Palácio Nacional de Sintra - Sintra |
Devido à falta de documentação, pouco se sabe sobre o início da história deste palácio.
O Palácio terá sido doado pelo rei D. João I de Portugal ao conde de Seia em 1383, voltando para a posse real pouco tempo depois.
D. João I de Portugal |
Entre 1505 e 1520 ergueu-se a conhecida ala manuelina e, em 1508 teve início a construção da Sala dos Brasões.
Durante o reinado de D. João III edificou-se o espaço entre as alas joanina e manuelina. No século XVII, sob a orientação do conde de Soure, procedeu-se a obras de alterações e ampliação e, entre 1683 e 1706, sob o reinado de D. Pedro II, renovaram-se as pinturas dos tetos de alguns compartimentos.
D. João III e D. Pedro II de Portugal |
Nos últimos anos da monarquia em Portugal, foi residência de verão da rainha-mãe D. Maria Pia, a última habitante régia do Palácio Nacional de Sintra.
Rainha D. Maria Pia, de Portugal |
Lendas:
Numa das salas do Palácio no teto estão pintadas diversos desenhos de pegas e está escrito a frase "Por Bem" e a lenda diz que D. João I foi apanhado a dar um beijo a uma dama da rainha, ao qual o rei, surpreendido e embasbacado ao dirigir-se à rainha diz-lhe "Foi por bem". A rainha saiu solenemente. E foi devido ao suposto alarido que esta situação provocou, que a mensagem ficou inscrita nos bicos das pegas.
Teto da Sala das Pegas no Palácio Nacional de Sintra |
Sobre uma versão da história:
- Versão da Revista do Século XIX Portugal Pitoresco
"Sendo encontrado D. João I por sua esposa beijando uma das suas damas, porque o fazia por sincera amizade, e não por criminoso amor, respondeu à rainha agastada, que tinha sido por bem; e com esta legenda, que bem podemos assemelhar ao honni soit qui mal y pense dos ingleses (nota: expressão francesa, talvez assim descrita por erro, ou por uso frequente por parte dos ingleses) mandou edificar uma sala, cujo tecto é pintado de pegas, para que esta ave como faladora apregoasse a sua inocência, e a pureza injustamente manchada daquela donzela. Outros menos galantes e cuja opinião não seguimos, pretendem que tendo-se divulgado no paço esta aventura, e corrido de boca em boca entre as outras damas, El-Rei para os castigar mandou pintar esta sala com as ditas aves, como símbolo da sua loquacidade."
Outra lenda do Palácio encontra-se no jardim da Lindaria, reza a lenda que nesse jardim era o local onde as moutas vinham, para sentir o cheiro das flores e tomar um ar fresco, e uma dessas mouras terá-se apaixonado por um cristão que ali as observava escondido. O seu marido, ao descobrir, matou-a. E dizem que ainda hoje, todas as noites a moura volta ao jardim em busca do cristão por quem se apaixonou.
Outro acontecimento dado no Palácio Nacional de Sintra foi o rei D. Afonso VI de Portugal ter sido preso durante dez anos no palácio, vindo a falecer a 12 de setembro de 1683, quando ouvia missa na capela do Paço. Antes de ser preso, D. Afonso VI casou-se em 1666 com a princesa D. Maria Francisca de Sabóia, a sua mulher entrou para o Convento da Esperança, em Lisboa, onde pediu a nulidade do casamento, afirmando que não se tinha consumado devido ao físico do rei. O casamento foi anulado e depois de um longo processo a princesa de Sabóia casou-se com o cunhado, o Infante D. Pedro, tornando D. Afonso num prisioneiro.
Rei D. Afonso VI de Portugal |
Quarto onde D. Afonso VI terá ficado preso por dez anos no Palácio Nacional de Sintra, diz a lenda que os socalcos do chão do quarto se deve à constante caminhada do rei no quarto |
Para visitar
Horário:
- Até 28 de outubro de 2017: 9h30 às 19h00 - última entrada às 18h30
- Fechado a 25 de dezembro e 1 de janeiro
- Bilhete adulto (18 a 64 anos): 10€
- Bilhete jovem (6 a 17 anos): 8,50€
- Bilhete sénior (maiores de 65 anos): 8,50€
- Bilhete família (2 adultos e 2 jovens): 33€
A minha visita
Visitei apenas uma vez, no verão passado, a 26 de agosto de 2016. O Palácio é muito bonito, muito decorado nos tetos por exemplo, no entanto, achei um pouco decepcionante no que toca ao mobiliário, falta muito mobiliário. No entanto é um palácio que se deve visitar e conhecer a sua história. Não fiz visita guiada, mas para quem tiver a possibilidade de a fazer, que faça para melhor conhecer os recantos do Palácio.
MZ
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