Escravo com mais de 65 anos |
1885 - Lei dos Sexagenários-Saraiva-Cotegipe que libertava os escravos com mais de 65 anos - Lei da Gargalhada Nacional porque muitos não chegavam a essa idade.
Esta lei foi promulgada a 28 de setembro de 1885, garantia a liberdade aos escravos com mais de 65 anos de idade. Os escravos tinham a obrigação de trabalhar por mais três anos a título de indemnização ao proprietário, já que o escravo.
Mesmo tendo pouco efeito prático, pois libertava apenas escravos que, pela sua idade, eram menos valorizados, houve grande resistência por parte dos senhores de escravos e dos seus representantes na Assembleia Nacional.
Os senhores passaram a registar os seus escravos como sendo mais novos. Quando os escravos atingiam a idade para serem libertados não tinham para onde ir e tinham e os seus familiares mantidos como escravos.
Como a lei ficou conhecida Lei Saraiva-Cotegipe, foi em referência aos dois chefes de gabinete ministerial do Império, o liberal Conselheiro Saraiva e o conservador Barão de Cotegipe, que deram apoio à medida.
Conselheiro Saraiva (Esquerda) e Barão de Cotegipe (Direita) |
Em 1888, ano da Lei Áurea - a campanha abolicionista ganha força. Houve uma fuga em massa dos escravos, desorganizado o trabalho nas fazendas, especialmente nas de café, no interior de São Paulo. Desta forma, o sistema de escravos ia desmoronando com considerável rapidez.
No final do século XIX apenas o Brasil e Cuba mantinham o sistema de escravos. As leis aprovadas até então - Eusébio de Queirós, Ventre Livre e Sexagenários, apenas adiavam o problema na tentativa de conter o movimento abolicionista radical.
O norte do Brasil já demonstrava interesse pela abolição da escravatura e o Ceará declarou extinta a escravatura em 1884. Antes mesmo da Lei Áurea os escravos já recorriam à justiça para obterem alforria e dessa forma lutavam pela liberdade.
Portanto, esta lei dos Sexagenários serviu apenas para adiar a abolição da escravatura. Entretanto, a opinião pública exigia uma resolução imediata e promoviam campanhas em forma de eventos como quermesses, peças de teatro e festas para arrecadar fundos para compra de alforrias. Os escravos fugiam das fazendas com ajuda de vários setores da população que passam a esconder homens e mulheres em fuga.
MZ
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