monarca foi ferido e a Rainha assumiu o trono como Regente.
As investigações acusaram os membros da Alta Nobreza, os quais foram imediatamente presos, entre eles membros da família dos Távoras. Em janeiro de 1759, os membros da familia dos Távoras e outros Nobres foram condenados à morte.
Mais tarde, D. José foi declarado inapto para governar devido à loucura, em 1774, e a sua mulher, D. Mariana Vitória foi proclamada Regente, uma posição que manteve até à morte do seu marido. Após isso, tornou-se Regente da sua filha mais velha, futura D. Maria I.
Quando a sua filha assume o poder, D. Mariana Vitória tentou melhorar as relações com ESpanha que era governada pelo seu irmão mais velho, D. Carlos III. Os dois países estavam em conflito em relação a posses territoriais no Continente Americano.
D. Mariana Vitória deixou Portugal e viajou para Espanha, onde permaneceu por pouco mais de um ano, residindo entre o Palácio Real de Madrid e o Palácio Real de Aranjuez. Por influência da Rainha, assinou-se em 1778 o Tratado que estipulou dois casamentos: o do Infante Gabriel, filho de D, Carlos III, com a sua neta D. Maria Ana Vitória, e o da Infanta Carlota Joaquina, neta mais velha de D. Carlos III, com o infante D. João, futuro D. João VI:
Enquanto permaneceu em Espanha, D. Mariana Vitória sofreu um ataque de reumatismo o que a levou a uma cadeira de rodas por algum tempo.
Quando regressou a Portugal, em novembro de 1778, faleceu na Real Barraca da Ajuda. Foi sepultada na Igreja de São Francisco de Paula, em Lisboa, a qual tinha mandado restaurar. Foi depois transladada para o Panteão Real da Dinastia de Bragança da Igreja de São Vicente de Fora, em Lisboa.
Quando regressou a Portugal, em novembro de 1778, faleceu na Real Barraca da Ajuda. Foi sepultada na Igreja de São Francisco de Paula, em Lisboa, a qual tinha mandado restaurar. Foi depois transladada para o Panteão Real da Dinastia de Bragança da Igreja de São Vicente de Fora, em Lisboa.
MZ
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