Rainha D. Maria II de Portugal |
De nome Maria da Glória Joana Carlota Leopoldina da Cruz Francisca Xavier de Paula Isadora Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga.
Nascida a 4 de abril de 1819 no Paço de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, Brasil.
Foi a única monarca da Europa a nascer fora da Europa, embora ela tenha nascido em território português.
Era a filha mais velha de D. Pedro IV de Portugal (I do Brasil) e da sua primeira mulher a arquiduquesa Maria Leopoldina da Áustria.
O seu pai, D. Pedro, sobe ao trono português em março de 1826 como Pedro IV, no entanto, rapidamente abdicou a favor da sua filha D. Maria, que se tornou Rainha de Portugal e Algarves como D. Maria II, com apenas seis anos de idade.
D. Maria deixou o Rio de Janeiro a 5 de julho de 1828.
O Infante Miguel, seu tio paterno, deveria casar-se com D. Maria para reinar o país até ela ter idade para o fazer. Com dispensa papal, por procuração, a 29 de outubro de 1826 casou com o seu tio. No entanto, quando Miguel regressa a Portugal acaba por se fazer aclamar rei absoluto e o casamento nunca chega a realizar-se, o casamento foi dissolvido e anulado a 1 de dezembro de 1834.
Na Europa, D. Maria acaba por andar entre Inglaterra e França, mas os reis destes países não eram favoráveis às suas pretensões, de modo que regressou ao Brasil em 1829 com a sua madrasta D. Amélia de Beauharnais.
Em 1831, o então Imperador Pedro I do Brasil decide abdicar do trono brasileiro a favor do seu filho, D. Pedro II e resolve empenhar-se na luta contra D. Miguel, liderando a causa liberal.
Então, D. Pedro vai com D. Maria II para a Europa, conseguindo aí reunir os apoios financeiros necessários e organizar os liberais emigrados.
Em 1832, D. Pedro assume nos Açores a regência do trono português na qualidade de Duque de Bragança, aí ele prepara uma expedição militar que desembarcaria no norte de Portugal, dando início a uma guerra civil de dois anos que se prolongaria até à Convenção de Évora-Monte, em 1834.
Em 1833, quando já se adivinhava a vitória liberal, D. Pedro manda o Marquês de Loulé a Paris para trazer a sua filha. Em 1834, após a vitória dos liberais, D. Pedro morre e D. Maira II, com apenas 15 anos de idade é proclamada Rainha.
Na época que sobe ao trono, D. Maria II tem a seu cargo um país que se encontrava destroçada pelas invasões francesas e pela guerra civil, que acabavam por levá-lo a uma grande crise financeira.
D. Maria II casou-se em Munique (Alemanha) por procuração a 1 de dezembro de 1834 com o Príncipe Augusto de Beauharnais.
D. Maria ficaria viúva a 28 de março de 1835, Augusto morre de difteria, no Paço Real das Necessidades em Lisboa.
Surgem diversos candidatos para se casar com a jovem Rainha, aparecem de França, Nápoles, Alemanha e Sardenha.
D. Maria casa-se com o Príncipe Fernando de Saxe-Coburgo-Gotha, sobrinho do Rei Leopoldo I dos belgas. O contrato foi assinado no fim de 1835. Meses depois, chegou o marido. Tinham-se casado em Coburgo por procuração a 1 de janeiro de 1936 e, em Lisboa, casam-se em pessoa, na Sé Patriarcal a 9 de abril de 1836. Juntos tiveram onze filhos.
D. Maria tem a sua primeira gravidez, aos 18 anos de idade. Enfrentou vários problemas para dar à luz, com trabalhos de parto prolongados e extremamente difíceis.
Na sua terceira gravidez o trabalho de parto duro 32 horas, sendo o bebé retirado com fórceps, era uma menina, batizada in articulo mortis com o nome de Maria (1840).
Na sua quinta gravidez, aos 25 anos, a Rainha tornou-se obesa e os seus partos tornaram-se ainda mais complicados.
As várias gravidezes sucessivas, mais a obesidade e a frequência de parto distócicos (dificuldade na evolução do trabalho de parto) levaram a que os médicos alertassem a Rainha sobre os riscos que corria.
Indiferente aos avisos, D. Maria II dizia: "Se morrer, morro no meu posto".
A 15 de novembro de 1853, depois de treze horas de trabalho de parto do natimorto infante D. Eugénio, o seu 11.º filho, D. Maria morre, aos 34 anos de idade.
- Sua Magestade a Rainha começou a sentir annuncios do parto às nove horas e meia da noite de hontem. Appareceram difficuldades no progresso do mesmo parto, as quaes obrigaram os facultativos a recorrer a operações, pelas quaes se conseguiu a extracção de um Infante, de tempo, que recebeu o baptismo antes de extrahido.
- O resultado destas operações teve lugar às dez horas da manhã. Desgraçadamente, passada hora e meia, Sua Magestade, exhausta de todas as forças, rendeo a alma a Deos, depois de haver recebido todos os sacramentos.
- - Francisco Elias Rodrigues da Silveira. Dr. Kessler. Ignacio António da Fonseca Benevides. António Joaquim Farto. Manuel Carlos Teixeira."
D. Maria ficou conhecida como A Educadora. Deve-se a D. Maria bastantes reformas e melhoramentos respeitantes à instrução públicas como:
- Criação de Liceus e Escolas Primárias;
- A fundação das Escolas Médicas de Lisboa e Porto, da Escola Politécnico de Lisboa, da Academia Politécnica do Porto, do Instituto Agrícola e do Conservatório de Música;
- Reorganizaram-se os correios e começaram a circular em Portugal os primeiros selos de correio;
- Construíram-se, ainda estradas e pontes e iniciou-se a construção do primeiro troço de caminho-de-ferro.
D. Maria II encontra-se no Panteão Real da Dinastia de Bragança, no Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa.
MZ
A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.
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