Pintura "O Doutor" de Samuel Luke Fields, de 1891 |
O inglês Sir Samuel Luke Fields foi o artista responsável por um dos mais belos quadros de médicos. A obra retrata um médico pensativo observando uma criança gravemente doente:
Ao pintar a criança doente Fields inspirou-se no drama que viveu com a morte do seu filho na noite de natal de 1877. O quadro foi uma homenagem do pintor ao médico que assistiu o seu filho até à hora da morte. Para que a tela fosse mais real possível, Luke Fields reproduziu no seu atelier a sala da sua casa, palco do óbito do seu filho.
No fundo da tela vemos uma mãe aflita, preocupada, a sua cabeça baixa traduz o desespero de quem espera o pior. Também é notável a expressão do pai, que não pode conter a sua preocupação com a doença da sua filha, mas procura manter a calma, a fim de confortar a mãe. Se levarmos em consideração a época em que a tela foi pintada, é possível supor que o quadro retrata uma vítima de alguma doença infeciosa incurável, comum na era pré-antibiótica.
O Doutor foi concluído em 1891, atendendo a um pedido da rainha Vitória, da Inglaterra. O trabalho que custou três mil libras esterlinas foi intermediado por Sir Henry Tate, em cuja homenagem existe atualmente em Londres, na Galeria Tates, onde essa obra de arte encontra-se exposta.
O quadro original trata-se de um óleo sobre tela, de 166,3cm por 241,9cm.
Em 1894 foi doado à Galeria Nacional de Arte Britânica com o seguinte texto:
"A obra-prima de Fildes, que se tornou imediatamente popular, foi inspirada na morte do seu filho no dia de Natal de 1877, e pela devoção profissional do médico que lhe deu assistência. Ele deu a seu quadro um final mais feliz, pois mostra o momento, ao raiar do sol, quando a criança apresenta os primeiros sinais de recuperação. Fildes se esmerou em fazer com que o quadro fosse bem convincente, construindo um interior de chalé dentro de seu atelier, posicionando a janela da cabana em frente à janela do mesmo. Levantava-se a cada dia bem cedinho a fim de pintar à luz matinal quando começava a penetrar no ambiente.”
MZ
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