Múmia da Rainha Tí Fonte: Aventuras na História |
Tí foi uma rainha do Antigo Egito, Grande Esposa Real do Faraó Amenófis III da XVIII dinastia.
Era filha do rei mitani Duiusrata, nascida na Síria e ligada a um panteão distinto ao do Egito.
Tornou-se esposa do Faraó egípcio aos 10 anos, e desde então, manteve-se ao lado do marido até aos seus últimos dias, em completa fidelidade.
Com um bom relacionamento, foi frequentemente representada nos monumentos régios do Egito, sendo uma das figuras mais reproduzidas na época, sempre em pé de igualdade com o marido. E isso pode indicar a popularidade da rainha.
A religião de Tí era centrada na adoração quase henoteísta do Disco Solar, que no futuro seria instituído como religião oficial do Império, sob nome de Aton, pelo filho Akhenaton, criando uma forte crise política.
Sabe-se que o governo do seu marido foi internamente afetado pela presença dela. Porque Tí apresentou à corte o Disco-Solar, que foi introduzido nos cultos da realeza e, como consequência, estendeu-se à população.
Com Tí, a popularidade de Aton chegou a níveis inimagináveis, criando forte atrito da dinastia com os sacerdotes de Amon, que comandavam com largo poder em Tebas.
A crise fortaleceu-se com a política do herdeiro Akhenaton, o que afetou, inclusivo, o sagrado túmulo da rainha.
Inicialmente Tí foi enterrada ao lado do filho em Amarna, capital do reino atonista. No entanto, com a queda do imperador henoteísta , uma série de patrimónios ligados à religião estrangeira foi destruída, tentou-se apagar a memória do reinado de Akhenaton e a capital voltou a Luxor.
Muitos túmulos de líderes celebrados foram transferidos de Amarna, tal como o de Tí, encontrado no Vale dos Reis.
A descoberta do túmulo de Tí gerou grande polémica na época. Em 1898, Victor Loret, arqueólogo, encontrou câmaras laterais na tumba de Amenhotep II, pai do marido dela, e entre elas estava sepultada uma mulher declarada como "A Senhora Mais Velha", que demorou para ser identificada.
Muitos defendiam que se tratava da avó de Tutancâmon, mas pesquisadores relutavam, alegando que não fazia sentido a mulher ser intitulada como "mais velha" no complexo funerário de um rei anterior a ela.
No entanto, anos depois, uma investigação no túmulo de Tutancâmon revelou uma mecha de cabelo com a inscrição do nome de Tí, provavelmente uma recordação para a Vida Eterna da tão adorada avó.
Este artefacto foi útil em 1976, quando foi realizada uma análise de partículas presentes no cabelo encontrado no túmulo e uma amostra da Senhora Mais Velha, que depois foram comparadas. A combinação dos resultados deixou claro: tratava-se sim, da poderosa Tí.
Em 2006, uma imagem presente numa estátua de granito da rainha, ao lado do marido Amenhotep II, foi encontrada por uma série de pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, EUA, trazendo luz às formas de representação e identificação da rainha potencialmente perdida.
Em 2010, finalmente, foi oficialmente confirmado, através de um teste de ADN, que tratava-se de Tí, que teria sido enterrada ao lado do sogro após as transferências ocorridas com a queda de Akhenaton.
Fonte: Aventuras na História
MZ
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