terça-feira, 29 de maio de 2018

Eutanásia em Portugal deu Não


Vou fugir um bocadinho (ou não) à temática do blog e vou falar da Eutanásia.

Hoje em Portugal, mais concretamente no Parlamento foi chumbada a proposta de legalização da Eutanásia no país.

O que me deixa bastante triste por perceber que mesmo vivendo numa democracia onde dizem que temos liberdade, mas a liberdade que eles querem, eu não posso decidir se quero ou não morrer.

Vi fotografias em reportagens em que aparecia uma rapariga com um cartaz com algo do género "Não matem os velhinhos" - E acho, ou melhor tenho a certeza, que essa senhora não sabe de todo o que é a eutanásia, pois sugere que a eutanásia tem vida própria e vai andar aí a matar pessoas "velhinhas" tornando-se num homicídio e não na eutanásia.

Segundo o dicionário português a eutanásia é:
- (Medicina) Ação de provocar morte (indolor) a um paciente atingido por uma doença sem cura que causa sofrimento e/ou dor insuportáveis
- (Jurídico) Direito de causar a morte em alguém ou de morrer por esse propósito

Repito "ação de provocar morte indolor a um paciente atingido por uma doença sem cura que causa sofrimento" se apenas para estas circunstâncias fosse aceite já era MUITO BOM.

Mas na minha opinião deveria-se alargar também a pessoas que de livre vontade mostrassem esse desejo, ainda há pouco tempo se soube de um senhor de 104 anos, australiano que teve que se deslocar até à Suíça (país onde é legal) para poder morrer de forma indolor, este senhor não sofria de nenhuma doença terminal ou sem cura, mas simplesmente já não tinha qualidade de vida na sua opinião e decidiu pôr termo à vida.

Claro que não sou de acordo de uma pessoa ir ao hospital à procura desta solução e sem qualquer acompanhamento médico tenha nas mãos um cocktail mortal de medicamentos para a realização da eutanásia, ou seja, concordo com o acompanhamento seja por psicólogos ou outros especialistas para que não hajam suicídios por questões menos sofredoras (não querendo minimizar a dor de ninguém) como uma perda de emprego ou de alguém próximo e que acham que já nada faz sentido, por exemplo.

Não concordo ainda que se justifique o voto negativo para a eutanásia com respostas católicas ou de outra qualquer religião, recordo-me que Portugal é um país laico, pelo menos na teoria.

Acho que se deveria ter feito um referendo, perguntar a este lado, àqueles que iriam usufruir ou ter a possibilidade de usufruir se assim o pretendessem da eutanásia, assim como se fez com outro polémico assunto que é o aborto, por exemplo.  

Temos ainda que crescer muito para que a liberdade seja algo mais do que aquilo que eu possa dizer, mas também o que eu possa fazer, pelo menos no que toca a este assunto

Maria Zaragoza
29 de maio de 2018

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