Manifestantes do Movimento de Maio de 1968 Fonte: Esquerda.net |
O Movimento de Maio de 1968, na França, tornou-se ícone de uma época onde a renovação dos valores veio acompanhada pela proeminente força de uma cultura jovem.
A libertação sexual, a Guerra no Vietname, os movimentos pela ampliação dos direitos civis compunham toda a pólvora de um barril construído pela fala dos jovens estudantes da época.
Um espírito revolucionário tomava conta das ruas da capital francesa. Ouviam-se gritos de protestos e manifestações de insatisfação. As palavras de ordem estavam nas bocas, nos cartazes, em panfletos, em grafitis nos muros dos arredores das universidades.
Manifestantes do Movimento de Maio de 1968 Fonte: Editora Unesp |
Haviam barricadas e confrontos diretos entre os manifestantes e a polícia de choque francesa. Cada pedra tirada da calçada ou coquetel molotov atirado em direção à polícia era revidado com cassetetes e bombas de gás lacrimogéneo.
Em maio de 1968 e as ruas de Paris assistiam aos protestos de jovens estudantes que reivindicavam renovação. Renovação em geral: do sistema burocrático aos padrões comportamentais, do modo de vida tradicional francês à forma de ensino adotada pelas universidades.
Aos estudantes, uniram-se os operários, por aumento de salário e melhores condições para a produção nas fábricas. Tudo ao ritmo do rock and roll e de drogas alucinógenas, notoriamente o LSD.
Manifestantes do Movimento de Maio de 1968 Fonte: Razão Inadequada |
A explosão para a insatisfação dos estudantes foi um episódio em março de 1968, com uma revolta liderada pelo jovem Daniel Cohn-Bendit, na Universidade de Paris, em Nanterre. O cabelo ruivo, o comportamento incendiário e a simpatia esquerdista renderam-lhe a alcunha de Dany Le Rouge (PT: "Daniel, o Vermelho").
Daniel Cohn-Bendit, líder do movimento, com ativistas durante o protesto, em maio de 1968, em Paris Fonte: Estadão |
Daniel, anarquista de origem franco-alemã, filho de judeus alemães que fugiram do nazismo, comandou a revolta dos estudantes que ocuparam a torre administrativa da Faculdade de Sociologia, em março de 1968. Protestavam contra a prisão de seis colegas, no episódio que ficou conhecido como Movimento 22 de Março.
Ao longo das semanas seguintes, os universitários entraram num conflito com a polícia francesa, descontentes com a burocracia da instituição e as suas convenções, vistas como ultrapassadas.
Iam contra a burocracia que impedia, por exemplo, os alunos de dividir os quartos da residência universitária com colegas do sexo oposto.
Manifestantes do Movimento de Maio de 1968 Fonte: DomTotal |
Os conflitos fizeram a universidade ser fechada a 2 de maio. Poucos dias depois, os alunos de Nanterre ganharam o apoio dos universitários da Sorbonne e os protestos alastraram-se por toda a França.
Os sindicatos de trabalhadores resolveram aderir e articularam uma greve geral.
Era para durar 24 horas, mas a capital francesa foi interditada por vários dias, começando a 18 de maio. Nas ruas, milhares protestavam contra as políticas trabalhista e educacional do governo De Gaulle.
O clima de agitação nas ruas, os atos de contestação dos estudantes nas universidades e a troca de ataques entre os jovens manifestantes e os policias foram observados ao longo de todo o ano de 1968.
Manifestantes do Movimento de Maio de 1968 Fonte: Hypeness |
Mas foi o mês de maio que as revoltas na capital francesa foram percebidas com mais força, chegando ao conhecimento de outros países através dos meios de comunicação, como a televisão.
Segundo filósofos e historiadores este evento foi um dos mais importantes e significativos do séc. XX, porque não se deveu a uma camada restrita da população, como trabalhadores e camponeses, que eram a maioria, mas a uma insurreição popular que superou barreiras étnicas, culturais, de idade e de classe. Além disso, teve intrínsecas ligações com os acontecimentos do pós-guerra e com os da Guerra Fria.
Fonte: Aventuras na História | Wikipédia
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