Colina das Cruzes - Šiauliai na Lituânia |
Ao longo dos séculos foram colocados além de cruzes, crucifixos gigantes, esculturas sacras, estátuas da Virgem Maria e milhares de pequenos Rosários, que são trazidos por fiéis católicos. O número exato de cruzes é desconhecido, mas estima-se que em 2006 superava as 100 mil.
Segundo se conta, a origem desta colina deve-se a uma manifestação de luto e pesar dos familiares de lituanos, que foram enviados para a Sibéria pelos Russos, quando da tentativa de libertação da Lituânia do domínio russo.
Os que eram enviados para a Sibéria eram na grande maioria das vezes logo dados como mortos pelos familiares que colocavam neste local uma cruz em sua memória.
A primeira cruz teria sido colocada pelo filho do dono do terreno onde se começou a colocar as cruzes, que tinha sido enviado para a Sibéria, o filho escolheu este local porque era onde o seu pai trabalhava e considerou-o ideal para perpetuar a memória do pai.
Quase 250 mil lituanos foram mortos ou exilados durante os anos de governo de Estaline. Agentes no KGB foram destacados para o local de forma a impedir que a população colocasse novas cruzes, à revelia das ordens dadas e por três vezes a colina foi arrasada pela polícia secreta, sendo novamente reconstruída pelos esforços da população. As pessoas levavam as cruzes durante a noite, ignorando os perigos, proibições e perseguições das autoridades.
A arte de esculpir cruzes em madeira é hoje um dos mais tradicionais artesanatos lituanos, reconhecido pela UNESCO como Património Cultural Imaterial da Humanidade.
Quando a Lituânia retomou a sua independência, este local tornou-se local de peregrinação, símbolo da identidade do povo lituano.
A existência deste local foi divulgada pela visita do Papa João Paulo II, em 1993, que daria à Lituânia o epíteto de "o país das cruzes".
MZ
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