Revolução de Outubro
Parte 1: https://imagenschistoria.blogspot.pt/2018/02/revolucao-russa-parte-1.htmlApós um grande período de instabilidade económica e social, o Czar Nicolau II foi obrigado abdicar do poder. A Rússia passou a ser governada por Georgy Lvov, um latifundiário que defendia a continuidade do país na guerra e a propriedade privada, ideias que correspondiam às aspirações da nobreza e da burguesia.
Georgy Lvov |
Desde a Revolução de Fevereiro, a Rússia possuía dois governos paralelos, a funcionar no mesmo palácio. O Governo Provisório e o Comité Central do Soviete de Petrogrado. O primeiro era a favor da continuação da guerra.
A 20 e 21 de abril houve manifestações contra a guerra, e unidades militares se juntaram. Vários ministros se demitiram e a 1 de maio, o Comité Central, após votação, permitiu que os seus membros participassem no Governo Provisório. Os bolchefiques foram contrários a isto, a partir daí, os bolcheviques tornaram-se a oposição "oficial", enquanto que os agrupamentos socialistas participantes do governo se tornaram alvo de críticas direcionadas ao governo.
Então os bolcheviques começaram a fazer um grande esforço de propaganda, triplicando a tiragem do Pravda (principal jornal da União Soviética e um órgão oficial do Comité Central do Partido Comunista da União Soviética) em menos de um mês.
A 20 de agosto os bolcheviques ganharam um terço dos votos nas eleições municipais. A atividade dos sovietes diminuía e as suas reuniões passaram a ser menos concorridas. Enquanto outros partidos socialistas abandonavam os sovietes, os bolcheviques aumentavam a sua presença. A 25 de setembro, os bolcheviques conquistaram a maioria na Seção Trabalhista do Soviete de Petrogrado e Trotsky foi eleito presidente.
A tensão cresceu até o final de 1917, quando se deu a Revolução de Outubro que colocou no poder Lenin e os bolcheviques, que aproveitaram a insatisfação crescente dos camponeses e operários para chegar ao poder.
Lenin discursa em Petrogrado - Outubro de 1917 |
A ascensão deste novo governo abriu caminho para a ocorrência de movimentos de independência nos domínios da antiga Rússia czarista. Na Finlândia e na Ucrânia, movimentos de independência selaram o caso de subordinação às autoridades russas. As lideranças bolcheviques cederam à pressão das nações dissidentes e se voltaram à resolução de problemas internos.
Rapidamente, o governo bolchevique criou decretos que tratavam das questões referentes à paz, à distribuição de terras, os limites dos órgãos de comunicação e os direitos da população civil e militar.
No plano externo, o novo governo russo teve que aceitar as condições do Tratado de Brest-Litovski para sair da Primeira Guerra Mundial. Os países aliados acabaram dominando um quarto da população e das terras férteis da Rússia. Além disso, uma guerra civil tinha começado contra os bolcheviques, tropas estrangeiras e setores burgueses e conservadores da Rússia apoiavam a oposição militar à ditadura de trabalhadores.
Então deu-se uma guerra civil sangrenta entre o exército vermelho (revolucionários) e o exército branco (anti-socialista). A guerra civil foi ganha pelos partidários do novo governo bolchevique. A partir de então, o novo governo revolucionário teria condições mais amplas e favoráveis para enfrentar batalhas muito mais duras nos campos social e económico.
Após a revolução, foi implantada a URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas). Seguiu-se um período de grande crescimento económico, principalmente após a Nova Política Económica. A URSS tornou-se uma grande potência económica e militar.
Em 1918, uma série de atos legislativos pretendiam tomar medidas em relação ao trabalho, salário e às condições de vida dos trabalhadores. O sistema judiciário foi reformulado com uma nova lógica de prescrições que, no máximo, atingiam a pena de cinco anos de detenção. Na prisão, os prisioneiros passavam a frequentar escolas que recuperassem os criminosos.
No entanto a situação da população em geral e até dos trabalhadores pouco mudou no que diz respeito à democracia. O Partido Comunista reprimia qualquer manifestação considerada contrária aos princípios socialistas. Milhares de opositores foram perseguidos, presos e assassinados pelo governo bolchevique
O regime totalitário atuou também em relação à religião. O Estado Soviético agiu para enfraquecer o cristianismo e outras religiões, incentivando o ateísmo (nas escolas, meios de comunicação, locais de trabalho, etc.) e proibindo as religiões.
As novas ações do governo de Lenin trariam a reorganização de uma nova Rússia. No entanto, a morte de Lenin trouxe uma nova questão definidora dos destinos da revolução.
Lenin faleceu a 21 de janeiro de 1924 e foi sucedido por Josef Stalin.
MZ
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