terça-feira, 16 de junho de 2020

A Morte no Antigo Egito

Fonte: stravaganza
O povo egípcio era muito ligado aos rituais funerários, com os quais demonstrava a importância que dedicava à conservação dos corpos e como isso era fundamental para que esses corpos realizassem uma boa passagem para o mundo dos mortos.

A preparação dos egípcios para a sua última viagem começava cedo. Era essencial ter consigo uma cópia do Livro dos Mortos, uma série de encantamentos que auxiliariam o morto a chegar com segurança ao julgamento de Osíris - Deus da mitologia egípcia associado à vegetação e à vida no além.
Secção do Livro dos Mortos no Papiro de Nani
Fonte: Wikipédia
Era Osíris que julgava o morto ao pesar o seu coração na balança da Justiça, com a pena de Maat, a deusa da Verdade, da Justiça, da Retidão e da Ordem. O coração tinha que ter o mesmo peso da pena.
Deus Osíris
Fonte: Wikipédia
Se fosse mais pesado, o morto seria devorado por um deus com cabeça de crocodilo, mas se tivesse o mesmo peso, ele tinha sido uma boa pessoa, então desfrutaria de todos os privilégios do além.
Deusa Maat
Fonte: História das Artes Visuais 1 - WordPress.com
Os egípcios acreditava que passar pelas divindades e pelo processo da pesagem do coração não era uma tarefa fácil se o falecido não estivesse preparado.

Com a mumificação, que incluía o processo de secagem do corpo com natrão (um material composto por carbonato de sódio hidratado) retirada do cérebro pelo nariz, remoção de alguns órgãos, enfaixamento com tiras de linho e goma e enterrar no sarcófago - os egípcios confiavam que o morto realizaria uma viagem tranquila no pós-morte, uma vez que teria um corpo para onde voltar.

Identificavam o nome do falecido no ataúde, porque acreditavam que a alma não teria para onde voltar e ficaria "perdida" caso a identificação fosse incorreta ou o nome fosse apagado. Toda a população, teoricamente, tinha acesso à mumificação, da mais luxuosa à mais simples.

E todos os tipos tinham o seu valor perante os deuses. Os túmulos mais luxuosos mostram com riqueza de detalhes como se davam os rituais, que além do processo da mumificação havia a chamada "cerimónia de abertura da boca".

Objetos como os vasos canópicos, amuletos, chauabtis, esquifes, entre outros, eram presença obrigatória nas cerimónias.

Nos vasos canópicos eram guardadas as vísceras, e cada vaso correspondia a um deus específico, assim como o órgão depositado nele.
Vasos canópicos
Fonte: Guia de Visitação do Museu Nacional
No sarcófago o corpo do falecido seria depositado após um processo de 70 dias de mumificação. Nesse método, as feições do rosto do falecido deviam ser preservadas, tudo para que a alma achasse o corpo mais facilmente.

Os chauabtis eram pequenas estatuetas em forma humana depositadas no túmulo. Representavam empregados e a sua função era trabalhar para o morto no além.
Chauabtis
Fonte: Faraó e Companhia
Além da balança da Justiça, o morto também passava pela Confissão Negativa, texto presente no Livro dos Mortos, que deveria ser recitada diante dos deuses na Dupla Sala da Verdade e Justiça. Daí a importância do coração como peça-chave no julgamento dos mortos e a preocupação em preservá-lo tão ardentemente. Para chegar bem ao outro lado, precisava ser puro e limpo.

Segundo o sistema de crenças egípcio, a morte consistia num processo onde a alma se desprendia do corpo. Sendo o corpo compreendido como a morada da alma havia uma grande preocupação em conservá-lo. Dessa forma, desenvolveram-se várias técnicas de mumificação.

Depois da mumificação, o falecido era colocado num sarcófago posteriormente depositado num túmulo. Através da análise dos túmulos, estudiosos puderam descobrir qual era a posição ocupada pelos mortos.

Os sacerdotes e faraós eram sepultados nas mastabas, construções em formato de trapézio divididas em dois compartimentos, um destinado ao sarcófago e outro que armazenava as oferendas do ritual funerário.


MZ

A(s) imagem(ns) podem ser encontradas em vários sites da Internet, o texto é baseado em várias pesquisas feitas por mim.

Sem comentários:

Enviar um comentário