terça-feira, 18 de outubro de 2016

Rainha D. Maria II de Portugal

Rainha D. Maria II de Portugal

De nome Maria da Glória Joana Carlota Leopoldina da Cruz Francisca Xavier de Paula Isadora Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga.

Nascida a 4 de abril de 1819 no Paço de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, Brasil.

Foi a única monarca da Europa a nascer fora da Europa, embora ela tenha nascido em território português.

Era a filha mais velha de D. Pedro IV de Portugal (I do Brasil) e da sua primeira mulher a arquiduquesa Maria Leopoldina da Áustria.

O seu pai, D. Pedro, sobe ao trono português em março de 1826 como Pedro IV, no entanto, rapidamente abdicou a favor da sua filha D. Maria, que se tornou Rainha de Portugal e Algarves como D. Maria II, com apenas seis anos de idade.

D. Maria deixou o Rio de Janeiro a 5 de julho de 1828.

O Infante Miguel, seu tio paterno, deveria casar-se com D. Maria para reinar o país até ela ter idade para o fazer. Com dispensa papal, por procuração, a 29 de outubro de 1826 casou com o seu tio. No entanto, quando Miguel regressa a Portugal acaba por se fazer aclamar rei absoluto e o casamento nunca chega a realizar-se, o casamento foi dissolvido e anulado a 1 de dezembro de 1834.

Na Europa, D. Maria acaba por andar entre Inglaterra e França, mas os reis destes países não eram favoráveis às suas pretensões, de modo que regressou ao Brasil em 1829 com a sua madrasta D. Amélia de Beauharnais.

Em 1831, o então Imperador Pedro I do Brasil decide abdicar do trono brasileiro a favor do seu filho, D. Pedro II e resolve empenhar-se na luta contra D. Miguel, liderando a causa liberal.

Então, D. Pedro vai com D. Maria II para a Europa, conseguindo aí reunir os apoios financeiros necessários e organizar os liberais emigrados.

Em 1832, D. Pedro assume nos Açores a regência do trono português na qualidade de Duque de Bragança, aí ele prepara uma expedição militar que desembarcaria no norte de Portugal, dando início a uma guerra civil de dois anos que se prolongaria até à Convenção de Évora-Monte, em 1834.

Em 1833, quando já se adivinhava a vitória liberal, D. Pedro manda o Marquês de Loulé a Paris para trazer a sua filha. Em 1834, após a vitória dos liberais, D. Pedro morre e D. Maira II, com apenas 15 anos de idade é proclamada Rainha.

Na época que sobe ao trono, D. Maria II tem a seu cargo um país que se encontrava destroçada pelas invasões francesas e pela guerra civil, que acabavam por levá-lo a uma grande crise financeira.

D. Maria II casou-se em Munique (Alemanha) por procuração a 1 de dezembro de 1834 com o Príncipe Augusto de Beauharnais.

D. Maria ficaria viúva a 28 de março de 1835, Augusto morre de difteria, no Paço Real das Necessidades em Lisboa.

Surgem diversos candidatos para se casar com a jovem Rainha, aparecem de França, Nápoles, Alemanha e Sardenha.

D. Maria casa-se com o Príncipe Fernando de Saxe-Coburgo-Gotha, sobrinho do Rei Leopoldo I dos belgas. O contrato foi assinado no fim de 1835. Meses depois, chegou o marido. Tinham-se casado em Coburgo por procuração a 1 de janeiro de 1936 e, em Lisboa, casam-se em pessoa, na Sé Patriarcal a 9 de abril de 1836. Juntos tiveram onze filhos.

D. Maria tem a sua primeira gravidez, aos 18 anos de idade. Enfrentou vários problemas para dar à luz, com trabalhos de parto prolongados e extremamente difíceis.

Na sua terceira gravidez o trabalho de parto duro 32 horas, sendo o bebé retirado com fórceps, era uma menina, batizada in articulo mortis com o nome de Maria (1840).

Na sua quinta gravidez, aos 25 anos, a Rainha tornou-se obesa e os seus partos tornaram-se ainda mais complicados.

As várias gravidezes sucessivas, mais a obesidade e a frequência de parto distócicos (dificuldade na evolução do trabalho de parto) levaram a que os médicos alertassem a Rainha sobre os riscos que corria.

Indiferente aos avisos, D. Maria II dizia: "Se morrer, morro no meu posto".

A 15 de novembro de 1853, depois de treze horas de trabalho de parto do natimorto infante D. Eugénio, o seu 11.º filho, D. Maria morre, aos 34 anos de idade.


"Paço das Necessidades, 15 de Novembro de 1853, à meia hora depois do meio dia.

Sua Magestade a Rainha começou a sentir annuncios do parto às nove horas e meia da noite de hontem. Appareceram difficuldades no progresso do mesmo parto, as quaes obrigaram os facultativos a recorrer a operações, pelas quaes se conseguiu a extracção de um Infante, de tempo, que recebeu o baptismo antes de extrahido.
O resultado destas operações teve lugar às dez horas da manhã. Desgraçadamente, passada hora e meia, Sua Magestade, exhausta de todas as forças, rendeo a alma a Deos, depois de haver recebido todos os sacramentos.
- Francisco Elias Rodrigues da Silveira. Dr. Kessler. Ignacio António da Fonseca Benevides. António Joaquim Farto. Manuel Carlos Teixeira."

D. Maria ficou conhecida como A Educadora. Deve-se a D. Maria bastantes reformas e melhoramentos respeitantes à instrução públicas como:
  • Criação de Liceus e Escolas Primárias;
  • A fundação das Escolas Médicas de Lisboa e Porto, da Escola Politécnico de Lisboa, da Academia Politécnica do Porto, do Instituto Agrícola e do Conservatório de Música;
  • Reorganizaram-se os correios e começaram a circular em Portugal os primeiros selos de correio;
  • Construíram-se, ainda estradas e pontes e iniciou-se a construção do primeiro troço de caminho-de-ferro.

D. Maria II encontra-se no Panteão Real da Dinastia de Bragança, no Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa.



MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.



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